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Síndrome de Estocolmo: diferenças entre revisões

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Não são todas as vítimas que desenvolvem traumas após o fim da situação.
Não são todas as vítimas que desenvolvem traumas após o fim da situação.


== Exemplo ==
Por exemplo, o Brasil na Copa do Mundo de 2014 a experiência desta síndrome para se apaixonar por seu estuprador, Alemanha.
==História==
==História==
O caso mais famoso e mais característico do quadro da doença é o de [[Patty Hearst]], que desenvolveu a doença em [[1974]], após ser sequestrada durante um assalto a [[banco]] realizado pela organização militar politicamente engajada (o ''Exército de Libertação Simbionesa''). Depois de libertada do cativeiro, Patty juntou-se aos seus raptores, indo viver com eles e sendo cúmplice em assalto a bancos.
O caso mais famoso e mais característico do quadro da doença é o de [[Patty Hearst]], que desenvolveu a doença em [[1974]], após ser sequestrada durante um assalto a [[banco]] realizado pela organização militar politicamente engajada (o ''Exército de Libertação Simbionesa''). Depois de libertada do cativeiro, Patty juntou-se aos seus raptores, indo viver com eles e sendo cúmplice em assalto a bancos.

Revisão das 15h47min de 15 de julho de 2014

Kreditbanken em Norrmalmstorg, Estocolmo

Síndrome de Estocolmo (Stockholmssyndromet em sueco) é o nome dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor. A síndrome de Estocolmo parte de uma necessidade, inicialmente inconsciente.

Nome

A síndrome recebe seu nome em referência ao famoso assalto de Norrmalmstorg[1] do Kreditbanken em Norrmalmstorg, Estocolmo que durou de 23 de agosto a 28 de agosto de 1973. Nesse acontecimento, as vítimas continuavam a defender seus raptores mesmo depois dos seis dias de prisão física terem terminado e mostraram um comportamento reticente nos processos judiciais que se seguiram. O termo foi cunhado pelo criminólogo e psicólogo Nils Bejerot, que ajudou a polícia durante o assalto, e se referiu à síndrome durante uma reportagem. Ele foi então adotado por muitos psicólogos no mundo todo.

Explicação

A síndrome é relacionada a captura da noiva e tópicos semelhantes na antropologia cultural.

As vítimas começam por identificar-se emocionalmente com os sequestradores, a princípio como mecanismo de defesa, por medo de retaliação e/ou violência. Pequenos gestos gentis por parte dos raptores são frequentemente amplificados porque, do ponto de vista do refém é muito difícil, senão impossível, ter uma visão clara da realidade nessas circunstâncias e conseguir mensurar o perigo real. As tentativas de libertação, são, por esse motivo, vistas como uma ameaça, porque o refém pode correr o risco de ser magoado. É importante notar que os sintomas são consequência de um stress físico e emocional extremo. O complexo e dúbio comportamento de afetividade e ódio simultâneo junto aos raptores é considerado uma estratégia de sobrevivência por parte das vítimas.

É importante observar que o processo da síndrome ocorre sem que a vítima tenha consciência disso. A mente fabrica uma estratégia ilusória para proteger a psique da vítima. A identificação afetiva e emocional com o sequestrador acontece para proporcionar afastamento emocional da realidade perigosa e violenta a qual a pessoa está sendo submetida. Entretanto, a vítima não se torna totalmente alheia à sua própria situação, parte de sua mente conserva-se alerta ao perigo e é isso que faz com que a maioria das vítimas tente escapar do sequestrador em algum momento, mesmo em casos de cativeiro prolongado.

Não são todas as vítimas que desenvolvem traumas após o fim da situação.

Exemplo

Por exemplo, o Brasil na Copa do Mundo de 2014 a experiência desta síndrome para se apaixonar por seu estuprador, Alemanha.

História

O caso mais famoso e mais característico do quadro da doença é o de Patty Hearst, que desenvolveu a doença em 1974, após ser sequestrada durante um assalto a banco realizado pela organização militar politicamente engajada (o Exército de Libertação Simbionesa). Depois de libertada do cativeiro, Patty juntou-se aos seus raptores, indo viver com eles e sendo cúmplice em assalto a bancos.

A síndrome pode se desenvolver em vítimas de sequestro, em cenários de guerra, sobreviventes de campos de concentração, pessoas que são submetidas a prisão domiciliar por familiares e também em vítimas de abusos pessoais, como pessoas submetidas a violência doméstica e familiar. É comum também no caso de violência doméstica e familiar em que a vítima é agredida pelo cônjuge e continua a amá-lo e defendê-lo como se as agressões fossem normais.

As bandas Yo La Tengo, Muse, Milburn e Blink-182 fizeram músicas inspiradas nessa síndrome, chamadas Stockholm Syndrome. E a banda Backyard Babies tem um álbum com o nome.

Literatura

A síndrome de Estocolmo pode muito bem ser identificada na literatura infantil, no clássico conto francês, escrito por Marie le Prince de Beaumont, "A Bela e a Fera", que conta a história de uma garota bonita e inteligente que é vitima de cárcere privado por uma Fera, e por fim desenvolve um relacionamento afetivo e se casa com a fera.

Arlequina, vilã do super-herói Batman e parceira do Joker, era psiquiatra antes de se tornar vilã. Ela foi fazer uma consulta ao Coringa no Asilo Arkham e acabou se apaixonando pelo vilão. Depois da consulta, ela o ajudou a escapar do asilo e a partir daí começou sua carreira de crimes ao seu lado.

Na série de livros "As Crônicas de Gelo e Fogo" escrita pelo norte-americano George R. R. Martin, assim como na sua adaptação para a TV, "Game of Thrones", Theon Greyjoy desenvolve um certo amor por seu raptor e torturador, Ramsay Snow, que o transformou em seu brinquedo após castrá-lo e amputá-lo. Theon, agora transformado em outra pessoa, vira Reek (Fedor).

Cinema

Há correlação da síndrome com dois dos personagens centrais de Jogos Mortais. A jovem ex-drogada Amanda (Shawnee Smith) após ter conseguido concluir as provas do assassino Jigsaw (John Kramer), conquistou a admiração dele por lutar por sua vida e passou a trabalhar para ele, dando continuidade à sua série de matanças.

No filme Paranoia, o personagem Ronnie (Aaron Yoo) fala para Ashley (Sarah Roemer) sobre a síndrome de Estocolmo, após Ashley ter conversado com o assassino da vizinhança, e ter a convencido de que não era um assassino, achando que Ashley estava apaixonada pelo assassino.

No filme espanhol Ata-me! de Pedro Almodóvar, a protagonista Marina se apaixona pelo raptor Ricky e volta a procurá-lo depois de ser libertada para casar-se com ele.

A síndrome também está presente no filme "007 - The World is not enough" (em português - O Mundo não é o bastante)na personagem Elektra King(vivida por Sophie Marceau), sequestrada por um terrorista internacional de planos maquiavélicos.

Na série de TV, Homeland, a personagem de David Lewis, Nicholas Brody, durante os 8 anos em que ficou preso, desenvolve uma relação afetiva com seu captor, Abu Nazir, devido à pequenos gestos por parte deste, em meio a torturas físicas e psicológicas.

Música

A banda de rock Muse tem uma canção intitulada Stockholm Syndrome, ou Síndrome de Estocolmo (tradução livre). Entre letras opacas, é perceptível a influência real da síndrome na discussão lírica proposta pela música e mesmo pela interpretação da mesma. A banda de punk rock Blink-182 também tem uma música chamada Stockholm Syndrome. Além destas, a banda de rock The Who possui uma música chamada "Black Widow's Eyes", que tem a síndrome como tema principal.

Referências

  1. Sherwood, Jody (5 de maio de 2006). «'Stockholm Syndrome' robber turned away by police». The Local (em inglês). Consultado em 25 de abril de 2013