Sinlequiunini

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A Epopeia de Gilgamés, uma das obras de Sinlequiunini. Atualmente está no Museu Novo, Alemanha

Sinlequiunini (em acádio: 𒁹𒀭𒌍𒋾𒀀𒅆; romaniz.:md30-TI-ER2)[1] foi um masmassu que viveu na Mesopotâmia, provavelmente no período entre 1 300 a.C. e 1 000 a.C.. Tradicionalmente, acredita-se que ele compilou a versão mais bem preservada da Epopeia de Gilgamés.[2] Seu nome está listado no próprio texto, o que não era ortodoxo para obras escritas em cuneiforme. Sua versão é conhecida por seu incipit, ou primeira linha "ša nagba īmuru" (lit. "Aquele que viu o abismo" ou "O único que viu o Abismo"). Até que ponto sua versão é diferente de textos anteriores é desconhecida; Andrew R. George argumenta que Sinlequiunini "deu [A Epopeia de Gilgamés] sua forma final e fixa".[3] Tigay reconhece que Sinlequiununi fez com que a grandiosidade do personagem saísse de seus feitos e passasse a ser sobre a aquisição de conhecimento".[4] Na época o texto também era conhecido como "Série de Gilgamés" (iškar Gilgāmeš).[5]

O prólogo apresenta a única instância de narrativa em primeira pessoa por Sinlequiunini.[nota 1] Sua versão inclui a história do Dilúvio de Utnapistim na tabuinha XI e, na tabuinha XII, o sumério Gilgamés, Enquidu e o Submundo.[7]

O nome de Sinlequiunini significa 'Sim é aquele que aceita minha oração'. Também é às vezes transcrito, embora menos provavelmente, como 'Sinlequiunini', que significa 'O Sim! Aceite minha oração'.[8] Várias famílias de Uruque dos períodos neobabilônico, aquemênida e selêucida, especialmente aqueles que atuaram como escribas e kalû, reivindicaram o autor como seu ancestral, criando uma espécie de "dinastia de intelectuais".[4] Sinlequiunini pode ter sido uma figura lendária, com uma lista do primeiro milênio a.C. o descrevendo como "sábio conselheiro de Gilgamés".[9]

Textos[editar | editar código-fonte]

  • Sin-léqi-unnínni, ed. (2017). Ele que o abismo viu. Traduzido por Jacyntho Lins Brandão 1 ed. [S.l.]: Autêntica Editora. 320 páginas. ISBN 9788551302835 

Notas e referências

Notas

  1. O prólogo atribuído a Sinlequiunini também foi encontrado num manuscrito anterior in Ugarite.[6]

Referências

  1. «ORACC - Sin-leqi-unninni». web.archive.org. 9 de agosto de 2018. Consultado em 29 de julho de 2021 
  2. George, A. R.; Rogers D. Spotswood Collection. TxSaTAM (2003). The epic of Gilgamesh : the Babylonian epic poem and other texts in Akkadian and Sumerian. Internet Archive. Londres; Nova Iorque: Penguin Books 
  3. George, Andrew R. (junho de 2008). «Shattered tablets and tangled threads: Editing Gilgamesh, then and now». Aramazd. Armenian Journal of Near Eastern Studies (em inglês) (1): 7–30. Consultado em 29 de julho de 2021 
  4. a b Brandão 2020, p. 137.
  5. Brandão 2020, pp. 27, 138.
  6. Brandão 2020, pp. 15, 139-140.
  7. Brandão 2020, p. 24.
  8. George, A. R. The Babylonian Gilgamesh Epic: Introduction, critical edition and cuneiform, p. 27
  9. FINK, Sebastian (2013). «The Genealogy of Gilgamesh». Classica et Christiana (1) 8 ed. pp. 87–88. ISSN 1842-3043. Consultado em 23 de junho de 2022 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]