Usuário:Parzeus/Filosofia da História1

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sobras[editar | editar código-fonte]

Além disso, Schopenhauer também negava a equivalência entre a História e a Ciência, enquanto a última se valia de universais objetivos, a primeira era feita com base no universal subjetivo, ou seja, os conceitos eram aplicados com base em uma visão particular do evento (do historiador) que tendia a generalizar.[1] Por fim, Schopenhauer ressalta a necessidade do historiador ter um olhar de poeta ao escrever a história, diante a perspectiva de que os eventos são passageiros e nada dizem sobre a "coisa em si", que é a Vontade, cabendo à poesia a capacidade de expressar esse interior do indivíduo, suas ações, sofrimentos, esforços, sua Vontade.[2]

Criar verbete teorias de explicação? - Flávia

Modelos teleológicas ou intencionais[editar | editar código-fonte]

Em oposição ao uso de leis ou regularidades para a explicação, as teorias teleológicas ou intencionais priorizam a intencionalidade para explicar atos de agentes históricos.[3] Teorias da explicação desse tipo foram desenvolvidas a partir da ideia de compreensão (Verstehen) de hermeneutas e idealistas como Dilthey e Collingwood que se opunham à explicação em sentido tradicional (utilizadas nas ciências naturais) para as ciências humanas (Geisteswissenschaft). Tais teorias, substituem a relação empática ou psicológica pressuposta pelos primeiros hermeneutas por uma relação de causação intencional relativa às causas finais por trás de um evento.[4][5] Esse é o caso da proposta de William Dray ao defender que as explicações dos historiadores não operam por leis, mas apenas por conceitos.[6] Além disso, a explicação histórica pressupõe uma reconstrução do pensar de agentes históricos, sendo o racional da ação. Em outras palavras, para explicar uma ação de um agente é preciso conhecer as considerações que o convenceram a agir tal como o fez.[7] Teorias como essa estão diretamente relacionadas às teorias da causalidade telológicas/intencionas, também associadas à noção de "quase-causação".[8] Georg von Wright diz que uma intenção, se pode ser entendida como causa final, não o é enquanto causa tal como entendida pós-Hume (ou seja, relação causa-efeito extrínseca). Ou seja, no sentido de que causa e efeito são logicamente independentes um do outro,[9] isso porque, de um ponto de vista teleológico-intencional, entende-se que o vínculo entre a razão de agir e a própria ação é intrínseco. Em um enunciado explanativo como "o povo se sublevou porque o governo era corrupto" a explicação parece causal porque o explanans se refere a um fator que precedeu o explanandum, mas é apenas quase-causal por duas razões: (1) a validade dos dois enunciados (explanans e explanandum) não exige, como em uma explicação causal, a verdade de uma conexão nomológica; e (2) o segundo enunciado tem uma estrutura teleológica-intencional implícita, pois o objetivo da sublevação era livrar-se do mal de que o povo sofria.[10] Um exemplo ainda mais flagrante é de uma explicação do surgimento da Primeira Guerra pelo assassinato do arquiduque da Áustria em 1914. Nesse caso, a forma da explicação é causal (pois os dois eventos são logicamente independentes), mas a "verdadeira mediação" entre os eventos está nas motivações por trás dos agentes históricos.[11]

Propostas narrativistas[editar | editar código-fonte]

Por fim, destacam-se ainda as teorias narrativistas, elaboradas no final do século XX, que tem em comum com as teorias teleológicas/intencionais o fato de diferenciarem o explicar do predizer.[12] As teorias narrativistas da explicação se aplicam apenas às ciências que têm como principal foco textos narrativos ou ao menos frases/sentenças narrativas, descritas logicamente pela primeira vez por Arthur Danto, um dos primeiros defensores de uma interpretação narrativista da história.[13] Desde Danto, esses tipos de sentenças tem sido consideradas fundamentais para diferenciar minimamente uma narrativa de outros tipos de discurso e, para os narrativistas em particular, também para diferenciar uma explicação própria dos historiadores.[14][15][16] Outra ideia do narrativismo está em assumir como inseparáveis ao menos a descrição e a explicação dentro da narrativa, uma vez que em sentenças narrativas descrever o que aconteceu coincidiria com explicar porque algo aconteceu. Isso não significa que metodologicamente não se possa ainda diferenciar a narrativa das provas materiais que a justificam.[17] Nesse sentido, se uma narrativa tem em sua base sentenças narrativas, não é mais possível entendê-la como um quebra-cabeça de fatos, como queria Walsh ao distinguir uma narrativa simples (plain) de uma narrativa significativa (significant) que estabeleceria conexões entre fatos. Na expressão de Danto, "a história é feita de uma peça só" (History is all of a piece).[17] Tomando uma posição mais radical nesse cenário, Hayden White passou a defender que uma narrativa apenas cria explicações aparentes, quando apenas refletem modos diferentes de dar significado narrativo concatenando eventos. Assim, chamou de "estilo historiográfico" as conjugações feitas pelos historiadores de afinidades entre diferentes tipos de argumentação formal (contextualista, mecanicista ...), implicação ideológica (conservadora, liberal ...) e elaboração de enredo (trágica, cômica ...).[18][19] Nesse problema de fronteiras narrativas entre historiografia e literatura, Paul Ricoeur procurou defender uma particularidade da explicação na intriga historiográfica que a distingue da literária a partir da teoria da imputação causal singular proposta por Max Weber e desenvolvida por Raymond Aron.[20][21] Essa teoria define uma explicação possível em uma narrativa a partir de três traços: uma análise dos fatores contextuais, o recurso às regularidades da experiência e a avaliação de possibilidades objetivas.[22] Tal teoria permite a Ricoeur conciliar outras teorias da explicação com a narração e, ao mesmo tempo, distinguir a abordagem do poeta, que explica recontando uma narrativa, da abordagem do historiador, que explica argumentando e re-argumentando após já ter organizado o curso dos acontecimentos.[23]

Incluir em teorias da verdade? : De modo geral, as teorias da verdade são correspondencialistas ou coerentistas, apesar de haver propostas que se pretendem moderadas entre essas.[24][25] Por um lado, dado que mentes investigativas querem saber (e não apenas crer) acerca de "como as coisas realmente são", a teoria da verdade por correspondência afirma (1) que certos eventos do passado realmente ocorreram; (2) que as proposições a respeito do fato histórico tem relação direta com ele; (3) que esses eventos passados são justificados porque no presente e existem provas suficientes de que ocorreram; ou seja: quando se sabe que Napoleão perdeu a Batalha de Waterloo, sabe-se que foi um evento acontecido no passado, e que isso é verdade porque há documentos que comprovam esse acontecimento. Pelo que se pode afirmar que um historiador enuncia proposições ou teorias (i.e., certos conjuntos de proposições) que são verdadeiras se somente se correspondem aos fatos a que se referem.[26][27][28][29][30] Nesse sentido, uma teoria correspondencial da verdade aplicada à historiografia compromete-se com um certo grau de realismo em relação ao passado.[31] Entre esses graus de realismo, destacam-se quatro vertentes: 1) o realismo mínimo ou realismo minimal, que corresponde a algo que exista objetivamente, ou seja, lógica e objetivamente independente de ser concebido; 2) o realismo moderado, ou seja, a visão naquilo que é representado por algumas de nossas crenças, mas que ainda é existencialmente objetivo; 3) o realismo científico, que se compromete em afirmar que as ocorrências da maioria dos objetos de nossas melhores teorias existem objetivamente; 4) e, o realismo comum, que propõe que as ocorrências da maioria dos tipos psicológicos e físicos existem dessa maneira.[32] Esse passado real implica que o passado existe em si, independente do historiador, colocando-o como um descobridor do passado, e não um criador.[33] Contudo, a substancialidade do que seria o passado em si (objetivamente independente) é algo ainda muito debatido.[34][35]

Por outro lado, a teoria da verdade por coerência também gera dificuldades, pois uma teoria correspondencialista da verdade rompe com a clara dualidade entre fato e teoria que possibilitaria distinguir com mais facilidade a ficção da história, de modo que os fatos passam a ser interpretados como teorias cuja seriedade já quase não se pode duvidar, tal como na linguagem comum diz-se que "a evolução já não é uma teoria, mas um fato".[36] Nesse caso, diz-se que uma proposição é verdadeira dentro de uma teoria se ela não gera contradição com outras dentro do conjunto de proposições em , podendo, portanto, serem os fatos provisórios em relação as teorias e suas reformulações; o que tem por imediata consequência a irrefutabilidade das teorias mediante fatos e ocasiona dificuldades também muito debatidas para se explicar a diferença factual da historiografia em relação à ficção, além do sucesso preditivo de certas teorias científicas e de verdades não passíveis de revisão dentro de sistemas matemáticos e lógicos.[37] Nesse sentido, as teorias da verdade por coerência comprometem o historiador com um algum grau de construtivismo, ou seja, o historiador em algum grau cria o passado, e não apenas o descreve, e a imagem que cria do passado é tão válida entre seus pares quanto ela apresenta-se coerente em suas partes. Assim, a pesquisa do historiador funciona variando entre uma seleção provisória de fatos (documentos) e uma interpretação teórica também provisória acerca deles.[38]

Além disso, os gregos também trouxeram o problema da subjetividade do historiador. O filólogo Wilamowitz chega a dizer que os gregos não foram os inventores da escrita história, já que ela já existia entre os egípcios e mesopotâmicos, mas que foram os inventores do historiador enquanto sujeito que escreve.[39]

Antropoceno[editar | editar código-fonte]

A filosofia do antropoceno vem da demanda de repensar a relação do ser humano com a natureza, em função das mudanças climáticas que se intensificaram após a Revolução Industrial e a partir do século XX, entendendo a espécie humana como o principal agente dessas mudanças. Tal perspectiva bate de frente com boa parte da tradição ocidental da filosofia da história que, desde Vico, passando pelos idealistas Croce e Collingwood, reforçam a diferença entre história natural e história humana. Como o próprio Collingwood argumentou em A ideia de História (1946), o processo natural não caberia às investigações historiográficas, incluindo os aspectos que remetem à fisiologia humana, como comer, copular e dormir.[40][41] Em contraponto com essa perspectiva da filosofia da história ocidental, desde fins do século XX, autores como Alfred Crosby, em nome da História ambiental, defendem uma perspectiva que vai contra essa distinção fundamental entre homem e natureza. Os historiadores ambientais entendem a espécie humana como agente biológica na história. Alegam que a biologia humana teve papel fundamental no desenvolvimento histórico. Nesse sentido, a ideia de antropoceno dificulta ainda mais a separação entre história natural e história humana, já que pressupõe a espécie humana como agente geológica capaz de produzir mudanças ambientais em escalas globais.[42]

Criar verbete tempo histórico? - Flávia

Ontologias[editar | editar código-fonte]

Uma ontologia do tempo (ontologia temporal) é uma descrição do que consiste o tempo, ou seja, uma definição sobre o que o tempo é a partir de uma ou mais entidades que o formam. Quanto ao tempo histórico, em particular, sua ontologia difere da ontologia do tempo relativístico usado na física, uma vez que esse último é definido conjuntamente com o espaço, enquanto que o tempo histórico é definido como uma dimensão separada do espaço. Isso não significa, porém, que o tempo histórico seja incompatível com a física, mas antes que as ciências históricas (ciências que estudam fenômenos no tempo histórico) trabalham com processos naturais que evoluem de maneira irreversível, como, por exemplo, o processo do envelhecimento. Nesse sentido, a flecha do tempo histórico é dada pela termodinâmica que afirma que os fenômenos ocorrem sempre com aumento de entropia.[43] Contudo, se nessa dimensão temporal de flecha do tempo se pode indexar os fenômenos estudados pelas ciências históricas, isso sozinho não esclarece do que é constituída essa flecha ou linha que vai do passado ao futuro, pelo que as ontologias do tempo histórico precisam ainda esclarecer se essa linha é constituída, por exemplo, por instantes ou pontos de tempo (eventos) ou por intervalos (períodos temporais) irredutíveis a pontos/instantes.

Esquema para intervalos temporais e em relações de inclusão, precedência e sobreposição.

Em uma ontologia de intervalos, os "modelos intervalados" (interval models) consistem em conjuntos de intervalos temporais com relações adequadas tais como: para " precede totalmente "; para " está incluído em "; e para " se sobrepõe a ".[44] Mas mais comumente emprega-se uma ontologia de instantes, onde definimos um modelo temporal por um conjunto de instantes e uma relação de ordenação entre esses instantes, uma ordenação de precedência para determinar que um instante precede outro; por exemplo: .[45] Para além dos debates acerca da ontologia do tempo histórico, em sentido estrito, vale ao menos mencionar que debates acerca da metafísica do tempo histórico englobam também outras questões como acerca do determinismo ou não do passado, do permanentismo ou não das entidades temporais e das noções temporais de necessidade e possibilidade.[46]

Lógicas[editar | editar código-fonte]

A organização da linguagem lógica do tempo a ser adotada por um filósofo está intimamente relacionada com questões acerca da ontologia do tempo, ou seja, sua reflexão acerca da dimensão do tempo, se conjunta ao espaço ou não, e acerca do que consiste o tempo (do que é formado), por exemplo, se por instantes (eventos) ou por intervalos (períodos de tempo irredutíveis). Essa relação de anterioridade da ontologia dá-se no sentido de que os sistemas de lógica temporal podem ser ou conjuntos com o espaço (refletindo o tempo relativístico) ou não, assumindo uma perspectiva tradicional do tempo (tempo histórico). Ademais, o lógico precisa saber de antemão se formalizará suas operações em um tempo histórico em termos de intervalos ou instantes.[44]

Por sua vez, os filósofos da histórica quando se ocupam de problemas lógicos relacionados ao tempo, estão se referindo ou a questões de como indexar certas proposições no tempo ou a questões acerca da ordem do tempo histórico (ordenação temporal), essas últimas que remontam a pelo menos Anaximandro de Mileto. De modo geral, os primeiros filósofos gregos, como Heráclito, e mesmo Platão, parecem ter defendido uma ordenação circular do tempo, embora a mesma concepção não tenha sido corrente entre os historiadores da época.[47] Acerca da ordenação do tempo cíclico, é importante ressaltar que, uma vez que seja uma ordenação sobre todos os instantes ou intervalos, todos os fenômenos terão inevitavelmente ocorrido e ocorrerão, uma vez que as mesmas circunstâncias serão verdadeiras tanto em relação ao passado quanto em relação ao futuro. O que é diferente de aceitar a repetição de apenas certos fenômenos (recorrência histórica), como, por exemplo, da revolução política cíclica entre as formas constitucionais de governo defendida por Políbio.[47] O tempo cíclico é ainda frequentemente relacionado ao tempo mítico, como entre os maias, que tinham uma visão de tempo cíclico em um movimento eterno, para eles, a história é uma contínua construção e desconstrução; dentro do ciclo, haveriam várias fases e cada qual mediada por uma divindade diferente (influenciando na característica desse período).[48] Outro caso é o da religião jainista, onde a concepção de tempo e história também é entendida como cíclica, havendo um período de decadência da humanidade (avasarpini) e de ascendência (upsarpini), seguindo uma sequência eterna de degradação da moral humana e de sua reestruturação.[49] O tempo cíclico é ainda associado a alguns filósofos gregos antigos. Platão no Timeu define o tempo como uma imagem móvel da eternidade. Nesse sentido, o tempo segue a eternidade como modelo, sendo seu caráter cíclico uma forma do tempo manter uma continuidade semelhante a da eternidade.[50] O tempo em Platão é dado pela repetição e a humanidade estaria condenada a esse retorno da própria decadência. O único modo de romper com essa decadência iminente seria o próprio conhecimento da história.[51]

Mais adiante, a influência do cristianismo na antiguidade tardia e na Idade Média levaram filósofos como Agostinho de Hipona a marcadamente defenderem uma ordenação linear e finita para o tempo histórico, determinando-o pela vontade de Deus e culminando no fim de tudo.[52] Também convém salientar que não necessariamente uma ordem lógica do tempo está comprometida com alguma teleologia, pelo que, nesse caso, o "fim" (instante final) em uma ordenação lógica não se confunde com "fim" (finalidade) enquanto certo valor para o qual os fenômenos podem tender, como, por exemplo, o ideal de progresso da modernidade. Tais concepções não fazem parte da lógica do tempo, e sim da teleologia do tempo.[53] A partir do XX, outra ordenação que se tornou comum para o tempo histórico é a de um tempo ramificado, ou seja, com várias linhas alternativas para o futuro ou para o passado, a fim de defender um indeterminismo ontológico ou epistemológico de certos fenômenos no tempo, como, por exemplo, e especialmente, quando depende de escolhas humanas.[54] Tal ideia de pluralismo de ramos do tempo histórico também possui paralelo com várias críticas de Walter Benjamin à concepção tradicional segundo a qual os fenômenos históricos estão localizados em um trajeto linear irreversível. Ernest Bloch, em A herança de nossos tempos, propôs a noção de simultaneidade do não-simultâneo (Gleichzeitigkeit des Ungleichzeitigen), justamente para dar conta da presença de fenômenos não contemporâneos atuando no presente. Na segunda metade do século XX, Reinhart Koselleck desenvolveu o problema a partir do conceito de estratos do tempo com o objetivo de superar as visões cíclicas e lineares, que seriam, segundo ele, incapazes de ilustrar os reveladores fenômenos de não simultaneidade.[55][56]

Modelo de instantes temporais com dois ramos, e .

No século XX, com o surgimento das primeiras lógicas formais do tempo em Time and Modality (1957) do filósofo e lógico Arthur Prior, as diferentes concepções da ordenação lógica do tempo histórico, como as mencionadas acima, passaram a ser descritas em estruturas matemáticas (topologias temporais) ligadas à semântica da Lógica Modal. Assim, diferentes sistemas lógicos de tempo são formados, cada qual com tautologias e teoremas próprios e hierarquizados como extensões do sistema minimal Kt. Tais sistemas são utilizados desde então pelos filósofos da história para avaliar argumentos formados por proposições que envolvem o tempo. Também são utilizados para modelar teorias históricas, arregimentar conceitos temporais, compreender a causalidade, entre outros usos, além do fato de tais lógicas possuírem aplicações extra-filosóficas.[57][58][59] A aplicação de tais sistemas, porém, não implica uma fácil matematização do âmbito historiográfico, dado que os historiadores trabalham com um domínio empírico de objetos, frequentemente até em uma dimensão cotidiana, e esse é o domínio do movediço, do impreciso, do "mais ou menos" e do "cerca de".[60] Contudo, no âmbito do conhecimento proposicional dos historiadores, as lógicas temporais têm contribuído para caracterizar com precisão diferentes ordenações do tempo (circular, linear, ramificado etc.) e suas implicações, além de caracterizar as proposições (enquanto sentenças lógicas) e argumentos formados por elas nos textos dos historiadores, traduzindo a temporalidade nas frases dos historiadores a partir de operadores lógicos como para designar "foi o caso que ", onde é um evento qualquer como "Júlio César morreu em 15 de março de 44 a.C.". Mas as sentenças lógicas (ou proposições) mais importantes para caracterização da narrativa historiográfica possuem uma forma lógica diversa, que são importantes para os defensores das teorias narrativistas; são as "sentenças narrativas" definidas pela primeira vez por Arthur Danto como sentenças que se referem a ao menos dois eventos temporalmente separados e descrevem o evento anterior. Seu exemplo célebre é "a Guerra dos Trinta Anos começou em 1618".[16] Nesse caso, diferente da sentença acima sobre Júlio César, a sentença de Danto, quando enunciada em um tempo , caso seja verdadeira neste instante, remete a outros instantes de tempo (ou pelo menos mais um) em que a guerra se prolongou.[61]

Teleologia[editar | editar código-fonte]

A teleologia é a área de estudos que se preocupa em investigar a finalidade das coisas, entre elas, a finalidade da história humana. O estudo do telos remonta desde Platão e Aristóteles, mas o termo próprio surgiu na modernidade com Christian Wolff, bem como a sua relação com a filosofia da história.[62]Entretanto, anteriormente a isso já se pensava no tempo histórico como algo determinado pelo fim, como o tempo escatológico em Agostinho.[63] Na perspectiva de Samuel Myon, as filosofias da história cristã e judaica já produziam uma teleologia histórica, já que também concebiam a finalidade da história estudando seus eventos próprios, indo além do que estava nas Escrituras.[64]

Dentro da orientação cristã e judaica a história era a história da salvação da humanidade, ela possuía um sentido, o sentido das vontades de Deus.[65] Inicialmente, as interpretações judaicas desse tempo histórico estavam diretamente ligadas a um sentido apocalíptico, aonde as mudanças da história eram tidas como abruptas, revolucionárias, e o fim era apenas de responsabilidade e conhecimento divino. O cristianismo, que se desenvolveu nesse meio, também concebeu perspectivas apocalípticas, mas a sua peculiaridade, que irá influenciar toda a historiografia ocidental posteriormente, era a encarnação divina da figura de Jesus Cristo, que será um marco na divisão dos períodos da história sagrada, e também converterá toda a teleologia do tempo histórico cristão para a volta dessa figura ao mundo humano.[66] Posteriormente, filósofos como Agostinho serão responsáveis pela distanciação dessa visão apocalíptica, compreendendo o tempo histórico até o seu fim como evolutivo, e não revolucionário. Dentro dessa nova perspectiva também foi fundamental uma leitura não só da bíblia, mas também dos eventos históricos para tonar a história sagrada aceitável.[67] No geral, uma das maiores contribuições das filosofias cristã e judaica para a história foi o pensar temporalmente as situações e as pessoas, além também da divisão do tempo histórico em eras, idades e períodos.[68]

Outra perspectiva teleológica do tempo de forte influência na filosofia da história ocidental é a dos iluministas franceses. Ainda confiando em um propósito para o curso histórico, os iluministas colocaram o desenvolvimento da razão da humanidade como o sentido da história. Nessa perspectiva, diferente da cristã, os franceses alegavam o homem como agente desse processo, sendo perceptível na Era Moderna os avanços da consciência humana, evidente na Revolução Francesa, e também os avanços científicos e tecnológicos da época. Voltaire, d'Alembert, Condorcet são alguns dos intelectuais que defenderam essa perspectiva, mesmo com atrasos e empecilhos, a finalidade era o progresso da humanidade para sua perfeição, sendo o tempo responsável pela exposição e inteligibilidade gradativa da razão humana.[69]

Na Alemanha, podemos ressaltar a teleologia na filosofia da história de Kant e Hegel. Kant partilhava da ideia iluminista de um progresso da razão humana, mas a sua razão estava diretamente ligada à liberdade moral, a capacidade do homem de tomar suas decisões mediante um ponderamento racional. Esse processo para chegar a liberdade moral é caótico, visto que a história é marcada pelo conflito entre os "planos da natureza" e as vontades do indivíduo, sendo os progressos em vezes caóticos e irreconhecíveis.[70] O quesito teleológico de Hegel traz algumas características da teleologia kantiana, sendo o progresso do tempo e da história direcionado para a liberdade, mas diferencia-se de Kant no sentido de que o processo também é caracterizado pela realização da liberdade. Essa liberdade vem da inteligibilidade do Espírito, que se objetivando na razão conhece a si mesmo. Essa objetivação da razão não se dá no âmbito coletivo, em períodos históricos relacionados com as formas que o Estado e as leis assume, já que o estado de direito é a expressão máxima desse reconhecimento da liberdade e da autocompreensão do Espírito. O conhecimento histórico é, nesse sentido, parte fundamental da teleologia hegeliana, já que a partir da consciência histórica entendemos o progresso do curso histórico e, por sua vez, o desenvolvimento do Espírito no tempo.[71]

Fenomenologia[editar | editar código-fonte]

O tempo fumando uma pintura de William Hogarth, 1761.

A fenomenologia é caracterizada por investigar os fenômenos tal como eles são apresentados à consciência do homem, podendo ser de ordem idealista, onde as coisas só exitem quando são concebidos por uma consciência, e realista, onde as coisas existem em si mas só as conhecemos através da consciência.[72] Dentro da filosofia da história, o tempo histórico fenomenológico geralmente é associado ao conceito de historicidade, que é a própria consciência e experiência do homem diante do mundo histórico. Desde Agostinho, pode-se encontrar algo como um tempo histórico fenomenológico. No livro XI de Confissões, Agostinho fala do tempo como algo percebido pela alma, ou seja, o tempo tem caráter interno. Em Agostinho, é na alma que o tempo é mensurado, ou seja, não há propriamente um passado, mas como a percepção desse passado é formado na alma. Assim, o filósofo redefine as divisões do tempo, passado/presente/futuro, sob uma perspectiva interna: (1) o presente do passado, que é a memória; (2) o presente do presente, que é a percepção imediata; (3) o presente do futuro, que é a expectativa.[73] Posteriormente, essa perspectiva de tempo como percepção do indivíduo será desenvolvida pelos fenomenólogos do século XX.[74]

Entre as propostas sobre tempo de Paul Ricoeur, podemos assinalar duas características importantes para a filosofia da história, sendo a união entre tempo e narrativa, e a formação do tempo calendário que congrega tempo vivido e tempo cosmológico. Em Tempo e Narrativa (1983), Ricoeur faz uma leitura do tempo fenomenológico agostiniano, e da Poética aristotélica, convergindo em uma das suas principais teses: a narrativa da sentido ao tempo, e o tempo é entendido quando é narrado.[75] A historicidade entre em contato com esse tempo narrado na medida em que é necessário caracterizar o tempo da ação dentro da narrativa, conferindo-lhe características que aumente sua dimensionalidade, não ficando circunscrito a um tempo unilateral e linear, mas que dialoga, a partir do presente, com as possibilidades de ação do homem. Para seguir com sua proposta de historicidade, Ricoeur recupera alguns conceitos do tempo em Heidegger, como a intratemporalidade. Para Heidegger, o Dasein (ser-aí) é caracterizado por estar entre os entes do mundo, sendo a intratemporalidade a descrição dessa condição existencial, assim, a temporalidade não é apenas uma sucessão de "agoras", ela é dependente do Dasein e da significação das coisas do mundo. Dentro da historicidade, o tempo não se apresenta de forma linear, e sim como a própria atmosfera que sustenta a vida do homem; é justamente essa característica que interessará para o tempo da narrativa histórica de Ricoeur.[76]

O tempo calendário de Ricoeur interessa diretamente à historiografia, já que ele seria justamente o tempo histórico necessário à escrita da história, o tempo que concilia a experiência individual de tempo com o tempo cosmológico. Ainda em Tempo e Narrativa, Ricoeur explica que o tempo calendário apreende o tempo do mundo, tendo como referência o movimento dos corpos celestes, por exemplo, e também contempla o tempo vivido, já que dá-se sentido aos dias mediante os acontecimentos e experiências históricas. Assim, o tempo histórico para Ricoeur é constituído de um movimento duplo, humanizar o tempo cosmológico, e universalizar o tempo vivido pelo homem.[77] Ambos fazem parte do mesmo tempo histórico, a experiência do indivíduo insere-se na perspectiva mais ampla da coletividade, afinal, as ações dos homens (o objeto da historiografia) não é mera expressão individual, antes, expressões individuais que chocam-se e limitam-se pelas ações de outrem.[78]

Para François Hartog (1946-), a historicidade - pensando no conceito já da Modernidade - é o termo que designa o desenvolvimento do homem no tempo, em um sentido individual e/ou coletivo. Hartog propõe a ideia de "regimes de historicidade" para compreender como, em diferentes momentos históricos, a historicidade do próprio homem se deu. O regime de historicidade propõe analisar historicamente como que as relações entre as dimensões do tempo, passado/presente/futuro, permitiram pensar o tempo e escrever a História.[79] Assim, se utilizando do conceito de tempo histórico de Reinhart Koselleck, que é a tensão entre o campo de experiência (passado no presente) e o horizonte de expectativa (futuro no presente), Hartog entende a historicidade através da tensão entre essas dimensões do passado, e que a própria concepção dessas extensões são históricas.[80]

Em contraste com os "regimes de tempo" de Otthein Rammstedt, os regimes de Hartog tem como objetivo pensar na historicidade face à escrita da história e gêneros correlatos (biografias, romances históricos, etc), enquanto Rammstedt tem como objeto as concepções de tempo de modo universalizante. Ou seja, maneiras de experiência e consciência do tempo que se aplicam na história, em vez de serem delineadas por essa, sendo: (1) consciência temporal ocasional, (2) consciência temporal cíclica, (3) consciência temporal linear e teleológica e (4) consciência temporal linear com o futuro em aberto. Já nos regimes de Hartog, vemos que a historicidade depende da contextualização histórica, sendo: (1) regime heroico, (2) regime antigo, (3) regime cristão, (4) regime moderno e (5) regime presentista.[81]

Também pode-se ressaltar o trabalho de Hartmut Rosa, que ao conceber o tempo na perspectiva do indivíduo, alega que há três referenciais que ele se utiliza para refletir suas relações temporais: (1) a estrutura temporal da vida cotidiana, sua rotina; (2) tomando uma perspectiva do "tempo de vida" (Lebesnzeit), ou seja a completude de suas experiências dispostas no tempo. É um estrutura de tempo que também retoma o Dasein de Heidegger. E (3) o tempo relacionado com o seu contexto histórico. Essas três perspectivas de tempo se relacionam e estão em constante questionamento e reformulação dentro do ser, bem como também são parâmetros para o indivíduo pensar sua historicidade no mundo. Entretanto, Rosa aponta que não escolhemos arbitrariamente o conteúdo dessas estruturas, o tempo da rotina, por exemplo, está amplamente ligado com as próprias configurações sociais, como: o tempo de trabalho, de estudos, de descanso, de comer, etc. Assim, o ser no tempo para o autor é um conjunto entre as relações histórico-culturais e a perspectiva dos sujeitos envolvidos.[82]

Outra contribuição é a concepção de tempo na filosofia chinesa da história, que apesar de não necessariamente se encaixar no conceito ocidental de "fenomenologia", possui concepções semelhantes. A ideia comum de tempo, na China, não é o tempo cosmológico ou medido no relógio, e sim o tempo vivido pelas pessoas. Assim, o tempo é a experiência do momento, que por sua vez se da no 勢 shi ("vectorial nisus" ou "potencia"), que é o mundo historicamente moldado pelos homens. Nesse sentido, o tempo vivido e moldado pela ação humana é a própria História. Entretanto, essa tentativa de apreender todo o tempo historicamente vivido pela humanidade é designado por outro termo, que Chun-chieh Huang chama de "Supertime". Essa ideia agregaria não só a noção de "tempo", mas também a sucessão desses tempos vividos: é o passado de tempos passados. Huang também assinala que, para o Ocidente, isso equivaleria a uma "humanização" do tempo natural, entretanto, para os chineses, a própria noção de ser humano comporta a sua relação e harmonia com a natureza. Assim, quando se fala de um tempo humano para os chineses, isso não necessariamente contrasta com o tempo da natureza.[83]

Recorrência Histórica[editar | editar código-fonte]

Em algumas filosofias da história, o retorno pode aparecer não como o retorno do mesmo, mas como o retorno do semelhante, dando lugar a ideia do tempo espiralar ou a recorrência histórica. Frequentemente o historiador greco-romano Políbio é considerado o precursor das teorias acerca do fenômeno da recorrência histórica.[84] A teoria de Políbio pressupunha uma função prática para a descoberta dos mecanismos causais por trás das recorrências históricas. Causas essas que possibilitariam inferências analógicas de parte do comportamento humano (aquele de ação racional).[85] Quanto à função prática, Políbio previa que o entendimento de paradigmas éticos ou circunstanciais poderiam ser úteis para serem apropriadamente imitados em ocasiões semelhantes, o que resultou na famosa concepção de utilidade da história enquanto "história mestra da vida" ('historia magistra uitae'), na formulação de Cícero, ou seja, a história que fornece exemplos a serem imitados ou evitados.[86]

Geralmente, o tempo na filosofia da história de Vico é entendido como um tempo espiralar. Para o filósofo, a história das nações segue, de modo geral, o curso formado sucessivamente pela idade dos deuses, idade dos heróis e a idade dos homens. Entretanto, a necessidade dessa sequência não é garantida. Do mesmo modo, quando vico fala do ricorsi (retorno) ele não fala do retorno inevitável e do mesmo, e sim o retorno do semelhante e que varia de acordo com a nação. Apesar dessa possibilidade de retorno, ainda há uma ideia de desenvolvimento do homem e das instituições que será completada na idade dos homens, mesmo que esse desenvolvimento não seja um fim, e por isso também passível de corrupção.[87]

Objetividade

O primeiro critério, especialmente analisado por Popper, supõe pelo menos uma autonomia do objeto em relação ao sujeito que conhece, o que vale tanto para a história de objetos físicos empiricamente perceptíveis no presente (como manuscritos, artefatos de cerâmica e cadáveres) quanto para objetos abstratos empiricamente imperceptíveis (como relatos, mundos literários fictícios, números e formas geométricas); autonomia essa que atribui ao objeto estudado pelo historiador um conjunto de proposições verdadeiras independentemente de que alguém as conheça.[88][89][90] O segundo critério de objetividade, desde os historiadores do século XVIII, como Michelet, von Ranke e Macaulay, possui grande importância para prescrever o acesso das fontes ao público dos historiadores e a uma avaliação cega de seus resultados. Em sua maioria, os historiadores se ocupam comunitariamente de objetos do passado, e há o agravante de que estão impossibilitados de constatarem eles próprios os fatos que estudam, de modo que, das eras que os precederam, só podem falar segundo testemunhos.[91] Por fim, o terceiro critério (da neutralidade emocional) tem sido considerado um dos valores que fazem parte do que se chama desde Robert Merton de "éthos da ciência", uma vez que contribui para o estabelecimento da atitude científica desde o começo da ciência moderna.[92][93] Mas convém enfatizar que esse último critério não exige do historiador uma ausência de motivações pessoais (interesse de pesquisa), e sim um controle relativo de pressentimentos e preconcepções acerca do objeto estudado (viés de interesse).[94] É nesse sentido que Max Weber, a fim a aumentar a objetividade das ciências sociais, sugere que o cientista social esforce-se para esclarecer para si e para seus pares os valores incluídos em sua pesquisa.[95][96] Em tais valores, entende-se fontes de tendenciosidade, tais como as diferenciadas por Walsh: motivos pessoais (preferências e aversões), convicções grupais, posicionamentos teóricos e cosmovisões. Especialmente mais difíceis de reconhecer são os preconceitos de grupo (convicções grupais).[95][97] Contudo, enquanto um ideal, em todas as três dimensões a objetividade é sempre apenas aproximadamente alcançável pelo cientista.[98]

Esses critérios devem incidir sobre o que seja "mais importante". E, a esse respeito, Ernest Nagel distinguiu seis significados dessa expressão que devem ser levados em conta: (i) mais frequente; (ii) com maior capacidade de transformação; (iii) fator permanente; (iv) com maior frequência produz um dado efeito (aliado a outros elementos não especificados); (v) com maior frequência de um fator em relação a outro que produz o mesmo efeito na ausência daquele; e (vi) mais abrangente ou mais básico que outros fatores dentro de uma dada teoria.[99]

Referências

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