Jericó: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 8: Linha 8:


==Históra==
==Históra==

===Tempos Antigos===
Jericó é creditada como uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo, como evidência do assentamento datado de antes de 9000 a.C, tem provido informações importantes sobre antigas habitações humanas no [[Oriente Próximo]].<ref>Gates, 2003, p. 18.</ref> O primeiro assentamento permanente foi construído próximo o [[Ein as-Sultan]], entre 8000 e 7000 a.C, por um povo desconhecido, e consistiu de um certo número de muros, um santuário e uma {{convert|23|ft|adj=on}} torre com uma escadaria interna.<ref name=Ringp367/> Após alguns séculos, foi abandonado por um segundo assentamento, estabelecido em 6800 a.C, talvez pela invasão de um povo que absorveu os habitantes originais para dentro de sua cultura dominante. Artefatos datados desse período incluem dez crânios, engessados e pintados como para reconstituir as feituras individuais.<ref name=Ringp367/> Isso representa o primeiro exemplo de retrato em arte histórica, estes crânios foram preservados em casas populares enquanto os corpos foram apodrecendo.<ref name=Janson>Janson and Janson, 2003.</ref><ref name=Freedmanp689/>

Evidências arqueológicas indicam que na metade final do Bronze Médio (c.e 1700 a.C), a cidade desfrutou alguma prosperidade, seus muros tinham sido reforçados e expandidos.<ref name=Schellerp138>Scneller, 1994, p. 138.</ref> A cidade canaanita (Jericho City IV) foi destruída c.e 1200 a.C,<ref>{{cite journal|last=Zvi|first=Ben-Avraham|coauthors=et al|date=2005|title=The Dead Sea Fault and Its Effect on Civilization|journal=Perspectives in Modern Seismology|publisher=Springer|location=Berlin|volume=105|pages=145|doi=10.1007/b97731|url=http://www.tau.ac.il/~zviba/uri/abs/ZBA_et_al_2005.pdf|accessdate=2009-02-09}}</ref> e o sítio remanescente ficou desabitado até que a cidade fosse refundada no século XIX a.C.

No século VIII a.C, os [[assírios]] invadiram pelo norte, seguidos pelos babilônios, e Jericó foi despovoada entre 586 e 538 a.C, o período do exílio babilônico. [[Ciro]] o Grande, rei persa, refundou a cidade, a um quilômetro e meio, a sudeste do seu sítio histórico, o monte do Tell es-Sultan, e retornando os judeus exilados após a conquista da[[Babilônia]] em 539 a.C.<ref name=Ringp367/>


===Tempos Antigos===
===Tempos Antigos===

Revisão das 07h37min de 25 de abril de 2009

 Nota: Para outros significados, veja Jericó (desambiguação).

Jericó (em árabe: أريحا, transl. Ariha; em hebraico: יְרִיחוֹ, transl. Yeriho) é uma antiga cidade bíblica da Palestina, situada às margens do rio Jordão, encrustada na parte inferior da costa que conduz à serra de Judá, a uns 8 quilômetros da costa setentrional da parte seca do Mar Morto (a quase 240 m abaixo do nível do Mar Mediterrâneo) e aproximadamente a 27 km de Jerusalém. Foi uma importante cidade no vale do Jordão (Dt. 34:1, 3), na costa ocidental do rio Jordão. Descrita no velho Testamento como a "Cidade das Palmeiras", abundantes campos ao redor de Jericó tem feito dela um sítio atrativo para habitação humana por milhares de anos.[1] Arqueólogos tem escavado os remanecentes dos últimos 20 sucessivos assentamentos em Jericó, o primeiro que data de antes de 11,000 anos atrás (9000 a.C).[2]

Etimologia

O nome Jericó é promunciado pelos seus habitantes locais Ariha (Árabe أريحا), o qual significa "perfumado" e deriva da palavra canaanita (assim como o árabe e o hebraico) Reah, de mesmo significado.[3][4][5][6] Jericó também é pronunciado Yeriho (יְרִיחוֹ) em hebraico, e uma teoria alternativa fortalece que ela é derivada da palavra "lua" (Yareah) em canaanita e hebraico, sendo que a cidade foi um antigo centro de adoração à deuses lunares.[7]

Históra

Tempos Antigos

Jericó é creditada como uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo, como evidência do assentamento datado de antes de 9000 a.C, tem provido informações importantes sobre antigas habitações humanas no Oriente Próximo.[8] O primeiro assentamento permanente foi construído próximo o Ein as-Sultan, entre 8000 e 7000 a.C, por um povo desconhecido, e consistiu de um certo número de muros, um santuário e uma 23 -pé (7,0 m) torre com uma escadaria interna.[4] Após alguns séculos, foi abandonado por um segundo assentamento, estabelecido em 6800 a.C, talvez pela invasão de um povo que absorveu os habitantes originais para dentro de sua cultura dominante. Artefatos datados desse período incluem dez crânios, engessados e pintados como para reconstituir as feituras individuais.[4] Isso representa o primeiro exemplo de retrato em arte histórica, estes crânios foram preservados em casas populares enquanto os corpos foram apodrecendo.[9][10]

Evidências arqueológicas indicam que na metade final do Bronze Médio (c.e 1700 a.C), a cidade desfrutou alguma prosperidade, seus muros tinham sido reforçados e expandidos.[11] A cidade canaanita (Jericho City IV) foi destruída c.e 1200 a.C,[12] e o sítio remanescente ficou desabitado até que a cidade fosse refundada no século XIX a.C.

No século VIII a.C, os assírios invadiram pelo norte, seguidos pelos babilônios, e Jericó foi despovoada entre 586 e 538 a.C, o período do exílio babilônico. Ciro o Grande, rei persa, refundou a cidade, a um quilômetro e meio, a sudeste do seu sítio histórico, o monte do Tell es-Sultan, e retornando os judeus exilados após a conquista daBabilônia em 539 a.C.[4]

Tempos Antigos

Durante o século XX fez parte do Império Otomano até 1917, depois esteve sob o controle da Coroa Britânica, passando para o controle Jordaniano entre 1948 e 1967 e logo foi conquistada por Israel na guerra dos seis dias. Depois dos Acordos de Oslo em 1994, o controle passou a ser da Autoridade Palestina

Atualmente a Jericó é controlada pela Autoridade Palestina, depois de passar quase três décadas (19671994) sob controle israelense, sendo então a primeira cidade entregue ao controle palestino, após os acordos de Oslo (1993).


Tempos pré-históricos

Desde os tempos pré-históricos se distinguem três assentamentos distintos acerca da localização atual, que possuem mais de 11.000 anos, em uma posição noroeste a respeito do Mar Morto.

Tell es-Sultan

O primeiro assentamento foi localizado no atual Tell es-Sultan, a poucos quilômetros da cidade atual. No idioma árabe, tell significa o ‘monte’ ou ‘colina’ de estratos consecutivos que se acumularam pela habitação humana, igual aos estabelecimentos antigos no Oriente Médio e Anatólia. Jericó é um tipo de sítio classificado como Neolítico Pré-Cerâmico A (PPN A) e Neolítico Pré-Cerâmico B (PPN B). A habitação humana está classificada em várias fases:

Natufiense

Proto-Neolítico: se caracteriza por instalacões e construções de estruturas de pedra da cultura Natufiense, que comença antes de 9000 a.C.

PPN A

Neolítico Pré-Cerâmico A, 8350 a.C. a 7370 a.C., também chamado Sultaniense. Neste período se inicia a construção de um assentamento de 40.000 metros quadrados, rodeado por um muro de pedra, com uma torre de pedra no centro desse muro. Em seu interior há casas redondas de tijolos de barro ou adobe. Há uso de cereais domesticos: trigo, cevada e lentilhas, e mais evidências de caça de animais selvagens.

PPN B

Neolítico Prè-Cerâmico B, 7220 a.C. a 5850 a.C. Há uma grande varidade de plantas domésticas. Também há evidências de possível domesticação de ovelhas. Há antecedentes de um culto religioso, que implicava na preservação de crânios humanos, com as características de reconstrução facial com gesso e os olhos cobertos com cascas de frutas em alguns casos. Depois de estabecimento de fase de PPN A, ali se evidencia uma pausa ou uma pausa de vários séculos, após se iniciou o asentamento de PPN B, que foi fundado sobre a superfície erodida do tell.

Nesta nova etapa a arquitetura consiste em edifícios retilíneos feitos de tijolos em fundações de pedra. Os tijolos foram feitos com impressões profundas do polegar para facilitar sua manipulação. Não se tem excavado nenhum edifício em sua totalidade. Normalmente, várias salas formavam um cluster ao redor de um pátio central. Há um sitio de grande dimensões (6,5 x 4 m y 7 x 3 m) com divisões internas, o resto são pequenos, utilizado provavelmente para o armazenamento. Os quartos tem cores vermelhas ou róseo e os pisos foram feitos de cal, formando o que se conhece como terrazzo. Algumas impressões de esteiras feitas de canas. Os pátios tem pisos de gesso.

Kathleen Kenyon, uma das mais destacadas investigadoras dos assentamentos de Jericó, interpreta que uma das construções foi algo assim como uma capela, e que em uma das paredes tem um altar. Um pilar de pedra vulcânica foi encontrado perto desse lugar. Seus habitantes enterravam seus mortos de baixo dos pisos ou em um aterro de escombros de edifícios abandonados. Há varios enterros coletivos, há um em que todos os esqueletos se articulam totalmente, o que pode assinalar um período de exposição antes do enterro propiamente dito. Uma sepultura de A continha sete crânios. Os maxilares foram separados, a cara coberta com gesso, caracóis marinhos foram utilizados para os olhos. Nos outros sítios, se encontraram dez crânios. Os crânio modelados foram encontrados dentro do Tell Ramad e Beisamoun.

Referências

  1. Bromiley, 1995, p. 715.
  2. "Jericho", Encyclopedia Britannica
  3. Schreiber, 2003, p. 141.
  4. a b c d Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Ringp367
  5. Bromiley, 1995, p. 1136.
  6. «Bibliotheca Sacra 132» (PDF). 1975. pp. 327–42 
  7. Strong's Bible Dictionary
  8. Gates, 2003, p. 18.
  9. Janson and Janson, 2003.
  10. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Freedmanp689
  11. Scneller, 1994, p. 138.
  12. Zvi, Ben-Avraham; et al (2005). «The Dead Sea Fault and Its Effect on Civilization» (PDF). Berlin: Springer. Perspectives in Modern Seismology. 105. 145 páginas. doi:10.1007/b97731. Consultado em 9 de fevereiro de 2009