Wikipédia:Questões vernáculas

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A sua compreensão...[editar código-fonte]

Pedimos a sua compreensão. Enquanto a página não estiver pronta, por favor, valha-se (dentre outras boas fontes) das seguintes balizas:

Apreciando-as, como é esperado de quem se aproxima de riqueza tão extraordinária, continue a consultá-las mesmo após a conclusão, se vier...

Saiba que "A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo.". [2]

Interesse-se, portanto, pelo vernáculo em sua totalidade. "A língua de um povo é a sua alma" [3]; se a língua for elevada, assim o povo.

Não se acanhe de consultar frequentemente os dicionários. É condão de humildade e penhor de progresso no conhecimento.

Ao ser melhor no vernáculo, jamais se prevaleça desse conhecimento para humilhar outrem. A serventia não é essa...

Seja cauteloso, prudente e respeitoso ao expor correções vernaculares. Muitas ofensas nascem de temeridades.

Busque cumprir e fazer cumprir esta lei, naquilo que lhe for possível, observado o ditame do bom equilíbrio.

Ademais, é sempre bom lembrar que, apesar de tudo...:

Por fim, guarde essa moderação, que sempre lhe servirá de siso: ISTO NUNCA É TUDO. Há mais, sempre mais.

Portanto, bom proveito!


Vernáculo e patriotismo[editar código-fonte]

Vernáculo (do latim vernaculu = "de escravo nascido na casa do senhor"; "de casa, doméstico"; "próprio do país, nacional" [6]) é aquilo próprio de um país, ou região. Numa compreensão ampla (lato sensu, como às vezes se diz, em latim), vernáculo não tem sentido proprietário dalgum ramo da cultura, do conhecimento, do saber ou da vida humana, assim organizada nas várias sociedades no transcurso da história. Nessa compreensão ampla, vernáculo (adj.) pode identificar-se com indígena, nativo, nacional, pátrio e próprio. As correspondentes identificações substantivas seguem, quando possível, as adjetivas. No entanto, a prática histórica tem reservado ao termo uma significação mais restrita (ou stricto sensu, no latim), vinculada à linguística. Aqui, vernáculo define-se como o idioma próprio de um povo, ou de um país ou região. Por ser (Bilac, Fichte e outros) "o idioma a alma do povo". Também se diz língua vernácula.

Nas palavras do filólogo, gramático e professor Napoleão Mendes de Almeida, em sua Gramática Metódica da Língua Portuguesa:

"Vernáculo, como substantivo, designa "idioma próprio de um país"; como adjetivo, o que se relaciona com esse idioma. Se, falando em latim, dizemos, vocabula vernacula, referimo-nos aos vocábulos latinos; falando agora em português "vocábulos vernáculos", especificamos os vocábulos do nosso idioma." [7]

O amor ao vernáculo, na exata medida do zelo cuidador que se lhe deve dedicar, visa, pois, defender a identidade duma cultura, dum povo — e, assim, de cada pessoa desse povo — das investidas invasivas que lhe faz o alienígena. Nessa medida e sem afetação, o amor ao vernáculo é patriota, e ao patriotismo chamar-se-á vernaculidade. Não aconteça, pois, de se constatar que "(...) nós, aqui, preferimos às maiores maravilhas em nossa língua as maiores tolices em língua estranha." (Matheus de Albuquerque, Da Arte e do Patriotismo, pp. 85-86).

Língua Portuguesa
Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho! [8] [9]

QUESTÕES VERNÁCULAS[editar código-fonte]

Que são questões vernáculas? Por extensão, são todas as questões relativas ao vernáculo. Contudo, de ordinário, ao se falar em "questões vernáculas", quer-se referir casos, questões ou situações que costumam suscitar dúvida mais frequentemente. Claro está — alguém dirá — que quanto mais se conhecer o vernáculo e as suas particularidades e segredos, tanto menos se incorrerá em dúvida. Eis o ponto. Para isso, estas questões vernáculas, dissecadas uma a uma, no afã de conquistar ao consulente aquela intimidade, aquela... que lhe estanque a dúvida.

Para início de conversa, transcrevem-se aqui algumas orientações preciosas, expressas de modo muito apropriado pelo filólogo, gramático, poeta e professor Domingos Paschoal Cegalla:

"O liberalismo linguístico de nossos dias, liderado pelos meios de comunicação, torna difícl para o gramático a tarefa de legislar sobre normas gramaticais. Diante da enxurrada de estrangeirismos, de inovações sintáticas e enologias de todo tipo que hoje invade o português falado e escrito no Brasil, assumi uma posição moderada: nem muito ao mar, nem muito à terra; nem liberal, nem purista, nem demasiada condescendência com os desvios da boa norma, nem caturrice vernaculista, amarrada a velhos cânones gramaticais, infensa a qualquer inovação. In medio virtus. Ante questões controvertidas, ou aponto a opção que me parece melhor, ou deixo ao consulente a iniciativa da escolha." [10]

Agora, pois, às questões vernáculas.

Braquigramas[editar código-fonte]


Braquigrafia (do grego βραχύς = "curto" + γράφειν = escrever, transliterado brachys = "curto" + gráphein = escrever) é qualquer forma de escrita reduzida, seja qual for a origem ou ainda a finalidade da redução. Braquigrafia pode ser concebida como ciência autônoma. Devido à sua natureza, compreende-se-a como disciplina prática vinculada à semiologia.

Chama-se braquigrama ao elemento de representação escrita braquigráfica, simples ou composto, considerado isolada ou conjuntamente com relação a um achado ou produção. Assim, braquigrama pode ser concebido como o gênero do qual fazem parte todas as espécies de escrita reduzida, qualquer que seja a sua origem ou finalidade. Diz-se ainda redução braquigráfica ou, quando não houver possibilidade de confusão ou pelo uso em contexto ou domínio específico e inambíguo, abreviatura. Deve, contudo, ficar claro que abreviatura não é o mesmo que braquigrama, senão tão somente uma espécie deste. Assim também o símbolo: espécie de braquigrama, elemento gráfico ou objeto que representa e/ou indica de forma convencional um elemento importante para o esclarecimento ou a realização de alguma coisa; sinal, signo: símbolos matemáticos; símbolos físicos, químicos e biológicos; símbolos de meteorologia e de perigo etc.. Porém, símbolo não é abreviatura e observa regras específicas em sua notação e em sua nomenclatura.

São espécies de braquigramas, em lista não exaustiva:

  1. abreviaturas e assemelhados;
  2. acrogramas, acrônimos e assemelhados;
  3. nomina sacra, notae iuris e assemelhados;
  4. marcas de revisão tipográfica;
  5. notas tironianas, taquigramas, estenogramas e assemelhados;
  6. siglas, siglemas, siglóides, siglônimos e assemelhados;
  7. símbolos e assemelhados.

Cada espécie de braquigrama tem regras próprias de formação, notação e nomenclatura. Seu emprego correto depende desse conhecimento.

Para um conhecimento mais aprofundado sobre o tema, ver braquigrafia.

a, à, há[editar código-fonte]


  1. A. A palavra a pode ser a) artigo: Acertei a questão; b) pronome: Ana está ausente, mas não a esqueço; c) pronome demonstrativo: Essa luva é a que perdi (a = aquela); d) preposição: Ela vai a Paris/ Os fiéis foram a Jerusalém/ Florestas dão lugar a roças, na medida da permissão legal/ Estávamos a cinquenta metros do litoral/ Daqui a pouco ela chegará.
  2. À. Escreve-se à (com acento diacrítico grave), quando se tem a contração (ou fusão) da preposição "a" com o artigo definido feminino singular "a", vale dizer, quando ocorre a crase: a + a = à. No entanto, a pronúncia (prosódia) impede que se falem os dois aa, devendo-se emitir único som, único fonema. Ana foi à aula/ Assistimos à cerimônia. (Ver mais em crase)
  3. . Escreve-se quando se trata do verbo haver. Nesse caso, equivale a faz, ou existe(m) ou, ainda, acontece(m): (=faz) mais de três meses que não chove por estas paragens/ " (=existem) numa vida humana cem mil vidas." (Olavo Bilac, Poesias, p. 174)/ Naquele alto, em tempo de chuva, (=acontecem) muitos raios.

Δ a-. (do gr. transl. a) Pref.. Indica 'privação', 'negação': abulia


Referências

  1. BILAC, Olavo (1865–1918), jornalista e poeta brasileiro.
  2. __________ in MACHADO, Maurélio . Recanto das Letras
  3. FICHTE, Johann, Gottlieb (1762–1814), filósofo idealista alemão.
  4. PESSOA, Fernando (1888–1935), escritor e poeta português.
  5. Dicionário Priberam on line, Português europeu. (Citação)
  6. FERREIRA, Aurélio B. de H.. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Positivo, 2010.
  7. ALMEIDA, Napoleão Mendes. Gramática Metódica da Língua Portuguesa'. 18a. ed.. São Paulo: Saraiva, 1965 (§4, Nota)
  8. MACHADO, Maurélio. «Recanto das Letras» 
  9. SANTOS, Paula Perin dos. «Análise do poema "Língua Portuguesa"» 
  10. CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de dificuldades da língua portuguesa. 2a. ed.. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008 (Apresentação).