Ioimbina: diferenças entre revisões
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A '''ioimbina''' é um [[fármaco]] antagonista seletivo dos receptores alfa-2 adrenérgicos. É utilizado como estimulante sexual, na [[impotência]] masculina, apesar de falta de comprovações científicas.<ref>{{citar web|url=http://saude.hsw.uol.com.br/disfuncao-eretil5.htm|titulo=Como funciona a disfunção erétil|ultimo=HowStuffWorks|acessodata=15/07/2010}}</ref>Melhora a fluxo [[sangue|sanguíneo]] da região sexual dos homens. A ioimbina produz uma gama de efeitos colaterais de ordem psíquica e alterações da pressão arterial.<ref>CAPASSO, Francesco. ''[http://books.google.com.br/books?id=Fc68KL2TFdsC&pg=PA679&dq=Ioimbina&hl=pt-BR&ei=W3Y_TILMJoT6lwfblN2zCg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CD0Q6AEwBA#v=onepage&q=Ioimbina&f=false Fitoterapia: Impiego razionale delle droghe vegetali].'' Itália: Springer, 2006</ref> Quimicamente, é um [[alcaloide]]. Pode se encontrada na planta da espécie ''[[Pausinystalia yohimbe]]''. Também ocorre de forma natural na espécie ''[[Rauwolfia serpentina]]'', juntamente com outros alcaloides activos. A ioimbina tem sido utilizada como [[suplemento dietético]] de venda directa sob a forma de [[extracto herbal]] e também como um medicamento sob prescrição médica na sua forma pura, para o tratamento da [[disfunção sexual]]. |
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== História == |
== História == |
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Foi descoberto na [[Alemanha]] em [[1896]] por Spiegel e é derivada da planta da espécie ''[[Pausinystalia yohimbe]]''. Inicialmente os testes com a substância produziram [[ereção|ereções]] em pacientes de um sanatório de idosos. Na [[década de 50]] conseguiu-se sua síntese. Nos [[anos 1980]] a substância foi testada em [[roedor]]es e notou-se a produção de 50 ereções por hora. No entanto, só era eficaz em impotências psicológicas.<ref>FELIPPE, Gil. ''[http://books.google.com.br/books?id=bP-96-3CEi8C&pg=PA270&dq=Ioimbina&hl=pt-BR&ei=W3Y_TILMJoT6lwfblN2zCg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCsQ6AEwAA#v=onepage&q=Ioimbina&f=false No rastro de Afrodite: plantas afrodisíacas e culinária.]'' São Paulo: Ateliê Editorial, 2004</ref> |
Foi descoberto na [[Alemanha]] em [[1896]] por Spiegel e é derivada da planta da espécie ''[[Pausinystalia yohimbe]]''. Inicialmente os testes com a substância produziram [[ereção|ereções]] em pacientes de um sanatório de idosos. Na [[década de 50]] conseguiu-se sua síntese. Nos [[anos 1980]] a substância foi testada em [[roedor]]es e notou-se a produção de 50 ereções por hora. No entanto, só era eficaz em impotências psicológicas.<ref>FELIPPE, Gil. ''[http://books.google.com.br/books?id=bP-96-3CEi8C&pg=PA270&dq=Ioimbina&hl=pt-BR&ei=W3Y_TILMJoT6lwfblN2zCg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCsQ6AEwAA#v=onepage&q=Ioimbina&f=false No rastro de Afrodite: plantas afrodisíacas e culinária.]'' São Paulo: Ateliê Editorial, 2004</ref> |
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==Indicações== |
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===Sexuais=== |
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O [[National Institutes of Health|NIH]] afirma que o cloridrato de ioimbina é a forma padrão da ioimbina que está dispon´vel como medicamento de prescrição médica, no [[Estados Unidos da América]]. Também afirma que se mostrou eficaz em estudos envolvendo humanos, ser eficaz para o tratamento da impotência masculina.<ref name=NIH>[http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/druginfo/natural/patient-yohimbe.html Yohimbe bark extract (Pausinystalia yohimbe Pierre ex Beille Rubiaceae).] ''[[National Institutes of Health]].''</ref> |
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Estudos controlados sugerem que nem sempre é um tratamento eficiente para a impotência, e a evidência relativa ao aumento da libido é muito baixa.<ref name=pharmrev>{{cite journal |author=Andersson KE |title=Pharmacology of penile erection |journal=Pharmacological Reviews |volume=53 |issue=3 |pages=417–50 |year=2001 |month=September |pmid=11546836 |url=http://pharmrev.aspetjournals.org/cgi/pmidlookup?view=long&pmid=11546836}}</ref> |
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A iombina mostrou-se eficaz na reversão da exaustão sexual em ratos do sexo masculino.<ref>{{cite journal |author=Fernández-Guasti A, Rodríguez-Manzo G |title=Pharmacological and physiological aspects of sexual exhaustion in male rats |journal=Scandinavian Journal of Psychology |volume=44 |issue=3 |pages=257–63 |year=2003 |month=July |pmid=12914589 |doi=10.1111/1467-9450.00343}}</ref> Também foi mostrado que a ioimbina aumenta o volume de sémen ejaculado em cães, como efeito a durar pelo menos cinco horas após a administração.<ref>{{cite journal |author=Yonezawa A, Yoshizumii M, Ebiko M, Amano T, Kimura Y, Sakurada S |title=Long-lasting effects of yohimbine on the ejaculatory function in male dogs |journal=Biomedical Research |volume=26 |issue=5 |pages=201–6 |year=2005 |month=October |pmid=16295696 |doi=10.2220/biomedres.26.201}}</ref> Foi mosrtado que a ioimbina é eficaz no tratamento da [[disfunção orgásmica]] em homens.<ref>{{cite journal |author=Adeniyi AA, Brindley GS, Pryor JP, Ralph DJ |title=Yohimbine in the treatment of orgasmic dysfunction |journal=Asian Journal of Andrology |volume=9 |issue=3 |pages=403–7 |year=2007 |month=May |pmid=17486282 |doi=10.1111/J.1745-7262.2007.00276.x}}</ref> |
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=== Outros usos === |
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A ioimbina tem sido utilizada para o tratamento de efeitos colaterais de natureza sexual, causados por alguns tipos de [[antidepressivo]]s, para a [[disfunção sexual feminina]], como agente causador do aumento da pressão sanguínea, para a [[xerostomia]] e como sonda da actividade noradrenérgica. |
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A adição de ioimbina a [[fluoxetina]] e [[venlafaxina]] também se mostrou potenciar a acção antidepressiva de ambos os agentes.<ref>[http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17622775 Effect of addition of yohimbine (alpha-2-receptor antagonist) to the antidepressant activity of fluoxetine or venlafaxine in the mouse forced swim test.] ''[[Pharmacology]].'' 2007;80(4):239-43. Epub 2007 Jul 6.</ref> |
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A ioimbina tem sido utilizada como agente que facilita a recordação de memórias trauméticas, no tratamento do [[transtorno de estresse pós-traumático]].<ref>{{cite book |first1=Bessel A. |last1=van der Kolk |chapter=The Treatment of Post Traumatic Stress Disorder |chapterurl=http://books.google.com/books?id=sVuMSVEY83UC&pg=PA421 |editor1-first=Stevan E. |editor1-last=Hobfoll |editor2-first=Marten W. |editor2-last=De Vries |title=Extreme stress and communities: impact and intervention |publisher=Kluwer Academic Publishers |location=Boston |year=1995 |pages=421–44 |isbn=978-0-7923-3468-2}}</ref> O uso de ioimbina fora mecanismos terapêuticos pode não ser apropriada para pessoas que sofram deste transtorno.<ref>{{cite journal |author=Morgan CA, Grillon C, Southwick SM, ''et al.'' |title=Yohimbine facilitated acoustic startle in combat veterans with post-traumatic stress disorder |journal=Psychopharmacology |volume=117 |issue=4 |pages=466–71 |year=1995 |month=February |pmid=7604149 |doi=10.1007/BF02246220}}</ref> |
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De acordo com uma estudo, o uso de ioimbina por via oral como suplemento, pode levar a uma perda de peso substancial em atletas.<ref>{{cite journal |author=Ostojic SM |title=Yohimbine: the effects on body composition and exercise performance in soccer players |journal=Research in Sports Medicine |volume=14 |issue=4 |pages=289–99 |year=2006 |pmid=17214405 |doi=10.1080/15438620600987106}}</ref> Algumas lojas na internet vendem caras formulações de ioimbina para uso transdérmico com vista a uma diminuição localizada de [[tecido adiposo]], apesar de não haver evidência experimental de que é efectiva para tal. |
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Em [[medicina veterinária]], a ioimbina é utilizada para reverter [[anestesia]]s por via da droga [[xilazina]], em pequenos e grandes animais. |
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==Farmacologia== |
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A ioimbina tem elevada afinidade para o [[receptor adrenérgico alfa 2]]; moderada afinidade para o [[receptor adrenérgico alfa 1]] e para os receptores [[5-HT1A|5-HT<sub>1A</sub>]], [[5-HT1B|5-HT<sub>1B</sub>]], [[5-HT1D|5-HT<sub>1D</sub>]], [[5-HT1F|5-HT<sub>1F</sub>]], [[5-HT2B|5-HT<sub>2B</sub>]] e [[receptor D2|D2]]; e uma afinidade baixa para os receptores [[5-HT1E|5-HT<sub>1E</sub>]], [[5-HT2A|5-HT<sub>2A</sub>]], [[5-HT5A|5-HT<sub>5A</sub>]], [[5-HT7|5-HT<sub>7</sub>]] e [[receptor D3|D<sub>3</sub>]].<ref name="pmid10611634">{{cite journal |author=Millan MJ, Newman-Tancredi A, Audinot V, ''et al.'' |title=Agonist and antagonist actions of yohimbine as compared to fluparoxan at alpha(2)-adrenergic receptors (AR)s, serotonin (5-HT)(1A), 5-HT(1B), 5-HT(1D) and dopamine D(2) and D(3) receptors. Significance for the modulation of frontocortical monoaminergic transmission and depressive states |journal=Synapse |volume=35 |issue=2 |pages=79–95 |year=2000 |month=February |pmid=10611634 |doi=10.1002/(SICI)1098-2396(200002)35:2<79::AID-SYN1>3.0.CO;2-X}}</ref><ref name="urlPDSP Ki Database">{{cite web | url = http://pdsp.med.unc.edu/pdsp.php#search | title = PDSP Ki Database}}</ref> Actua como [[antagonista]] nos α<sub>1</sub>-adrenérgicos, α<sub>2</sub>-adrenérgicos, 5-HT<sub>1B</sub>, 5-HT<sub>1D</sub>, 5-HT<sub>2A</sub>, 5-HT<sub>2B</sub> e D<sub>2</sub>, e como [[agonista parcial]] nos 5-HT<sub>1A</sub>.<ref name="pmid10611634">{{cite journal |author=Millan MJ, Newman-Tancredi A, Audinot V, ''et al.'' |title=Agonist and antagonist actions of yohimbine as compared to fluparoxan at alpha(2)-adrenergic receptors (AR)s, serotonin (5-HT)(1A), 5-HT(1B), 5-HT(1D) and dopamine D(2) and D(3) receptors. Significance for the modulation of frontocortical monoaminergic transmission and depressive states |journal=Synapse |volume=35 |issue=2 |pages=79–95 |year=2000 |month=February |pmid=10611634 |doi=10.1002/(SICI)1098-2396(200002)35:2<79::AID-SYN1>3.0.CO;2-X}}</ref><ref name="pmid8517875">{{cite journal | author = Arthur JM, Casañas SJ, Raymond JR | title = Partial agonist properties of rauwolscine and yohimbine for the inhibition of adenylyl cyclase by recombinant human 5-HT1A receptors | journal = Biochemical Pharmacology | volume = 45 | issue = 11 | pages = 2337–41 | year = 1993 | month = June | pmid = 8517875 | doi = | url = }}</ref><ref name="pmid6136920">{{cite journal | author = Kaumann AJ | title = Yohimbine and rauwolscine inhibit 5-hydroxytryptamine-induced contraction of large coronary arteries of calf through blockade of 5 HT2 receptors | journal = Naunyn-Schmiedeberg's Archives of Pharmacology | volume = 323 | issue = 2 | pages = 149–54 | year = 1983 | month = June | pmid = 6136920 | doi = | url = }}</ref><ref name="pmid8032658">{{cite journal | author = Baxter GS, Murphy OE, Blackburn TP | title = Further characterization of 5-hydroxytryptamine receptors (putative 5-HT2B) in rat stomach fundus longitudinal muscle | journal = British Journal of Pharmacology | volume = 112 | issue = 1 | pages = 323–31 | year = 1994 | month = May | pmid = 8032658 | pmc = 1910288 | doi = | url = }}</ref> As suas [[Actividade intrínseca|actividades intrínsecas]] noutros locais listados não são claras ou são desconhecidas, mas provavelmente mais do tipo antagonista. |
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==Produção== |
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A ioimbina é o principal alcaloide encontrado na casca da espécie vegetal ''[[Pausinystalia yohimbe]]'', da família ''[[Rubiaceae]]''. Existem outros 31 alcaloides derivados encontrados nessa mesma planta. Em África, a planta tem sido tradicionalmente usada como o afrodisíaco. De notar que os termos ioimbina, cloridrato de ioimbina e extrato de casca de ioimbina são relacionados mas não são sinónimos. |
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Os níveis de ioimbina que estão presentes no extracto da casca são variáveis e muitas vezes muito baixos. Portanto, apesar de a casca de ioimbina ser utilizado tradicionalmente para reduzir a disfunção eréctil masculina, não existe suficiente evidência científica para tomar uma conclusão definitiva sobre esta matéria. |
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==Efeitos adversos== |
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A ioimbina tem significantes efeitos colaterais. Um exemplo é o desencadear de reacções de ansiedade. Existem evidências de que a substância pode ser perigosa quando tomada em quantidades excessivas.<ref>Nippoldt, Todd B. [http://www.mayoclinic.com/health/herbal-viagra/AN00702 Herbal viagra': Is it safe?] ''[[Mayo Clinic]]</ref> |
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Doses mais elevadas de ioimbina tomada por via oral criam numerosos efeitos adversos como a aceleração do ritmo cardíaco, o aumento da pressão sanguínea, sobre-estimulação, insónias e ou estados de sono. Alguns efeitos em casos raros incluem ataques de pânico, alucinações, dores de cabeça e tonturas.<ref name="yohim">''Prescription for Nutritional Healing, fourth edition'' Phyllis A. Balch, CNC </ref> |
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Efeitos adversos mais sérios podem incluir [[convulsão|convulsões]] e [[insuficiência renal]]. A ioimbina não deve ser consumida por pessoas que tenham doenças do fígado, rim, coração ou tenham disturbios psicológicos. Isto pode também levar à precipitação de reacções de pânico. |
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Revisão das 20h00min de 16 de julho de 2010
Ioimbina Alerta sobre risco à saúde | |
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Nome IUPAC | 17α-hydroxy-yohimban-16α- carboxylic acid methyl ester |
Outros nomes | (+)-17α-Hydroxy-3α,15α,20β-yohimban- 16α-methylester |
Identificadores | |
Número CAS | |
PubChem | |
ChemSpider | |
Código ATC | G04 |
DCB n° | 05000 |
Propriedades | |
Fórmula química | C21H26N2O3 |
Massa molar | 354.43 g mol-1 |
Ponto de fusão | |
Solubilidade em água | pouco solúvel (277 mg·l-1 a 25 °C)[1] |
Farmacologia | |
Via(s) de administração | oral |
Riscos associados | |
Frases R | R23/24/25 |
Frases S | S22, S36/37/39, S45 |
LD50 | 43 mg·kg-1 (camundongo, per os) [1] |
Página de dados suplementares | |
Estrutura e propriedades | n, εr, etc. |
Dados termodinâmicos | Phase behaviour Solid, liquid, gas |
Dados espectrais | UV, IV, RMN, EM |
Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
A ioimbina é um fármaco antagonista seletivo dos receptores alfa-2 adrenérgicos. É utilizado como estimulante sexual, na impotência masculina, apesar de falta de comprovações científicas.[3]Melhora a fluxo sanguíneo da região sexual dos homens. A ioimbina produz uma gama de efeitos colaterais de ordem psíquica e alterações da pressão arterial.[4] Quimicamente, é um alcaloide. Pode se encontrada na planta da espécie Pausinystalia yohimbe. Também ocorre de forma natural na espécie Rauwolfia serpentina, juntamente com outros alcaloides activos. A ioimbina tem sido utilizada como suplemento dietético de venda directa sob a forma de extracto herbal e também como um medicamento sob prescrição médica na sua forma pura, para o tratamento da disfunção sexual.
História
Foi descoberto na Alemanha em 1896 por Spiegel e é derivada da planta da espécie Pausinystalia yohimbe. Inicialmente os testes com a substância produziram ereções em pacientes de um sanatório de idosos. Na década de 50 conseguiu-se sua síntese. Nos anos 1980 a substância foi testada em roedores e notou-se a produção de 50 ereções por hora. No entanto, só era eficaz em impotências psicológicas.[5]
Indicações
Sexuais
O NIH afirma que o cloridrato de ioimbina é a forma padrão da ioimbina que está dispon´vel como medicamento de prescrição médica, no Estados Unidos da América. Também afirma que se mostrou eficaz em estudos envolvendo humanos, ser eficaz para o tratamento da impotência masculina.[6]
Estudos controlados sugerem que nem sempre é um tratamento eficiente para a impotência, e a evidência relativa ao aumento da libido é muito baixa.[7]
A iombina mostrou-se eficaz na reversão da exaustão sexual em ratos do sexo masculino.[8] Também foi mostrado que a ioimbina aumenta o volume de sémen ejaculado em cães, como efeito a durar pelo menos cinco horas após a administração.[9] Foi mosrtado que a ioimbina é eficaz no tratamento da disfunção orgásmica em homens.[10]
Outros usos
A ioimbina tem sido utilizada para o tratamento de efeitos colaterais de natureza sexual, causados por alguns tipos de antidepressivos, para a disfunção sexual feminina, como agente causador do aumento da pressão sanguínea, para a xerostomia e como sonda da actividade noradrenérgica.
A adição de ioimbina a fluoxetina e venlafaxina também se mostrou potenciar a acção antidepressiva de ambos os agentes.[11]
A ioimbina tem sido utilizada como agente que facilita a recordação de memórias trauméticas, no tratamento do transtorno de estresse pós-traumático.[12] O uso de ioimbina fora mecanismos terapêuticos pode não ser apropriada para pessoas que sofram deste transtorno.[13]
De acordo com uma estudo, o uso de ioimbina por via oral como suplemento, pode levar a uma perda de peso substancial em atletas.[14] Algumas lojas na internet vendem caras formulações de ioimbina para uso transdérmico com vista a uma diminuição localizada de tecido adiposo, apesar de não haver evidência experimental de que é efectiva para tal.
Em medicina veterinária, a ioimbina é utilizada para reverter anestesias por via da droga xilazina, em pequenos e grandes animais.
Farmacologia
A ioimbina tem elevada afinidade para o receptor adrenérgico alfa 2; moderada afinidade para o receptor adrenérgico alfa 1 e para os receptores 5-HT1A, 5-HT1B, 5-HT1D, 5-HT1F, 5-HT2B e D2; e uma afinidade baixa para os receptores 5-HT1E, 5-HT2A, 5-HT5A, 5-HT7 e D3.[15][16] Actua como antagonista nos α1-adrenérgicos, α2-adrenérgicos, 5-HT1B, 5-HT1D, 5-HT2A, 5-HT2B e D2, e como agonista parcial nos 5-HT1A.[15][17][18][19] As suas actividades intrínsecas noutros locais listados não são claras ou são desconhecidas, mas provavelmente mais do tipo antagonista.
Produção
A ioimbina é o principal alcaloide encontrado na casca da espécie vegetal Pausinystalia yohimbe, da família Rubiaceae. Existem outros 31 alcaloides derivados encontrados nessa mesma planta. Em África, a planta tem sido tradicionalmente usada como o afrodisíaco. De notar que os termos ioimbina, cloridrato de ioimbina e extrato de casca de ioimbina são relacionados mas não são sinónimos. Os níveis de ioimbina que estão presentes no extracto da casca são variáveis e muitas vezes muito baixos. Portanto, apesar de a casca de ioimbina ser utilizado tradicionalmente para reduzir a disfunção eréctil masculina, não existe suficiente evidência científica para tomar uma conclusão definitiva sobre esta matéria.
Efeitos adversos
A ioimbina tem significantes efeitos colaterais. Um exemplo é o desencadear de reacções de ansiedade. Existem evidências de que a substância pode ser perigosa quando tomada em quantidades excessivas.[20] Doses mais elevadas de ioimbina tomada por via oral criam numerosos efeitos adversos como a aceleração do ritmo cardíaco, o aumento da pressão sanguínea, sobre-estimulação, insónias e ou estados de sono. Alguns efeitos em casos raros incluem ataques de pânico, alucinações, dores de cabeça e tonturas.[21] Efeitos adversos mais sérios podem incluir convulsões e insuficiência renal. A ioimbina não deve ser consumida por pessoas que tenham doenças do fígado, rim, coração ou tenham disturbios psicológicos. Isto pode também levar à precipitação de reacções de pânico.
Notas e referências
- ↑ a b c (en) « Ioimbina » em ChemIDplus
- ↑ Chemistryworld.de: YOHIMBIN UND YOHIMBIN-HYDROCHLORID (em alemão)
- ↑ HowStuffWorks. «Como funciona a disfunção erétil». Consultado em 15 de julho de 2010
- ↑ CAPASSO, Francesco. Fitoterapia: Impiego razionale delle droghe vegetali. Itália: Springer, 2006
- ↑ FELIPPE, Gil. No rastro de Afrodite: plantas afrodisíacas e culinária. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004
- ↑ Yohimbe bark extract (Pausinystalia yohimbe Pierre ex Beille Rubiaceae). National Institutes of Health.
- ↑ Andersson KE (2001). «Pharmacology of penile erection». Pharmacological Reviews. 53 (3): 417–50. PMID 11546836
- ↑ Fernández-Guasti A, Rodríguez-Manzo G (2003). «Pharmacological and physiological aspects of sexual exhaustion in male rats». Scandinavian Journal of Psychology. 44 (3): 257–63. PMID 12914589. doi:10.1111/1467-9450.00343
- ↑ Yonezawa A, Yoshizumii M, Ebiko M, Amano T, Kimura Y, Sakurada S (2005). «Long-lasting effects of yohimbine on the ejaculatory function in male dogs». Biomedical Research. 26 (5): 201–6. PMID 16295696. doi:10.2220/biomedres.26.201
- ↑ Adeniyi AA, Brindley GS, Pryor JP, Ralph DJ (2007). «Yohimbine in the treatment of orgasmic dysfunction». Asian Journal of Andrology. 9 (3): 403–7. PMID 17486282. doi:10.1111/J.1745-7262.2007.00276.x
- ↑ Effect of addition of yohimbine (alpha-2-receptor antagonist) to the antidepressant activity of fluoxetine or venlafaxine in the mouse forced swim test. Pharmacology. 2007;80(4):239-43. Epub 2007 Jul 6.
- ↑ van der Kolk, Bessel A. (1995). «The Treatment of Post Traumatic Stress Disorder». In: Hobfoll, Stevan E.; De Vries, Marten W. Extreme stress and communities: impact and intervention. Boston: Kluwer Academic Publishers. pp. 421–44. ISBN 978-0-7923-3468-2
- ↑ Morgan CA, Grillon C, Southwick SM; et al. (1995). «Yohimbine facilitated acoustic startle in combat veterans with post-traumatic stress disorder». Psychopharmacology. 117 (4): 466–71. PMID 7604149. doi:10.1007/BF02246220
- ↑ Ostojic SM (2006). «Yohimbine: the effects on body composition and exercise performance in soccer players». Research in Sports Medicine. 14 (4): 289–99. PMID 17214405. doi:10.1080/15438620600987106
- ↑ a b Millan MJ, Newman-Tancredi A, Audinot V; et al. (2000). «Agonist and antagonist actions of yohimbine as compared to fluparoxan at alpha(2)-adrenergic receptors (AR)s, serotonin (5-HT)(1A), 5-HT(1B), 5-HT(1D) and dopamine D(2) and D(3) receptors. Significance for the modulation of frontocortical monoaminergic transmission and depressive states». Synapse. 35 (2): 79–95. PMID 10611634. doi:10.1002/(SICI)1098-2396(200002)35:2<79::AID-SYN1>3.0.CO;2-X
- ↑ «PDSP Ki Database»
- ↑ Arthur JM, Casañas SJ, Raymond JR (1993). «Partial agonist properties of rauwolscine and yohimbine for the inhibition of adenylyl cyclase by recombinant human 5-HT1A receptors». Biochemical Pharmacology. 45 (11): 2337–41. PMID 8517875
- ↑ Kaumann AJ (1983). «Yohimbine and rauwolscine inhibit 5-hydroxytryptamine-induced contraction of large coronary arteries of calf through blockade of 5 HT2 receptors». Naunyn-Schmiedeberg's Archives of Pharmacology. 323 (2): 149–54. PMID 6136920
- ↑ Baxter GS, Murphy OE, Blackburn TP (1994). «Further characterization of 5-hydroxytryptamine receptors (putative 5-HT2B) in rat stomach fundus longitudinal muscle». British Journal of Pharmacology. 112 (1): 323–31. PMC 1910288. PMID 8032658
- ↑ Nippoldt, Todd B. Herbal viagra': Is it safe? Mayo Clinic
- ↑ Prescription for Nutritional Healing, fourth edition Phyllis A. Balch, CNC