Usuário(a):Ialima/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Espécie: Preguiça Comum (Bradypus variegatus)


Como ler uma infocaixa de taxonomiaPreguiça-comum

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Placentalia
Superordem: Xenarthra
Ordem: Pilosa
Família: Bradypodidae
Género: Bradypus
Espécie: B. variegatus
Nome binomial
Bradypus variegatus
Schinz, 1825
Distribuição geográfica

A preguiça-comum (nome científico: Bradypus variegatus), também conhecida como preguiça-de-garganta-marrom ou preguiça-de-óculos, é uma espécie da ordem Pilosa, subordem Folívora e família Bradypodidae.

Mede em torno de 50 a 70 centímetros de comprimento, mas podem atingir até um metro, pesando de 3,5 a 4,5 kg e sua cauda medindo entre 3,8 a 90 cm.[1] Apresentam os membros torácicos maiores que os membros pélvicos[2] e são, em geral, de cor cinza com riscos branco ou marrom, com manchas claras ou pretas, possuindo os pelos longos, grossos e ondulados,[3] assim como uma espécie de “máscara” preta sobre os olhos. Os machos adultos se diferenciam das fêmeas por apresentarem uma mancha de coloração alaranjada no dorso das costas.[4] Ás vezes apresentam coloração verde por conta dos musgos dos troncos das árvores que ficam fixados em seu corpo. Tal mecanismo auxilia na capacidade de sobrevivência do animal, pois o camufla por entre a vegetação.

Suas vértebras são muito numerosas e seu osso pélvico é fundido com as vértebras do sacro. As três garras que possui em seus membros a auxilia na adesão à copa das árvores, assim como a ajuda na defesa quando ameaçada.[1] A sua temperatura corporal pode variar de 24° a 35°C, podendo morrer se for expostas a temperaturas extremas.[2]

Dieta[editar | editar código-fonte]

A alimentação desses animais é puramente herbívora, sendo designados como os maiores vertebrados consumidores folívoro primário.[1] Alimentam-se das folhas de embaúba, figueira e ingazeira, sendo que desta última também são aproveitados os frutos, porém são bastante exigentes em sua dieta[4] e apresentam um estômago grande e complicado que pode representar de 20 a 30% do seu peso. [2] Algumas plantas possuem como defesa compostos tóxicos em suas folhas, porém a preguiça detém de uma flora intestinal bacteriana simbionte, que faz com que a celulose seja quebrada causando redução na perda dos alimentos, assim como uma melhor adequação às novas alimentações, inclusive as que apresentam toxicidade. [2]Esses animais possuem quatro estômagos, com intestino curto,[1] que as capacitam na realização dos processos digestivos através de fermentação gástrica.[2] Por necessitarem de pouca água para processos fisiológicos, a ingestão de água pelas preguiças é limitada aos alimentos, disto parte a preferência e seletividade destes animais por folhas mais jovens, que vão apresentar menores concentrações de fatores antinutricionais e maiores concentrações de açúcares, água e proteínas[5]

A preguiça comum não apresenta dentes incisivos, sendo por isso enquadrada como endendatas. A B. variegatus apresenta somente os molares e seus dentes não possuem esmalte nem raiz, caracterizando sua especialidade de maceração dos alimentos ingeridos.[2] Sua língua não apresenta a função de captação de alimentos, porém é de extrema importância no auxílio do deslocamento do alimento na boca.[2]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Natural da Mata Atlântica e da Amazônia, podendo ser encontrado em algumas áreas do Cerrado e do Pantanal[4], o bicho-preguiça encontra-se também em outros países da América do Sul e da América Central, sendo assim a espécie que possui uma ampla área de distribuição.[4] Embora ainda não seja considerado um animal em extinção, já está desaparecendo de diversas regiões onde era comum, como no Nordeste brasileiro, dispondo de uma grande capacidade em tolerar alterações em seu local de sobrevivência.[3]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

Por não se tratar de um animal predador, a preguiça-comum possui estratégias de sobrevivência, como a coloração de sua pelagem, capacidade de camuflagem com musgos de árvores e até seus movimentos lentos e silenciosos são capazes de confundir e desviar a atenção de predadores. [6] Vivem por um longo período de tempo em descanso na copa das árvores, indo ao solo raramente ou em ocasiões que se associam à defecação, esta última podendo variar de intervalos de cerca de 8 dias,[4]apresentando mobilidade durante a noite.[7]

Devido ao desmatamento e as queimadas no seu habitat natural, é possível encontrar preguiças em fuga em áreas próximas às cidades, tornando estes animais presas fáceis para caçadores ilegais[6]

Possui o costume solitário, apresentando interação com outros animais em períodos de cópula ou no processo de crescimento social do filhote.[4] São animais de hábitos preferencialmente noturnos, sendo o período de sol utilizado para descanso, particularmente relacionado com o período de alimentação, digestão e saciação.[7] Elas passam até 8 horas do dia dormindo, quando em seu ambiente natural, e cerca de 14 horas quando em cativeiro. Apesar de serem animais lentos são ótimas nadadoras, devido a composição existe na pelagem que permite a sua flutuação[4].O grande “predador” das preguiças é o homem com a caça proibida, visto que uma parte da população utiliza as garras e os pelos como ingredientes para medicamento caseiro.[4]


Reprodução[editar | editar código-fonte]

Ocorre uma variação no período gestacional da preguiça fêmea. Em indivíduos de cativeiro pode acontecer de 120 a 180 dias, diferenciando do tempo dos de vida livre que possui o espaçamento de cerca de 19 meses, dando a luz a um filhote por vez.[3]

O período de amamentação da cria é de três a quatro semanas, entretanto, permanece no ventre da mãe por aproximadamente seis meses, sendo que, no final desse período, a mãe vai em busca de outra área para sobreviver e não provocar competição com o filhote.[3]

O bicho preguiça chega a sua maturidade sexual aos seis anos de idade. Porém, a época de acasalamento é variada de acordo com a região e ano, acontecendo na  América do Sul de julho a novembro e na América Central de fevereiro a maio.[3]

Em vida livre, após o acasalamento o macho não possui mais participação,resultando para a fêmea a responsabilidade pelo cuidado com o filhote, o que se mostra diferente em comparação à animais que vivem em cativeiro, em que o macho auxilia no cuidado, mesmo que o filhote não seja seu descendente.[2]

Ameaças[editar | editar código-fonte]

Mesmo que não esteja ameaçada de extinção, no Brasil, na região Norte, e na Colômbia, a preguiça-comum é confinada para a comercialização em feiras e venda de sua carne, como também para se tornarem animais de estimação,[3] o que se torna  inadequado devido ao modo de vida diferente do seu habitual.

Além disso, na Mata Atlântica os principais riscos para a espécie é o desmatamento[3], afetando o ambiente natural  que ela necessita para a sua sobrevivência, assim como o crescimento da matriz energética e rodoviária. Porém, com grande freqüência caem das árvores e conseqüentemente sofrendo sérios ferimentos podendo ser letal.[3] Ademais, na natureza, apresentam como predadores principais as aves de rapina, felinos de grande porte e algumas serpentes.[2]

Acidentes são causados pelo contato da preguiça a fios de alta tensão, visto que eles o utilizam para se deslocarem nos ambientes, sofrendo queimaduras, amputações e até morte devido ao alto nível do choque. Em casos extremamente graves é possível que o animal sofra a perda total dos membros ou de suas garras[3] que, para essa espécie, é extremamente importante devido ao seu desenvolvimento em ambientes arborizados.

Sistema respiratório[editar | editar código-fonte]

Em seu sistema respiratório evidencia uma traqueia sinuosa que, em conjunto das oito ou nove vértebras cervicais, permite a alta flexibilidade de rotação da cabeça, podendo chegar ate 270 graus.[1]


Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e Lima, Ana Kelen; Felipe, Caio; Luz Silva, Gilzelle (jul–dez 2018). «Biologia reprodutiva de Bradypus variegatus Schinz (1825): desafios e perspectivas» (PDF). Rev. Bras. Reprod. Anim. 
  2. a b c d e f g h i Pinheiro, Shery Duque (2008). «Comportamento alimentar da preguiça comum Bradypus Variegatus (Shinz,1825) (Xenarthra, Bradipodidae) no Parque Centenário de Barra Mansa -RJ». Comportamento alimentar da preguiça comum Bradypus Variegatus (Shinz,1825) (Xenarthra, Bradipodidae) no Parque Centenário de Barra Mansa -RJ 
  3. a b c d e f g h i «Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Mamíferos - Bradypus variegatus - preguiça comum». www.icmbio.gov.br. Consultado em 10 de janeiro de 2020 
  4. a b c d e f g h Cassano, Camila (março de 2006). «Ecologia e conservação da preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus Illiger, 1811) no sul da Bahia, na Universidade Estadual da Bahia (UESC)» (PDF). Dissertação de Mestrado 
  5. CHIARELLO (Set. 1998.). «Diet of Atlantic forest maned sloth Bradypus torquatus (Xenarthra:Bradipodidae)». Journal Zoology, London, v. 246, n.1,  Verifique data em: |data= (ajuda)
  6. a b «Bicho-Preguiça». Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Prefeitura de Petrópolis. Consultado em 18 de outubro de 2018 
  7. a b Silva, Gibran; Paz, Marília; Cordeiro, Tarcísio (Dezembro de 2017). «Monitoramento do bicho-preguiça Bradypus variegatus Schinz, 1825 (Xenarthra: Bradypodidae) em um remanescente de Floresta Atlântica (João Pessoa-PB, Nordeste do Brasil).» (PDF). Revista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade. Vol. 4, n.8, p. 299-312 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Ialima/Testes
Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Ialima/Testes


Ícone de esboço Este artigo sobre mamíferos é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.