Turismo gastronômico

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Refeição mediterrânica na Dalmácia, Croácia.

O turismo culinário, gastronômico (português brasileiro) ou gastronómico (português europeu) é, segundo a Rede Europeia de Património Culinário Regional,[1] um conceito que parte da premissa de que a gastronomia de um destino turístico (país ou região) é um ativo sempre presente na cultura local[2] e por isso é incontornável na experiência global que um turista obtém desse lugar porque almoçar ou jantar fora é uma necessidade para qualquer viajante.[3] O turismo culinário não é sinónimo de turismo gastronómico porque este último é, por si só, como define o Instituto Camões,[4] um único produto turístico como já foi reconhecido pelo movimento Slow Food. É exemplo do turismo culinário a vivência local da Culinária do Mediterrâneo[5]

Cultura e economia[editar | editar código-fonte]

A World Travel Food Association (WTFA) define Turismo Culinário como parte de uma experiência turística completa na medida em que a Gastronomia representa uma fatia importante do Turismo cultural e está intimamente ligado ao Turismo Rural pela sua relação com as atividades agrícolas que produzem os ingredientes necessários à produção de refeições.[6] Em janeiro de 2014, a WTFA publicou um manual intitulado "Have Fork Will Travel"[7] onde se afirma que o Turismo Culinário não pode ser reduzido ao designado Turismo Gastronómico[8] porque segundo a WTFA este nicho "gourmet" compreende apenas 8,1% do total de viagens turísticas.

Como cada turista come, em média, pelo menos três vezes por dia, a aposta numa fileira como o Turismo Culinário representará, para a WTFA, um incremento das receitas turísticas, sobretudo nos países que não são conhecidos pela sua cultura gastronómica. Países como a Irlanda, Filipinas, Portugal ou Canadá podem ser bons exemplos de como um investimento na melhoria da qualidade da cadeia culinária pode resultar num retorno económico acrescido.[9]

A importância do Turismo Culinário no desenvolvimento económico sustentável foi já referenciado em 2012 no UNWTO Global Report on Food Tourism[10] durante onde é referido que enquanto produto turístico isolado a Gastronomia deixou de ser um meio de marketing uma vez que os turistas procuram cada vez mais experiências que liguem as suas visitas às origens culturais dos locais e os «sabores são uma parte de um todo».

Em outubro de 2014, a especialista em Turismo Culinário[11] Christine Couvelier declarou São Francisco como o melhor destino de uma lista de 10 cidades mundiais[12] enquanto o Peru foi galardoado com o prémio World's Leading Culinary Destination 2014[13] entregue no âmbito da World Travel Awards.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Rede Europeia de Património Culinário Regional». Consultado em 13 de dezembro de 2014 
  2. «Cozinha Catalã». Consultado em 13 de Dezembro de 2014 
  3. Allen, Gary J.; Albala, Ken (2007-10-30). The Business of Food: Encyclopedia of the Food and Drink Industries. ABC-CLIO. pp. 112–. ISBN 9780313337253
  4. «Lextec - Instituto Camões». Consultado em 14 de Dezembro de 2014 
  5. «Dieta Mediterrânica» 
  6. «Challenges and Opportunities in Vermont». Cuizine: The Journal of Canadian Food Cultures. Consultado em 13 de Dezembro de 2014 
  7. «Have Fork Will Travel». Consultado em 13 de Dezembro de 2014 
  8. http://www.world-gourmet-society.com/en/about
  9. McKercher, Bob , Okumus, Fevzi and Okumus, Bendegul(2008) 'Food Tourism as a Viable Market Segment: It's All How You Cook the Numbers!', Journal of Travel & Tourism Marketing, 25: 2, 137 — 148
  10. «UNWTO Food Toursim Global Report». Consultado em 14 de Dezembro de 2014 
  11. «USA TODAY - What is Culinary Tourism?». Consultado em 14 de dezembro de 2014 
  12. «Os melhores destinos para a Travelocity». Consultado em 14 de dezembro de 2014 
  13. «Culinária do Peru premiada pela World Travel Awards». Consultado em 14 de dezembro de 2014