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A preguiça-de-coleira, preguiça-preta (nome científico: Bradypus torquatus), também chamada aipixuna, aí-pixuna, aí-igapó é uma das quatro espécies do gênero brádipo (preguiça-de-três-dedos), endêmica na Mata Atlântica, no Brasil, principalmente nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Faz parte da classe: Mammalia, da ordem: Xenarthra e família: Bradypodidae. Tais animais, ameaçados de extinção, se distinguem por possuírem pelagem castanha e nuca com longos pelos negros, formando uma espécie de crina. O tom marrom-esverdeado dos grossos pelos das preguiças se deve à presença de inúmeras algas e cianobactérias vivendo em simbiose. Não são conhecidas subespécies. Como as demais espécies de preguiças, B. torquatus é um animal bastante especial não apenas quanto as suas características anatômicas e fisiológicas, bem como no que tange aos hábitos alimentares e outros aspectos do comportamento. Sua suscetibilidade ao estresse é muito evidente.

História[editar | editar código-fonte][editar | editar código-fonte]

A ordem Xenarthra, também conhecida como Edentata, inclui as preguiças, os tatus e os tamanduás. Registros fósseis indicam que essa ordem, originada há mais de 50 milhões de anos na atual América do Sul, tenha sofrido uma grande irradiação de formas ao longo de sua história evolutiva, e que durante o Pleistoceno (>10.000anos) muitas espécies tornaram-se extintas, sobretudo as de grande porte (Cartelle, 1994; Pough et al., 2003).

Wetzel (1985) reconhece 29 espécies viventes, 5 de preguiças, 20 de tatus e 4 de tamanduás as quais são incluídas nas famílias Bradypodidae e Megalonichidae (preguiças), Dasypodidae (tatus) e Mymercophagidae (tamanduás). Em 2001 Anderson & Handley Jr. descreveram uma sexta espécie de preguiça, Bradypus pygmaeus, endêmica à Ilha Escudo de Veraguas na costa norte do Panamá.

O nome Xenarthra deriva de xenarthria que significa articulações estranhas, uma característica do grupo que possui vértebras com um maior número de articulações quando comparadas a outros mamíferos. Essa característica, no entanto, é rudimentar nos indivíduos da família Bradypodidae (Cartelle, 1994). Outras características dos Xenartra são a fusão dos ossos da cintura pélvica com as vértebras sacrais, ossos longos compactos e sem canal medular, e dentes ausentes ou rudimentares com ausência de esmalte, os quais não são substituídos ao longo da vida do animal e têm crescimento contínuo (Cartelle, 1994).

As espécies atuais das famílias Bradypodidae e Megalonichidae são agrupadas em dois gêneros, Bradypus e Choloepus. O primeiro inclui as preguiças de “três dedos”. O segundo gênero inclui as preguiças de “dois dedos” (Choloepus didactilus e C. holffmanni), que possuem apenas

duas garras nos membros anteriores, membros posteriores pouco menores que os anteriores.

Etimologia[editar | editar código-fonte][editar | editar código-fonte]

Preguiça-de-coleira ou preguiça-preta são referências à mancha escura em sua nuca, que se assemelha a uma coleira. Aipixuna e aí-pixuna vêm da junção dos termos tupis a'i, "bicho-preguiça" e pi'xuna, "preto". A preguiça é o mamífero mais lento do mundo, tão sedentário que as algas crescem em sua pelagem. A planta dá uma tonalidade esverdeada que é útil para camuflar as árvores de sua floresta tropical da América Central e do Sul.

As espécies do gênero Bradypus possuem a pele com um tom esverdeado, que é devido ao crescimento de algas nos cabelos. O pelo cresce das patas traseiras em direção à cabeça. Esse padrão de crescimento exclusivo ajuda a acomodar seu estilo de vida invertido, derramando água do pelo, pois as preguiças são mamíferos arbóreos estritos que passam a grande maioria de seu tempo em posição suspensa. Desde a nuca até a região dos ombros, as preguiças de três dedos têm pelos de aproximadamente 15 centímetros de comprimento e se projetam como plumas desgrenhadas, dando-lhes uma aparência de guarnição. Bradypus torquatusos machos possuem uma juba negra emblemática ao redor da região dorsal do pescoço, essa juba negra está ausente em mulheres e bebês. A juba negra pode ser um sinal visual que ajuda as fêmeas a reconhecer os machos.

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte][editar | editar código-fonte]

A preguiça-de-coleira atualmente é encontrada apenas na Mata Atlântica da costa sudeste do Brasil, embora também tenha sido encontrada ao norte. Foi identificada predominantemente em florestas perenes, embora, sendo capaz de comer uma grande variedade de folhas, também possa habitar em florestas semidecíduas e secundárias. É normalmente encontrada em climas quentes e úmidos sem nenhuma estação seca e com precipitação anual de pelo menos 120 centímetros (47 polegadas).

Anatomia e morfologia[editar | editar código-fonte][editar | editar código-fonte]

A preguiça-de-coleira recebe seu nome por causa de uma crina de pelo preto que desce pelo pescoço e pelos ombros. A crina é geralmente maior e mais escura nos machos do que nas fêmeas e, neste último, pode ser reduzida a um par de longos tufos. Além da crina, o pelo é relativamente uniforme em cor e, em particular, os machos não têm a mancha de pelo brilhante encontrada nas costas de outras preguiças intimamente relacionadas. A pelagem do corpo dos adultos é marrom-acinzentada. Os filhotes e juvenis apresentam pelagens que variam do branco ao marrom-claro, sendo ausente a mancha característica da espécie. A coloração deste e das demais espécies de preguiça podem ficar esverdeadas devido à presença de algas simbiontes que vivem em suas pelagens. Além destas, se encontram em sua pelagem ácaros, carrapatos, besouros e mariposas, os chamados artrópodes associados.

Os machos adultos têm um comprimento total da cabeça e do corpo de 55 a 72 centímetros (22 a 28 polegadas), com uma cauda de cerca de 5 centímetros (2,0 polegadas) de comprimento e um peso de 4,0 a 7,5 quilogramas (8,8 a 16,5 libras). As fêmeas são geralmente maiores, medindo 55 a 75 centímetros (22 a 30 pol.) E pesando 4,5 a 10,1 quilogramas (9,9 a 22,3 libras). A cabeça pequena da preguiça-de-coleira apresenta aurículas cobertas de pele e olhos orientados à parte anterior, geralmente cobertos por uma máscara de cabelo preto. Os lados do rosto e do pescoço apresentam pelos longos cobrindo os pelos curtos do focinho. As vibrissas faciais são esparsas.

O crânio possui um longo bico mandibular pré dental, os flanges pterigoides são alongados, e os seios pterigoideos são inflados, a nasofaringe Antero dorsal tem mais de um par de forames; os dentes são comprimidos anteroposterior mente. Possuem cinco molares superiores, quatro molares inferiores, além da ausência de incisivos, caninos e pré-molares. Como todas as outras preguiças, tem muito pouca massa muscular em comparação com outros mamíferos de seu tamanho. É essa massa muscular reduzida que permite que se pendure em galhos mais finos. Não apresentam grande dimorfismo sexual, fazendo com que nem sempre seja possível diferenciar os sexos apenas através de morfologia externa.

Ecologia e comportamento[editar | editar código-fonte][editar | editar código-fonte]

As preguiças-de-coleira são animais diurnos solitários, com exceção do período de reprodução e da mãe com seu filhote, passando de 60 a 80% do dia dormindo, com o resto mais ou menos dividido igualmente entre alimentação e locomoção. As preguiças dormem nas virilhas das árvores ou penduradas nos galhos pelas pernas e enfiando a cabeça entre as patas dianteiras.

São folívoros e se alimentam exclusivamente de folhas de árvores e cipós, especialmente de embaúba (cecrópia). Embora animais individuais pareçam preferir folhas de determinadas espécies de árvore, a espécie como um todo é capaz de se adaptar a uma ampla variedade. As folhas mais novas são preferíveis às mais velhas, e as folhas das árvores são preferíveis às folhas de cipó. As preguiças possuem um metabolismo extremamente lento, que corresponde a taxa metabólica de um outro mamífero com cerca da metade de seu tamanho. Verificou-se que alguns indivíduos viajaram dentro duma área residencial de 0,5 a 6 hectares (1,2 a 14,8 acres), com densidades populacionais estimadas de 0,1 a 1,25 por hectare (0,040 a 0,506 / acre). As preguiças na natureza têm como predadoras aves de rapina de grande porte, como o uiraçu ou harpia e o gavião de penacho, felinos e algumas serpentes. Não predam nenhum animal, pois só se alimentam de folhas. Sua única defesa consiste em camuflar-se entre as folhas na copa das árvores. As preguiças urinam e defecam a cada sete ou oito dias, sempre no chão, próximo a base de sua árvore em que costumam se alimentar. Com isso há uma reciclagem dos nutrientes contidos nas folhas ingeridas pelo animal, que são parcialmente devolvidos a árvore através dos seus dejetos. Nas árvores próximas ao centro elas demoram menos tempo para fazer suas necessidades fisiológicas, talvez por se sentir protegidas, não tenha que enfrentar as dificuldades da mata.

Raramente as preguiças-de-coleira descem das árvores porque, quando estão em uma superfície plana, não conseguem ficar em pé e andar, podendo apenas se arrastar com as patas dianteiras e as garras. Viajam para o solo apenas para defecar ou se mover entre as árvores, quando não podem fazê-lo por meio dos galhos. As principais defesas da preguiça são permanecer imóvel e atacar com suas garras. Podem nadar bem, mas não se move bem no solo.

Em terra, as fracas patas traseiras das preguiças não fornecem energia e suas longas garras são um obstáculo. Eles devem cavar a terra com suas garras dianteiras e usar suas fortes pernas dianteiras para se arrastar, arrastando suas barrigas pelo chão. Se capturados em terra, esses animais não têm chance de fugir de predadores, como os grandes felinos, e devem tentar se defender com garras e mordidas. Embora não pudessem ser mais desajeitados em terra, as preguiças são surpreendentemente boas nadadoras. Às vezes caem diretamente das árvores da floresta tropical nos rios e nadam eficientemente com os braços longos. As áreas domésticas de diferentes indivíduos podem se sobrepor consideravelmente e as mulheres tendem a ser mais sociais do que os machos, mas geralmente um adulto (ou mulher com filhote) ocupará uma árvore a qualquer momento. As preguiças podem usar diferentes fontes alimentares, dependendo do que as mães lhes ensinaram a comer.

A preguiça de três dedos emite uma chamada longa e estridente que ecoa pelas florestas. A preguiça de três dedos é ativa durante o dia, ao contrário da preguiça noturna de dois dedos e, portanto, é vista com mais frequência. Essa preguiça só come folhas de árvores e lianas, mas pode se alimentar de cinquenta árvores individuais de até trinta espécies, comendo folhas de diferentes idades. Preguiças vivem, alimentam, acasalam e se reproduzem perto dos níveis superiores do dossel da floresta. Eles se mudam para uma nova árvore com frequência suficiente para equilibrar sua dieta, ou aproximadamente uma vez a cada 1,5 dias.

Embora grande para um mamífero arbóreo, a preguiça de três dedos também deve ser leve para que seu tamanho viva nas copas das árvores, por isso reduziu a massa muscular. Eles também têm uma enorme capacidade intestinal – quase 30% do seu peso corporal! A dieta das folhas da preguiça é digerida muito lentamente, portanto, elas precisam de uma grande capacidade.

As preguiças consomem uma quantidade significativa de material foliar em uma floresta. No entanto, eles têm um metabolismo lento, por isso têm pelos espessos para isolá-los quando a temperatura do corpo cai à noite; sua temperatura atinge o pico durante o dia em que se aquecem à luz do sol.

Reprodução e ciclo de vida[editar | editar código-fonte][editar | editar código-fonte]

Embora alguns relatórios indiquem que as preguiças-guará são capazes de procriar durante todo o ano, outros observaram que a maioria dos nascimentos ocorre entre fevereiro e abril. A mãe dá à luz a apenas um filhote, que inicialmente pesa cerca de 300 gramas e não tem a crina característica dos adultos. Os jovens começam a ingerir alimentos sólidos com duas semanas e são totalmente desmamados por volta dos dois a quatro meses de idade. Os jovens deixam a mãe entre nove e onze meses de idade. Embora sua expectativa de vida não tenha sido estudada em detalhes, foi relatado que eles viveram por pelo menos doze anos. As preguiças acasalam e dão à luz enquanto penduradas nas árvores. Bebês de preguiça de três dedos costumam ser agarrados às mães – viajam agarrados a eles pelos primeiros nove meses de suas vidas.

Uma fêmea adulta passa metade do ano grávida e a outra metade cria sua única filha. Preguiças jovens podem começar a comer folhas quando têm duas semanas de idade. Enquanto a mãe carrega os filhotes, ela mostra quais árvores e lianas são adequadas para comer dentro de sua área de origem. Quando o bebê tem 6 meses, a mãe repentinamente deixa os filhotes em sua área de origem e se muda para uma área próxima. A jovem e a mãe mantêm contato através de vocalizações, e a jovem continua a usar essa parte do seu alcance por um tempo e depois parte.

Conservação[editar | editar código-fonte][editar | editar código-fonte]

É considerada uma espécie vulnerável pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. A ocorrência desta espécie de preguiça somente em alguns remanescentes de Mata Atlântica no Brasil (Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro), aliada à fragmentação e a destruição deste habitat pela ação antrópica, vem aumentando seu risco de extinção. Conforme a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) (2010), a espécie está classificada na categoria "vulnerável". Também foi classificada em 2005 como em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo; em 2014, como vulnerável na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014; em 2017, como vulnerável na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia; e em 2018, como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e como criticamente em perigo na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro. As principais ameaças à conservação da espécie são a degradação por desmatamento à produção de carvão vegetal, plantações e pastagens de gado, a caça ilegal, a fragmentação de habitats leva a uma variabilidade genética reduzida, e devido ás grandes dimensões de áreas de vida fragmentos comumente não apresentam indivíduos suficientes para manter populações viáveis. Em IUCN – The World Conservation Union (Red data book), inclui a espécie como rara e ameaçada. Atualmente o principal predador das preguiças é mesmo o homem, que as caça e comercializa inescrupulosamente em feiras livres e nas margens de rodovias, a ação do homem sobre esses animais tem sido muito facilitada, nos últimos tempos, pela acelerada fragmentação e destruição das matas, o que leva as preguiças a se locomover desajeitadamente pela superfície do solo, de uma ilha de mata para outra, em busca de alimento e abrigo, ficando totalmente expostas à caça e captura.