Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva: diferenças entre revisões
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A '''Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva''' (PNASA) foi instituída no [[Brasil]] pela Portaria MS nº 2.073, de 2004<ref name=":0">{{citar web |ultimo=Brasil |primeiro=Ministério da Saúde |url=http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/prt2073_28_09_2004.html |titulo=Portaria GM/MS nº 2.073, de 28 de setembro de 2004. Institui a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA). |data=2004 |acessodata=25 janeiro 2021 |publicado=Diário Oficial da União}}</ref> visando a promoção de ações de [http://hrac.usp.br/en/saude/saude-auditiva/ saúde auditiva] no [[Sistema Único de Saúde]]. A PNASA dispõem sobre a organização hierárquica e regionalizada de uma rede de atenção integral (diagnóstico, reabilitação, promoção e proteção) e, também, |
A '''Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva''' (PNASA) foi instituída no [[Brasil]] pela Portaria MS nº 2.073, de 2004<ref name=":0">{{citar web |ultimo=Brasil |primeiro=Ministério da Saúde |url=http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/prt2073_28_09_2004.html |titulo=Portaria GM/MS nº 2.073, de 28 de setembro de 2004. Institui a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA). |data=2004 |acessodata=25 janeiro 2021 |publicado=Diário Oficial da União}}</ref> visando a promoção de ações de [http://hrac.usp.br/en/saude/saude-auditiva/ saúde auditiva] no [[Sistema Único de Saúde]]. A PNASA dispõem sobre a organização hierárquica e regionalizada de uma rede de atenção integral (diagnóstico, reabilitação, promoção e proteção) em saúde auditiva e, também, garantia da oferta de terapia [[Fonoaudiologia|fonoaudiológica]].<ref name=":1">{{citar web |ultimo=Conselho Federal de Fonoaudiologia |primeiro=Associação Brasileira de Audiologia |url=https://www.fonoaudiologia.org.br/publicacoes/cartilha_GuiaSaudeAuditivaAtencaoPrimaria_grafica.pdf |titulo=Guia de Orientação para Implantação e Desenvolvimento da Saúde Auditiva na Atenção Primária |data=2013 |acessodata=26 de janeiro de 2021 |publicado=CFFa; ABA}}</ref><ref name=":0" /><ref name=":2">{{Citar periódico |titulo=National Policy on Health Care Hearing: an evaluative study from covering services and diagnostic procedures |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822014000300241&lng=en&tlng=en |jornal=CoDAS |data=2014-06 |issn=2317-1782 |paginas=241–247 |numero=3 |acessodata=2021-01-25 |doi=10.1590/2317-1782/201420140440 |primeiro=Luciana Santos Gerosino da |ultimo=Silva |primeiro2=Cláudia Giglio de Oliveira |ultimo2=Gonçalves |primeiro3=Vânia Muniz Néquer |ultimo3=Soares}}</ref><ref name=":5">{{citar periódico |titulo=Saúde Auditiva em uma Unidade de Saúde da Família |acessodata=26 de janeiro de 2021 |jornal=SBFa Anais 2009 |publicado=CEPRE-FCM/IEL- UNICAMP |ultimo=Helenice Yemi Nakamura |primeiro=Rogers Danilo Katsuki Bonaldo |pagina=http://www.sbfa.org.br/portal/anais2009/resumos/R1500-1.pdf}}</ref> |
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== Precedentes == |
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[[Ficheiro:In-the-ear hearing aid.jpg|alt=Imagem ilustrando o uso de um aparelho auditivo por uma pessoa idosa|miniaturadaimagem|AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual) ou aparelho auditivo |273x273px]] |
[[Ficheiro:In-the-ear hearing aid.jpg|alt=Imagem ilustrando o uso de um aparelho auditivo por uma pessoa idosa|miniaturadaimagem|AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual) ou aparelho auditivo |273x273px]] |
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A formulação da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA) tem como precedentes a elevada prevalência de perda auditiva na população.<ref name=":4" /><ref name=":0" /><ref name=":2" /> No mundo estima-se que cerca de 278 milhões de indivíduos apresentem [https://www.nhs.uk/conditions/hearing-loss/#:~:text=sudden%20hearing%20loss%20in%201,medicines%20that%20can%20affect%20hearing perda auditiva] de grau moderado ou profundo<ref>{{citar periódico |titulo=Profile of the Patients Serviced in a High Complexity System |acessodata=25 janeiro 2021 |jornal=Arq. Int. Otorrinolaringol |publicado=Arq. Int. Otorrinolaringol. / Intl. Arch. Otorhinolaryngol., São Paulo - Brasil, v.15, n.1, p. 29-34, Jan/Fev/Março - 2011 |ultimo=Letícia de Sousa Lobo Silva |primeiro=Maria Fernanda Capoani Garcia Mondelli |pagina=https://www.scielo.br/pdf/aio/v15n1/04.pdf}}</ref>, enquanto no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, 1,1% da população apresentava grau significativo de perda auditiva ([[deficiência auditiva]]).<ref name=":4">{{citar web |ultimo=Brasil |primeiro=IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística |url=ftp://ftp.ibge.gov.br/PNS/2013/pns2013.pdf |titulo=Pesquisa nacional de saúde 2013. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas |data=2014 |acessodata=25 janeiro 2021 |publicado=IBGE}}</ref> |
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Além disso, a criação da PNASA decorre também, em parte, do quadro de [[transição demográfica]] e [[Epidemiologia|epidemiológica]] vistos no Brasil e no mundo, com destaque para o acelerado [[envelhecimento]] populacional, o aumento da [[expectativa de vida]] e o aumento da incidência de [[Doença crônica|doenças crônicas]] e [[Neurodegeneração|neurodegenerativas]], que podem atuar como fatores de risco para a [[perda auditiva]], como no caso da [[presbiacusia]].<ref>{{Citar web |ultimo=Isabel Varela-Nieto; Teresa Riveira |primeiro= |url=http://www.fgcsic.es/lychnos/en_en/articles/presbycusis |titulo=Presbycusis, or age-related hearing loss, has a significant impact on suffers’ quality of life. Its diagnosis and treatment is a significant public health issue. |data=2011 |acessodata=2021-01-25 |website=www.fgcsic.es |publicado=Lychnos}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/54379050|título=Cadernos de Atenção Básica : programa saúde da família.|ultimo=|primeiro=|data=2006|editora=Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Departamento de Atenção Básica|outros=Brazil. Departamento de Atenção Básica.|ano=2006|edicao=1a. ed|local=Brasília|página=|páginas=|oclc=54379050}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Errata |url=http://dx.doi.org/10.1590/s0034-72992004000300024 |jornal=Revista Brasileira de Otorrinolaringologia |data=2004-06 |issn=0034-7299 |numero=3 |acessodata=2021-01-25 |doi=10.1590/s0034-72992004000300024}}</ref> |
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Segundo a [[Organização Mundial da Saúde|Organização Mundial da Saúde (OMS)]], estima-se que até 2050 mais de 900 milhões de pessoas, cerca de 1 em cada 10, apresentará [[Perda auditiva|perda auditiva incapacitante]], podendo gerar um impacto de US$ 750 bilhões por ano.<ref name=":3">{{citar web |ultimo=OPAS/OMS |primeiro=Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde |url=https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5869:oms-e-uniao-internacional-de-telecomunicacoes-recomendam-novo-padrao-global-para-prevenir-perda-auditiva-entre-1-1-bilhao-de-pessoas&Itemid=839 |titulo=OMS e União Internacional de Telecomunicações recomendam novo padrão global para prevenir perda auditiva entre 1,1 bilhão de pessoas |data=12 de fevereiro de 2019 |acessodata=26 de janeiro de 2021 |publicado=OPAS/OMS}}</ref> Assim, a formulação de uma [[política pública]] com o objetivo de garantir o acesso à saúde auditiva é considerada relevante ao permitir a [[triagem]], [[Tratamento (saúde)|tratamento]] e [[Reabilitação (saúde)|reabilitação]] precoce em saúde auditiva, ainda mais quando consideramos que metade de todos os casos de [[perda auditiva]] pode ser evitado por medidas de [[saúde pública]].<ref name=":5" /><ref>{{Citar periódico |titulo=Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva: o caso do município de São Paulo |url=http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-16122013-133238/ |data=2013-09-30 |local=São Paulo |acessodata=2021-01-26 |doi=10.11606/d.6.2013.tde-16122013-133238 |lingua=pt |primeiro=Gislene Inoue |ultimo=Vieira}}</ref><ref name=":3" /><ref>{{citar periódico |titulo=Saúde Auditiva no Brasil: análise quantitativa do período de vigência da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva |acessodata=26 de janeiro de 2021 |jornal=Revista Distúrbios da Comunicação |publicado=PUC/SP |ultimo=PUC/SP |primeiro=Gislene Inoue Vieira, Beatriz De Castro Andrade Mendes, Marina Morettin Zupelari, Isabel Maria Teixeira Bicudo Pereira |pagina=https://revistas.pucsp.br/index.php/dic/article/view/23915}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Analysis of the national hearing health care policy implementation in a Brazilian State |primeiro2=Sônia Cristina Lima |publicado= |ultimo4=Chaves |primeiro4=Sônia Cristina Lima |ultimo3=Peixoto |primeiro3=Marcus Valerius da Silva |ultimo2=Chaves |ultimo=Peixoto |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S2317-17822019000300307&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |primeiro=Marcus Valerius da Silva |doi=10.1590/2317-1782/20182018092 |acessodata=2021-01-26 |numero=3 |issn=2317-1782 |data=2019 |jornal=CoDAS |pagina=}}</ref> |
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== Implementação == |
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Anteriormente à PNASA foi estabelecida, em 2000, a primeira Portaria (SAS/MS nº 432, publicada em 14 de novembro de 2000) referente à assistência em saúde auditiva, em específico sobre adaptação de [[Aparelho auditivo|aparelhos de amplificação sonora individual (AASI)]] e do acompanhamento de indivíduos deficientes auditivos. |
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De acordo com levantamento realizado por meio do [http://www2.datasus.gov.br/ SIA/SUS (DATASUS)] em 2004 apenas 16% dos serviços credenciados seguiam os procedimentos exigidos pela Portaria relativos à saúde auditiva, tendo como base a [https://rblh.fiocruz.br/tabela-de-procedimentos-siasus tabela SIA/SUS].<ref name=":6" /> Sendo que desse total de serviços, apenas 25% apresentavam registro de ao menos um tipo de procedimento (diagnóstico, terapia ou concessão de AASI), mas sem proporcionar atendimento integral e centrado no paciente. <ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-80342011000300004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Contribuições para análise da política de saúde auditiva no Brasil |data=2011-09 |acessodata=2021-02-11 |jornal=Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia |número=3 |ultimo=Bevilacqua |primeiro=Maria Cecília |ultimo2=Morettin |primeiro2=Marina |paginas=252–259 |lingua=pt |doi=10.1590/S1516-80342011000300004 |issn=1516-8034 |ultimo3=Melo |primeiro3=Tatiana Mendes de |ultimo4=Amantini |primeiro4=Regina Célia Bortoleto |ultimo5=Martinez |primeiro5=Maria Angelina Nardi de Souza}}</ref> |
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Assim, a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA) foi implementada tendo como foco a promoção integral da atenção à saúde auditiva no âmbito do SUS e em concordância com relatórios estáticos da OMS e com a evidência do crescente aumento do risco de exposição à perda auditiva.<ref>{{citar web |ultimo=WHO |primeiro= |url=https://www.who.int/pbd/deafness/WHO_GE_HL.pdf |titulo=Mortality and Burden of Diseases and Prevention of Blindness and Deafness |data=2012 |acessodata=10 de fevereiro de 2021 |publicado=WHO}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Ferreira |primeiro=Jose Carlos |url=https://jornal.usp.br/atualidades/surdez-e-uma-das-cinco-prioridades-da-oms-para-este-seculo/ |titulo=Surdez é uma das cinco prioridades da OMS para este século – Jornal da USP |data=20 de maio de 2019 |acessodata=11 de fevereiro de 2021 |website=jornal.usp.br |publicado=Jornal da USP}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1808-86942012000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=en |titulo=Estudo da prevalência e fatores determinantes da deficiência auditiva no município de Itajaí, SC |data=2012-04 |acessodata=2021-02-11 |jornal=Brazilian Journal of Otorhinolaryngology |número=2 |ultimo=Gondim |primeiro=Lys Maria Allenstein |ultimo2=Balen |primeiro2=Sheila Andreoli |paginas=27–34 |doi=10.1590/S1808-86942012000200006 |issn=1808-8694 |ultimo3=Zimmermann |primeiro3=Karla Jean |ultimo4=Pagnossin |primeiro4=Débora Frizzo |ultimo5=Fialho |primeiro5=Indiara de Mesquita |ultimo6=Roggia |primeiro6=Simone Mariotto}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/deafness-and-hearing-loss |titulo=Deafness and hearing loss |acessodata=2021-02-11 |website=www.who.int |lingua=en}}</ref> |
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== Resultados == |
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Com a implementação da PNASA, ações específicas foram definidas e coordenadas no âmbito das Secretarias Estaduais de Saúde (Portaria SAS/MS nº 587, de 2004)<ref>{{citar web |ultimo=Brasil |primeiro=Ministério da Saúde |url=http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2004/prt0587_07_10_2004.html |titulo=Regulamentação a atenção à saúde auditiva |data=7 de outubro de 2004 |acessodata=25 de janeiro de 2021 |publicado=MS (Ministério da Saúde)}}</ref>, além também do estabelecimento de critérios para o funcionamento e realização de procedimentos em saúde auditiva no [[Sistema Único de Saúde|SUS]] (Portaria SAS/MS nº 589, de 2004).<ref>{{citar web |ultimo=Brasil |primeiro=Ministério da Saúde |url=http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2004/prt0589_08_10_2004_rep.html |titulo=Organização e a implantação de Redes Estaduais de Atenção à Saúde Auditiva |data=8 de outubro de 2004 |acessodata=25 de janeiro de 2021 |publicado=MS (Ministério da Saúde)}}</ref> Entre as propostas desenvolvidas a partir da PNASA destaca-se a organização de uma linha de cuidados, visando ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação no contexto da [[Atenção primária à saúde|atenção básica]] e especializada.<ref name=":1" /> A política também |
Com a implementação da PNASA, ações específicas foram definidas e coordenadas no âmbito das Secretarias Estaduais de Saúde (Portaria SAS/MS nº 587, de 2004)<ref>{{citar web |ultimo=Brasil |primeiro=Ministério da Saúde |url=http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2004/prt0587_07_10_2004.html |titulo=Regulamentação a atenção à saúde auditiva |data=7 de outubro de 2004 |acessodata=25 de janeiro de 2021 |publicado=MS (Ministério da Saúde)}}</ref>, além também do estabelecimento de critérios para o funcionamento e realização de procedimentos em saúde auditiva no [[Sistema Único de Saúde|SUS]] (Portaria SAS/MS nº 589, de 2004).<ref>{{citar web |ultimo=Brasil |primeiro=Ministério da Saúde |url=http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2004/prt0589_08_10_2004_rep.html |titulo=Organização e a implantação de Redes Estaduais de Atenção à Saúde Auditiva |data=8 de outubro de 2004 |acessodata=25 de janeiro de 2021 |publicado=MS (Ministério da Saúde)}}</ref> Entre as propostas desenvolvidas a partir da PNASA destaca-se a organização de uma linha de cuidados, visando ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação no contexto da [[Atenção primária à saúde|atenção básica]] e especializada.<ref name=":1" /> A política também preconizou a importância da determinação e condicionamento das [[Etiologia|etiologias]] relacionadas as [[Perda auditiva|perdas auditivas]] e de situações que potencializem a [[deficiência auditiva]].<ref name=":0" /> |
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No caso específico dos indivíduos acometidos por [[deficiência auditiva]], a PNASA em conjunto com a [http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_pessoa_com_deficiencia.pdf Política Nacional da Saúde da Pessoa com Deficiência] e as diretrizes do [[Sistema Único de Saúde|SUS]], que garantem a [[Equidade|equidade de acesso]], [[integralidade]] e universalidade nas ações da saúde auditiva,<ref name=":1" /> no ano de 2010 foi publicado um levantamento que buscou mensurar o conhecimento da população sobre as políticas públicas voltadas para saúde auditiva. |
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Dessa maneira, a pesquisa evidenciou que uma parcela reduzida da população tem conhecimento ou é assistida pela PNASA, logo a conclusão do estudo foi que existe a necessidade de melhoras na avaliação e efetividade das políticas voltadas para a saúde auditiva, de forma a garantir maior equidade e universalidade de acesso aos serviços de saúde especializados.<ref name=":6" /><ref name=":7" /> |
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A Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA) foi instituída no Brasil pela Portaria MS nº 2.073, de 2004[1] visando a promoção de ações de saúde auditiva no Sistema Único de Saúde. A PNASA dispõem sobre a organização hierárquica e regionalizada de uma rede de atenção integral (diagnóstico, reabilitação, promoção e proteção) em saúde auditiva e, também, garantia da oferta de terapia fonoaudiológica.[2][1][3][4]
Precedentes
A formulação da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA) tem como precedentes a elevada prevalência de perda auditiva na população.[5][1][3] No mundo estima-se que cerca de 278 milhões de indivíduos apresentem perda auditiva de grau moderado ou profundo[6], enquanto no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, 1,1% da população apresentava grau significativo de perda auditiva (deficiência auditiva).[5]
Além disso, a criação da PNASA decorre também, em parte, do quadro de transição demográfica e epidemiológica vistos no Brasil e no mundo, com destaque para o acelerado envelhecimento populacional, o aumento da expectativa de vida e o aumento da incidência de doenças crônicas e neurodegenerativas, que podem atuar como fatores de risco para a perda auditiva, como no caso da presbiacusia.[7][8][9]
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que até 2050 mais de 900 milhões de pessoas, cerca de 1 em cada 10, apresentará perda auditiva incapacitante, podendo gerar um impacto de US$ 750 bilhões por ano.[10] Assim, a formulação de uma política pública com o objetivo de garantir o acesso à saúde auditiva é considerada relevante ao permitir a triagem, tratamento e reabilitação precoce em saúde auditiva, ainda mais quando consideramos que metade de todos os casos de perda auditiva pode ser evitado por medidas de saúde pública.[4][11][10][12][13]
Implementação
Anteriormente à PNASA foi estabelecida, em 2000, a primeira Portaria (SAS/MS nº 432, publicada em 14 de novembro de 2000) referente à assistência em saúde auditiva, em específico sobre adaptação de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) e do acompanhamento de indivíduos deficientes auditivos.
De acordo com levantamento realizado por meio do SIA/SUS (DATASUS) em 2004 apenas 16% dos serviços credenciados seguiam os procedimentos exigidos pela Portaria relativos à saúde auditiva, tendo como base a tabela SIA/SUS.[14] Sendo que desse total de serviços, apenas 25% apresentavam registro de ao menos um tipo de procedimento (diagnóstico, terapia ou concessão de AASI), mas sem proporcionar atendimento integral e centrado no paciente. [15]
Assim, a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA) foi implementada tendo como foco a promoção integral da atenção à saúde auditiva no âmbito do SUS e em concordância com relatórios estáticos da OMS e com a evidência do crescente aumento do risco de exposição à perda auditiva.[16][17][18][19]
Resultados
Com a implementação da PNASA, ações específicas foram definidas e coordenadas no âmbito das Secretarias Estaduais de Saúde (Portaria SAS/MS nº 587, de 2004)[20], além também do estabelecimento de critérios para o funcionamento e realização de procedimentos em saúde auditiva no SUS (Portaria SAS/MS nº 589, de 2004).[21] Entre as propostas desenvolvidas a partir da PNASA destaca-se a organização de uma linha de cuidados, visando ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação no contexto da atenção básica e especializada.[2] A política também preconizou a importância da determinação e condicionamento das etiologias relacionadas as perdas auditivas e de situações que potencializem a deficiência auditiva.[1]
No caso específico dos indivíduos acometidos por deficiência auditiva, a PNASA em conjunto com a Política Nacional da Saúde da Pessoa com Deficiência e as diretrizes do SUS, que garantem a equidade de acesso, integralidade e universalidade nas ações da saúde auditiva,[2] no ano de 2010 foi publicado um levantamento que buscou mensurar o conhecimento da população sobre as políticas públicas voltadas para saúde auditiva.
Os participantes apresentaram prevalência de 4,9% e 3,1% de deficiência auditiva em 2003 e 2008, respectivamente, antes e após a implementação da política.[22] Segundo a pesquisa, realizada no Município de São Paulo, cerca de 38,4% dos entrevistados referiram ter conhecimento ou serem atendidos pela política em função de quadros de perda auditiva em 2003, frente a 22,3% no ano de 2010.[22]
Dessa maneira, a pesquisa evidenciou que uma parcela reduzida da população tem conhecimento ou é assistida pela PNASA, logo a conclusão do estudo foi que existe a necessidade de melhoras na avaliação e efetividade das políticas voltadas para a saúde auditiva, de forma a garantir maior equidade e universalidade de acesso aos serviços de saúde especializados.[14][22]
Referências
- ↑ a b c d Brasil, Ministério da Saúde (2004). «Portaria GM/MS nº 2.073, de 28 de setembro de 2004. Institui a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA).». Diário Oficial da União. Consultado em 25 janeiro 2021
- ↑ a b c Conselho Federal de Fonoaudiologia, Associação Brasileira de Audiologia (2013). «Guia de Orientação para Implantação e Desenvolvimento da Saúde Auditiva na Atenção Primária» (PDF). CFFa; ABA. Consultado em 26 de janeiro de 2021
- ↑ a b Silva, Luciana Santos Gerosino da; Gonçalves, Cláudia Giglio de Oliveira; Soares, Vânia Muniz Néquer (junho de 2014). «National Policy on Health Care Hearing: an evaluative study from covering services and diagnostic procedures». CoDAS (3): 241–247. ISSN 2317-1782. doi:10.1590/2317-1782/201420140440. Consultado em 25 de janeiro de 2021
- ↑ a b Helenice Yemi Nakamura, Rogers Danilo Katsuki Bonaldo. «Saúde Auditiva em uma Unidade de Saúde da Família». CEPRE-FCM/IEL- UNICAMP. SBFa Anais 2009: http://www.sbfa.org.br/portal/anais2009/resumos/R1500-1.pdf
- ↑ a b Brasil, IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2014). «Pesquisa nacional de saúde 2013. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas» (PDF). IBGE. Consultado em 25 janeiro 2021
- ↑ Letícia de Sousa Lobo Silva, Maria Fernanda Capoani Garcia Mondelli. «Profile of the Patients Serviced in a High Complexity System». Arq. Int. Otorrinolaringol. / Intl. Arch. Otorhinolaryngol., São Paulo - Brasil, v.15, n.1, p. 29-34, Jan/Fev/Março - 2011. Arq. Int. Otorrinolaringol: https://www.scielo.br/pdf/aio/v15n1/04.pdf
- ↑ Isabel Varela-Nieto; Teresa Riveira (2011). «Presbycusis, or age-related hearing loss, has a significant impact on suffers' quality of life. Its diagnosis and treatment is a significant public health issue.». www.fgcsic.es. Lychnos. Consultado em 25 de janeiro de 2021
- ↑ Cadernos de Atenção Básica : programa saúde da família. Brazil. Departamento de Atenção Básica. 1a. ed ed. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2006. OCLC 54379050
- ↑ «Errata». Revista Brasileira de Otorrinolaringologia (3). Junho de 2004. ISSN 0034-7299. doi:10.1590/s0034-72992004000300024. Consultado em 25 de janeiro de 2021
- ↑ a b OPAS/OMS, Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (12 de fevereiro de 2019). «OMS e União Internacional de Telecomunicações recomendam novo padrão global para prevenir perda auditiva entre 1,1 bilhão de pessoas». OPAS/OMS. Consultado em 26 de janeiro de 2021
- ↑ Vieira, Gislene Inoue (30 de setembro de 2013). «Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva: o caso do município de São Paulo». São Paulo. doi:10.11606/d.6.2013.tde-16122013-133238. Consultado em 26 de janeiro de 2021
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