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Historia de Ilhéus[editar | editar código-fonte]

O bom relacionamento entre colonizadores e nativos possibilitou a fundação da Vila de São Jorge dos Ilhéos que, em 1556, se transformou em freguesia por ordem de Dom Pero Fernandes Sardinha. Considerada por Tomé de Sousa como "a melhor coisa desta costa, para fazenda", a região se tornou produtora de cana-de-açúcar e ganhou muitas construções. Nos seus primeiros quinze anos, o progresso da vila era enorme e atraía todo tipo de pessoa. Jorge de Figueiredo doou pedaços de terra que se chamavam sesmarias a diversas figuras importantes do reino e, em 1537, doou uma sesmaria a Mem de Sá, que seria o terceiro governador-geral do Brasil, localizada no que foi chamado de Engenho de Santana, e onde hoje está localizado o povoado de Rio do Engenho.[1]

Ainda restam vestígios deste engenho, que foi explorado pelos jesuítas, e onde está localizada a capela de Nossa Senhora de Santana, considerada a terceira igreja mais antiga do Brasil.As desavenças com Romero , quebra de disciplina e decadência fortalecem os tupiniquins a iniciar ataques aos engenhos obrigando seus moradores a procurar a Vila de São Jorge e a cultivar somente o necessário para o sustento. Inicia-se a vinda dos jesuítas através do Padre Manoel da Nóbrega reacendendo nos colonos a esperança a melhoria da capitania decadente.Nesse período Tomé de Souza toma como providencia: alinhamento das ruas , construção de muros, tranqueiras convenientemente artilhados para segurança dos engenhos e povoados, casas para cadeias,pelourinhos e salas de audiência do governo.. Em 1551, com a morte do donatário, a capitania mudou de dono várias vezes e caiu no ostracismo, tornando-se apenas mais uma vila de pescadores na costa do país. Com a chegada dos ferozes índios aimorés, que passaram a atacar as plantações, Ilhéus sofreu um declínio econômico que resultou em decadência. A produção do açúcar começa a reerguer e a capitania a ser prospera.Em 1559 inciada a 'Guerra dos Ilhéus' em que índios tupiniquins tribo mais amiga dos portugueses assassina três portugueses por vingança a morte de um índio dada por um português.Com isso Mem de Sá inicia uma repressão violenta que resulta na 'Batalha dos Nadadores' em que índios tupiniquins atiram-se ao mar na praia do Cururupe perseguidos pelos índios tupinambás fieis a Mem de Sá travando uma luta ate a morte. Quando, em 1595, os franceses atacaram Ilhéus e foram repelidos, já existia, na entrada do porto, o Forte de Santo Antônio, transformado em 1611 em forte de pedra e cal.[1]

No século XVIII a capitania estagnou e a lavoura reduzia-se a cana de açúcar.A terra ainda cultiva da pelos indígenas que caçavam e pescavam para os colonos receosos dos índios aimorés. A vila de São Jorge mantinha-se pobre embora ainda fosse classificada como uma das melhores do Brasil pela fertilidade do solo , abundância de agua e madeiras de lei, mesmo com a mudança de donatário resultantes de uma penhora.[1]

Em 1754, o governo português acabou com o sistema de capitanias hereditárias e as terras brasileiras voltaram para as mãos do governo. Foi na segunda metade do século XIX que se iniciou o plantio de cacau. As primeiras sementes foram trazidas do Pará, pois o cacau é planta nativa da região amazônica, pelo francês Louis Frédéric Warneaux, e plantadas na fazenda Cubículo, às margens do rio Pardo, hoje município de Canavieiras. Antes dessa época, não se tinha conhecimento da importância do chocolate na alimentação e só pensava-se em cultivar a cana-de-açúcar, que era o que rendia mais.[1]

Com a importação de mudas de cacaueiros da Amazônia e sua notável adaptação às condições climáticas da região, Ilhéus viu brilhar, diante de si, um novo eldorado. O cultivo do cacau passou a gerar um número sem fim de histórias, recheadas de cobiça, amores e lutas pelo poder, se transformando, posteriormente, em um terreno fértil para os romances de Adonias FilhoJorge Amado, nos quais se narram as paixões desenfreadas dos coronéis por dinheiro, mulheres e terras.

Em meados de 1780 Ilhéus continuava com o mesmo aspecto de dois séculos anteriores: vegetava [1] A imagem de indignação foi compartilhada por diversos viagentes como Ferdinand Maximilian Von Habsburg: "foram aparecendo pouco a pouco as casas de São Jorge dos Ilhéus, uma imagem de pobreza e de um difícil começo" [2] A decadência econômica conduzia uma situação alarmante: não existiam escolas, casas de câmera, nem tão pouco cadeias. Na primeira metade do século XIX apenas o engenho de Santa Maria pertencente ao brigadeiro Felisberto Caldeira Brant , Marques de Barbacena demonstrava alguma prosperidade.O ano de 1818 marcou também a chegada dos primeiros colonos alemães a Ilhéus.Em 1836 Ferdinand Denis , em seu livro "Brésil" constata que a europa não poderia imaginar a calmaria filosófica dos habitantes de Ilhéus que não desejavam nada além daquilo que o céu e lhe concedia. Para Ferinand , Ilhéus parecia perdida em prosperidade.

Na primeira metade do século XIX o município conservava o mesmo aspecto de séculos anteriores: dormitava a beira do Atlântico.Em 1863 acontecia a primeira eleição a bico de pena, ou seja primeira fraude eleitoral.Em 1866 a exportação do município para província atingia valor superior a 331 contos de reis e o cacau já tornava-se principal fonte de renda com quase 32 mil arrobadas vendidas a 5 mil reis , representando 159 contos.O desenvolvimento econômico começava a mudar o aspecto urbano da sede.[1]

Em 28 de junho de 1881,com a lei provincial 2187, Ilhéus foi elevada à categoria de cidade, numa ação referendada pelo Marquês de Paranaguá. Em 1913, a cidade foi transformada em bispado. O governo brasileiro doava terras a quem quisesse plantar cacau. Vieram sergipanos e pessoas fugidas da seca do nordeste, do próprio estado e de todo lugar. Em dez anos, a população cresceu de uma forma explosiva. Plantava-se cacau em abundância e vieram pessoas buscando o eldorado. A região teve, então, seu aspecto totalmente modificado.[1]

Em 1914 com uma forte tempestade , a estrada de ferro Ilhéus - Conquista contruida em 1904 pela firma Oliveira , Carvalho e Cia. foi danificada pela enchente que levou a grande prejuízos,mas a cidade consegue recuperar os prejuízos e mantinha posição de destaque entre as cidades baianas.A antiga vila de casas desalinhadas , agora dava lugar a palacetes, vinte e oito praças , diversas industrias, agencias de navegação, além de exportar cacau , exportava também óleo de copaíba, couro, sabão , madeira para marcenaria, peixe seco, entre outros. Os principais povoados nesse período eram Pontal, Itabuna, Banco da Vitoria ( criado em 1830) , Almadina, Ariguatá, Cururupe, Iguape,Olivença,Sao João, Castelo Novo.

Nesta época, começaram a se construir belos edifícios públicos, como o Palácio do Paranaguá, que abriga até hoje a Prefeitura, e a sede da Associação Comercial de Ilhéus; belas casas, como a do coronel Misael Tavares e a da família Berbert, uma cópia do Palácio do Catete no Rio de Janeiro, e muitos outros belos prédios.

Nem os conflitos sangrentos que se prolongaram por mais de um ano conseguiram frear o desenvolvimento de Ilhéus.O cacau subia de preço , o dinheiro corria fácil, e as fortunas cresciam rapidamente.Gastava-se com prodigalidade e o champagne francês era vendido como aperitivo nos bares.Em 1920 inaugura a primeira ponte de atracação do porto e um trecho de cais e o Hospital São José.

  1. a b c d e f g Brandão e Rosário, Arthur e Milton (1970). estorias e historias de Ilheus. ilhéus: sbs ltda. pp. 12 a 74 
  2. Von Habsburg, Ferdiand Maximilian (2010). Mato virgem. ilhéus - bahia: editus