Turismo LGBT
Turismo Gay ou Turismo LGBT é uma forma de turismo dirigida à população gay, lésbica, bissexual e transexual (LGBT),[1] que se tem implementado nos últimos anos em lugares de ampla ou alguma aceitação social da homossexualidade, como a Europa e América do Norte.

A indústria do turismo LGBT, inclui atualmente agências de viagens, viagens de cruzeiro, hotéis, centros de SPA, clubes noturnos e uma diversidade de campanhas publicitárias dirigidas e este tipo de público específico. É um mercado que está em expansão, representando aproximadamente US$ 68 bilhões, apenas nos Estados Unidos. Além de possuir um público relativamente numeroso, o público LGBT geralmente não possui filhos, o que acarreta em despesas menores e mais renda disponível, por isso recebem muita atenção quanto ao segmento de mercado. Empresários do ramo afirmam que, além gostarem de gastar com bens de alto luxo e conforto, este público costuma ser fiel aos prestadores de serviço que se apresentam favoráveis à causa gay. Sendo assim, qualquer região pode ser beneficiar com esse segmento turístico, desde que adote as práticas de gestão adequadas, com base em princípios de interculturalidade, visando o público LGBT.

No Brasil ainda não há que dimensionem com precisão e confiabilidade o tamanho deste nicho de mercado. Sabe-se, porém, que os destinos mais procurados por este público, segundo o Estado de São Paulo em pesquisa realizada em Junho de 2000, são Rio de Janeiro, Búzios, Fortaleza, Porto Seguro, Salvador, Recife e Juiz de Fora. Outros destinos também vêm se organizando para atrair o público LGBT, como Florianópolis, Bonito e Manaus. São Paulo, porém, é quem mais fatura entre todos os citados, por realizar a maior parada do orgulho LGBT do mundo.
Muito autores sobre Estudos Culturais chamam atenção para o assunto alertando que aceitar a população LGBT como consumidor não é o mesmo que aceitá-la como cidadã. A segmentação turística LGBT possui duas interpretações distintas. A primeira objetiva, o combate à homofobia, partindo do princípio que produtos e serviços específicos contribuem para maior visibilidade e aceitação. A segunda, incentiva a mesma iniciativa de existência de produtos e serviços específicos à comunidade LGBT, porém com o objetivo de separar o público LGBT dos heterossexuais, enfatizando o preconceito. Para os empresários que pretendem explorar este mercado, faz-se necessário esquecer esta segunda forma aqui expressa, pois não passam de velhos parâmetros que não cabem mais na atualidade. Recomenda-se, portanto, nada menos que ousadia, inovação e conhecimento nesta luta pela quebra de majorys.
A parada do orgulho LGBT e o turismo em São Paulo
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Com o crescimento da parada do orgulho LGBT, a cidade de São Paulo se tornou um dos destinos mais importantes do turismo LGBT na América Latina. A ocupação do setor hoteleiro de São Paulo se baseia em feiras e eventos corporativos, por isso é tão importante a realização de eventos como a parada gay. Enquanto a média de ocupação da rede hoteleira da cidade de São Paulo é de 50%, nos dias do vento a média de ocupação chega a 80% nos hotéis próximos ao local. Percebendo este potencial, os empresários da área têm investido cada vez mais, tanto em marketing quanto em atrações direcionadas ao público LGBT, sendo assim a contratação de mão de obra no período cresce cerca de 30%.

A parada do orgulho gay é o maior megaevento da cidade de São Paulo, mas não é o mais lucrativo por ser realizado apenas em um único dia, movimentando a cidade apenas por um final de semana. Eventos como a Fórmula 1 e o Carnaval, apesar de atraírem um número menor de pessoas, tendem a manter os turistas na cidade por mais tempo. Apesar do investimento por parte dos empresários, há certa carência de articulação entre iniciativa privada e poder público. Segundo o site Visite São Paulo, as principais reclamações durante o evento são relativas à dificuldade de mobilidade urbana e limitações da infraestrutura.
Além dos ganhos financeiros devido à contribuição para o turismo, o evento apresenta-se estratégico para o desenvolvimento social. A edição de 2011 intitulada "Jogue a homofobia e seu lixo no lixo", além de visar o combate à discriminação sofrida pelo público LGBT como em todas as edições, teve como objetivo a conscientização da população sobre a preservação do espaço público.
IGLTA
[editar | editar código-fonte]A IGLTA é a Associação Internacional de Viagens Gays e Lésbicas. Funciona como uma rede mundial de empresas de turismo acolhedoras da comunidade LGBTQIA+. Dispõem de informações gratuitas voltadas a interesses da comunidade sobre destinos, acomodações, agências de viagem e questões relacionadas a prática do turismo. Os membros associados são mais de 4.000 vindos de mais de 80 diferentes países. Apesar de ser um selo que é renovado anualmente – assim como também o treinamento para boas práticas com a comunidade – é interessante citar que no Brasil são 84 membros associados a IGLTA, mas nem todos apresentam registros de ações sociopolíticas voltadas a comunidade. A plataforma é interessante para os membros, visto que, na aba de “planeje sua viagem” é possível localizar informações sobre os membros, como por exemplo, desde quando são associados e quais são seus valores enquanto empresa gay-friendly. A plataforma é então uma ótima fonte de captação de clientes – lembrando que geralmente é um público que gasta mais, o que é interessante para as empresas – e uma ótima forma de propaganda positiva da empresa, trazendo uma visão mais humanizada para a marca.
Destinos turísticos
[editar | editar código-fonte]Lista dos principais destinosErro de citação: Parâmetro inválido na etiqueta <ref>
[2]
[editar | editar código-fonte]Copenhaga, Dinamarca.
Nisa, França.
Paris, França.
Berlim, Alemanha.
Colônia, Alemanha.
Amesterdão, Países Baixos.
Oslo, Noruega.
Londres, Reino Unido.
Manchester, Reino Unido.
Brighton, Reino Unido.
Estocolmo, Suécia.
Helsínquia, Finlândia.
Praga, República Checa.
Míconos, Grécia.
Viena, Áustria.
Tel Aviv, Israel.
Istambul, Turquia.
Bodrum, Turquia.
Gran Canaria, Espanha.
Madrid, Espanha.
Sitges, Espanha.
Ibiza, Espanha.
Torremolinos, Espanha.
Barcelona, Espanha.
Valência, Espanha.
Sevilha, Espanha.
Benidorm, Espanha.
Costa de Caparica, Portugal.
Algarve, Portugal.
Toronto, Canadá.
Montreal, Canadá.
Cidade do México, México
Puerto Vallarta, México.
Guadalajara, México.
Buenos Aires, Argentina.
Montevideo, Uruguai.
Rio de Janeiro, Brasil.
São Paulo, Brasil.
Curaçao, ex-Antilhas Neerlandesas.
Sydney, Austrália.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- AZEVEDO, MAURÍCIO SANITÁ et al. Segmentação no setor turístico: O turista LGBT de São Paulo. Revista ADM. v. 5. n. 3. P. 493-506. 2012.
- VIEIRA, ASTOR. Turismo LGBT na costa do cacau: uma alternativa econômica para o Sul da Bahia. Revista de Cultura e Turismo. Ano 1. n. 1. P. 12-22. Outubro de 2007.
Referências
- ↑ The Complete Travel Detective Bible: The Consummate Insider Tells You What You Need to Know in an Increasingly Complex World! by Peter Greenberg; Rodale, 2007; ISBN 1594867089, 9781594867088.
- ↑ «Top 10 destinos gays» (em espanhol). whichbudget. 2010. Consultado em 8 de setembro de 2010