The Night They Raided Minsky's
The Night They Raided Minsky's | |
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Quando o strip-tease começou (BR) | |
![]() 1968 • cor • 99 min |
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Direção | William Friedkin |
Roteiro | Rowland Barber (livro) Norman Lear Sidney Michaels Arnold Schulman |
Elenco | Jason Robards Britt Ekland Norman Wisdom |
Género | comédia musical |
Idioma | inglês |
Página no IMDb (em inglês) |
The Night They Raided Minsky's (br: Quando o strip-tease começou) é um filme musical norte-americano de 1968 dirigido por William Friedkin. O roteiro é baseado no livro de Rowland Barber (1960) que conta uma origem fictícia para o surgimento do striptease, que teria ocorrido no novaiorquino Teatro Burlesco Minsky em 1925.
Índice
Elenco[editar | editar código-fonte]
- Jason Robards... Raymond Paine
- Britt Ekland... Rachel Elizabeth Schpitendavel
- Norman Wisdom... Chick Williams
- Forrest Tucker... Trim Houlihan
- Harry Andrews... Jacob Schpitendavel
- Joseph Wiseman... Louis Minsky
- Denholm Elliott... Vance Fowler
- Elliott Gould... Billy Minsky
- Jack Burns... Candy Butcher
- Bert Lahr... professor Spats
- Gloria LeRoy... Mae Harris
- Eddie Lawrence... Scratch
- Dexter Maitland... Duffy
- Lillian Hayman... cantor
- Richard Libertini... Pockets
Sinopse[editar | editar código-fonte]
Em 1925, Rachel Schpitendavel é uma bonita moça Amish que foge da fazenda de sua família na Pensilvânia e chega em Nova Iorque com o sonho de se tornar dançarina. Ela mostra seu número baseado nas histórias da Bíblia ao dono do teatro burlesco, Billy Minsky, que não se interessa. Ele está mais preocupado com a perseguição moralista de Vance Fowler que ameaça chamar a polícia caso os números cômicos e musicais que apresenta fiquem mais provocativos. Minsky acaba aceitando a ideia de sua dupla mais conhecida, os cômicos Raymond e Chick, para usarem Rachel e seu número religioso para desmoralizarem Fowler e assim mentem a ele dizendo ser ela uma dançarina francesa conhecida como Mademoiselle Fifi, com uma "dança que fez delirar milhões de franceses". Mas as coisas se complicam pois Raymond e Chick se interessam por Rachel e acabam brigando, além do furioso pai dela chegar ao teatro e lhe ordenar que volte para a fazenda. No final, Rachel inventa, sem querer, o striptease.
Produção[editar | editar código-fonte]
Antecedentes[editar | editar código-fonte]
No livro Minsky's Burlesque, Morton Minsky (com Milt Machlin) escreveu (em tradução livre): "Era 20 de abril de 1925, a data que a invasão citada no livro aconteceu e que não foi tão memorável assim na história do burlesco americano mas foi um prelúdio para problemas maiores...De qualquer forma, a história da invasão é divertida mas foi apenas uma dentre as dezenas que ocorreram; nenhuma grande crise".
O Minskys foi invadido pela primeira vez pela polícia em 1917 quando Mae Dix descuidadamente retirou parte de sua roupa. Quando a plateia gritou, Dix voltou ao palco para continuar tirando as peças sob ruidosos aplausos. Billy Minsky ordenou que o "acidente" se repetisse toda a noite. Foi o início de um círculo interminável: para continuar com a licença, os Minskys tinham que manter o espetáculo limpo, mas, para agradar os clientes, eles tinham que correr riscos — toda vez que ousavam demais, eram invadidos.
De acordo com Morton Minsky, Mademoiselle Fifi foi na verdade uma mulher chamada Mary Dawson da Pensilvânia. O pai dela era policial e puritano Quaker mas ele nunca veio até Nova Iorque e nunca liderou uma invasão para fechar umas das casas Minsky. Além disso, Dawson não era uma stripper; era uma dançarina exótica que nunca mostrou partes "proibidas" em suas apresentações — até aquela noite.
Morton Minsky sugere que Billy convenceu Dawson a exibir os seios para criar uma sensação. Em 1925 isso era permitido para as mulheres de espetáculos estabelecidos como os de Ziegfeld, George White e Earl Carroll — assim como no burlesco — o topless exigia não haver movimento (como "pinturas vivas"). Mademoiselle Fifi ficou nua da cintura pra cima mas se moveu e isso foi o que deu início à invasão. "Apesar de que o show em geral tinha sido bem comportado", ele escreveu, "o final de Fifi e a publicidade que se seguiu sobre a invasão lotaram os teatros e [Minsky] abriu uma nova casa na Rua 42". O filme se baseou parcialmente nesse e em outros incidentes que aconteceram no teatro Minsky. Mais tarde o striptease foi considerado legítimo nos espetáculos de teatro e clubes norte-americanos mas a sua aceitação demoraria mais alguns anos.
Pré-produção[editar | editar código-fonte]
Norman Lear anunciara originalmente que a produção seria iniciada no outono de 1966. Contudo, as filmagens demorariam ainda mais de um ano, começando em outubro de 1967. Foi usado o Chelsea Studios em Nova Iorque.[1]
Em 23 de maio de 1967, o jornal Los Angeles Times noticiou que William Friedkin seria o diretor. O primeiro filme dele, Good Times (1967), com Sonny e Cher, acabara de ser lançado. Era uma comédia musical que satirizava vários gêneros cinematográficos, incluindo mistério, faroeste e suspense de espionagem, que fracassaria tanto com a crítica como com o público.
Tony Curtis foi anunciado para o elenco do filme em junho de 1967, provavelmente como Raymond Paine, mas desistiu em setembro por conta de preocupações com o roteiro revisado. Jason Robards assumiu um mês antes das filmagens começarem. (Raymond Paine era o nome de um artista verdadeiro que de fato apareceu no show aquela noite. Ele morreu atropelado em 1934). Em agosto de 1967, Alan Alda foi também anunciado, provavelmente para o papel de Billy Minsky. Alda, porém, estava na Broadway e não conseguiu deixar o papel em "The Apple Tree". Elliott Gould, que estava casado com Barbra Streisand, foi contratado para o substituir e assim fez sua estreia no cinema.
O comediante britânico Norman Wisdom tinha feito uma série de comédias baratas para a Rank Organisation, iniciando com Trouble in Store em 1953. Ele ganhou um BAFTA Award como o "Estreante Mais Promissor de 1954". Não voltou a ser mais valorizado pela crítica mas era popular com o público doméstico. Em 1966, ele se mudou para Nova Iorque para estrelar na Broadway a comédia musical de James Van Heusen-Sammy Cahn Walking Happy. Sua atuação foi aclamada e ele recebeu uma indicação para o Tony Award. The Night They Raided Minsky's foi seu primeiro filme norte-americano e recebeu alguns elogios.
The Night They Raided Minsky's foi o primeiro musical filmado com locações inteiramente em Nova Iorque. O orçamento excedeu 3 milhões de dólares, o que o transformou no filme mais caro feito na cidade até aquela data. Um quarteirão da East 26th Street entre a Primeira e Segunda Avenidas foi transformado no cenário de Lower East Side por volta de 1925. (Prédios vagos estavam para serem demolidos devido a um plano de reurbanização mas o trabalho foi adiado até as filmagens terminarem). Um trecho suspenso da linha férrea foi construído e pode ser visto no início do filme. As filmagens externas duraram duas semanas.
Esse filme foi o último trabalho de Bert Lahr. Apesar da idade avançada, ele insistia em trabalhar. Ele ficou mais conhecido como o Leão Covarde em The Wizard of Oz (1939) mas era um artista burlesco veterano. Em 21 de novembro, Lahr foi hospitalizado. Em Notes on a Cowardly Lion: The Biography of Bert Lahr John Lahr escreveu: "Bert Lahr morreu na manhã de 4 de dezembro de 1967. Duas semanas antes, ele voltou ao lar as 2 da manhã, resfriado e febril vindo do úmido estúdio onde The Night They Raided Minsky's estava sendo filmado. Seria comum que um homem com sua idade e reputação não tivesse que trabalhar tarde da noite, mas ele não pusera essa condição em contrato por confiança no produtor e também devido a precisar trabalhar. Os jornais noticiaram que a causa da morte fora pneumonia; mas ele sucumbiu a um câncer, doença que temia mas não sabia que sofria da mesma".
A maioria das cenas de Lahr foram realizadas. Norman Lear contou ao New York Times que "através de uma edição criteriosa nós conseguiremos fazer o resto do filme de maneira que sua performance maravilhosa permaneça intacta". Os produtores usaram um dublê, o artista burlesco Joey Faye, para terminar por Lahr.
As filmagens terminaram em 22 de dezembro de 1967. Estreou exatamente um ano depois, 22 de dezembro de 1968.
Pós-produção[editar | editar código-fonte]
O editor Ralph Rosenblum registrou a experiência com The Night They Raided Minsky's no livro de 1979 (que escreveu em parceria com Robert Karen), When the Shooting Stops ...The Cutting Begins. ISBN 0-670-75991-0
Rosenblum escreveu (em tradução livre):"Eu peguei Minsky's não por achar que seria um desafio mas sim que seria o contrário. Eu tinha demorado seis meses editando The Producers (1968), uma experiência que me atacara os nervos e não queria tão cedo outra parecida...O roteiro parecia de um filme vibrante e desimportante, repleto de números musicais, o tipo de produto que eu poderia encaixar em seis ou oito semanas. Eu amava editar musicais e esperava poucos cortes, de diversão sem muito sentido". Mas a edição demorou nove meses.
Ele escreveu: "Bem no começo, a ideia geral de The Night They Raided Minsky's tinha sido a criação de um musical à moda antiga mas com uma nova roupagem visual...Mas do que era para a complicação que virara ninguém sabia muito bem qual fora a razão...Ninguém se atreveu a reconhecer que essa nova roupagem que se esperava para Minsky's fosse essencialmente do tipo feito por [Richard] Lester, o que nos pouparia de muita angústia; mas essa aceitação seria considerada imprópria, senão blasfema, e dai simplesmente não passava pelas nossas cabeças".
Rosenblum qualificou a primeira versão, assistida com Friedkin e Lear, de "desastrosa". "O principal problema de Minsky's era a sua previsibilidade", Rosenblum continua. "O roteiro apontava para um musical nostálgico antigo, mas, com algumas poucas e importantes exceções, não havia nenhum tipo de sofisticação maior ao agrado do público moderno". Quando o corte foi assistido por David Picker, um executivo da United Artists, ele o considerou "o pior primeiro corte que ele havia visto". Contudo, como não havia data prevista para o lançamento, Picker falou para Lear e Rosenblum continuarem e usarem o tempo que fosse preciso.
Pegando sua experiência como editor de documentários, Rosenblum foi atrás de filmagens antigas disponíveis nas bibliotecas cinematográficas de Nova Iorque e começou a selecionar fragmentos da década de 1920. Com árdua tentativa e erro, esses fragmentos antigos foram usados não apenas como forma de contextualizar o tempo e lugar mas também para pontuar e embelezar cenas do filme. Rosenblum criou montagens desse material com os de Friedkin, fazendo a transição de imagens preto e branco com coloridas, num efeito que o editor considerou "mágico".
Enquanto Rosenblum trabalhava na edição durante todo o ano de 1968, Lear desenvolvia outros projetos incluindo o que se tornaria a série de TV All in the Family; Friedkin,por sua vez, foi à Inglaterra dirigir a adaptação da peça The Birthday Party de Harold Pinter. Pouco depois de ter assistido a primeira versão de Minsky's, Friedkin foi entrevistado pela televisão britânica e chamou o que vira de "o pior pedaço de porcaria que ele já tinha trabalhado". De acordo com Rosenblum, "Eu ouvi que [Friedkin] seria barrado das sessões [de Minsky's] pelo que disse naquele talk show e seria obrigado a pagar para assisti-lo".
The Night They Raided Minsky's na verdade foi todo refeito na sala de edição. "Depois de tudo, o que emergiu de Minsky's foi algo altamente contemporâneo", Rosenblum escreveu. "Agora se pode definir a "nova roupagem". O ponto óbvio que fugira no início de repente se tornou claro: A qualidade avant-garde que Richard Lester criara para filmes como Help! é o que descomplicaria a edição. Desde o momento que a pesquisa pela nova roupagem começou, Minsky's estava destinado a ser um filme de edição".
Rosenblum afirmou que realizou 1 440 cortes no filme. Como comparação, Annie Hall, um filme de mesmo formato, precisou de apenas 382.
É claro que a maioria dos créditos ficaram mesmo com Friedkin, que, de acordo com Rosenblum, "ainda não deve ter assistido o filme". Friedkin mais tarde admitiu não ter uma visão própria para Minsky's e citou a influência vinda de Rouben Mamoulian, no filme Applause (1929), o precursor notável do burlesco no cinema, com seu inovador movimento de câmera.
Adaptação teatral[editar | editar código-fonte]
Uma comédia musical adaptada para teatro chamada Minsky's esttreou em 6 de fevereiro de 2009 no Ahmanson Theatre, Los Angeles, e a temporada durou até 1 de março de 2009.. O novo musical foi dirigido e coreografado por Casey Nicholaw, com partitura de Bob Martin e música e letras de Charles Strouse e Susan Birkenhead. O musical é essencialmente uma nova história.[2][3]
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- EWALD FILHO, Rubens. Os Filmes de Hoje na TV. São Paulo: Global, 1975.
Referências
- ↑ New York: The Movie Lover's Guide: The Ultimate Insider Tour of Movie New York - Richard Alleman - Broadway (1 de fevereiro de 2005) ISBN 0-7679-1634-4
- ↑ Jones, Kenneth. "Fitzgerald, Leavel, Wendt, Dratch Star in Premiere of Minsky's Musical in L.A.", playbill.com, 21 de janeiro de 2009
- ↑ Informação sobre a produção de "Minsky's" no Ahmanson Theatre, veja "Minsky's Program", p. 6, 01/22/09 (PDF) centertheatregroup.org