Saltar para o conteúdo

Planeta interestelar: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
planeta errante
Criada por tradução da página "Rogue planet"
Linha 1: Linha 1:
[[Ficheiro:Alone in Space - Astronomers Find New Kind of Planet.jpg|thumb|300px|Concepção artística de um planeta interestelar do tamanho de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]].]]
Um '''planeta interestelar''' (também conhecido como '''planeta órfão,''' ou '''planeta errante''') é um [[objeto de massa planetária]] que foi expulso do seu sistema e já não é gravitacionalmente vinculado a qualquer [[estrela]], [[anã marrom]] ou algum outro objeto e que, portanto, orbita a [[galáxia]] diretamente.<ref>[http://www.space.com/searchforlife/seti_orphan_planets_050224.html ''Orphan Planets: It's a Hard Knock Life''], [http://www.space.com/ Space.com], 24/02/2005, acessado em 05/02/2009.</ref><ref>[http://www.space.com/scienceastronomy/astronomy/free_floaters_010403-1.html ''Free-Floating Planets – British Team Restakes Dubious Claim''], Space.com, 18/04/2001, acessado em 05/09/2009.</ref><ref>[http://astrobiology.arc.nasa.gov/news/expandnews.cfm?id=783 ''Orphan 'planet' findings challenged by new model''] {{Wayback|url=http://astrobiology.arc.nasa.gov/news/expandnews.cfm?id=783 |date=20090322091340 }}, [http://astrobiology.nasa.gov/ NASA Astrobiology], 18/04/2001, acessado em 05/02/2009.</ref> Em maio de 2011, alguns [[astrônomo]]s estimaram que planetas interestelares do tamanho de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] podem ser duas vezes mais comuns que estrelas.<ref>{{Citar web|título=Free-Floating Planets May be More Common Than Stars|url=http://www.jpl.nasa.gov/news/news.cfm?release=2011-147|publicado=Jet Propulsion Laboratory|acessodata=18/05/2011|autor=Whitney Clavin|coautores=Trent Perrotto|data=18/05/2011}}</ref><ref>[http://news.yahoo.com/s/ap/20110518/ap_on_sc/us_sci_wandering_planets 'Exciting' find: Possible planets without orbits], AP News via Yahoo News, 18/05/2011.</ref>


[[Ficheiro:Planemo.png|alt=|miniaturadaimagem|Um planeta interestelar. Impressão artística de A. Stelter.]]
Acredita-se que objetos de massa planetária que nunca fizeram parte de um sistema se formaram de maneira semelhante às estrelas, e a [[União Astronómica Internacional|UAI]] propôs que esses objetos podem ser chamados de [[subanã marrom]].<ref>[http://www.dtm.ciw.edu/boss/definition.html Working Group on Extrasolar Planets – Definition of a "Planet"] POSITION STATEMENT ON THE DEFINITION OF A "PLANET" (IAU)</ref>
[[File:Artist's_impression_of_the_free-floating_planet_CFBDSIR_J214947.2-040308.9.ogv|miniaturadaimagem|300x300px|Impressão artística em vídeo do planeta [[CFBDSIR 2149-0403|CFBDSIR J214947.2-040308.9]] vagando livremente pelo espaço.]]
Um '''planeta interestelar''' (também chamado '''planeta desgarrado''', '''planeta''' '''nômade''', '''planeta''' '''órfão''', '''planeta errante''', '''planeta sem estrela''' ou '''planeta sem sol''') é um [[Planeta|objeto de massa planetária]] que não orbita diretamente uma [[estrela]]. Tais objetos foram ejetados do [[sistema planetário]] no qual se formaram ou nunca estiveram gravitacionalmente ligados a qualquer estrela ou [[anã marrom]].<ref name="shostak">Shostak, Seth (24 February 2005). ''Orphan Planets: It's a Hard Knock Life''. [http://www.space.com/ Space.com], 24 February 2005. Retrieved 5 February 2009 from http://www.space.com/searchforlife/seti_orphan_planets_050224.html.</ref> <ref name="lloyd">Lloyd, Robin (18 April 2001). ''Free-Floating Planets – British Team Restakes Dubious Claim''. Space.com, 18 April 2001. Retrieved 5 February 2009 from http://www.space.com/scienceastronomy/astronomy/free_floaters_010403-1.html. {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20081013054054/http://www.space.com/scienceastronomy/astronomy/free_floaters_010403-1.html|date=13 October 2008}}</ref> <ref>Author unknown (18 April 2001). ''Orphan 'planet' findings challenged by new model''. [http://astrobiology.nasa.gov/ NASA Astrobiology], 18 April 2001. Retrieved 5 February 2009 from {{Citar web |url=http://astrobiology.arc.nasa.gov/news/expandnews.cfm?id%3D783 |titulo=Archived copy |acessodata=9 February 2009 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090322091340/http://astrobiology.arc.nasa.gov/news/expandnews.cfm?id=783 |arquivodata=22 March 2009}}</ref> Somente na [[Via Láctea]], pode haver de bilhões a trilhões de planetas interestelares - espera-se que o futuro Telescópio Espacial Nancy Grace Roman possa reduzir essa incerteza.<ref>[[Neil deGrasse Tyson]] in ''[[Cosmos: A Spacetime Odyssey]]'' as referred to by [http://phenomena.nationalgeographic.com/2014/03/13/a-guide-to-lonely-planets-in-the-galaxy/ National Geographic]</ref> <ref>"The research team found that the mission will provide a rogue planet count that is at least 10 times more precise than current estimates, which range from tens of billions to trillions in our galaxy." https://scitechdaily.com/our-solar-system-may-be-unusual-rogue-planets-unveiled-with-nasas-roman-space-telescope/</ref>


[[Cha 110913-773444]] pode ser um planeta interestelar ejetado, ou pode ter-se formado sozinho e ser uma subanã marrom.<ref name="CNN">[http://archives.cnn.com/2000/TECH/space/10/06/space.planets.reut/index.html Rogue planet find makes astronomers ponder theory]</ref>
Alguns objetos de massa planetária podem ter se formado de maneira semelhante às estrelas, e a [[União Astronómica Internacional|União Astronômica Internacional]] propôs que tais objetos fossem chamados [[Subanã marrom|subanãs marrom]].<ref>[http://www.dtm.ciw.edu/boss/definition.html Working Group on Extrasolar Planets – Definition of a "Planet"] Position Statement on the Definition of a "Planet" (IAU) {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20060916161707/http://www.dtm.ciw.edu/boss/definition.html|date=16 September 2006}}</ref> Um possível exemplo é [[Cha 110913-773444]], que pode ou ter sido ejetado e se tornado um planeta interestelar, ou então se formado sozinho como uma subanã marrom.<ref name="CNN">[http://edition.cnn.com/2000/TECH/space/10/06/space.planets.reut/index.html Rogue planet find makes astronomers ponder theory]</ref>


Os astrônomos usaram o [[Observatório Espacial Herschel]] e o [[Very Large Telescope]] para observar um objeto de massa planetária desgarrado muito jovem, o OTS 44, e demonstrar que os processos que caracterizam o modo de formação parecido com uma estrela padrão se aplicam a objetos isolados com até algumas vezes maior que a de Júpiter. As observações em infravermelho longínquo do Herschel mostraram que o OTS 44 é cercado por um disco de pelo menos 10 massas terrestres e, portanto, poderia eventualmente formar um mini sistema planetário.<ref name="joergens2013_AA558">{{Citar periódico |ultimo=Joergens |ultimo7=Rojo |bibcode=2013A&A...558L...7J |arxiv=1310.1936 |doi=10.1051/0004-6361/201322432 |data=2013 |número=7 |volume=558 |journal=Astronomy & Astrophysics |titulo=OTS 44: Disk and accretion at the planetary border |primeiro7=P. |primeiro6=G. |primeiro=V. |ultimo6=Chauvin |primeiro5=S. |ultimo5=Wolf |primeiro4=A. |ultimo4=Bayo |primeiro3=Y. |ultimo3=Liu |primeiro2=M. |ultimo2=Bonnefoy |pagina=L7}}</ref> As observações espectroscópicas do OTS 44 com o espectrógrafo SINFONI no Very Large Telescope revelaram que o disco está agregando matéria de forma semelhante às estrelas jovens. Em dezembro de 2013, foi anunciado um candidato a [[exolua]] de um planeta interestelar. <ref>{{Citar periódico |titulo=A Sub-Earth-Mass Moon Orbiting a Gas Giant Primary or a High Velocity Planetary System in the Galactic Bulge |arxiv=1312.3951 |primeiro=D.P. |ultimo=Bennett |primeiro2=V. |ultimo2=Batista |numero-autores=etal |data=13 December 2013 |doi=10.1088/0004-637X/785/2/155 |volume=785 |paginas=155 |journal=The Astrophysical Journal |bibcode=2014ApJ...785..155B}}</ref>
== Ver também ==
* [[Exoplaneta]]
* [[Planeta intergaláctico]]
* [[Planeta extragaláctico]]


Em 2020, foi descoberto o [[OGLE-2016-BLG-1928]], um planeta interestelar com [[Planeta telúrico|massa semelhante à da Terra]] vagando pela [[Via Láctea]].<ref name="UT-202010012">{{Citar jornal |ultimo=Gough |primeiro=Evan |url=https://www.universetoday.com/148097/a-rogue-earth-mass-planet-has-been-discovered-freely-floating-in-the-milky-way-without-a-star/ |titulo=A Rogue Earth-Mass Planet Has Been Discovered Freely Floating in the Milky Way Without a Star |data=1 October 2020 |acessodata=2 October 2020 |website=[[Universe Today]]}}</ref> <ref name="AR-202009292">{{Citar jornal |ultimo=Mroz, Przemek |url=https://arxiv.org/pdf/2009.12377.pdf |titulo=A terrestrial-mass rogue planet candidate detected in the shortest-timescale microlensing event |data=29 September 2020 |acessodata=2 October 2020 |website=[[arxiv]] |arxiv=2009.12377v1 |numero-autores=et al.}}</ref> <ref name="SA-20201019a2">{{Citar jornal |ultimo=Redd |primeiro=Nola Taylor |url=https://www.scientificamerican.com/article/rogue-rocky-planet-found-adrift-in-the-milky-way/ |titulo=Rogue Rocky Planet Found Adrift in the Milky Way - The diminutive world and others like it could help astronomers probe the mysteries of planet formation |data=19 October 2020 |acessodata=19 October 2020 |website=[[Scientific American]]}}</ref>
{{Referências}}


== Observação ==
{{exoplaneta}}
[[Ficheiro:Alone_in_Space_-_Astronomers_Find_New_Kind_of_Planet.jpg|miniaturadaimagem|200x200px|Concepção artística de um [[Júpiter (planeta)|planeta]] interestelar do tamanho de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]].]]
O astrofísico Takahiro Sumi, da Universidade de Osaka, no Japão, e seus colegas, que formam os grupos de colaboração Microlensing Observations in Astrophysics ("observações astrofísicas de microlente") e Optical Gravitational Lensing Experiment ("experimento de lente gravitacional ótica"), publicaram seu estudo sobre [[Microlente gravitacional|microlente]] em 2011. Eles observaram 50 milhões de estrelas na Via Láctea usando o telescópio MOA-II, de 1,8 metros, no [[Observatório de Monte John|Observatório Mount John]] (Nova Zelândia), e o telescópio da [[Universidade de Varsóvia]], de 1,3 metros, no [[Observatório Las Campanas]] (Chile). Eles encontraram 474 ocorrências de microlente, dez das quais foram breves o suficiente para serem planetas do tamanho de Júpiter sem nenhuma estrela associada nas imediações. A partir dessas observações, os pesquisadores estimaram que existem quase dois planetas interestelares com massa semelhante à de Júpiter para cada estrela da Via Láctea.<ref>[http://news.sciencemag.org/sciencenow/2011/05/homeless-planets-may-be-common.html?ref=hp Homeless' Planets May Be Common in Our Galaxy] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20121008190445/http://news.sciencemag.org/sciencenow/2011/05/homeless-planets-may-be-common.html?ref=hp|date=8 October 2012}} by Jon Cartwright, Science Now, 18 May 2011, Accessed 20 May 2011</ref> <ref>[http://www.physorg.com/news/2011-05-class-planets.html Planets that have no stars: New class of planets discovered], Physorg.com, 18 May 2011. Accessed May 2011.</ref> <ref>{{Citar periódico |ultimo=T. Sumi |arxiv=1105.3544 |titulo=Unbound or Distant Planetary Mass Population Detected by Gravitational Microlensing |data=2011 |numero-autores=etal |doi=10.1038/nature10092 |pmid=21593867 |volume=473 |journal=Nature |paginas=349–352 |bibcode=2011Natur.473..349S}}</ref> Um estudo sugeriu que esse número seria muito maior - até 100 mil vezes mais planetas errantes do que estrelas na Via Láctea, embora este estudo englobasse objetos hipotéticos muito menores que Júpiter.<ref>{{Citar web |url=http://news.stanford.edu/news/2012/february/slac-nomad-planets-022312.html |titulo=Researchers say galaxy may swarm with 'nomad planets' |data=2012-02-23 |acessodata=29 February 2012 |publicado=[[Stanford University]]}}</ref> Um estudo de 2017 realizado por Przemek Mróz, do Observatório da Universidade de Varsóvia, e colegas, com estatísticas seis vezes maiores do que o estudo de 2011, indica um limite superior de 0,25 planetas errantes ou de órbita ampla, com massa semelhante à de massa de Júpiter, para cada estrela de [[sequência principal]] na Via Láctea.<ref>{{Citar periódico |ultimo=P. Mroz |arxiv=1707.07634 |titulo=No large population of unbound or wide-orbit Jupiter-mass planets |data=2017 |numero-autores=etal |doi=10.1038/nature23276 |pmid=28738410 |volume=548 |journal=Nature |paginas=183–186 |bibcode=2017Natur.548..183M}}</ref>


Candidatos a planetas interestelares próximos incluem o [[WISE 0855−0714]], a uma distância de {{Val|7.27|0.13|u=light-years}} . <ref name="Luhman2016">{{Citar periódico |titulo=The Spectral Energy Distribution of the Coldest Known Brown Dwarf |journal=The Astronomical Journal |primeiro=Kevin L. |ultimo=Luhman |primeiro2=Taran L. |ultimo2=Esplin |volume=152 |data=September 2016 |doi=10.3847/0004-6256/152/3/78 |bibcode=2016AJ....152...78L |arxiv=1605.06655}}</ref>
{{esboço-astronomia}}


Em setembro de 2020, astrônomos relataram a primeira detecção de um planeta interestelar de [[Planeta telúrico|massa semelhante à da Terra]], denominado OGLE-2016-BLG-1928, vagando livremente pela [[Via Láctea]]. A detecção foi feita por meio de [[Microlente gravitacional|técnicas de microlente]].<ref name="UT-20201001">{{Citar jornal |ultimo=Gough |primeiro=Evan |url=https://www.universetoday.com/148097/a-rogue-earth-mass-planet-has-been-discovered-freely-floating-in-the-milky-way-without-a-star/ |titulo=A Rogue Earth-Mass Planet Has Been Discovered Freely Floating in the Milky Way Without a Star |data=1 October 2020 |acessodata=2 October 2020 |website=[[Universe Today]]}}</ref> <ref name="AR-20200929">{{Citar jornal |ultimo=Mroz, Przemek |url=https://arxiv.org/pdf/2009.12377.pdf |titulo=A terrestrial-mass rogue planet candidate detected in the shortest-timescale microlensing event |data=29 September 2020 |acessodata=2 October 2020 |website=[[arxiv]] |arxiv=2009.12377v1 |numero-autores=et al.}}</ref> <ref name="SA-20201019a">{{Citar jornal |ultimo=Redd |primeiro=Nola Taylor |url=https://www.scientificamerican.com/article/rogue-rocky-planet-found-adrift-in-the-milky-way/ |titulo=Rogue Rocky Planet Found Adrift in the Milky Way - The diminutive world and others like it could help astronomers probe the mysteries of planet formation |data=19 October 2020 |acessodata=19 October 2020 |website=[[Scientific American]]}}</ref>
{{DEFAULTSORT:Planeta Interestelar}}

== Retenção de calor no espaço interestelar ==
Os planetas interestelares geram pouco calor e não são aquecidos por uma estrela.<ref>{{Citar web |ultimo=Sean Raymond |url=https://aeon.co/essays/could-we-make-our-home-on-a-rogue-planet-without-a-sun |titulo=Life in the dark |data=9 April 2005 |acessodata=9 April 2016 |publicado=Aeon |lingua=English}}</ref> Em 1998, [[David John Stevenson|David J. Stevenson]] teorizou que alguns objetos do tamanho de planetas à deriva no espaço interestelar poderiam sustentar uma atmosfera densa que não se congelaria. Ele propôs que essas atmosferas seriam preservadas pela opacidade da radiação [[Radiação infravermelha|infravermelha]] longínqua induzida por pressão de uma atmosfera espessa contendo [[Hidrogénio|hidrogênio]].<ref name="Stevenson 1999">{{Citar periódico |journal=Nature |data=1999 |titulo=Life-sustaining planets in interstellar space? |primeiro=David J. |ultimo=Stevenson |doi=10.1038/21811 |volume=400 |pagina=32 |ultimo2=Stevens |primeiro2=C. F. |bibcode=1999Natur.400...32S |pmid=10403246}}</ref>

Durante a formação do sistema planetário, vários pequenos corpos protoplanetários podem ser ejetados do sistema.<ref>{{Citar periódico |ultimo=Lissauer |primeiro=J. J. |titulo=Timescales for Planetary Accretion and the Structure of the Protoplanetary disk |journal=Icarus |volume=69 |paginas=249–265 |data=1987 |doi=10.1016/0019-1035(87)90104-7 |bibcode=1987Icar...69..249L |hdl-access=free}}</ref> Um corpo ejetado receberia da estrela menos luz [[Radiação ultravioleta|ultravioleta]], que pode retirar os elementos mais leves de sua atmosfera. Mesmo um corpo do tamanho da Terra teria gravidade suficiente para evitar o escape de hidrogênio e hélio em sua atmosfera. <ref name="Stevenson 1999">{{Citar periódico |journal=Nature |data=1999 |titulo=Life-sustaining planets in interstellar space? |primeiro=David J. |ultimo=Stevenson |doi=10.1038/21811 |volume=400 |pagina=32 |ultimo2=Stevens |primeiro2=C. F. |bibcode=1999Natur.400...32S |pmid=10403246}}</ref> Em um objeto do tamanho da Terra com uma pressão atmosférica de [[Bar (unidade)|kilobar]] de hidrogênio e um gás convectivo [[Sistema adiabático|adiabático]], a [[energia geotérmica]] do decaimento do radioisótopo do núcleo residual poderia manter a temperatura da superfície acima do [[ponto de fusão]] da água, permitindo a existência de oceanos de água líquida. É provável que esses planetas permaneçam geologicamente ativos por longos períodos. Se eles tiverem [[Magnetosfera|magnetosferas]] protetoras criadas [[Geodinâmica|geodinamicamente]] e vulcanismo no fundo do mar, as [[Fonte hidrotermal|fontes hidrotermais]] poderiam fornecer energia para vida. Esses corpos seriam difíceis de detectar devido às suas fracas emissões de radiação térmica de microondas, embora a radiação solar refletida e as emissões térmicas no [[infravermelho longínquo]] possam ser detectáveis em um objeto a menos de 1000 [[Unidade astronômica|unidades astronômicas]] da Terra.<ref>{{Citar periódico |titulo=The Steppenwolf: A proposal for a habitable planet in interstellar space |arxiv=1102.1108 |ultimo=Dorian S. Abbot |ultimo2=Eric R. Switzer |data=2 June 2011 |doi=10.1088/2041-8205/735/2/L27 |volume=735 |journal=The Astrophysical Journal |pagina=L27 |bibcode=2011ApJ...735L..27A}}</ref> Cerca de 5% dos planetas ejetados do tamanho da Terra com [[Satélite natural|satélites naturais]] tamanho da Lua reteriam seus satélites após a ejeção. Um grande satélite seria uma fonte significativa de aquecimento geológico originário da [[força de maré]].<ref>{{Citar periódico |titulo=The Survival Rate of Ejected Terrestrial Planets with Moons |primeiro=John H. |ultimo=Debes |ultimo2=Steinn Sigurðsson |data=20 October 2007 |journal=The Astrophysical Journal Letters |volume=668 |paginas=L167–L170 |doi=10.1086/523103 |bibcode=2007ApJ...668L.167D |arxiv=0709.0945}}</ref>

== Planetas interestelares conhecidos ou possíveis ==
A tabela abaixo lista planetas interestelares, confirmados ou suspeitos, que foram descobertos. Ainda não se sabe se esses planetas foram ejetados da órbita de uma estrela ou se formaram por conta própria como [[Subanã marrom|subanãs marrom]]. Ainda não se sabe se planetas interestelares de massa excepcionalmente baixa (como OGLE-2012-BLG-1323 e KMT-2019-BLG-2073) são capazes de se formar por conta própria.

== Veja também ==

* [[Objeto interestelar]]
* [[Cometa Interestelar]] - um cometa que não está gravitacionalmente ligado a nenhuma estrela
* [[Estrela intergaláctica|Estrela intergalática]] - uma estrela que não está gravitacionalmente ligado a nenhuma galáxia
* [[Planeta extragaláctico|Planetas extragaláticos]] - planetas que estão fora da galáxia Via Láctea
{{Referências|30em}}
[[Categoria:Tipos de planetas]]
[[Categoria:Perigos espaciais]]
[[Categoria:Planetas interestelares]]
[[Categoria:Planetas interestelares]]
[[Categoria:Tipos hipotéticos de planetas]]
[[Categoria:Objetos astronómicos]]
[[Categoria:Planemos]]
[[Categoria:Planemos]]

Revisão das 18h36min de 2 de novembro de 2020

Um planeta interestelar. Impressão artística de A. Stelter.
Impressão artística em vídeo do planeta CFBDSIR J214947.2-040308.9 vagando livremente pelo espaço.

Um planeta interestelar (também chamado planeta desgarrado, planeta nômade, planeta órfão, planeta errante, planeta sem estrela ou planeta sem sol) é um objeto de massa planetária que não orbita diretamente uma estrela. Tais objetos foram ejetados do sistema planetário no qual se formaram ou nunca estiveram gravitacionalmente ligados a qualquer estrela ou anã marrom.[1] [2] [3] Somente na Via Láctea, pode haver de bilhões a trilhões de planetas interestelares - espera-se que o futuro Telescópio Espacial Nancy Grace Roman possa reduzir essa incerteza.[4] [5]

Alguns objetos de massa planetária podem ter se formado de maneira semelhante às estrelas, e a União Astronômica Internacional propôs que tais objetos fossem chamados subanãs marrom.[6] Um possível exemplo é Cha 110913-773444, que pode ou ter sido ejetado e se tornado um planeta interestelar, ou então se formado sozinho como uma subanã marrom.[7]

Os astrônomos usaram o Observatório Espacial Herschel e o Very Large Telescope para observar um objeto de massa planetária desgarrado muito jovem, o OTS 44, e demonstrar que os processos que caracterizam o modo de formação parecido com uma estrela padrão se aplicam a objetos isolados com até algumas vezes maior que a de Júpiter. As observações em infravermelho longínquo do Herschel mostraram que o OTS 44 é cercado por um disco de pelo menos 10 massas terrestres e, portanto, poderia eventualmente formar um mini sistema planetário.[8] As observações espectroscópicas do OTS 44 com o espectrógrafo SINFONI no Very Large Telescope revelaram que o disco está agregando matéria de forma semelhante às estrelas jovens. Em dezembro de 2013, foi anunciado um candidato a exolua de um planeta interestelar. [9]

Em 2020, foi descoberto o OGLE-2016-BLG-1928, um planeta interestelar com massa semelhante à da Terra vagando pela Via Láctea.[10] [11] [12]

Observação

Concepção artística de um planeta interestelar do tamanho de Júpiter.

O astrofísico Takahiro Sumi, da Universidade de Osaka, no Japão, e seus colegas, que formam os grupos de colaboração Microlensing Observations in Astrophysics ("observações astrofísicas de microlente") e Optical Gravitational Lensing Experiment ("experimento de lente gravitacional ótica"), publicaram seu estudo sobre microlente em 2011. Eles observaram 50 milhões de estrelas na Via Láctea usando o telescópio MOA-II, de 1,8 metros, no Observatório Mount John (Nova Zelândia), e o telescópio da Universidade de Varsóvia, de 1,3 metros, no Observatório Las Campanas (Chile). Eles encontraram 474 ocorrências de microlente, dez das quais foram breves o suficiente para serem planetas do tamanho de Júpiter sem nenhuma estrela associada nas imediações. A partir dessas observações, os pesquisadores estimaram que existem quase dois planetas interestelares com massa semelhante à de Júpiter para cada estrela da Via Láctea.[13] [14] [15] Um estudo sugeriu que esse número seria muito maior - até 100 mil vezes mais planetas errantes do que estrelas na Via Láctea, embora este estudo englobasse objetos hipotéticos muito menores que Júpiter.[16] Um estudo de 2017 realizado por Przemek Mróz, do Observatório da Universidade de Varsóvia, e colegas, com estatísticas seis vezes maiores do que o estudo de 2011, indica um limite superior de 0,25 planetas errantes ou de órbita ampla, com massa semelhante à de massa de Júpiter, para cada estrela de sequência principal na Via Láctea.[17]

Candidatos a planetas interestelares próximos incluem o WISE 0855−0714, a uma distância de 7.27±0.13 light-years . [18]

Em setembro de 2020, astrônomos relataram a primeira detecção de um planeta interestelar de massa semelhante à da Terra, denominado OGLE-2016-BLG-1928, vagando livremente pela Via Láctea. A detecção foi feita por meio de técnicas de microlente.[19] [20] [21]

Retenção de calor no espaço interestelar

Os planetas interestelares geram pouco calor e não são aquecidos por uma estrela.[22] Em 1998, David J. Stevenson teorizou que alguns objetos do tamanho de planetas à deriva no espaço interestelar poderiam sustentar uma atmosfera densa que não se congelaria. Ele propôs que essas atmosferas seriam preservadas pela opacidade da radiação infravermelha longínqua induzida por pressão de uma atmosfera espessa contendo hidrogênio.[23]

Durante a formação do sistema planetário, vários pequenos corpos protoplanetários podem ser ejetados do sistema.[24] Um corpo ejetado receberia da estrela menos luz ultravioleta, que pode retirar os elementos mais leves de sua atmosfera. Mesmo um corpo do tamanho da Terra teria gravidade suficiente para evitar o escape de hidrogênio e hélio em sua atmosfera. [23] Em um objeto do tamanho da Terra com uma pressão atmosférica de kilobar de hidrogênio e um gás convectivo adiabático, a energia geotérmica do decaimento do radioisótopo do núcleo residual poderia manter a temperatura da superfície acima do ponto de fusão da água, permitindo a existência de oceanos de água líquida. É provável que esses planetas permaneçam geologicamente ativos por longos períodos. Se eles tiverem magnetosferas protetoras criadas geodinamicamente e vulcanismo no fundo do mar, as fontes hidrotermais poderiam fornecer energia para vida. Esses corpos seriam difíceis de detectar devido às suas fracas emissões de radiação térmica de microondas, embora a radiação solar refletida e as emissões térmicas no infravermelho longínquo possam ser detectáveis em um objeto a menos de 1000 unidades astronômicas da Terra.[25] Cerca de 5% dos planetas ejetados do tamanho da Terra com satélites naturais tamanho da Lua reteriam seus satélites após a ejeção. Um grande satélite seria uma fonte significativa de aquecimento geológico originário da força de maré.[26]

Planetas interestelares conhecidos ou possíveis

A tabela abaixo lista planetas interestelares, confirmados ou suspeitos, que foram descobertos. Ainda não se sabe se esses planetas foram ejetados da órbita de uma estrela ou se formaram por conta própria como subanãs marrom. Ainda não se sabe se planetas interestelares de massa excepcionalmente baixa (como OGLE-2012-BLG-1323 e KMT-2019-BLG-2073) são capazes de se formar por conta própria.

Veja também

30em

  1. Shostak, Seth (24 February 2005). Orphan Planets: It's a Hard Knock Life. Space.com, 24 February 2005. Retrieved 5 February 2009 from http://www.space.com/searchforlife/seti_orphan_planets_050224.html.
  2. Lloyd, Robin (18 April 2001). Free-Floating Planets – British Team Restakes Dubious Claim. Space.com, 18 April 2001. Retrieved 5 February 2009 from http://www.space.com/scienceastronomy/astronomy/free_floaters_010403-1.html. Arquivado em 13 outubro 2008 no Wayback Machine
  3. Author unknown (18 April 2001). Orphan 'planet' findings challenged by new model. NASA Astrobiology, 18 April 2001. Retrieved 5 February 2009 from «Archived copy». Consultado em 9 February 2009. Cópia arquivada em 22 March 2009  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  4. Neil deGrasse Tyson in Cosmos: A Spacetime Odyssey as referred to by National Geographic
  5. "The research team found that the mission will provide a rogue planet count that is at least 10 times more precise than current estimates, which range from tens of billions to trillions in our galaxy." https://scitechdaily.com/our-solar-system-may-be-unusual-rogue-planets-unveiled-with-nasas-roman-space-telescope/
  6. Working Group on Extrasolar Planets – Definition of a "Planet" Position Statement on the Definition of a "Planet" (IAU) Arquivado em 16 setembro 2006 no Wayback Machine
  7. Rogue planet find makes astronomers ponder theory
  8. Joergens, V.; Bonnefoy, M.; Liu, Y.; Bayo, A.; Wolf, S.; Chauvin, G.; Rojo, P. (2013). «OTS 44: Disk and accretion at the planetary border». Astronomy & Astrophysics. 558 (7): L7. Bibcode:2013A&A...558L...7J. arXiv:1310.1936Acessível livremente. doi:10.1051/0004-6361/201322432 
  9. Bennett, D.P.; Batista, V.; et al. (13 December 2013). «A Sub-Earth-Mass Moon Orbiting a Gas Giant Primary or a High Velocity Planetary System in the Galactic Bulge». The Astrophysical Journal. 785. 155 páginas. Bibcode:2014ApJ...785..155B. arXiv:1312.3951Acessível livremente. doi:10.1088/0004-637X/785/2/155  Verifique data em: |data= (ajuda)
  10. Gough, Evan (1 October 2020). «A Rogue Earth-Mass Planet Has Been Discovered Freely Floating in the Milky Way Without a Star». Universe Today. Consultado em 2 October 2020  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  11. Mroz, Przemek; et al. (29 September 2020). «A terrestrial-mass rogue planet candidate detected in the shortest-timescale microlensing event» (PDF). arxiv. arXiv:2009.12377v1Acessível livremente. Consultado em 2 October 2020  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  12. Redd, Nola Taylor (19 October 2020). «Rogue Rocky Planet Found Adrift in the Milky Way - The diminutive world and others like it could help astronomers probe the mysteries of planet formation». Scientific American. Consultado em 19 October 2020  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  13. Homeless' Planets May Be Common in Our Galaxy Arquivado em 8 outubro 2012 no Wayback Machine by Jon Cartwright, Science Now, 18 May 2011, Accessed 20 May 2011
  14. Planets that have no stars: New class of planets discovered, Physorg.com, 18 May 2011. Accessed May 2011.
  15. T. Sumi; et al. (2011). «Unbound or Distant Planetary Mass Population Detected by Gravitational Microlensing». Nature. 473: 349–352. Bibcode:2011Natur.473..349S. PMID 21593867. arXiv:1105.3544Acessível livremente. doi:10.1038/nature10092 
  16. «Researchers say galaxy may swarm with 'nomad planets'». Stanford University. 23 de fevereiro de 2012. Consultado em 29 February 2012  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  17. P. Mroz; et al. (2017). «No large population of unbound or wide-orbit Jupiter-mass planets». Nature. 548: 183–186. Bibcode:2017Natur.548..183M. PMID 28738410. arXiv:1707.07634Acessível livremente. doi:10.1038/nature23276 
  18. Luhman, Kevin L.; Esplin, Taran L. (September 2016). «The Spectral Energy Distribution of the Coldest Known Brown Dwarf». The Astronomical Journal. 152. Bibcode:2016AJ....152...78L. arXiv:1605.06655Acessível livremente. doi:10.3847/0004-6256/152/3/78  Verifique data em: |data= (ajuda)
  19. Gough, Evan (1 October 2020). «A Rogue Earth-Mass Planet Has Been Discovered Freely Floating in the Milky Way Without a Star». Universe Today. Consultado em 2 October 2020  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  20. Mroz, Przemek; et al. (29 September 2020). «A terrestrial-mass rogue planet candidate detected in the shortest-timescale microlensing event» (PDF). arxiv. arXiv:2009.12377v1Acessível livremente. Consultado em 2 October 2020  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  21. Redd, Nola Taylor (19 October 2020). «Rogue Rocky Planet Found Adrift in the Milky Way - The diminutive world and others like it could help astronomers probe the mysteries of planet formation». Scientific American. Consultado em 19 October 2020  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  22. Sean Raymond (9 April 2005). «Life in the dark» (em English). Aeon. Consultado em 9 April 2016  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  23. a b Stevenson, David J.; Stevens, C. F. (1999). «Life-sustaining planets in interstellar space?». Nature. 400: 32. Bibcode:1999Natur.400...32S. PMID 10403246. doi:10.1038/21811 
  24. Lissauer, J. J. (1987). «Timescales for Planetary Accretion and the Structure of the Protoplanetary disk». Icarus. 69: 249–265. Bibcode:1987Icar...69..249L. doi:10.1016/0019-1035(87)90104-7  |hdl-access= requer |hdl= (ajuda)
  25. Dorian S. Abbot; Eric R. Switzer (2 June 2011). «The Steppenwolf: A proposal for a habitable planet in interstellar space». The Astrophysical Journal. 735: L27. Bibcode:2011ApJ...735L..27A. arXiv:1102.1108Acessível livremente. doi:10.1088/2041-8205/735/2/L27  Verifique data em: |data= (ajuda)
  26. Debes, John H.; Steinn Sigurðsson (20 October 2007). «The Survival Rate of Ejected Terrestrial Planets with Moons». The Astrophysical Journal Letters. 668: L167–L170. Bibcode:2007ApJ...668L.167D. arXiv:0709.0945Acessível livremente. doi:10.1086/523103  Verifique data em: |data= (ajuda)