Tin Machine (álbum)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Tin Machine
Álbum de estúdio de Tin Machine
Lançamento 22 de maio de 1989
Gravação Montreux; Compass Point Studios, Nassau, Agosto 1988–1989
Gênero(s) Rock, hard rock
Duração 56:49
Gravadora(s) EMI
Produção Tin Machine e Tim Palmer
Opiniões da crítica

O parâmetro das opiniões da crítica não é mais utilizado. Por favor, mova todas as avaliações para uma secção própria no artigo. Veja como corrigir opiniões da crítica na caixa de informação.

Cronologia de Tin Machine
Tin Machine II
(1991)
Cronologia de David Bowie
Never Let Me Down
(1987)
Sound + Vision
(1989)

Tin Machine é o álbum de estreia da banda Tin Machine, originalmente lançado pela EMI em 1989. O grupo foi a última empreitada de David Bowie, inspirado nas sessões com o guitarrista Reeves Gabrels. O baterista Hunt Sales e o baixista Tony Sales formaram o resto da banda, com Kevin Armstrong, "o quinto membro", provendo a guitarra rítmica.

O projeto foi planejado como um álbum de "volta às origens" de Bowie, com um som de hard rock e produção simples, como oposição aos seus dois álbuns solo anteriores. Deferentemente das outras bandas de Bowie (como The Spiders from Mars), a Tin Machine atuava como uma unidade "democrática".[1]

Desenvolvimento do álbum[editar | editar código-fonte]

A banda preparou algumas demos em Los Angeles, antes de ir para os Mountain Studios,[2] na Suíça, e depois para Montreal e, finalmente, para Nassau.[3] A banda não teve muita sorte com as gravações em Nassau, achando difícil produzir no meio de "cocaína e pobreza e crack," o que parcialmente inspirou a canção "Crack City."[3] Bowie também afirmou que seu passado como viciado em cocaína nos anos 1970 foi uma inspiração para a faixa.[4] As canções do álbum tendem a tratar de temas como drogas e decadência urbana.[5] Todas as faixas foram trabalhos em grupo, e a banda gravou 35 canções em só seis semanas.[2][3][6]

A primeira faixa gravada pela banda foi "Heaven's in Here," que foi composta a partir do improviso e gravada nas primeiras 30 horas das reuniões do grupo.[1] Eles continuaram com a gravação de um cover de "Working Class Hero", de John Lennon (uma das faixas de Lennon preferidas de Bowie)[7] e "If There Is Something," do Roxy Music, embora esta não tenha sido lançada até o segundo álbum do grupo.[1]

As faixas do álbum foram gravadas de maneira bruta e vívida, sem overdubs, para captar a energia da banda.[5][8] A banda instigou Bowie a evitar reescrever letras: "Eles ficavam falando o tempo todo, 'Não mude,' cante como você a escreveu. Espere. Eu já me censurei - e frequentemente me censuro - em termos de letras. Eu digo algo e penso, "Ah, talvez eu só mude um pouco disso."[7] Ele explicou: "Queríamos "sair da caixa" com energia, a energia que sentíamos enquanto gravávamos e tocávamos. Há muito, muito pouco overdub lá [no álbum]. Para nós, [o disco] tem o nosso som ao vivo."[2] Quase não houve demos para o álbum; Gabrels disse: "Basicamente, o álbum é a demo."[1]

Bowie gostou de fazer o álbum, dizendo: "Estou tão animado com isso que quero ir logo e começar a gravar o próximo álbum amanhã."[7] Em termos de estilo, ele afirmou que o álbum foi uma continuação de Scary Monsters: "É quase uma desconsideração dos últimos três álbuns que fiz. Voltando ao curso, poderíamos dizer."[7]

Mais tarde, Gabrels descreveria as canções do álbum como a banda emitindo "um grito para o mundo",[9] e Tony Sales, baixista da banda, descreveu a abordagem musical criada pela banda dizendo:

Estávamos muito cansados de ligar o rádio e ouvir aquelas músicas disco e dance e aparelhos de bateria; todas aquelas coisas, que acho que, na área, eles chamam de "porcaria." Nós só estávamos pensando num projeto que daria fim ao rock 'n' roll.[6]

Quando a banda terminou o álbum, Bowie estava certo de que a banda iria continuar. Ele disse: "Haverá, no mínimo, mais dois álbuns. Ah, sim, isso vai durar mais um tempo. Enquanto estivermos gostando tanto de tocar uns com os outros, por que não?"[7]

Recepção da crítica[editar | editar código-fonte]

Na época de seu lançamento, Tin Machine obteve algum sucesso, recebendo geralmente resenhas positivas e alcançando o n°3 nas paradas britânicas. Porém, vendas a curto-prazo do disco não foram boas, com estimativas de que o álbum tenha vendido por volta de 200 mil cópias até 1991[10] - embora até 2012 todo o catálogo de álbuns da Tin Machine tivesse vendido cerca de 2 milhões de cópias.[11]

A revista Spin chamou o álbum de "rock barulhento sem o barulho. Agressivo, direto, brutal e elegantemente liso, o disco combina a energia do rock de vanguarda com a punção rítmica tradicional do R&B",[6] resumindo o álbum ao o chamar de "diversão incendiária" e observando que "os vívidos irmãos Sale e Gabrels certamente se igualam e frequentemente ultrapassam Bowie."[5] A revista Rolling Stone elogiou a abordagem musical "cínica, indignada e ácida" do álbum como um "banquete muito bem-vindo de extravagância de uma guitarra irritadiça e de uma controle corporal de baixo e bateria", observando que o álbum, por vezes, parece um encontro entre Sonic Youth e Station to Station.[12] Uma resenha do McClatchy News Service chamou a banda de "uma máquina de rock 'n' roll esguia e maldosa" que demonstrava que "a volta de Bowie" era o seu álbum mais revigorante desde Scary Monsters, de 1980.[8]

Quando perguntado em entrevista sobre qual seria a principal crítica ao álbum, Bowie admitiu que o álbum poderia "não ser acessível" para alguns fãs. "Acho que não é tão melódico como se poderia imaginar que provavelmente seria [para um álbum de Bowie]."[7]

Performances ao vivo[editar | editar código-fonte]

A banda realizou alguns shows para a promoção do álbum, informalmente chamados de "Tin Machine Tour", em meados de 1989.[13]

Faixas[editar | editar código-fonte]

  1. "Heaven's in Here" (Bowie) - 6:01
  2. "Tin Machine" (Bowie, Gabrels, Sales, Sales) – 3:34
  3. "Prisoner of Love" (Bowie, Gabrels, Sales, Sales) – 4:50
  4. "Crack City" (Bowie) – 4:36
  5. "I Can't Read" (Bowie, Gabrels) – 4:54
  6. "Under the God" (Bowie) – 4:06
  7. "Amazing" (Bowie, Gabrels) – 3:06
  8. "Working Class Hero" ( Lennon ) – 4:38
  9. "Bus Stop" (Bowie, Gabrels) – 1:41
  10. "Pretty Thing" (Bowie) – 4:39
  11. "Video Crime" (Bowie, Sales, Sales) – 3:52
  12. "Run" (Armstrong, Bowie) – 3:20 (Not on vinyl version)
  13. "Sacrifice Yourself" (Bowie, Sales, Sales) – 2:08 (Not on vinyl version)
  14. "Baby Can Dance" (Bowie) – 4:57

Créditos[editar | editar código-fonte]

Músicos principais

Músicos de apoio

  • Tin Machine - produção
  • Tim Palmer - produção

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d di Perna, Alan (1991), "Ballad of the Tin Men", Creem2 (1): 50–59
  2. a b c Clarke, Tina (julho de 1989), "If I only had a band", Music Express magazine13 (138): 8–11
  3. a b c Derringer, Liz (agosto de 1989), "Tin Machine - Bowie's Latest Vehicle", The Music Paper, Manhasset, NY, 22 (1), pp. 16–17
  4. «David Bowie: Ornament – Oddity – Artist – Survivor». Exploring David Bowie. 14 de fevereiro de 2013. Consultado em 23 de novembro de 2016 
  5. a b c Passantino, Rosemary (julho de 1989), "Tin Machine Album Review", Spin magazine5(4): 110–111
  6. a b c Levy, Joe (julho de 1989), "I'm with the Band", Spin magazine5 (4): 35–36
  7. a b c d e f «Boys Keep Swinging». Exploring David Bowie. 8 de fevereiro de 2013. Consultado em 23 de novembro de 2016 
  8. a b Barton, David (8 de junho 1989), "David Bowie puts career on the line", Journal-American, p. D5
  9. "Rock 'n Roll notes", Rolling Stone magazine, 1991
  10. «Marketing David Bowie». Entertainment Weekly's EW.com 
  11. «About David Bowie - History, Biography, Songs and Facts». David Bowie Official Website. Consultado em 23 de novembro de 2016. Arquivado do original em 11 de janeiro de 2013 
  12. Fricke, David (15 de junho de 1989), "The Dark Soul of a New Machine", Rolling Stone (554): 137–139
  13. Nicholas PeggThe Complete David Bowie, Reynolds & Hearn Ltd, 2004, ISBN 1-903111-73-0