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Terceiro Concílio de Dúbio

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Terceiro Concílio de Dúbio
Terceiro Concílio de Dúbio
Parte central da cidade de Dúbio. A catedral em primeiro plano, a Igreja Basílica (século VI) ao fundo, à direita, e o Palácio dos Católico (século V), à esquerda.
Data 607 (ou 609-610)
Aceite por cristãos armênios
Concílio anterior Segundo Concílio de Dúbio
Concílio seguinte Concílio de Manziquerta
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O Terceiro Concílio de Dúbio foi um concílio eclesiástico realizado em 607 (ou 609-610) na cidade de Dúbio (então na Armênia Sassânida).[1]

Visão geral[editar | editar código-fonte]

Este concílio (ou sínodo) foi o culminar de uma série de debates pós-Calcedônia sobre a(s) natureza(s) de Cristo. O cisma no seio da Igreja Armênia, que tinha eclodido como resultado do segundo catolicato calcedoniano na Armênia (591-610), foi reparado, e as conclusões do Concílio de Calcedônia de 451 foram explicitamente condenadas.[2]

A Igreja Ortodoxa Armênia concluiu que tanto o "monofisismo" como a Definição de Calcedônia deviam ser condenados. Em vez disso, a Igreja decidiu seguir a doutrina de Cirilo de Alexandria, que descreveu Cristo como sendo de uma única natureza encarnada, com a natureza divina e humana unidas.[3]

O sínodo viu a eleição de um armênio, Abraão I de Albatã, como católico. Abraão condenou o Concílio de Calcedônia, de acordo com a decisão do Segundo Concílio de Dúbio.[4]

Divisão com a Igreja Georgiana[editar | editar código-fonte]

No final do concílio, os armênios se opuseram totalmente à definição cristológica dada pela Igreja de Calcedônia. A Igreja Ortodoxa da Geórgia decidiu unir-se a Constantinopla para defender a definição calcedoniana da natureza dual de Cristo.[5] Esse Concílio estabeleceu a divisão distinta entre as Igrejas Armênia e Georgiana.

Embora tenha sido estabelecida uma cisão com a Igreja da Geórgia, o Concílio levou à reparação de uma cisão interna dentro da própria Igreja Armênia.[6]

Um Quarto Concílio de Dúbio foi realizado em 648 para discutir uma possível reunificação com a Igreja georgiana, mas essa ideia foi rejeitada.[2]

Outros elementos[editar | editar código-fonte]

O concílio também estabeleceu sete leis canônicas referentes à ortodoxia dos bispos. Em particular, as leis tratavam dos bispos que haviam se desviado da fé.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Cone, Steven D.; Rea, Robert F. (2019). A global Church history: the great tradition through cultures, continents, and centuries. London: T&T Clark 
  2. a b Nicholson, Oliver, ed. (2018). The Oxford dictionary of Late Antiquity First edition ed. Oxford, United Kingdom: Oxford University Press. OCLC 1019650139 
  3. «HISTORY». ՀԱՅ ԱՌԱՔԵԼԱԿԱՆ ԵԿԵՂԵՑՈՒ Արևմտյան Եվրոպայի Հայրապետական Պատվիրակություն (em inglês). Consultado em 12 de julho de 2024 
  4. «The Orthodox Church of Georgia». CNEWA (em us). Consultado em 12 de julho de 2024 
  5. «Items - Architecture and Asceticism». architectureandasceticism.exeter.ac.uk (em inglês). Consultado em 12 de julho de 2024 
  6. Casiday, Augustine (21 de agosto de 2012). The Orthodox Christian World (em inglês). [S.l.]: Routledge 
  7. Book of Canon Law pdf, page 26