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Senhor do Bonfim (Bahia)

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Senhor do Bonfim
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Senhor do Bonfim
Bandeira
Brasão de armas de Senhor do Bonfim
Brasão de armas
Hino
Gentílico bonfinense
Localização
Localização de Senhor do Bonfim na Bahia
Localização de Senhor do Bonfim na Bahia
Localização de Senhor do Bonfim na Bahia
Senhor do Bonfim está localizado em: Brasil
Senhor do Bonfim
Localização de Senhor do Bonfim no Brasil
Mapa
Mapa de Senhor do Bonfim
Coordenadas 10° 27' 46" S 40° 11' 27" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Jaguarari, Filadélfia, Andorinha, Itiúba, Campo Formoso e Antônio Gonçalves
Distância até a capital 375 km
História
Fundação 1 de julho de 1799
Administração
Prefeito(a) Paulo Batista Machado (PT, 2009–2012)
Características geográficas
Área total [1] 816,697 km²
População total (IBGE/2010[2]) 74 431 hab.
Densidade 91,1 hab./km²
Clima quente e úmido
Altitude 520 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000 [3]) 0,69 médio
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 380 507,224 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 5 046,98

Senhor do Bonfim é um município brasileiro localizado no interior da Bahia.

O município foi criado em 1885. A data magna do município é 28 de maio.

Historia

A história da formação de Senhor do Bonfim está diretamente relacionada à busca de ouro e pedras preciosas e à introdução da criação de gado no sertão baiano. Em fins do século XVI, portugueses pertencentes à Casa da Torre, organizavam expedições com destino ao rio São Francisco e às minas de ouro de Jacobina, iniciando a ocupação do interior da província e a formação de vias de comunicação com o litoral.

Situado em zona de passagem dessas expedições, estabeleceu-se no território do atual Município uma rancharia de tropeiros no século XVII, servindo de pouso para vaqueiros, bandeirantes e desbravadores que transitavam naquela Região. Na mesma época, dentro da estratégia de catequese das populações indígenas, foi criado o arraial da Missão do Sahy a partir de 1697, dirigido pela Ordem dos Frades Menores ou Ordem dos Padres Franciscanos. No Arraial, estabelecido nas proximidades de uma aldeia pataxó, foram construídos convento e igreja sob invocação de Nossa Senhora das Neves. Em 1720, o arraial do Sahy passou à categoria de Vila, sediando a comarca de Jacobina até 1724, quando a sede foi transferida para a Vila de mesmo nome.

Com o crescimento da atividade pecuária, a expansão das pastagens, e o conseqüente avanço da ocupação do sertão baiano, formou-se uma povoação ao redor da antiga rancharia, às margens da estrada das Boiadas Em 1750, o núcleo contava com várias edificações e com população estabelecida, recebendo a denominação de arraial de Senhor do Bonfim da Tapera.

O Arraial, além de rota para a penetração no território, destacava-se como importante núcleo, desenvolvendo-se com base em atividades ligadas à criação de gado. As riquezas minerais da Região, além da localização privilegiada do Arraial, atraiam grande número de tropeiros, aventureiros e peões vindos de outras partes da Bahia e do Nordeste, dificultando o controle e a ordem na localidade. O município criado em 1776 por força de Carta Régia, para solucionar os constantes problemas que surgiam em 1799 com a população local que chegava a 600 pessoas – requereu ao governo da Província a criação da Vila, solicitação que foi atendida no mesmo ano com a instalação da Vila Nova da Rainha em primeiro de outubro.

Oitenta e seis anos mais tarde, a Vila foi elevada à categoria de Cidade, pela Lei Provincial nº 2.499 de 28 de maio de 1885, tendo seu topônimo modificado para Bonfim. Em 7 de janeiro de 1887, foi criado o Município, com a mesma denominação, a qual foi alterada somente em 1943, através do Decreto Lei no 141 de 30 de dezembro, passando a chamar-se Senhor do Bonfim, assim como a Sede Municipal.

Beneficiado por sua situação geográfica, rota quase obrigatória entre o litoral do Estado e a região do São Francisco, e historicamente vinculado ao processo de povoamento da zona do sertão baiano, o Município desenvolveu-se como importante entreposto comercial e entroncamento viário para as regiões de Jacobina e Juazeiro, catalisando um grande número de empreendimentos e atraindo novos moradores para o local. Senhor do Bonfim consolidou-se como principal centro da Região, polarizando outros menores, como Campo Formoso, Jaguarari, Pindobaçu, Itiúba, Antonio Gonçalves, Andorinha, Ponto Novo, Umburana e Filadélfia.

Durante o período inicial de formação da sua base econômica, o Município teve na criação de gado a sua principal atividade, ganhando espaço, ao longo dos anos, as culturas temporárias de feijão, milho, mandioca e mamona, além do cultivo de sisal e o extrativismo do ouricuri. Ao lado destas atividades, expandiu-se o comércio, e unidades beneficiadoras de sisal, mamona, ouricuri e leite estabeleceram-se no local nos anos 70, promovendo efeitos significativos na economia municipal, que progrediu continuamente.

Na década subseqüente, o declínio das culturas de sisal, mamona e ouricuri (pela sua substituição por produtos e fibras sintéticas) provocou o fechamento e a migração de indústrias, mas a intensificação da atividade pecuária e a criação de uma bacia leiteira na Região minimizaram os impactos do desaquecimento da agricultura sobre a economia, tendo em vista o montante de investimentos realizados no setor de pecuária. Com isso, gerou-se uma dependência quase absoluta da atividade, que apesar dos reflexos positivos sobre outros setores revela-se extremamente danosa em épocas de crise.

Em acréscimo, os problemas de origem hídrica encontrados na região de Senhor do Bonfim limitam o aproveitamento das grandes faixas de terras propícias às pastagens e com boa fertilidade para os cultivos agrícolas. De fato, desde o início da década de 90, a estiagem prolongada vem causando a redução dos rebanhos e a quebra de safras, que repercutem sobre as atividades secundárias e terciárias e configuram um quadro extremamente negativo para a população do Município.

Desta forma, a história recente de Senhor do Bonfim está marcada pela involução das atividades econômicas e pela dificuldade de superação da crise, por conta das deficiências hídricas e da falta de planejamento do setor primário para a redução dos efeitos das constantes secas que atingem a Região e impedem o desenvolvimento do Município nos níveis verificados nas décadas anteriores.

Educação

Senhor do bonfim é uma cidade com um ensino de básico valor educacional, entre alguns colégios se destacam:

  • COLÉGIO ESTADUAL JÚLIO CÉSAR SALGADO.
  • COLÉGIO ESTADUAL SENHOR DO BONFIM.
  • COLÉGIO ESTADUAL TEXEIRA DE FREITAS.
  • COLÉGIO RÔMULO GALVÃO.
  • COLÉGIO MODELO LUIS EDUARDO MAGALHÃES.
  • ESCOLA PEQUENO PRÍNCIPE .
  • CENTRO EDUCACIONAL SAGRADO CORAÇÃO (CESC-COC).
  • Educandário Nossa Senhora do Santissimo Sacramento (Sacramentinas).
  • Senhor do bonfim ainda tem um campus de agropécuaria que é no caminho da Igara.

Geografia

Sua população estimada em 2007 era de 72.511 habitantes (fonte IBGE Censo 2007). Atualmente está com cerca de 74 mil habitantes e uma área de 817 km².

A cidade está localizada no sopé sul da Serra do Gado Bravo, extensão da Chapada Diamantina, na Cordilheira do Espinhaço. Sua altitude, na região central da urbe é de 453 metros acima do nível do mar, segundo a historiadora Olga Menezes, mas possui locais na extensão do município com altitude superior a 600 metros.

Por ter localização privilegiada, é sempre verde em todos os meses do ano, sempre abastecida de frutas e verduras da região denominada "Grota", nos vales da cordilheira.

Nos seus domínios encontram-se várias nascentes de rios, todos pertencentes à bacia do Rio Itapicuru. Existem vários açudes no município, como o Açude do Sohen, Açude do Quiçé, Açude da Boa Vista, que ajudam a minorar a falta d'água nos tempos de sêca. Esses acudes represam riachos também pertencentes à bacia do rio Itapicuru.

Distritos

  • Igara
  • Quiçé
  • Carrapichel
  • Tijuaçu
  • Missão do Sahy

Povoados

  • Passagem Velha
  • Cariacá
  • Terrerinho
  • Tanquinho
  • Barro
  • Baraúnas
  • Canavieira
  • Barroca do Faleiro
  • Itapicuru
  • Coité
  • Socotó
  • Boa Vista
  • Campo do Meio
  • Umburanas
  • Lagoa do Boi
  • Caatinguinha
  • Cachoeirinha

Turismo

Senhor do Bonfim é a capital baiana do forró. Seu São João, que é o maior evento junino da Bahia e está entre os maiores do Brasil, é muito conhecido por sua guerra de espadas e tradição cultural de seu povo que coloca uma fogueira na frente de cada casa. As noites juninas são animadas por inúmeros grupos de forró e desfiles de 'quadrilhas', que seguindo a tradição portuguesa consiste em pares que executam várias evoluções, sempre ao ritmo do melhor forró pé de serra. A festa em Senhor do Bonfim transcorre todo o mês de junho e atinge toda a área urbana. Várias ruas são decoradas com motivos juninos e nordestinos, e sempre e evocada e homenageada a figura de Luiz Gonzaga. Durante os festejos de junho, a Cidade de Senhor do Bonfim recebe cerca de 80 mil visitantes. Nesses dias é possível conhecer o melhor da culinária nordestina, como o bode assado, a buchada, o sarapatel, o feijão de torresmo, a legítima carne do sol do sertão, o feijão verde, o andú, a canjica, a pamonha, os mingaus variados, o baião de dois, enfim tudo de melhor nos petiscos do sertão. A variedade de licores caseiros é abundante, podendo se provar o jenipapo, maracujá, laranja, gengibre ou passas.

Possui também vários tipos de vegetação, desde a densa mata serrana, remanescente da Mata Atlântica, até a caatinga, sendo um observatório perfeito para quem pretende contemplar ou estudar os aspectos da cobertura vegetal do Nordeste Brasileiro.

As serras são especiais para a prática do moto-cross e trilhas existem para serem desvendadas.

Para os amantes da vela, a 40 quilômetros de distância temos as represas de Ponto Novo e Pindobaçu, que são espetaculares para a prática desse esporte, sendo que na primeira existe uma etapa da Copa de Vela da Bahia. Nesses dois lagos pratica-se também pesca esportiva.

No Monte Tabor, localizado no distrito de Missão do Sahy, ainda podem ser encontradas ruínas das edificações realizadas pelos franciscanos, principalmente de uma capela no topo da elevação.

Economia

A região que Senhor do Bonfim centraliza é uma rica província mineral, destacando-se a grande produção de cobre (Mina da Caraíba), Cromo (Mina de Pedrinhas e Ferbasa), ouro, vanádio, magnesita, ferro, manganês, calcita, granito, ametista (Mina da Cabeluda), esmeralda (Minas da Carnaíba e Socotó) e níquel.

Possui também uma intensa atividade agro-pecuária, com produção considerável de milho e feijão bem como de gado de corte. Destaca-se também na pecuária leiteira. Possui dois matadouros para abate do gado bovino, caprino e ovino. Começa a se destacar também na produção de suinos.

Merece destaque a agricultura familiar que serve de sustento para uma parcela considerável da população. geralmente esta produção é comercializada na feira livre, pelos próprios produtores.

É sede de uma Escola Agrotécnica Federal, onde formam-se jovens que irão atuar na administração e mão de obra direta em todo o parque agro industrial. Esta Escola possui um parque magnífico, onde os alunos aprendem as diversas técnicas 'in loco', com criatórios diversos de animais e cultivo de frutas e legumes que adaptam-se ao micro clima local.

Outro pólo de progresso começa a se formar na vizinha cidade de Ponto Novo, onde já está em adiantado a irrigação de frutíferas, cereais e verduras (legumes).

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  2. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 

Ligações externas

Wikisource
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