Tipologia da transexualidade de Blanchard: diferenças entre revisões

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A '''tipologia do transexualismo de Blanchard''' é uma [[ Tipologia psicológica |tipologia psicológica]] proposta de disforia de gênero, transexualismo e travestismo fetichista, criada por [[Ray Blanchard]] durante os anos 1980 e 1990, com base no trabalho de pesquisadores anteriores, incluindo seu colega [[Kurt Freund]]. Blanchard classificou a [[Mulher trans|mulheres trans]] em dois grupos: ''homossexuais transexuais'', que são atraídas exclusivamente por homens e que procuram [[Cirurgia de redesignação sexual|cirurgia de redesignação de sexo]] porque são femininas no comportamento e na aparência; e ''transexuais [[Autoginefilia|autoginefílicos]]'' (AGP) que são sexualmente excitados com a ideia de ter um corpo feminino.<ref name="Bancroft 2009">{{Citar livro|título=Human Sexuality and its Problems|ultimo=Bancroft|primeiro=John|data=2009|páginas=290–291|capitulo=Transgender, gender nonconformity and transvestism|isbn=978-0-443-05161-6|publicação=Elsevier|edition=3rd}}</ref> De acordo com [[Anne Lawrence]], a tipologia de Blanchard rompeu com as anteriores, que "excluíam o diagnóstico de transexualismo" para a excitação em resposta ao [[cross-dressing]].<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=l9WI-cXC4GQC|título=Men Trapped in Men's Bodies: Narratives of Autogynephilic Transsexualism|ultimo=Lawrence|primeiro=Anne A.|data=2012-12-09|editora=Springer Science & Business Media|lingua=en}}</ref> Alice Dreger afirmou que Blanchard, Bailey e Lawrence concordam que qualquer mulher trans que se beneficiaria com a cirurgia de redesignação sexual deveria recebê-la.<ref name=":3">{{Citar periódico|ultimo=Dreger|primeiro=Alice D.|data=2008-6|titulo=The Controversy Surrounding The Man Who Would Be Queen: A Case History of the Politics of Science, Identity, and Sex in the Internet Age|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3170124/|jornal=Archives of Sexual Behavior|volume=37|numero=3|paginas=366–421|doi=10.1007/s10508-007-9301-1|issn=0004-0002|pmc=3170124|pmid=18431641}}</ref>
A '''tipologia do transexualismo de Blanchard''' é uma [[ Tipologia psicológica |tipologia psicológica]] proposta de disforia de gênero, transexualismo e travestismo fetichista, criada por [[Ray Blanchard]] durante os anos 1980 e 1990, com base no trabalho de pesquisadores anteriores, incluindo seu colega [[Kurt Freund]]. Blanchard classificou a [[Mulher trans|mulheres trans]] em dois grupos: ''homossexuais transexuais'', que são atraídas exclusivamente por homens e que procuram [[Cirurgia de redesignação sexual|cirurgia de redesignação de sexo]] porque são femininas no comportamento e na aparência; e ''transexuais [[Autoginefilia|autoginefílicos]]'' (AGP) que são sexualmente excitados com a ideia de ter um corpo feminino.<ref name="Bancroft 2009">{{Citar livro|título=Human Sexuality and its Problems|ultimo=Bancroft|primeiro=John|data=2009|páginas=290–291|capitulo=Transgender, gender nonconformity and transvestism|isbn=978-0-443-05161-6|publicação=Elsevier|edition=3rd}}</ref> De acordo com [[Anne Lawrence]], a tipologia de Blanchard rompeu com as anteriores, que "excluíam o diagnóstico de transexualismo" para a excitação em resposta ao [[cross-dressing]].<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=l9WI-cXC4GQC|título=Men Trapped in Men's Bodies: Narratives of Autogynephilic Transsexualism|ultimo=Lawrence|primeiro=Anne A.|data=2012-12-09|editora=Springer Science & Business Media|lingua=en}}</ref> Alice Dreger afirmou que Blanchard, Bailey e Lawrence concordam que qualquer mulher trans que se beneficiaria com a cirurgia de redesignação sexual deveria recebê-la.<ref name=":3">{{Citar periódico|ultimo=Dreger|primeiro=Alice D.|data=2008-6|titulo=The Controversy Surrounding The Man Who Would Be Queen: A Case History of the Politics of Science, Identity, and Sex in the Internet Age|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3170124/|jornal=Archives of Sexual Behavior|volume=37|numero=3|paginas=366–421|doi=10.1007/s10508-007-9301-1|issn=0004-0002|pmc=3170124|pmid=18431641}}</ref>


Os defensores da tipologia incluem os sexólogos J. Michael Bailey,<ref name=":3" />James Cantor,<ref name=":4">{{Citar periódico|ultimo=Guillamon|primeiro=Antonio|ultimo2=Junque|primeiro2=Carme|ultimo3=Gómez-Gil|primeiro3=Esther|data=2016|titulo=A Review of the Status of Brain Structure Research in Transsexualism|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4987404/|jornal=Archives of Sexual Behavior|volume=45|paginas=1615–1648|doi=10.1007/s10508-016-0768-5|issn=0004-0002|pmc=4987404|pmid=27255307}}</ref> e Anne Lawrence;<ref name=":0" /> a bioética Alice Dreger;<ref name="alicedreger">{{Citar web|titulo=Answers to Some Questions about Autogynephilia|url=http://alicedreger.com/autogyn|obra=alicedreger.com}}</ref> e outros.<ref name="Cantor & Sutton">{{Citar livro|título=Oxford Textbook of Psychopathology|ultimo=Cantor|primeiro=James M.|ultimo2=Sutton|primeiro2=Katherine S.|data=2014|editor-sobrenome=Blaney|páginas=593, 602–604|capitulo=Paraphilia, Gender Dysphoria, and Hypersexuality|isbn=978-0-19-981177-9|editor-sobrenome2=Krueger|editor-sobrenome3=Millon|publicação=Oxford University Press}}</ref><ref name="Sanchez & Vilain">{{Citar livro|título=Handbook of Psychology and Sexual Orientation|ultimo=Sánchez|primeiro=Francisco J.|ultimo2=Vilain|primeiro2=Eric|data=2013|editor-sobrenome=Patterson|páginas=47–48|capitulo=Transgender Identities: Research and Controversies|isbn=978-0-1997-6521-8|editor-sobrenome2=D'Augelli|publicação=Oxford University Press}}</ref> Dreger afirma que "existem muitos outros sexólogos profissionais que levam a sério a tipologia de Blanchard", citando 13 autores.<ref name=":3" /> Os defensores argumentam que a tipologia explica as diferenças entre os dois grupos na não-conformidade de gênero na infância, orientação sexual, histórico de [[Fetiche|fetichismo]] e idade de transição.<ref name=":0" /><ref name="Cantor & Sutton" /><ref>{{Citar web |url=https://archive.org/details/manwhowouldbeque00bail |titulo=The man who would be queen : the science of gender-bending and transsexualism : Bailey, J. Michael : Free Download, Borrow, and Streaming |acessodata=2020-08-08 |website=Internet Archive |lingua=en}}</ref>
Os defensores da tipologia incluem os sexólogos J. Michael Bailey,<ref name=":3" />James Cantor,<ref name=":4">{{Citar periódico|ultimo=Guillamon|primeiro=Antonio|ultimo2=Junque|primeiro2=Carme|ultimo3=Gómez-Gil|primeiro3=Esther|data=2016|titulo=A Review of the Status of Brain Structure Research in Transsexualism|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4987404/|jornal=Archives of Sexual Behavior|volume=45|paginas=1615–1648|doi=10.1007/s10508-016-0768-5|issn=0004-0002|pmc=4987404|pmid=27255307}}</ref> e Anne Lawrence;<ref name=":0" /> a bioética Alice Dreger;<ref name="alicedreger">{{Citar web|titulo=Answers to Some Questions about Autogynephilia|url=http://alicedreger.com/autogyn|obra=alicedreger.com}}</ref> e outros.<ref name="Cantor & Sutton">{{Citar livro|título=Oxford Textbook of Psychopathology|ultimo=Cantor|primeiro=James M.|ultimo2=Sutton|primeiro2=Katherine S.|data=2014|editor-sobrenome=Blaney|páginas=593, 602–604|capitulo=Paraphilia, Gender Dysphoria, and Hypersexuality|isbn=978-0-19-981177-9|editor-sobrenome2=Krueger|editor-sobrenome3=Millon|publicação=Oxford University Press}}</ref><ref name="Sanchez & Vilain">{{Citar livro|título=Handbook of Psychology and Sexual Orientation|ultimo=Sánchez|primeiro=Francisco J.|ultimo2=Vilain|primeiro2=Eric|data=2013|editor-sobrenome=Patterson|páginas=47–48|capitulo=Transgender Identities: Research and Controversies|isbn=978-0-1997-6521-8|editor-sobrenome2=D'Augelli|publicação=Oxford University Press}}</ref> Dreger afirma que "existem muitos outros sexólogos profissionais que levam a sério a tipologia de Blanchard", citando 13 autores.<ref name=":3" /> Os defensores argumentam que a tipologia explica as diferenças entre os dois grupos na não-conformidade de gênero na infância, orientação sexual, histórico de [[Fetiche|fetichismo]] e idade de transição.<ref name=":0" /><ref name="Cantor & Sutton" /><ref name=":1">{{Citar web |url=https://archive.org/details/manwhowouldbeque00bail |titulo=The man who would be queen : the science of gender-bending and transsexualism : Bailey, J. Michael : Free Download, Borrow, and Streaming |acessodata=2020-08-08 |website=Internet Archive |lingua=en}}</ref>


Críticas à tipologia vieram dos sexólogos John Bancroft e Charles Allen Moser, e da psicóloga Margaret Nichols.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Ph.D|primeiro=Margaret Nichols|data=2014-01-01|titulo=A Review of “Men Trapped in Men's Bodies: Narratives of Autogynephilic Transsexualism”|url=https://doi.org/10.1080/0092623X.2013.854559|jornal=Journal of Sex & Marital Therapy|volume=40|numero=1|paginas=71–73|doi=10.1080/0092623X.2013.854559|issn=0092-623X}}</ref> A ativista transgênero Julia Serano criticou a escolha de palavras de Blanchard como confusa e degradante.<ref name=":5">'''Serano, Julia M.'''(2010) '''The Case Against Autogynephilia''<nowiki/>', International Journal of Transgenderism, 12:3, 176 — 187 DOI:10.1080/15532739.2010.514223</ref> A organização [[World Professional Association for Transgender Health]] contestou à inclusão de uma menção à autoginefilia que foi adicionada ao [[DSM-5]], chamando-a de teoria não comprovada.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=gvk7BQAAQBAJ&q=autogynephilia|título=The Psychobiology of Transsexualism and Transgenderism: A New View Based on Scientific Evidence: A New View Based on Scientific Evidence|ultimo=Ph.D|primeiro=Thomas E. Bevan|data=2014-11-17|editora=ABC-CLIO|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Gijs|primeiro=Luk|ultimo2=Carroll|primeiro2=Richard A.|data=2010-03-02|titulo=Should Transvestic Fetishism Be Classified in DSM 5? Recommendations from the WPATH Consensus Process for Revision of the Diagnosis of Transvestic Fetishism|url=https://doi.org/10.1080/15532739.2010.550766|jornal=International Journal of Transgenderism|volume=12|numero=4|paginas=189–197|doi=10.1080/15532739.2010.550766|issn=1553-2739}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Knudson|primeiro=Gail|ultimo2=Cuypere|primeiro2=Griet De|ultimo3=Bockting|primeiro3=Walter|data=2011-10-01|titulo=Second Response of the World Professional Association for Transgender Health to the Proposed Revision of the Diagnosis of Transvestic Disorder for DSM 5|url=https://doi.org/10.1080/15532739.2011.606195|jornal=International Journal of Transgenderism|volume=13|numero=1|paginas=9–12|doi=10.1080/15532739.2011.606195|issn=1553-2739}}</ref> A tipologia também tem sido objeto de controvérsia dentro da comunidade transgênero e chamou a atenção do público com a publicação de ''The Man Who Would Be Queen'' de Bailey em 2003.<ref name=":3" />
Críticas à tipologia vieram dos sexólogos John Bancroft e Charles Allen Moser, e da psicóloga Margaret Nichols.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Ph.D|primeiro=Margaret Nichols|data=2014-01-01|titulo=A Review of “Men Trapped in Men's Bodies: Narratives of Autogynephilic Transsexualism”|url=https://doi.org/10.1080/0092623X.2013.854559|jornal=Journal of Sex & Marital Therapy|volume=40|numero=1|paginas=71–73|doi=10.1080/0092623X.2013.854559|issn=0092-623X}}</ref> A ativista transgênero Julia Serano criticou a escolha de palavras de Blanchard como confusa e degradante.<ref name=":5">'''Serano, Julia M.'''(2010) '''The Case Against Autogynephilia''<nowiki/>', International Journal of Transgenderism, 12:3, 176 — 187 DOI:10.1080/15532739.2010.514223</ref> A organização [[World Professional Association for Transgender Health]] contestou à inclusão de uma menção à autoginefilia que foi adicionada ao [[DSM-5]], chamando-a de teoria não comprovada.<ref name=":2">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=gvk7BQAAQBAJ&q=autogynephilia|título=The Psychobiology of Transsexualism and Transgenderism: A New View Based on Scientific Evidence: A New View Based on Scientific Evidence|ultimo=Ph.D|primeiro=Thomas E. Bevan|data=2014-11-17|editora=ABC-CLIO|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Gijs|primeiro=Luk|ultimo2=Carroll|primeiro2=Richard A.|data=2010-03-02|titulo=Should Transvestic Fetishism Be Classified in DSM 5? Recommendations from the WPATH Consensus Process for Revision of the Diagnosis of Transvestic Fetishism|url=https://doi.org/10.1080/15532739.2010.550766|jornal=International Journal of Transgenderism|volume=12|numero=4|paginas=189–197|doi=10.1080/15532739.2010.550766|issn=1553-2739}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Knudson|primeiro=Gail|ultimo2=Cuypere|primeiro2=Griet De|ultimo3=Bockting|primeiro3=Walter|data=2011-10-01|titulo=Second Response of the World Professional Association for Transgender Health to the Proposed Revision of the Diagnosis of Transvestic Disorder for DSM 5|url=https://doi.org/10.1080/15532739.2011.606195|jornal=International Journal of Transgenderism|volume=13|numero=1|paginas=9–12|doi=10.1080/15532739.2011.606195|issn=1553-2739}}</ref> A tipologia também tem sido objeto de controvérsia dentro da comunidade transgênero e chamou a atenção do público com a publicação de ''The Man Who Would Be Queen'' de Bailey em 2003.<ref name=":3" />


A tipologia de Blanchard não é usada para avaliar adolescentes ou adultos com disforia de gênero/gênero incongruente para tratamento endócrino,<ref>{{Citar periódico|ultimo=Hembree|primeiro=Wylie C|ultimo2=Cohen-Kettenis|primeiro2=Peggy T|ultimo3=Gooren|primeiro3=Louis|ultimo4=Hannema|primeiro4=Sabine E|ultimo5=Meyer|primeiro5=Walter J|ultimo6=Murad|primeiro6=M Hassan|ultimo7=Rosenthal|primeiro7=Stephen M|ultimo8=Safer|primeiro8=Joshua D|ultimo9=Tangpricha|primeiro9=Vin|data=2017-11-01|titulo=Endocrine Treatment of Gender-Dysphoric/Gender-Incongruent Persons: An Endocrine Society* Clinical Practice Guideline|url=http://academic.oup.com/jcem/article/102/11/3869/4157558|jornal=The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism|lingua=en|volume=102|numero=11|paginas=3869–3903|doi=10.1210/jc.2017-01658|issn=0021-972X}}</ref> e sua tipologia não é usada em cuidados de afirmação de gênero em geral.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Coleman|primeiro=Eli|data=2017|titulo=Standards of Care for the Health of Transsexual, Transgender, and Gender-Nonconforming People|url=http://dx.doi.org/10.1016/b978-0-12-803506-1.00058-9|publicado=Elsevier|paginas=69–75|isbn=978-0-12-803506-1}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Prunas|primeiro=A.|data=2019-07-01|titulo=The pathologization of trans-sexuality: Historical roots and implications for sex counselling with transgender clients|url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1158136019300519|jornal=Sexologies|series=Sexualités LGBT : nouvelles approches ? LGBT Sexualities : new approaches ?|lingua=en|volume=28|numero=3|paginas=e54–e60|doi=10.1016/j.sexol.2019.06.002|issn=1158-1360}}</ref>
A tipologia de Blanchard não é usada para avaliar adolescentes ou adultos com disforia de gênero/gênero incongruente para tratamento endócrino,<ref>{{Citar periódico|ultimo=Hembree|primeiro=Wylie C|ultimo2=Cohen-Kettenis|primeiro2=Peggy T|ultimo3=Gooren|primeiro3=Louis|ultimo4=Hannema|primeiro4=Sabine E|ultimo5=Meyer|primeiro5=Walter J|ultimo6=Murad|primeiro6=M Hassan|ultimo7=Rosenthal|primeiro7=Stephen M|ultimo8=Safer|primeiro8=Joshua D|ultimo9=Tangpricha|primeiro9=Vin|data=2017-11-01|titulo=Endocrine Treatment of Gender-Dysphoric/Gender-Incongruent Persons: An Endocrine Society* Clinical Practice Guideline|url=http://academic.oup.com/jcem/article/102/11/3869/4157558|jornal=The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism|lingua=en|volume=102|numero=11|paginas=3869–3903|doi=10.1210/jc.2017-01658|issn=0021-972X}}</ref> e sua tipologia não é usada em cuidados de afirmação de gênero em geral.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Coleman|primeiro=Eli|data=2017|titulo=Standards of Care for the Health of Transsexual, Transgender, and Gender-Nonconforming People|url=http://dx.doi.org/10.1016/b978-0-12-803506-1.00058-9|publicado=Elsevier|paginas=69–75|isbn=978-0-12-803506-1}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Prunas|primeiro=A.|data=2019-07-01|titulo=The pathologization of trans-sexuality: Historical roots and implications for sex counselling with transgender clients|url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1158136019300519|jornal=Sexologies|series=Sexualités LGBT : nouvelles approches ? LGBT Sexualities : new approaches ?|lingua=en|volume=28|numero=3|paginas=e54–e60|doi=10.1016/j.sexol.2019.06.002|issn=1158-1360}}</ref>
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Blanchard conduziu uma série de estudos sobre pessoas com [[disforia de gênero]], analisando os arquivos de casos vistos na Clínica de [[Identidade de gênero|Identidade de Gênero]] do Instituto Clarke de Psiquiatria e comparando-os em múltiplas características.<ref name=":0" /> Estudando indivíduos que se sentiram como uma mulher o tempo todo por pelo menos um ano, baseando-se nos tipos de Hirschfeld (com base na atração sexual por homens, mulheres, ambos ou nenhum), e então classificando os pacientes de acordo com base em suas pontuações em medidas de atração por homens e atração por mulheres.<ref name="Blanchard 2005" />
Blanchard conduziu uma série de estudos sobre pessoas com [[disforia de gênero]], analisando os arquivos de casos vistos na Clínica de [[Identidade de gênero|Identidade de Gênero]] do Instituto Clarke de Psiquiatria e comparando-os em múltiplas características.<ref name=":0" /> Estudando indivíduos que se sentiram como uma mulher o tempo todo por pelo menos um ano, baseando-se nos tipos de Hirschfeld (com base na atração sexual por homens, mulheres, ambos ou nenhum), e então classificando os pacientes de acordo com base em suas pontuações em medidas de atração por homens e atração por mulheres.<ref name="Blanchard 2005" />


Usando questionários padronizados, Blanchard forneceu evidências para o modelo de dois tipos de transexualidade proposto por Freund, ao comparar os quatro grupos (ginefílicos, bissexuais, androfílicos e assexuais), descobrindo então que não havia diferenças significativas entre os grupos de pessoas transexuais ginefílicas, bissexuais e assexuais na proporção de casos que relataram uma história de excitação erótica associada ao [[cross-dressing]], que foi significativamente maior (73%) do que o grupo androfílico. Ele rotulou os três grupos como "não homossexuais", em relação ao [[sexo biológico]].<ref name=":6">Veale, Jaimie & Clarke, Dave & Lomax, Terri. (2008). Sexuality of Male-to-Female Transsexuals. Archives of sexual behavior. 37. 586-97. 10.1007/s10508-007-9306-9. </ref><ref name="Lawrence04">{{Citar periódico|titulo=Autogynephilia: A Paraphilic Model of Gender Identity Disorder|url=http://www.annelawrence.com/autogynephilia,_a_paraphilic_model_of_GID.pdf|jornal=Journal of Gay & Lesbian Psychotherapy|volume=8|páginas=69–87|citeseerx=10.1.1.656.9256|doi=10.1080/19359705.2004.9962367|issn=0891-7140}}</ref>
Usando questionários padronizados, Blanchard forneceu evidências para o modelo de dois tipos de transexualidade proposto por Freund, ao comparar os quatro grupos (ginefílicos, bissexuais, androfílicos e assexuais), descobrindo então que não havia diferenças significativas entre os grupos de pessoas transexuais ginefílicas, bissexuais e assexuais na proporção de casos que relataram uma história de excitação erótica associada ao [[cross-dressing]], que foi significativamente maior (73%) do que o grupo androfílico. Ele rotulou os três grupos como "não homossexuais", em relação ao [[sexo biológico]].<ref name=":6">Veale, Jaimie & Clarke, Dave & Lomax, Terri. (2008). Sexuality of Male-to-Female Transsexuals. Archives of sexual behavior. 37. 586-97. 10.1007/s10508-007-9306-9. </ref><ref name="Lawrence04">{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=|titulo=Autogynephilia: A Paraphilic Model of Gender Identity Disorder|url=|jornal=Journal of Gay & Lesbian Psychotherapy|volume=8|páginas=69–87|citeseerx=10.1.1.656.9256|doi=10.1080/19359705.2004.9962367|issn=0891-7140|acessodata=}}</ref>


Ele concluiu que a transexualidade assexual e bissexual eram formas variantes da transexualidade heterossexual, se apresentando como fenômenos relacionados. Ele argumentou que a característica comum entre todos esses indivíduos era a excitação erótica para o pensamento ou imagem de si mesmo como uma mulher, cunhando o termo [[autoginefilia]].<ref name="Blanchard 2005" /> Blanchard descobriu também que transexuais não-homossexuais relataram feminilidade na infância significativamente menor do que o grupo androfílico. De acordo com Blanchard, a disforia de gênero não-homossexual é o resultado da autoginefilia.<ref name=":6" />
Ele concluiu que a transexualidade assexual e bissexual eram formas variantes da transexualidade heterossexual, se apresentando como fenômenos relacionados. Ele argumentou que a característica comum entre todos esses indivíduos era a excitação erótica para o pensamento ou imagem de si mesmo como uma mulher, cunhando o termo [[autoginefilia]].<ref name="Blanchard 2005" /> Blanchard descobriu também que transexuais não-homossexuais relataram feminilidade na infância significativamente menor do que o grupo androfílico.<ref name=":7">{{Citar periódico|ultimo=Lawrence|primeiro=Anne|data=2004|titulo=Autogynephilia: A paraphilic model of gender identity disorder|url=http://www.informaworld.com/openurl?genre=article&doi=10.1080/19359705.2004.9962367&magic=crossref%7C%7CD404A21C5BB053405B1A640AFFD44AE3|jornal=Journal of Gay & Lesbian Mental Health|lingua=en|volume=8|numero=1|paginas=69–87|doi=10.1080/19359705.2004.9962367|issn=1935-9705}}</ref> De acordo com Blanchard, a disforia de gênero não-homossexual é o resultado da autoginefilia.<ref name=":6" />


Blanchard e colegas conduziram um estudo em [[1986]] usando a falometria (uma medida do fluxo sanguíneo no pênis), demonstrando excitação em resposta às narrativas em áudio entre mulheres trans. Embora este estudo seja frequentemente citado como evidência para a autoginefilia, os autores não tentaram medir as ideias dos sujeitos de si mesmos como mulheres. Este estudo foi citado por proponentes da teoria para argumentar que as mulheres trans ginefílicas que não relataram interesses autoginefílicos estavam deturpando seus interesses eróticos. Os autores concluíram que pacientes com identidade de gênero ginefílica que negavam ter experimentado excitação eram mensuráveis ​​por estímulos autoginefílicos, e essa autoginefilia estava associada negativamente à tendência de esconder sua narrativa para ser mais socialmente aceitável. Julia Serano critica essa conclusão como infalsificável.<ref name=":5" /> O sexólogo Charles Allen Moser escreve que o estudo teve problemas metodológicos e que os dados relatados não apoiaram a conclusão, afirmando que a excitação medida para situações de travestis era mínima e consistente com a excitação autorreferida pelos sujeitos.<ref>{{Citar periódico|ultimo=PhD|primeiro=Charles Moser MD|data=2010-06-30|titulo=Blanchard's Autogynephilia Theory: A Critique|url=https://doi.org/10.1080/00918369.2010.486241|jornal=Journal of Homosexuality|volume=57|numero=6|paginas=790–809|doi=10.1080/00918369.2010.486241|issn=0091-8369|pmid=20582803}}</ref>
Blanchard e colegas conduziram um estudo em [[1986]] usando a falometria (uma medida do fluxo sanguíneo no pênis), demonstrando excitação em resposta às narrativas em áudio entre mulheres trans. Embora este estudo seja frequentemente citado como evidência para a autoginefilia, os autores não tentaram medir as ideias dos sujeitos de si mesmos como mulheres. Este estudo foi citado por proponentes da teoria para argumentar que as mulheres trans ginefílicas que não relataram interesses autoginefílicos estavam deturpando seus interesses eróticos. Os autores concluíram que pacientes com identidade de gênero ginefílica que negavam ter experimentado excitação eram mensuráveis ​​por estímulos autoginefílicos, e essa autoginefilia estava associada negativamente à tendência de esconder sua narrativa para ser mais socialmente aceitável. Julia Serano critica essa conclusão como infalsificável.<ref name=":5" /> O sexólogo Charles Allen Moser escreve que o estudo teve problemas metodológicos e que os dados relatados não apoiaram a conclusão, afirmando que a excitação medida para situações de travestis era mínima e consistente com a excitação autorreferida pelos sujeitos.<ref name=":8">{{Citar periódico|ultimo=PhD|primeiro=Charles Moser MD|data=2010-06-30|titulo=Blanchard's Autogynephilia Theory: A Critique|url=https://doi.org/10.1080/00918369.2010.486241|jornal=Journal of Homosexuality|volume=57|numero=6|paginas=790–809|doi=10.1080/00918369.2010.486241|issn=0091-8369|pmid=20582803}}</ref>


Blanchard teorizou que o '[[Transexualidade|transexualismo']] homossexual era uma expressão extrema da [[homossexualidade]], considerando que havia um continuum de fenômenos apenas da [[homossexualidade]], através da homossexualidade disfórica de gênero, até a homossexualidade transexual.<ref name=":4" /> Lawrence argumentou que o transexualismo autoginefílico compartilhava um continuum com formas menos graves de autoginefilia, como a autoginefilia parcial.<ref name=":0" />
Blanchard teorizou que o '[[Transexualidade|transexualismo']] homossexual era uma expressão extrema da [[homossexualidade]], considerando que havia um continuum de fenômenos apenas da [[homossexualidade]], através da homossexualidade disfórica de gênero, até a homossexualidade transexual.<ref name=":4" /> Lawrence argumentou que o transexualismo autoginefílico compartilhava um continuum com formas menos graves de autoginefilia, como a autoginefilia parcial.<ref name=":0" />
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== Autoginefilia ==
== Autoginefilia ==
{{Artigo principal|Autoginefilia}}
{{Artigo principal|Autoginefilia}}
'''Autoginefilia''' é o termo que Blanchard cunhou<ref name="Bancroft 2009" /><ref name=":8" /><ref name="Sanchez & Vilain" /> para definir "a propensão de um ''homem'' ser sexualmente excitado pelo pensamento de si mesmo como uma mulher",<ref name="Lawrence04" /><ref name=":9">{{Citar periódico|ultimo=BLANCHARD|primeiro=RAY|data=1989|titulo=The Concept of Autogynephilia and the Typology of Male Gender Dysphoria|url=http://dx.doi.org/10.1097/00005053-198910000-00004|jornal=The Journal of Nervous and Mental Disease|volume=177|numero=10|paginas=616–623|doi=10.1097/00005053-198910000-00004|issn=0022-3018|acessodata=}}</ref> com a pretensão de que o termo se refira a "toda a gama de comportamentos e fantasias entre gêneros eroticamente estimulantes".<ref name="Lawrence04" /> Blanchard afirma que pretendia que o termo englobasse o travestismo, inclusive para ideias sexuais nas quais as roupas femininas desempenham apenas um papel pequeno ou nenhum. [27] Outros termos para tais fantasias e comportamentos do gênero oposto incluem auto-monosexualidade, eonismo e inversão estética sexual.<ref name=":8" />
'''Autogynefilia''' (derivado do grego para 'amor a si mesmo como mulher'{{Referências múltiplas|Moser 2010}} {{Efn|Greek ''autos'' 'self'; ''gyne'' 'woman'; ''philia'' 'love'{{r|Milner}}}} é o termo cunhado por Blanchard {{Referências múltiplas|Bancroft 2009|Milner}} <ref name="Sanchez & Vilain">{{Citar livro|título=Handbook of Psychology and Sexual Orientation|ultimo=Sánchez|primeiro=Francisco J.|ultimo2=Vilain|primeiro2=Eric|data=2013|editor-sobrenome=Patterson|páginas=47–48|capitulo=Transgender Identities: Research and Controversies|isbn=978-0-1997-6521-8|editor-sobrenome2=D'Augelli|publicação=Oxford University Press}}</ref> para "a propensão de um homem a ser [[Excitação|despertado sexualmente]] pelo pensamento" de si mesmo como mulher ", {{Referências múltiplas|Moser 2010|Blanchard1989}} pretendendo que o termo se refira à" gama completa de despertar eroticamente comportamentos e fantasias entre gêneros ". {{Referências múltiplas|Moser 2010}} Blanchard afirma que ele pretendia que o termo englobasse o ''[[Transvestismo|travestismo]]'', inclusive para idéias sexuais em que roupas femininas desempenham apenas um papel pequeno ou nenhum. <ref name="Blanchard1991">{{Citar periódico|ano=1991|titulo=Clinical observations and systematic studies of autogynephilia|url=|jornal=Journal of Sex and Marital Therapy|volume=17|páginas=235–251|doi=10.1080/00926239108404348|pmid=1815090}}</ref> Outros termos para tais fantasias e comportamentos entre ''gêneros'' incluem ''automonossexualidade'', ''[[Havelock Ellis|eonismo]]'' e ''[[Havelock Ellis|inversão sexo-estética]]''.<ref name="Milner">{{Citar livro|título=Sexual Deviance: Theory, Assessment, and Treatment|ultimo=Milner|primeiro=Joel S.|ultimo2=Dopke|primeiro2=Cynthia A.|ultimo3=Crouch|primeiro3=Julie L.|data=2008|editor-sobrenome=Laws|capitulo=Paraphilia Not Otherwise Specified: Psychopathology and Theory|isbn=978-1-59385-605-2|editor-sobrenome2=O'Donohue|publicação=[[Guilford Press]]}}</ref>


A autoginefilia também foi caracterizada como uma [[orientação sexual]]. Blanchard escreveu em 1993 que "a autoginefilia pode ser melhor caracterizada como uma orientação do que como uma parafilia". {{Referências múltiplas|Moser 2010|Blanchard Partial}} Blanchard atribuiu a [[Magnus Hirschfeld]] a noção de que alguns homens travestis eram sexualmente despertados pela imagem de si mesmos como mulheres, que afirmou: "Eles [automonossexuais] sentem-se atraídos não pelas mulheres fora deles, mas pelo mulher dentro deles. " <ref name="Hirschfeld1948">Hirschfeld, M. (1948). ''Sexual anomalies.'' New York: Emerson.</ref> <ref name="Blanchard1989">{{Citar periódico|numero-autores=Blanchard R|titulo=The concept of autogynephilia and the typology of male gender dysphoria|jornal=The Journal of Nervous and Mental Disease|volume=177|páginas=616–623|doi=10.1097/00005053-198910000-00004|pmid=2794988}}</ref> A natureza exata do relacionamento entre autoginefilia e disforia de gênero não é clara, e o desejo de viver como mulher geralmente permanece tão forte ou mais forte depois que uma resposta sexual inicial à idéia desapareceu. {{Referências múltiplas|Cantor & Sutton}} Blanchard e Lawrence argumentam que isso ocorre porque a autoginefilia causa o desenvolvimento de uma identidade de gênero feminina, que se torna um apego emocional e algo aspiracional por si só. <ref name="Lawrence 2013">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=l9WI-cXC4GQC|título=Men Trapped in Men's Bodies: Narratives of Autogynephilic Transsexualism|ultimo=Lawrence|primeiro=Anne|ano=2013|isbn=978-1-4614-5181-5|publicação=Springer Science+Business Media}}</ref> {{Rp|20-21}}
A autoginefilia também foi caracterizada como uma [[orientação sexual]]. Blanchard escreveu em 1993 que "a autoginefilia pode ser melhor caracterizada como uma orientação do que como uma parafilia".<ref name=":8" /> Blanchard atribuiu a noção de alguns homens travestidos sendo sexualmente excitados pela imagem de si mesmos como mulheres a Hirschfeld, que afirmou: "Eles [os auto-monossexuais] se sentem atraídos não pelas mulheres fora deles, mas pela mulher dentro deles".<ref>{{Citar periódico|ultimo=ELLIS|primeiro=ALBERT|data=1945|titulo=HIRSCHFELD, MAGNUS. Sexual Anomalies. New York, Emerson Books, Inc., 1944. 630 pp. $4.95.|url=http://dx.doi.org/10.1097/00006842-194507000-00013|jornal=Psychosomatic Medicine|volume=7|numero=4|paginas=253–254|doi=10.1097/00006842-194507000-00013|issn=0033-3174|acessodata=}}</ref><ref name=":9" /> A natureza exata da relação entre autoginefilia e [[disforia de gênero]] não é clara, e o desejo de viver como mulher geralmente permanece forte ou mais forte após o desaparecimento de uma resposta sexual inicial à ideia.<ref name="Cantor & Sutton" /> Blanchard e Lawrence argumentam que isso ocorre porque a autoginefilia causa o desenvolvimento de uma identidade de gênero feminina, que se torna um apego emocional e uma aspiração por si só.<ref name=":0" />


Apoiadores da tipologia incluem os sexólogos J. Michael Bailey,<ref name=":3" />James Cantor,<ref name=":4" /> e Anne Lawrence;<ref name=":0" /> a bioética Alice Dreger;<ref name="alicedreger" /> e outros.<ref name="Cantor & Sutton" /><ref name="Sanchez & Vilain" /> Dreger afirma que "existem muitos outros sexólogos profissionais que levam a sério a tipologia de Blanchard", citando 13 autores.<ref name=":3" /> Os defensores argumentam que a tipologia explica as diferenças entre os dois grupos na não-conformidade de gênero na infância, orientação sexual, histórico de [[Fetiche|fetichismo]] e idade de transição.<ref name=":0" /><ref name="Cantor & Sutton" /><ref name=":1" />
*


O conceito recebeu pouco interesse público até a publicação de [[2003]] de ''The Man Who Would Be Queen'', do psicólogo J. Michael Bailey, embora Blanchard e outros tenham publicado estudos sobre o assunto por quase 20 anos.<ref name="Sanchez & Vilain" /><ref name=":1" /> O livro de Bailey foi seguido por artigos revisados ​​por pares criticando a metodologia usada por Blanchard.<ref name="Sanchez & Vilain" /> Estudos posteriores encontraram pouco suporte empírico para a autoginefilia como uma classificação de [[identidade sexual]].<ref name="Pfeffer" />
Segundo Blanchard, o tipo transvésico-fetichista tende a ofuscar os outros. {{Referências múltiplas|Milner}} Ele afirma que a autoginefilia anatômica está mais associada à disforia de gênero do que à autoginefilia transvéstica. <ref name="Blanchard1993">{{Citar periódico|numero-autores=Blanchard R|titulo=Varieties of autogynephilia and their relationship to gender dysphoria|jornal=Archives of Sexual Behavior|volume=22|páginas=241–251|doi=10.1007/bf01541769|pmid=8494491}}</ref> <ref name="Lawrence 2013">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=l9WI-cXC4GQC|título=Men Trapped in Men's Bodies: Narratives of Autogynephilic Transsexualism|ultimo=Lawrence|primeiro=Anne|ano=2013|isbn=978-1-4614-5181-5|publicação=Springer Science+Business Media}}</ref> {{Rp|12–13}} Um padrão diferente foi relatado em uma amostra de homens autoginefílicos não transgêneros, nos quais graus mais altos de autoginefilia anatômica foram associados a menor disforia de gênero; aqui, em vez disso, era a autoginefilia interpessoal e fisiológica que previa a disforia de gênero. Os homens desta amostra foram significativamente mais disfóricos quanto ao sexo do que os homens não transgênero. <ref name=":2">{{Citar periódico|numero-autores=Hsu KJ, Rosenthal AM, Bailey JM|titulo=The Psychometric Structure of Items Assessing Autogynephilia|jornal=Archives of Sexual Behavior|volume=44|páginas=1301–1312|doi=10.1007/s10508-014-0397-9|pmid=25277693}}</ref>


Na primeira crítica revisada por pares da pesquisa sobre autoginefilia, não foi encontrada nenhuma diferença substancial entre transexuais "autoginefílicos" e "homossexuais" em termos de [[disforia de gênero]], afirmando que o significado clínico da autoginefilia não era claro.<ref name=":2" /> Ele escreve que "embora autoginefilia exista, a teoria é falha", e que "muitas pessoas d[[Designada homem ao nascer|esignadas homem ao nascer]] prontamente admitem que este construto descreve seu interesse sexual e motivação. No entanto, não está claro com que precisão [a teoria de Blanchard] prevê o comportamento, história e motivação destas em geral".<ref name=":8" /> No único estudo empírico a apresentar uma alternativa à explicação de Blanchard em 2013, Larry Nuttbrock e colegas relataram que características semelhantes à autoginefilia estavam fortemente associadas a uma coorte geracional específica, bem como à etnia dos sujeitos; eles levantaram a hipótese de que a autoginefilia pode se tornar um "fenômeno de em desaparecimento".<ref name="Sanchez & Vilain" /><ref>{{Citar periódico|ultimo=Nuttbrock|primeiro=Larry|ultimo2=Bockting|primeiro2=Walter|ultimo3=Mason|primeiro3=Mona|ultimo4=Hwahng|primeiro4=Sel|ultimo5=Rosenblum|primeiro5=Andrew|ultimo6=Macri|primeiro6=Monica|ultimo7=Becker|primeiro7=Jeffrey|data=2009-12-29|titulo=A Further Assessment of Blanchard’s Typology of Homosexual Versus Non-Homosexual or Autogynephilic Gender Dysphoria|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2894986|jornal=Archives of Sexual Behavior|lingua=en|volume=40|numero=2|paginas=247–257|doi=10.1007/s10508-009-9579-2|issn=0004-0002}}</ref>
Segundo Blanchard, "um autogenephile não se torna necessariamente excitado sexualmente toda vez que se imagina como mulher ou se envolve em comportamento feminino, assim como um homem heterossexual automaticamente obtém uma ereção sempre que vê uma mulher atraente. Assim, o conceito de autoginefilia - como o de heterossexualidade, homossexualidade ou pedofilia - refere-se a um ''potencial'' de excitação sexual. " <ref name="Lawrence04">{{Citar periódico|titulo=Autogynephilia: A Paraphilic Model of Gender Identity Disorder|url=http://www.annelawrence.com/autogynephilia,_a_paraphilic_model_of_GID.pdf|jornal=Journal of Gay & Lesbian Psychotherapy|volume=8|páginas=69–87|citeseerx=10.1.1.656.9256|doi=10.1080/19359705.2004.9962367|issn=0891-7140}}</ref> {{Rp|72}} <ref name="Blanchard1991">{{Citar periódico|ano=1991|titulo=Clinical observations and systematic studies of autogynephilia|url=|jornal=Journal of Sex and Marital Therapy|volume=17|páginas=235–251|doi=10.1080/00926239108404348|pmid=1815090}}</ref> [ênfase no original].


=== Desenvolvimento ===
Blanchard e Lawrence relatam que alguns machos natais exibem ''autogynephilia parcial'', sendo sexualmente despertados pela imagem ou idéia de ter ''alguma'' anatomia feminina normativa, mas não ''toda'', como ter seios, mas reter seu pênis e testículos. <ref name="Cantor & Sutton">{{Citar livro|título=Oxford Textbook of Psychopathology|ultimo=Cantor|primeiro=James M.|ultimo2=Sutton|primeiro2=Katherine S.|data=2014|editor-sobrenome=Blaney|páginas=593, 602–604|capitulo=Paraphilia, Gender Dysphoria, and Hypersexuality|isbn=978-0-19-981177-9|editor-sobrenome2=Krueger|editor-sobrenome3=Millon|publicação=Oxford University Press}}</ref> {{Rp|593}} <ref name="Lawrence 2013">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=l9WI-cXC4GQC|título=Men Trapped in Men's Bodies: Narratives of Autogynephilic Transsexualism|ultimo=Lawrence|primeiro=Anne|ano=2013|isbn=978-1-4614-5181-5|publicação=Springer Science+Business Media}}</ref> {{Rp|23–24, 189–191}} <ref name="Blanchard Partial">{{Citar periódico|numero-autores=Blanchard R|ano=1993|titulo=Partial versus complete autogynephilia and gender dysphoria|jornal=Journal of Sex & Marital Therapy|volume=19|páginas=301–307|doi=10.1080/00926239308404373|pmid=8308916}}</ref>
Blanchard chegou à sua teoria da autoginefilia principalmente interpretando auto-relatos de mulheres trans.<ref name="Lawrence04" /> Em uma série de estudos no Clarke Institute of Psychiatry no final dos anos 1980, ele aplicou questionários a pacientes com disforia de gênero, classificando os participantes como "heterossexuais", "assexuais", "bissexuais" ou "homossexuais" com base nos resultados de dois questionários sobre as escalas de androfilia e de ginefilia. Blanchard avaliou a autoginefilia perguntando sobre a excitação erótica associada à fantasia de ter várias características femininas, como vulva ou seios, e a fantasia de ser admirado como mulher por outra pessoa.<ref name=":0" /> Com base nos resultados, Blanchard escreve que os grupos "heterossexuais", "assexuaIs" e "bissexuais" foram considerados mais semelhantes entre si do que qualquer outro grupo "homossexual", concluindo que transexuais não homossexuais, junto com travestis, compartilhavam uma "história de excitação erótica em associação com o pensamento ou imagem de si mesmo como mulher".


Após a controvérsia sobre o retrato de mulheres transgênero em ''The Man Who Would Be Queen'',<ref name="Bancroft 2009" /> Blanchard distinguiu entre "a existência ou não existência de autoginefilia", que ele descreveu como "estabelecida", e "afirmações teóricas envolvendo autoginefilia".<ref name="Blanchard 2005" />
Blanchard e Lawrence argumentaram que a autoginefilia opera como uma orientação sexual e que, assim como orientações sexuais mais comuns, como heterossexualidade e homossexualidade, não é refletida apenas pelas respostas penianas a estímulos eróticos, mas também inclui a capacidade de formação de vínculos de pares e relações românticas. amar. <ref name="Lawrence04">{{Citar periódico|titulo=Autogynephilia: A Paraphilic Model of Gender Identity Disorder|url=http://www.annelawrence.com/autogynephilia,_a_paraphilic_model_of_GID.pdf|jornal=Journal of Gay & Lesbian Psychotherapy|volume=8|páginas=69–87|citeseerx=10.1.1.656.9256|doi=10.1080/19359705.2004.9962367|issn=0891-7140}}</ref> {{Rp|73, 75}} <ref name="Lawrence 2013">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=l9WI-cXC4GQC|título=Men Trapped in Men's Bodies: Narratives of Autogynephilic Transsexualism|ultimo=Lawrence|primeiro=Anne|ano=2013|isbn=978-1-4614-5181-5|publicação=Springer Science+Business Media}}</ref> {{Rp|20-21}} <ref name="LawrenceBecoming">{{Citar periódico|numero-autores=Lawrence AA|titulo=Becoming what we love: autogynephilic transsexualism conceptualized as an expression of romantic love|url=http://www.annelawrence.com/becoming_what_we_love.pdf|jornal=Perspectives in Biology and Medicine|volume=50|páginas=506–520|doi=10.1353/pbm.2007.0050|pmid=17951885}}</ref>


=== Descrição ===
A ginandromorfofilia, uma atração para as pessoas com anatomia masculina e feminina, foi citada como o inverso da autoginefilia, {{Referências múltiplas|Milner}} e foi relatada como associada a ela. <ref name="Lawrence 2013">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=l9WI-cXC4GQC|título=Men Trapped in Men's Bodies: Narratives of Autogynephilic Transsexualism|ultimo=Lawrence|primeiro=Anne|ano=2013|isbn=978-1-4614-5181-5|publicação=Springer Science+Business Media}}</ref> {{Rp|152, 155–156, 194–195}} <ref name=":1">{{Citar periódico|numero-autores=Hsu KJ, Rosenthal AM, Miller DI, Bailey JM|titulo=Sexual Arousal Patterns of Autogynephilic Male Cross-Dressers|jornal=Archives of Sexual Behavior|volume=46|páginas=247–253|doi=10.1007/s10508-016-0826-z|pmid=27620319}}</ref> Os homens autoginefílicos geralmente são atraídos por mulheres e não por homens. Blanchard e Lawrence afirmam que os autoginefilos que relatam atração por homens estão realmente experimentando "pseudobissexualidade", na qual a pessoa, ao invés de ser atraída pelos [[Fenótipo|fenótipos]] masculino e feminino, é despertada por um parceiro masculino, validando seu status como atraente. mulher; isso coexiste com a atração básica da pessoa por mulheres. {{Referências múltiplas|Cantor & Sutton}} {{Rp|603}} {{Rp|16, 127–128}}
Blanchard fornece exemplos de casos específicos para ilustrar as fantasias sexuais autoginefílicas que as pessoas relataram:<blockquote>Philip era um profissional de 38 anos encaminhado à clínica do autor para avaliação. Philip começou a se masturbar na puberdade, o que ocorreu aos 12 ou 13 anos. A fantasia sexual mais antiga de que conseguia se lembrar era a de ter um corpo de mulher. Quando ele se masturbava, ele imaginava que era uma mulher nua deitada sozinha em sua cama. Suas imagens mentais focalizariam seus seios, sua vagina, a maciez de sua pele e assim por diante - todas as características do físico feminino. Esta permaneceu sua fantasia sexual favorita ao longo de sua vida.</blockquote>Blanchard identificou quatro tipos de fantasia sexual autoginefílica,<ref name="Lawrence04" /> mas afirmou que a coocorrência de tipos era comum.<ref name=":6" /><ref name=":0" />


* Autoginefilia transvéstica: estimulação ao ato ou fantasia de usar roupas tipicamente femininas
Blanchard sugeriu que mulheres trans "não-homossexuais" podem negar a autoginefilia para serem vistas como mais socialmente aceitáveis e para garantir uma recomendação favorável à reatribuição de sexo. Enquanto algumas mulheres trans relatam excitação autoginefílica após a transição de gênero, muitas outras não. Blanchard e Lawrence argumentam que essas mulheres trans são, no entanto, autoginefilas. Lawrence também argumenta que as mulheres trans homossexuais (androfílicas) auto-identificadas que relatam histórias de autogynephilia estão enganadas. Moser contesta isso, argumentando que, se tais deturpações fossem comuns, os dados auto-relatados nos quais a própria teoria se baseia seriam "igualmente suspeitos". Segundo Moser: "Parece que minorias substanciais dos MTFs homossexuais são autoginefílicos e os MTFs não homossexuais não são". {{Referências múltiplas|Moser 2010}}
* Autoginefilia comportamental: excitação para o ato ou fantasia de fazer algo considerado feminino
* Autoginefilia fisiológica: o despertar para fantasias de funções corporais específicas das pessoas considerado feminino
* Autoginefilia anatômica: despertar para a fantasia de ter um corpo de mulher normativo, ou partes dele<ref name=":6" />


Um padrão diferente foi relatado em uma amostra de homens autoginefílicos não-transgêneros, em que graus mais elevados de autoginefilia anatômica foram associados a menos disforia de gênero; aqui, foi a autoginefilia interpessoal e fisiológica que predisse a disforia de gênero. Os homens nesta amostra eram significativamente mais disfóricos em relação ao gênero do que a linha de base masculina não transgênero.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Blanchard|primeiro=Ray|data=1993-06-01|titulo=Varieties of autogynephilia and their relationship to gender dysphoria|url=https://doi.org/10.1007/BF01541769|jornal=Archives of Sexual Behavior|lingua=en|volume=22|numero=3|paginas=241–251|doi=10.1007/BF01541769|issn=1573-2800}}</ref>
O conceito de autogynephilia foi criticado por assumir que apenas mulheres trans experimentam desejo sexual mediado por sua própria identidade de gênero. {{Referências múltiplas|Pfeffer}} Serano afirma que a autoginefilia é semelhante à excitação sexual em mulheres cisgêneros. {{Referências múltiplas|Davy}} Dois estudos testaram a possibilidade de que mulheres cisgêneros também possam experimentar autoginefilia. Jaimie Veale e colegas relataram em 2008 que uma amostra online de mulheres cisgênero endossava itens em versões adaptadas das escalas de autoginefilia de Blanchard, <ref name="veale2008">{{Citar periódico|numero-autores=Veale JF, Clarke DE, Lomax TC|titulo=Sexuality of male-to-female transsexuals|jornal=Archives of Sexual Behavior|volume=37|páginas=586–597|doi=10.1007/s10508-007-9306-9|pmid=18299976}}</ref> embora afirmassem que é improvável que essas mulheres tenham experimentado autoginefilia da maneira que Blanchard a conceituou. <ref name="Lawrence 2013">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=l9WI-cXC4GQC|título=Men Trapped in Men's Bodies: Narratives of Autogynephilic Transsexualism|ultimo=Lawrence|primeiro=Anne|ano=2013|isbn=978-1-4614-5181-5|publicação=Springer Science+Business Media}}</ref> {{Rp|27}} Moser criou uma ''Escala de Autoginefilia para Mulheres'' em 2009, com base em itens usados para categorizar os transexuais de MtF como autoginefílicos em outros estudos. Um questionário que incluía o ASW foi distribuído para uma amostra de 51 mulheres profissionais empregadas em um hospital urbano; 29 questionários preenchidos foram devolvidos para análise. Pela definição comum de sempre ter excitação erótica ao pensamento ou imagem de si mesmo como mulher, 93% dos entrevistados seriam classificados como autoginefílicos. Utilizando uma definição mais rigorosa de excitação "frequente" para múltiplos itens, 28% seriam classificados como autoginefílicos. <ref name="pmid19591032">{{Citar periódico|numero-autores=Moser C|ano=2009|titulo=Autogynephilia in women|jornal=Journal of Homosexuality|volume=56|páginas=539–547|doi=10.1080/00918360903005212|pmid=19591032}}</ref> Enquanto Blanchard afirmou que "a autoginefilia não ocorre nas mulheres", Moser escreve que ambos os estudos encontraram "um número significativo de mulheres" pontuando como autoginefílicas, usando medidas semelhantes às de Blanchard. {{Referências múltiplas|Moser 2010}}


Blanchard e Lawrence relatam que alguns exibem autoginefilia parcial, sendo sexualmente excitados pela imagem ou ideia de ter alguma, mas não toda, anatomia feminina normativa, como ter seios, mas manter seu pênis e testículos.<ref name="Cantor & Sutton" /> Eles também argumentaram que a autoginefilia opera como uma [[orientação sexual]] e que, assim como as orientações sexuais mais comuns, como [[heterossexualidade]] e [[homossexualidade]], ela não é apenas refletida por respostas penianas a estímulos eróticos, mas também inclui a capacidade de formação de vínculo de casal e amor romântico. Outros autores distinguiram entre autoginefilia comportamental e autoginefilia interpessoal, sendo esta última a excitação de ser vista ou admirada como mulher.<ref name=":7" />
Em 2010, Anne Lawrence criticou a metodologia e as conclusões de Moser e afirmou que a autoginefilia genuína ocorre muito raramente, se é que existe, em mulheres cisgênero, pois suas experiências são superficialmente semelhantes, mas as respostas eróticas são marcadamente diferentes. {{Referências múltiplas|Sanchez & Vilain}} <ref name="pmid20069491">{{Citar periódico|numero-autores=Lawrence AA|ano=2010|titulo=Something resembling autogynephilia in women: comment on Moser (2009)|jornal=Journal of Homosexuality|volume=57|páginas=1–4|doi=10.1080/00918360903445749|pmid=20069491}}</ref> Seu comentário foi refutado por Moser, que disse que havia cometido vários erros ao comparar os itens errados. <ref name="PMID20582797">{{Citar periódico|numero-autores=Moser C|ano=2010|titulo=A rejoinder to Lawrence (2010): it helps if you compare the correct items.|jornal=Journal of Homosexuality|volume=57|páginas=693–696|doi=10.1080/00918369.2010.485859|pmid=20582797}}</ref>


=== Mulheres cisgênero ===
Em 2013, Lawrence criticou Veale et al. e estudos de Moser, argumentando que as escalas usadas não conseguiram diferenciar entre excitação de usar roupas provocantes ou imaginar que parceiros em potencial acham uma pessoa atraente, e excitação apenas a partir da idéia de que se é uma mulher ou tem o corpo de uma mulher. <ref name="Lawrence 2013">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=l9WI-cXC4GQC|título=Men Trapped in Men's Bodies: Narratives of Autogynephilic Transsexualism|ultimo=Lawrence|primeiro=Anne|ano=2013|isbn=978-1-4614-5181-5|publicação=Springer Science+Business Media}}</ref> {{Rp|176}} Francisco J. Sanchez e Eric Vilain afirmam que, como em quase todas as parafilias, características consistentes com a autoginefilia foram relatadas entre os homens. {{Referências múltiplas|Sanchez & Vilain}}
O conceito de autoginefilia foi criticado por assumir que apenas [[Mulher trans|mulheres trans]] experimentam o desejo sexual mediado por sua própria [[identidade de gênero]].<ref name="Pfeffer" /> Serano afirma que a autoginefilia é semelhante à excitação sexual em [[Mulher|mulheres]] [[Cisgeneridade|cisgênero]].<ref>{{Citar periódico|ultimo=Davy|primeiro=Zowie|data=2015-06-09|titulo=The DSM-5 and the Politics of Diagnosing Transpeople|url=http://dx.doi.org/10.1007/s10508-015-0573-6|jornal=Archives of Sexual Behavior|volume=44|numero=5|paginas=1165–1176|doi=10.1007/s10508-015-0573-6|issn=0004-0002}}</ref> Dois estudos testaram a possibilidade de que mulheres cisgênero também possam ter autoginefilia. Jaimie Veale e colegas relataram em 2008 que uma amostra online de mulheres cisgênero comumente endossava itens em versões adaptadas das escalas de autoginefilia de Blanchard,<ref name=":6" /> embora eles declarassem que é improvável que essas mulheres experimentassem autoginefilia da maneira que Blanchard a conceituou.<ref name=":0" />

Moser criou uma Escala de Autoginefilia para Mulheres em 2009, com base em itens usados ​​para categorizar mulheres transgênero como autoginefílicas em outros estudos. Um questionário foi distribuído a uma amostra de 51 mulheres cisgênero que trabalhavam em um hospital urbano; 29 questionários foram preenchidos para análise. Pela definição comum de excitação erótica ao pensamento ou imagem de si mesma como mulher, 93% das entrevistadas seriam classificados como autoginefílicas. Usando uma definição mais rigorosa de excitação "frequente" para vários itens, 28% seriam classificados como autoginefílicas.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Moser|primeiro=Charles|data=2009-06-30|titulo=Autogynephilia in Women|url=http://dx.doi.org/10.1080/00918360903005212|jornal=Journal of Homosexuality|volume=56|numero=5|paginas=539–547|doi=10.1080/00918360903005212|issn=0091-8369}}</ref>

Enquanto Blanchard afirmou que "autoginefilia não ocorre em mulheres", Moser escreve que ambos os estudos encontraram "um número significativo de mulheres" pontuando como autoginefílicas, usando medidas semelhantes às de Blanchard.<ref name=":8" />

Em 2010, Anne Lawrence criticou a metodologia e as conclusões de Moser e afirmou que a autoginefilia genuína ocorre muito raramente, ou nunca, em mulheres cisgênero, pois suas experiências são superficialmente semelhantes, mas as respostas eróticas são, em última análise, marcadamente diferentes.<ref>{{Citar periódico|ultimo=PhD|primeiro=Anne A. Lawrence M. D.|data=2009-12-31|titulo=Something Resembling Autogynephilia in Women: Comment on Moser (2009)|url=https://doi.org/10.1080/00918360903445749|jornal=Journal of Homosexuality|volume=57|numero=1|paginas=1–4|doi=10.1080/00918360903445749|issn=0091-8369}}</ref> Seu comentário foi refutado por Moser, que disse que ela cometeu vários erros ao comparar os itens errados.<ref>{{Citar periódico|ultimo=PhD|primeiro=Charles Moser MD|data=2010-06-30|titulo=A Rejoinder to Lawrence (2010): It Helps If You Compare the Correct Items|url=https://doi.org/10.1080/00918369.2010.485859|jornal=Journal of Homosexuality|volume=57|numero=6|paginas=693–696|doi=10.1080/00918369.2010.485859|issn=0091-8369|pmid=20582797}}</ref>

Lawrence também criticou tanto o Veale et al. e estudos de Moser, argumentando que as escalas que eles usaram não conseguiram diferenciar entre excitação de usar roupas provocantes ou imaginar que os parceiros em potencial acham alguém atraente, e a excitação meramente pela ideia de que alguém é mulher ou tem corpo de mulher.<ref name=":0" /> Francisco J. Sanchez e Eric Vilain afirmam que, como acontece com quase todas as parafilias, características consistentes com autoginefilia foram relatadas apenas entre homens.<ref name="Sanchez & Vilain" />


== Transexuais autoginefílicos vs. homossexuais ==
== Transexuais autoginefílicos vs. homossexuais ==

Revisão das 16h23min de 8 de agosto de 2020

A tipologia do transexualismo de Blanchard é uma tipologia psicológica proposta de disforia de gênero, transexualismo e travestismo fetichista, criada por Ray Blanchard durante os anos 1980 e 1990, com base no trabalho de pesquisadores anteriores, incluindo seu colega Kurt Freund. Blanchard classificou a mulheres trans em dois grupos: homossexuais transexuais, que são atraídas exclusivamente por homens e que procuram cirurgia de redesignação de sexo porque são femininas no comportamento e na aparência; e transexuais autoginefílicos (AGP) que são sexualmente excitados com a ideia de ter um corpo feminino.[1] De acordo com Anne Lawrence, a tipologia de Blanchard rompeu com as anteriores, que "excluíam o diagnóstico de transexualismo" para a excitação em resposta ao cross-dressing.[2] Alice Dreger afirmou que Blanchard, Bailey e Lawrence concordam que qualquer mulher trans que se beneficiaria com a cirurgia de redesignação sexual deveria recebê-la.[3]

Os defensores da tipologia incluem os sexólogos J. Michael Bailey,[3]James Cantor,[4] e Anne Lawrence;[2] a bioética Alice Dreger;[5] e outros.[6][7] Dreger afirma que "existem muitos outros sexólogos profissionais que levam a sério a tipologia de Blanchard", citando 13 autores.[3] Os defensores argumentam que a tipologia explica as diferenças entre os dois grupos na não-conformidade de gênero na infância, orientação sexual, histórico de fetichismo e idade de transição.[2][6][8]

Críticas à tipologia vieram dos sexólogos John Bancroft e Charles Allen Moser, e da psicóloga Margaret Nichols.[9] A ativista transgênero Julia Serano criticou a escolha de palavras de Blanchard como confusa e degradante.[10] A organização World Professional Association for Transgender Health contestou à inclusão de uma menção à autoginefilia que foi adicionada ao DSM-5, chamando-a de teoria não comprovada.[11][12][13] A tipologia também tem sido objeto de controvérsia dentro da comunidade transgênero e chamou a atenção do público com a publicação de The Man Who Would Be Queen de Bailey em 2003.[3]

A tipologia de Blanchard não é usada para avaliar adolescentes ou adultos com disforia de gênero/gênero incongruente para tratamento endócrino,[14] e sua tipologia não é usada em cuidados de afirmação de gênero em geral.[15][16]

Pesquisa inicial

O fenômeno da transexualidade praticamente não foi estudado até o século XX. As observações indicando a existência de vários tipos de transexualidade datam do início do século XX. Havelock Ellis usou os termos eonismo e inversão sexual-estética em 1913 para descrever sentimentos e comportamento entre gêneros, envolvendo "imitação e identificação com o objeto admirado".[17]

A primeira classificação de transexuais pode ser encontrada no trabalho de 1923 de Magnus Hirschfeld.[18] Hirschfeld distinguiu entre cinco classificações: ginefílicas (com atração sexual por mulheres), bissexuais e androfílicas (atração sexual por homens), assexuais e narcisistas ou auto-monossexuais.[2] Hirschfeld usou o termo auto-monossexual para descrever a excitação de uma pessoa designada homem ao nascer ao pensamento ou imagem de si como mulher.[19]

A partir da década de 1950, os clínicos e pesquisadores desenvolveram uma variedade de classificações de transexualismo, baseados em orientação sexual, idade de início e fetichismo.[20] A ideia de que existem dois tipos de mulheres trans é um tema recorrente na literatura clínica.[1] Antes dos estudos de Blanchard, os dois grupos eram descritos como "transexuais homossexuais" se sexualmente atraídas por homens e "travestis fetichistas heterossexuais" sexualmente atraídas por mulheres.[21] Esses rótulos carregavam um estigma social de mero fetichismo sexual e revertiam a auto-identificação de mulheres trans como "heterossexuais" ou "homossexuais", respectivamente.[22]

Em 1982, Kurt Freund e colegas argumentaram que havia dois tipos distintos de mulheres trans, com causas distintas: um tipo associado à feminilidade e androfilia (atração sexual por homens) e outro associado ao fetichismo e ginefilia (atração por mulheres). Freund afirmou que a excitação sexual neste último tipo poderia estar associada, não apenas ao cross-dressing, mas também a outros comportamentos femininos típicos, como maquiar-se ou depilar as pernas.[20] Blanchard creditou Freund como o primeiro autor a distinguir entre a excitação erótica devido a se vestir como uma mulher (fetichismo travestico) e a excitação erótica devido a fantasiar sobre ser mulher (que Freund chamou de fetichismo do gênero oposto).[17]

Pesquisa

Blanchard conduziu uma série de estudos sobre pessoas com disforia de gênero, analisando os arquivos de casos vistos na Clínica de Identidade de Gênero do Instituto Clarke de Psiquiatria e comparando-os em múltiplas características.[2] Estudando indivíduos que se sentiram como uma mulher o tempo todo por pelo menos um ano, baseando-se nos tipos de Hirschfeld (com base na atração sexual por homens, mulheres, ambos ou nenhum), e então classificando os pacientes de acordo com base em suas pontuações em medidas de atração por homens e atração por mulheres.[17]

Usando questionários padronizados, Blanchard forneceu evidências para o modelo de dois tipos de transexualidade proposto por Freund, ao comparar os quatro grupos (ginefílicos, bissexuais, androfílicos e assexuais), descobrindo então que não havia diferenças significativas entre os grupos de pessoas transexuais ginefílicas, bissexuais e assexuais na proporção de casos que relataram uma história de excitação erótica associada ao cross-dressing, que foi significativamente maior (73%) do que o grupo androfílico. Ele rotulou os três grupos como "não homossexuais", em relação ao sexo biológico.[23][24]

Ele concluiu que a transexualidade assexual e bissexual eram formas variantes da transexualidade heterossexual, se apresentando como fenômenos relacionados. Ele argumentou que a característica comum entre todos esses indivíduos era a excitação erótica para o pensamento ou imagem de si mesmo como uma mulher, cunhando o termo autoginefilia.[17] Blanchard descobriu também que transexuais não-homossexuais relataram feminilidade na infância significativamente menor do que o grupo androfílico.[25] De acordo com Blanchard, a disforia de gênero não-homossexual é o resultado da autoginefilia.[23]

Blanchard e colegas conduziram um estudo em 1986 usando a falometria (uma medida do fluxo sanguíneo no pênis), demonstrando excitação em resposta às narrativas em áudio entre mulheres trans. Embora este estudo seja frequentemente citado como evidência para a autoginefilia, os autores não tentaram medir as ideias dos sujeitos de si mesmos como mulheres. Este estudo foi citado por proponentes da teoria para argumentar que as mulheres trans ginefílicas que não relataram interesses autoginefílicos estavam deturpando seus interesses eróticos. Os autores concluíram que pacientes com identidade de gênero ginefílica que negavam ter experimentado excitação eram mensuráveis ​​por estímulos autoginefílicos, e essa autoginefilia estava associada negativamente à tendência de esconder sua narrativa para ser mais socialmente aceitável. Julia Serano critica essa conclusão como infalsificável.[10] O sexólogo Charles Allen Moser escreve que o estudo teve problemas metodológicos e que os dados relatados não apoiaram a conclusão, afirmando que a excitação medida para situações de travestis era mínima e consistente com a excitação autorreferida pelos sujeitos.[26]

Blanchard teorizou que o 'transexualismo' homossexual era uma expressão extrema da homossexualidade, considerando que havia um continuum de fenômenos apenas da homossexualidade, através da homossexualidade disfórica de gênero, até a homossexualidade transexual.[4] Lawrence argumentou que o transexualismo autoginefílico compartilhava um continuum com formas menos graves de autoginefilia, como a autoginefilia parcial.[2]

Uma revisão de 2016 encontrou suporte para as previsões da tipologia de Blanchard de que mulheres trans androfílicas e ginofílicas têm fenótipos cerebrais diferentes. Ele afirmou que, embora James Cantor pareça estar certo de que as previsões de Blanchard foram validadas por dois estudos independentes de neuroimagem estrutural, "ainda existe apenas um estudo sobre MtFs não-homossexuais; para confirmar completamente a hipótese, são necessários mais estudos independentes sobre MtFs não-homossexuais. Uma verificação muito melhor da hipótese poderia ser fornecida por um estudo projetado especificamente, incluindo MtFs homossexuais e não-homossexuais ". A revisão afirmou que "confirmar a previsão de Blanchard ainda precisa de uma comparação especificamente projetada de MtF homossexual, homem homossexual e homem e mulher heterossexual".[4]

Autoginefilia

Ver artigo principal: Autoginefilia

Autoginefilia é o termo que Blanchard cunhou[1][26][7] para definir "a propensão de um homem ser sexualmente excitado pelo pensamento de si mesmo como uma mulher",[24][27] com a pretensão de que o termo se refira a "toda a gama de comportamentos e fantasias entre gêneros eroticamente estimulantes".[24] Blanchard afirma que pretendia que o termo englobasse o travestismo, inclusive para ideias sexuais nas quais as roupas femininas desempenham apenas um papel pequeno ou nenhum. [27] Outros termos para tais fantasias e comportamentos do gênero oposto incluem auto-monosexualidade, eonismo e inversão estética sexual.[26]

A autoginefilia também foi caracterizada como uma orientação sexual. Blanchard escreveu em 1993 que "a autoginefilia pode ser melhor caracterizada como uma orientação do que como uma parafilia".[26] Blanchard atribuiu a noção de alguns homens travestidos sendo sexualmente excitados pela imagem de si mesmos como mulheres a Hirschfeld, que afirmou: "Eles [os auto-monossexuais] se sentem atraídos não pelas mulheres fora deles, mas pela mulher dentro deles".[28][27] A natureza exata da relação entre autoginefilia e disforia de gênero não é clara, e o desejo de viver como mulher geralmente permanece forte ou mais forte após o desaparecimento de uma resposta sexual inicial à ideia.[6] Blanchard e Lawrence argumentam que isso ocorre porque a autoginefilia causa o desenvolvimento de uma identidade de gênero feminina, que se torna um apego emocional e uma aspiração por si só.[2]

Apoiadores da tipologia incluem os sexólogos J. Michael Bailey,[3]James Cantor,[4] e Anne Lawrence;[2] a bioética Alice Dreger;[5] e outros.[6][7] Dreger afirma que "existem muitos outros sexólogos profissionais que levam a sério a tipologia de Blanchard", citando 13 autores.[3] Os defensores argumentam que a tipologia explica as diferenças entre os dois grupos na não-conformidade de gênero na infância, orientação sexual, histórico de fetichismo e idade de transição.[2][6][8]

O conceito recebeu pouco interesse público até a publicação de 2003 de The Man Who Would Be Queen, do psicólogo J. Michael Bailey, embora Blanchard e outros tenham publicado estudos sobre o assunto por quase 20 anos.[7][8] O livro de Bailey foi seguido por artigos revisados ​​por pares criticando a metodologia usada por Blanchard.[7] Estudos posteriores encontraram pouco suporte empírico para a autoginefilia como uma classificação de identidade sexual.[21]

Na primeira crítica revisada por pares da pesquisa sobre autoginefilia, não foi encontrada nenhuma diferença substancial entre transexuais "autoginefílicos" e "homossexuais" em termos de disforia de gênero, afirmando que o significado clínico da autoginefilia não era claro.[11] Ele escreve que "embora autoginefilia exista, a teoria é falha", e que "muitas pessoas designadas homem ao nascer prontamente admitem que este construto descreve seu interesse sexual e motivação. No entanto, não está claro com que precisão [a teoria de Blanchard] prevê o comportamento, história e motivação destas em geral".[26] No único estudo empírico a apresentar uma alternativa à explicação de Blanchard em 2013, Larry Nuttbrock e colegas relataram que características semelhantes à autoginefilia estavam fortemente associadas a uma coorte geracional específica, bem como à etnia dos sujeitos; eles levantaram a hipótese de que a autoginefilia pode se tornar um "fenômeno de em desaparecimento".[7][29]

Desenvolvimento

Blanchard chegou à sua teoria da autoginefilia principalmente interpretando auto-relatos de mulheres trans.[24] Em uma série de estudos no Clarke Institute of Psychiatry no final dos anos 1980, ele aplicou questionários a pacientes com disforia de gênero, classificando os participantes como "heterossexuais", "assexuais", "bissexuais" ou "homossexuais" com base nos resultados de dois questionários sobre as escalas de androfilia e de ginefilia. Blanchard avaliou a autoginefilia perguntando sobre a excitação erótica associada à fantasia de ter várias características femininas, como vulva ou seios, e a fantasia de ser admirado como mulher por outra pessoa.[2] Com base nos resultados, Blanchard escreve que os grupos "heterossexuais", "assexuaIs" e "bissexuais" foram considerados mais semelhantes entre si do que qualquer outro grupo "homossexual", concluindo que transexuais não homossexuais, junto com travestis, compartilhavam uma "história de excitação erótica em associação com o pensamento ou imagem de si mesmo como mulher".

Após a controvérsia sobre o retrato de mulheres transgênero em The Man Who Would Be Queen,[1] Blanchard distinguiu entre "a existência ou não existência de autoginefilia", que ele descreveu como "estabelecida", e "afirmações teóricas envolvendo autoginefilia".[17]

Descrição

Blanchard fornece exemplos de casos específicos para ilustrar as fantasias sexuais autoginefílicas que as pessoas relataram:

Philip era um profissional de 38 anos encaminhado à clínica do autor para avaliação. Philip começou a se masturbar na puberdade, o que ocorreu aos 12 ou 13 anos. A fantasia sexual mais antiga de que conseguia se lembrar era a de ter um corpo de mulher. Quando ele se masturbava, ele imaginava que era uma mulher nua deitada sozinha em sua cama. Suas imagens mentais focalizariam seus seios, sua vagina, a maciez de sua pele e assim por diante - todas as características do físico feminino. Esta permaneceu sua fantasia sexual favorita ao longo de sua vida.

Blanchard identificou quatro tipos de fantasia sexual autoginefílica,[24] mas afirmou que a coocorrência de tipos era comum.[23][2]

  • Autoginefilia transvéstica: estimulação ao ato ou fantasia de usar roupas tipicamente femininas
  • Autoginefilia comportamental: excitação para o ato ou fantasia de fazer algo considerado feminino
  • Autoginefilia fisiológica: o despertar para fantasias de funções corporais específicas das pessoas considerado feminino
  • Autoginefilia anatômica: despertar para a fantasia de ter um corpo de mulher normativo, ou partes dele[23]

Um padrão diferente foi relatado em uma amostra de homens autoginefílicos não-transgêneros, em que graus mais elevados de autoginefilia anatômica foram associados a menos disforia de gênero; aqui, foi a autoginefilia interpessoal e fisiológica que predisse a disforia de gênero. Os homens nesta amostra eram significativamente mais disfóricos em relação ao gênero do que a linha de base masculina não transgênero.[30]

Blanchard e Lawrence relatam que alguns exibem autoginefilia parcial, sendo sexualmente excitados pela imagem ou ideia de ter alguma, mas não toda, anatomia feminina normativa, como ter seios, mas manter seu pênis e testículos.[6] Eles também argumentaram que a autoginefilia opera como uma orientação sexual e que, assim como as orientações sexuais mais comuns, como heterossexualidade e homossexualidade, ela não é apenas refletida por respostas penianas a estímulos eróticos, mas também inclui a capacidade de formação de vínculo de casal e amor romântico. Outros autores distinguiram entre autoginefilia comportamental e autoginefilia interpessoal, sendo esta última a excitação de ser vista ou admirada como mulher.[25]

Mulheres cisgênero

O conceito de autoginefilia foi criticado por assumir que apenas mulheres trans experimentam o desejo sexual mediado por sua própria identidade de gênero.[21] Serano afirma que a autoginefilia é semelhante à excitação sexual em mulheres cisgênero.[31] Dois estudos testaram a possibilidade de que mulheres cisgênero também possam ter autoginefilia. Jaimie Veale e colegas relataram em 2008 que uma amostra online de mulheres cisgênero comumente endossava itens em versões adaptadas das escalas de autoginefilia de Blanchard,[23] embora eles declarassem que é improvável que essas mulheres experimentassem autoginefilia da maneira que Blanchard a conceituou.[2]

Moser criou uma Escala de Autoginefilia para Mulheres em 2009, com base em itens usados ​​para categorizar mulheres transgênero como autoginefílicas em outros estudos. Um questionário foi distribuído a uma amostra de 51 mulheres cisgênero que trabalhavam em um hospital urbano; 29 questionários foram preenchidos para análise. Pela definição comum de excitação erótica ao pensamento ou imagem de si mesma como mulher, 93% das entrevistadas seriam classificados como autoginefílicas. Usando uma definição mais rigorosa de excitação "frequente" para vários itens, 28% seriam classificados como autoginefílicas.[32]

Enquanto Blanchard afirmou que "autoginefilia não ocorre em mulheres", Moser escreve que ambos os estudos encontraram "um número significativo de mulheres" pontuando como autoginefílicas, usando medidas semelhantes às de Blanchard.[26]

Em 2010, Anne Lawrence criticou a metodologia e as conclusões de Moser e afirmou que a autoginefilia genuína ocorre muito raramente, ou nunca, em mulheres cisgênero, pois suas experiências são superficialmente semelhantes, mas as respostas eróticas são, em última análise, marcadamente diferentes.[33] Seu comentário foi refutado por Moser, que disse que ela cometeu vários erros ao comparar os itens errados.[34]

Lawrence também criticou tanto o Veale et al. e estudos de Moser, argumentando que as escalas que eles usaram não conseguiram diferenciar entre excitação de usar roupas provocantes ou imaginar que os parceiros em potencial acham alguém atraente, e a excitação meramente pela ideia de que alguém é mulher ou tem corpo de mulher.[2] Francisco J. Sanchez e Eric Vilain afirmam que, como acontece com quase todas as parafilias, características consistentes com autoginefilia foram relatadas apenas entre homens.[7]

Transexuais autoginefílicos vs. homossexuais

Blanchard estudou dois tipos de mulheres trans : aquelas que surgiram como transgêneros no início da vida e foram atraídas principalmente por homens ( androfílicos ), e as que saíram mais tarde na vida e foram principalmente atraídas por mulheres ( ginefílicas ), para entender o que os tornou diferentes um do outro. [7] Ele usa os termos homossexual e não homossexual para esses dois grupos, em relação ao sexo da pessoa atribuída ao nascimento, e não sua identidade de gênero atual. [35] Ele propôs que muitas mulheres trans de transição tardia eram levadas a fazê-lo, não pela disforia de gênero, mas por uma parafilia extrema caracterizada por um interesse erótico em si mesmo como mulher (autoginefilia). [7]

Blanchard disse que um tipo de disforia de gênero / transexualismo se manifesta em indivíduos que são atraídos exclusivamente por homens (os transexuais homossexuais têm em média uma medida na escala de Kinsey de 5–6 e seis é o máximo, ou 9,86 ± 2,37 na Escala de Androfilia Modificada [36] [37] ), a quem ele se referia como transexuais homossexuais, adotando a terminologia de Freund. [38] O outro tipo que ele definiu como incluindo aqueles que são atraídos por mulheres (ginefílicas), atraídos por homens e mulheres (bissexuais) e atraídos por homens e mulheres (não aloeróticos ou assexuais); Blanchard se referiu a este último conjunto coletivamente como os transexuais não homossexuais . [39] [40] Blanchard diz que os transexuais "não homossexuais" (mas não os transexuais "homossexuais") exibem autoginefilia, que ele definiu como um interesse parafílico em ter anatomia feminina. [41] [42]

De acordo com a tipologia, os transexuais autoginefílicos são atraídos para a feminilidade, enquanto os transexuais homossexuais são atraídos para a masculinidade. No entanto, várias outras diferenças entre os tipos foram relatadas. Os transexuais homossexuais geralmente começam a procurar cirurgia de reatribuição de sexo em seus 20 anos, enquanto os transexuais autoginefílicos geralmente buscam tratamento clínico em seus 30 anos ou até mais tarde. [6] Anne Lawrence afirma que a autoginefilia tende a aparecer junto com outras parafilias. [24] :79 Bailey argumentou que "os transexuais homossexuais" e os "transexuais autoginefílicos" foram levados à transição principalmente para gratificação sexual, em oposição a razões de identidade de gênero. [1]

A sexóloga e mulher trans Anne Lawrence, defensora do conceito, [43] [44] argumenta que os transexuais homossexuais realizam cirurgia de redesignação sexual (SRS) por um desejo de maior sucesso social e romântico. [35] Lawrence propôs que os transexuais autoginefílicos estão mais entusiasmados com a cirurgia de redesignação sexual do que os transexuais homossexuais. Ela afirma que os transexuais homossexuais são geralmente ambivalentes ou indiferentes à SRS, enquanto os transexuais autoginefílicos desejam fazer a cirurgia o mais rápido possível, ficam felizes em se livrar do pênis e orgulhosos de seus novos órgãos genitais. [45]

Segundo Blanchard, a maioria dos transexuais homossexuais se descreve como sendo muito feminina desde tenra idade. [40] Lawrence argumenta que os transexuais homossexuais são motivados por serem muito femininos, tanto no comportamento quanto na aparência, e pelo desejo de atrair romântica e sexualmente homens (idealmente muito masculinos), enquanto os transexuais autoginefílicos são motivados por seu desejo sexual e amor romântico por serem mulheres. [45] Lawrence também afirma que os transexuais homossexuais que buscam redesignação sexual passam facilmente como mulheres. [24] :70

De acordo com Bailey e Lawrence, os transexuais ativos na internet são esmagadoramente autoginefílicos. [46]

Homens trans

A tipologia é amplamente sobre mulheres trans. [43] Richard Ekins e Dave King afirmam que os transexuais de mulher para homem ( homens trans ) estão ausentes da tipologia, enquanto Blanchard, Cantor e Katherine Sutton distinguem entre homens trans gnefílicos e androfílicos. Eles afirmam que os homens trans gnefílicos são os homólogos das mulheres trans androfílicas, que experimentam forte inconformidade de gênero na infância e que geralmente começam a procurar uma mudança de sexo entre os 20 e os 20 anos. Eles descrevem os homens trans andrófilos como um grupo raro, mas distinto, que afirma querer se tornar homem gay e, de acordo com Blanchard, costuma ser especificamente atraído por homens gays. Cantor & Sutton afirmam que, embora isso possa parecer análogo à autoginefilia, nenhuma parafilia distinta para isso foi identificada. [6] :603–604 [47]

Inclusão no DSM

Em 1980, no DSM-III, um novo diagnóstico foi introduzido, o de "302.5 Transexualismo" sob "Outros Transtornos Psicossexuais". Esta foi uma tentativa de fornecer uma categoria de diagnóstico para transtornos de identidade de gênero . [48] A categoria de diagnóstico, transexualismo, foi para indivíduos disfóricos de gênero que demonstraram pelo menos dois anos de interesse contínuo em transformar seu status de gênero físico e social. [49] Os subtipos eram assexuados, homossexuais (mesmo "sexo biológico"), heterossexuais (outro "sexo biológico") e não especificados. Isso foi removido no DSM-IV, no qual o distúrbio de identidade de gênero substituiu o transexualismo. As taxonomias anteriores, ou sistemas de categorização, usavam os termos transexual clássico ou transexual verdadeiro, termos usados em diagnósticos diferenciais . [50]

O DSM-IV-TR incluía a autoginefilia como uma "característica associada" do transtorno de identidade de gênero [51] e como uma ocorrência comum no transtorno do fetichismo transvéstico, mas não classifica a autoginefilia como um distúrbio por si só. [52] A Associação Profissional Mundial para a Saúde Transgênero (WPATH) objetou sua inclusão como uma teoria não comprovada. [53] :201 O grupo de trabalho sobre parafilias no DSM 5, que incluiu Ray Blanchard, incluiu autoginofilia e autoandrofilia como subtipos de desordem transvéstica, uma proposta que foi contestada pelo WPATH, citando a falta de evidências empíricas para esses subtipos específicos. [54] [55]

Moser apresenta três razões para questionar a inclusão da autoginefilia como um sinal de um distúrbio clínico: (1) o foco na autoginefilia pode ter ofuscado outros fatores envolvidos na disforia de gênero, criando "um novo estereótipo", ao qual os pacientes que desejam reatribuir sexo devem aderir; (2) alguns proponentes da teoria sugerem que mulheres trans que não relatam interesse sexual consistente com sua digitação de acordo com a teoria estão enganadas ou "em negação", o que é desrespeitoso e potencialmente prejudicial; e (3) a teoria poderia implicar que "todas as manifestações de gênero são secundárias à orientação sexual". [35]

No DSM-5, publicado em 2013, With autogynephilia (excitação sexual por pensamentos, imagens do eu como mulher) é um especificador de 302.3 Transtorno transvésico (excitação sexual intensa de fantasias, impulsos ou comportamentos). o outro especificador é With fetishism (excitação sexual de tecidos, materiais ou roupas). [56]

Crítica

A pesquisa e as conclusões de Blanchard chamaram a atenção mais ampla com a publicação de livros científicos populares sobre transexualismo, incluindo Homens presos nos corpos de homens pela pesquisadora de sexo e mulher trans Anne Lawrence e O homem que seria rainha de J. Michael Bailey, ambos com base em suas retratos de transexuais de homem para mulher na taxonomia de Blanchard. [1][7][43] Bailey, seu livro, Blanchard, e sua pesquisa, atraíram críticas intensas. [1][7][57] Alguns escritores criticaram a autoginecofilia por ser transfóbica . [21] De acordo com Simon LeVay, a oposição à autoginefilia de alguns transexuais vem do medo de que a idéia dificulte o transsexual autoginefílico a receber uma cirurgia de redesignação sexual. [58]

As trans-feministas auto-identificadas Julia Serano e Talia Mae Bettcher [21] desafiaram a explicação de Blanchard e Bailey sobre as motivações das mulheres transgêneros para buscar a mudança de sexo. [59] Críticos da comunidade de transgêneros contestaram a taxonomia usada por Blanchard e Bailey, argumentando que a teoria sexualiza indevidamente a identidade de gênero das mulheres trans. [60] :1729 As descobertas de Blanchard também foram criticadas com base na falta de reprodutibilidade e no fracasso em controlar as mesmas características que ocorrem em mulheres cisgêneros . [51]

Jaimie Veale e colegas reuniram na Internet uma amostra de conveniência das impressões e opiniões de mulheres trans sobre a tipologia de Blanchard. Das 170 pessoas que responderam à pesquisa, 47,5% disseram ter experimentado autogynephilia, 33% disseram que a tipologia era muito estreita e restritiva, 15% disseram que não se aplicava a suas experiências e 5% disseram que a tipologia foi motivada por motivos questionáveis, como como "encorajar o 'divisionismo elitista'". [61]

Charles Allen Moser, especialista em saúde transgênero e pesquisador do sexo, afirma que "muitos dos princípios da teoria não são suportados pelos dados existentes, ou existem dados contraditórios e de apoio". [35] Em uma reavaliação dos dados usados por Blanchard e outros como base para a tipologia, ele afirma: "não está claro que a autoginefilia esteja sempre presente" em mulheres trans ginefílicas ou "sempre ausente" em mulheres trans androfílicas, que a autoginefilia é significativamente diferente de outras parafilias e que "há poucas razões para sugerir que a autoginefilia é a motivação [principal]" para que as mulheres trans gnefílicas procurem a SRS. Ele conclui que os tipos identificados por Blanchard e outros podem ser primariamente correlacionais, e não causais. Nesse caso, a "autoginefilia se torna apenas outra característica" de algumas mulheres trans, em vez de sua característica definidora. [35]

Julia Serano, uma ativista trans e bióloga por formação, escreve no International Journal of Transgenderism que havia falhas nos documentos originais de Blanchard, incluindo que elas eram conduzidas entre populações sobrepostas principalmente no Instituto Clarke em Toronto sem controles não-transexuais, que os subtipos eram não derivadas empiricamente, mas estavam " implorando a questão de que os transexuais se enquadram em subtipos com base em sua orientação sexual" e que outras pesquisas haviam encontrado uma correlação não determinística entre excitação entre gêneros e orientação sexual. [62] Ela afirma que Blanchard não discutiu a idéia de que a excitação entre gêneros pode ser um efeito, e não uma causa, da disforia de gênero, e que Blanchard assumiu que a correlação implicava causalidade .

Serano também afirmou que a ideia mais ampla de excitação entre gêneros foi afetada pela proeminência da objetificação sexual das mulheres, respondendo por uma relativa falta de excitação entre gêneros em homens transexuais e padrões semelhantes de excitação autoginefílica em mulheres não transexuais. [62] Ela criticou os proponentes da tipologia, alegando que eles descartam transexuais não autoginfílicos e não androfílicos como relatos errados ou mentirosos, enquanto não questionam os transexuais andrófilos, descrevendo-o como "equivalente a escolher manualmente quais evidências são importantes e quais não são baseadas em quão bem elas são." está de acordo com o modelo ", tornando a tipologia não científica devido à sua falsificação ou inválida devido à correlação não determinística que estudos posteriores encontraram. Críticas adicionais alegaram que a tipologia minou a experiência de vida de mulheres transexuais, contribuiu para a patologização e sexualização de mulheres transexuais, e a própria literatura alimentou o estereótipo de transexuais como "propositalmente enganoso", que poderia ser usado para justificar a discriminação e a violência contra transexuais. De acordo com Serano, os estudos geralmente descobriram que alguns transexuais não homossexuais relatam não ter autogynophilia. [63]

Talia Mae Bettcher, com base em sua própria experiência como mulher trans, criticou a noção de "autoginefilia" e "erros de alvo" geralmente, dentro de uma estrutura de "estruturalismo erótico", argumentando que a noção conflita distinções essenciais entre "fonte de atração "e" conteúdo erótico "e" interesse (erótico) "e" atração (erótica) ", interpretando mal o que ela prefere chamar, seguindo Serano," erotismo corporificado feminino ". Ela sustenta que não apenas é "um interesse erótico em si mesmo como ser de gênero", como ela diz, um componente não patológico e de fato necessário da atração sexual regular por outras pessoas, mas, dentro da estrutura do estruturalismo erótico, um "mal direcionado". a atração por si mesmo, como postulado por Blanchard, é totalmente sem sentido. [64]

Thomas E. Bevan escreve que o conceito é insuficientemente operacionalizável e, portanto, não se qualifica como teoria ou hipótese científica . [53] :193

A terminologia de Blanchard tem sido descrita como confusa e controversa entre pessoas transexuais que procuram cirurgia de redesignação sexual, [37] arcaica, [65] e humilhante. [66] Frank Leavitt e Jack Berger escrevem: "Os transexuais, como um grupo, se opõem veementemente ao rótulo homossexual de transexuais e à sua bagagem pejorativa. Como regra, eles são altamente investidos em um estilo de vida heterossexual e são repelidos por noções de relações homossexuais com homens. A atenção dos homens geralmente serve para validar seu status feminino. "

O homem trans Aaron Devor escreveu: "Se o que realmente queremos dizer é atraído por homens, diga 'atraído por homens' ou androfílico"   . . . Não vejo absolutamente nenhuma razão para continuar com a linguagem que as pessoas consideram ofensiva quando há perfeitamente útil, na verdade melhor, linguagem que não é ofensiva. " [67] Ainda outras pessoas transexuais se opõem a todo e qualquer modelo de diagnóstico que permita que os profissionais médicos impeçam alguém de mudar de sexo e busquem sua remoção do DSM. [68]

O lingüista Bruce Bagemihl criticou o uso dos termos "homossexual" e "não homossexual" para se referir aos transexuais por seu sexo designado. [69]

Em 2008, o sexólogo John Bancroft se arrependeu de ter usado essa terminologia, que era padrão quando a usava, para se referir a mulheres transexuais, e que agora ele tenta usar as palavras com mais sensibilidade. [70]

A ativista trans Lynn Conway publicou muitos blogs sobre a publicação do livro de Bailey pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos e junto com outros ativistas acusaram Bailey de má conduta. A Northwestern University investigou Bailey, mas não revelou os resultados dessa investigação e não comentou se Bailey havia sido exonerado ou não. [71] De acordo com um resumo da controvérsia escrita pela bioeticista e historiadora da Northwestern University Alice Dreger, as acusações eram infundadas e compreendiam uma tentativa desses ativistas de silenciar Bailey por expressar opiniões que contrastavam com a imagem pública que eles queriam. As acusações em si não resistiram ao escrutínio, de acordo com a análise de Dreger. Por exemplo, duas das quatro mulheres transexuais que acusaram Bailey de abusar de suas histórias no livro não foram mencionadas no livro pelo nome. [57]

Dreger estudou as reações de ativistas trans e outras controvérsias em seu livro de 2015, o dedo médio de Galileu . [72] Ela argumentou que, embora a ciência pareça correta que o erotismo está por trás da tipologia do transgenerismo, os ativistas da comunidade trans preferiram a narrativa mais simples de literalmente ser um sexo preso no corpo do outro. Dreger diz: "A autoginefilia talvez seja melhor entendida como um amor que realmente prefere que não falemos seu nome", em referência à famosa expressão " amor que não ousa falar seu nome", anteriormente usado para se referir à homossexualidade.

Veja também

Referências

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