Codeína: diferenças entre revisões

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A '''codeína''' é um [[fármaco]] [[alcaloide]] do grupo dos [[opioide]]s, que é usado no tratamento da [[dor]] de leve à moderada e como [[antitússico]]. Grande parte da codeína utilizada com finalidades médicas é preparada através da [[metilação]] da [[morfina]]. De menor potência doze vezes que a morfina, utiliza-se também em combinação com outros [[analgésico]]s da classe dos não opioides, como [[ácido acetilsalicílico]] e [[paracetamol]].<ref name="Tratamento" /><ref>[http://books.google.com/books?id=YkwhY8pW0E8C&pg=PA81&dq=Code%C3%ADna&as_brr=3&ei=mErUS4CSMabKM9C81Y8I&hl=pt-BR&cd=7#v=onepage&q=Code%C3%ADna&f=false Guía farmacológica de analgésicos. pag.81]</ref> 10% da população caucasoide não consegue converter a codeína em morfina no fígado, por defeitos genéticos.<ref name="Goodman">Goodman & Gilman. ''As bases farmacológicas da terapêutica.'' [tradução da 10. ed. original, Carla de Melo Vorsatz. ''et al''] Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2005.</ref>
A '''codeína''' é um [[fármaco]] [[alcaloide]] do grupo dos [[opioide]]s, sendo ela um pró-fármaco da morfina que é utilizada no tratamento da [[dor]] de leve à moderada, diarréia e como [[antitússico]].<ref name=":1">{{Citar web|url=https://www.drugs.com/monograph/codeine.html|titulo=Codeine Monograph for Professionals|acessodata=2022-09-06|website=Drugs.com|lingua=en}}</ref> A codeína é encontrada naturalmente na seiva da papoula do ópio, Papaver somniferum.<ref name=":1" /><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.5055/jom.2011.0081 |titulo=Role of codeine in palliative care |data=2011-09-01 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Journal of Opioid Management |número=5 |ultimo=Prommer, MD |primeiro=Eric |paginas=401–406 |doi=10.5055/jom.2011.0081 |issn=1551-7489}}</ref> Grande parte da codeína utilizada com finalidades médicas é preparada através da [[metilação]] da [[morfina]]. De menor potência doze vezes que a morfina, utiliza-se também em combinação com outros [[analgésico]]s da classe dos não opioides, como [[ácido acetilsalicílico]] e [[paracetamol]].<ref name="Tratamento" /><ref>[http://books.google.com/books?id=YkwhY8pW0E8C&pg=PA81&dq=Code%C3%ADna&as_brr=3&ei=mErUS4CSMabKM9C81Y8I&hl=pt-BR&cd=7#v=onepage&q=Code%C3%ADna&f=false Guía farmacológica de analgésicos. pag.81]</ref> Maior benefício pode ocorrer quando combinado com paracetamol (acetaminofeno) ou um medicamento anti-inflamatório não esteroidal (AINE), como aspirina ou ibuprofeno.<ref name=":1" /> As evidências não apoiam seu uso para supressão da tosse aguda em crianças ou adultos.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/s00408-011-9319-y |titulo=Therapeutic Options for Acute Cough Due to Upper Respiratory Infections in Children |data=2011-09-04 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Lung |número=1 |ultimo=Paul |primeiro=Ian M. |paginas=41–44 |doi=10.1007/s00408-011-9319-y |issn=0341-2040}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1002/14651858.cd001831.pub2 |titulo=Over-the-counter medications for acute cough in children and adults in ambulatory settings |data=2004-10-18 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Cochrane Database of Systematic Reviews |publicado=John Wiley & Sons, Ltd |ultimo=Schroeder |primeiro=K |ultimo2=Fahey |primeiro2=T |local=Chichester, UK}}</ref> Geralmente começa a funcionar após meia hora, com efeito máximo em duas horas.<ref name=":1" /> Seus efeitos duram cerca de quatro a seis horas. A codeína apresenta potencial de abuso semelhante a outros medicamentos opióides.<ref name=":1" />

Os efeitos adversos mais comuns incluem vômitos, constipação, coceira, tontura e sonolência.<ref name=":1" /> Efeitos colaterais graves podem incluir dificuldades respiratórias e dependência.<ref name=":1" /> Não está claro se seu uso na gravidez é seguro.<ref name=":1" /> Seu uso a partir de 2016 não é recomendado em crianças.<ref name=":2">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1542/9781610020862-part04-codeine |titulo=Codeine: Time to Say “No” |data=2017-04-17 |acessodata=2022-09-06 |publicado=American Academy of Pediatrics |ultimo=Tobias |primeiro=Joseph D. |ultimo2=Green |primeiro2=Thomas P. |paginas=587–593 |ultimo3=Coté |primeiro3=Charles J.}}</ref> A codeína funciona após ser decomposta pelo fígado em morfina; a rapidez com que isso ocorre depende da genética de uma pessoa.<ref name=":1" />

A codeína foi descoberta em 1832 por Pierre Jean Robiquet.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1108/rr-04-2016-0101 |titulo=Prescription Drug Abuse: A Reference Handbook |data=2016-08-15 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Reference Reviews |número=6 |ultimo=Homol |primeiro=Lindley |paginas=27–28 |doi=10.1108/rr-04-2016-0101 |issn=0950-4125}}</ref> Em 2013, cerca de 361.000 kg (795.000 lb) de codeína foram produzidos enquanto 249.000 kg (549.000 lb) foram usados, o que o tornou o opiáceo mais comumente consumido.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.18356/5abc5141-en |titulo=About the international narcotics control board |data=2016-04-27 |acessodata=2022-09-06 |publicado=UN |paginas=448–449 |isbn=978-92-1-057171-5}}</ref> Está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.2471/blt.04.019133 |titulo=A human rights approach to the WHO Model List of Essential Medicines |data=2006-05-01 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Bulletin of the World Health Organization |número=5 |ultimo=Seuba |primeiro=Xavier |paginas=405–411 |doi=10.2471/blt.04.019133 |issn=0042-9686}}</ref>

10% da população caucasoide não consegue converter a codeína em morfina no fígado, por defeitos genéticos.<ref name="Goodman">Goodman & Gilman. ''As bases farmacológicas da terapêutica.'' [tradução da 10. ed. original, Carla de Melo Vorsatz. ''et al''] Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2005.</ref>


Ela é encontrada no [[ópio]] em concentrações de 0,9 a 3,0%.
Ela é encontrada no [[ópio]] em concentrações de 0,9 a 3,0%.
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== Usos clínicos ==
== Usos clínicos ==

* [[Dor]] moderada (outros [[opioide]]s mais fortes são usados em dores graves, exemplo da Morfina)
=== Dor ===
* [[Tosse]] de causa não bacteriana, particularmente tosses desnecessárias prolongadas e dolorosas, como no [[cancro do pulmão]].
A codeína é usada para tratar a dor leve a moderada.<ref name=":1" /> É comumente usado para tratar a dor dental pós-cirúrgica.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1111/j.1834-7819.2002.tb00319.x |titulo=Paracetamol Versus Paracetamol-Codeine in the Treatment of Post-Operative Dental Pain: A Randomized, Double-Blind, Prospective Trial |data=2002-06 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Australian Dental Journal |número=2 |ultimo=Macleod |primeiro=A Gordon |ultimo2=Ashford |primeiro2=B. |paginas=147–151 |doi=10.1111/j.1834-7819.2002.tb00319.x |issn=0045-0421 |ultimo3=Voltz |primeiro3=M. |ultimo4=Williams |primeiro4=B. |ultimo5=Cramond |primeiro5=T. |ultimo6=Gorta |primeiro6=L. |ultimo7=Simpson |primeiro7=JM}}</ref>
* [[Diarreia]]

Evidências fracas indicam que é útil na dor do câncer, mas pode ter efeitos adversos aumentados, especialmente constipação, em comparação com outros opioides.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1002/14651858.cd006601.pub3 |titulo=Codeine, alone and with paracetamol (acetaminophen), for cancer pain |data=2013-05-31 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Cochrane Database of Systematic Reviews |publicado=John Wiley & Sons, Ltd |ultimo=Schremmer |primeiro=Carmen |ultimo2=Derry |primeiro2=Sheena |local=Chichester, UK |ultimo3=Jackson |primeiro3=Kenneth C |ultimo4=Wiffen |primeiro4=Philip J |ultimo5=Bell |primeiro5=Rae F |ultimo6=Strassels |primeiro6=Scott |ultimo7=Straube |primeiro7=Sebastian}}</ref> A Academia Americana de Pediatria não recomenda seu uso em crianças devido aos efeitos colaterais.<ref name=":2" /> A FDA lista a idade inferior a 12 anos como uma contraindicação ao uso.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.31525/fda2-ucm625338.htm |titulo=Statement from FDA Commissioner Scott Gottlieb, M.D., and Janet Woodcock, M.D., director of the Center for Drug Evaluation and Research, on approval of OTC Primatene Mist to treat mild asthma |data=2018-11-08 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Case Medical Research |doi=10.31525/fda2-ucm625338.htm |issn=2643-4652}}</ref>

=== Tosse ===
A codeína é usada para aliviar a tosse.<ref name=":1" /> As evidências não apoiam seu uso para supressão da tosse aguda em crianças.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/s00408-011-9319-y |titulo=Therapeutic Options for Acute Cough Due to Upper Respiratory Infections in Children |data=2011-09-04 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Lung |número=1 |ultimo=Paul |primeiro=Ian M. |paginas=41–44 |doi=10.1007/s00408-011-9319-y |issn=0341-2040}}</ref> Na Europa, não é recomendado como remédio para tosse em menores de 12 anos.<ref name=":1" /> Algumas evidências preliminares mostram que ele pode reduzir a tosse crônica em adultos.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1201/b14188-19 |titulo=Management of Gastroesophageal Reflux Disease-Related Chronic Cough |data=2005-07-13 |acessodata=2022-09-06 |publicado=CRC Press |paginas=297–332 |isbn=978-0-429-16359-3}}</ref>

=== Diarreia ===
É usado para tratar diarreia e síndrome do intestino irritável com predominância de diarreia, embora loperamida (que está disponível sem receita médica para diarreia mais leve), difenoxilato, paregórico ou mesmo láudano sejam usados ​​com mais frequência para tratar diarreia grave.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/978-1-60761-183-7 |titulo=Diarrhea |data=2011 |acessodata=2022-09-06 |editor-sobrenome=Guandalini |editor-nome=Stefano |doi=10.1007/978-1-60761-183-7 |editor-sobrenome2=Vaziri |editor-nome2=Haleh}}</ref>


== Mecanismo de ação ==
== Mecanismo de ação ==
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== Efeitos adversos ==
== Efeitos adversos ==
Os efeitos adversos comuns associados ao uso de codeína incluem sonolência e constipação. Menos comuns são coceira, náusea, vômito, boca seca, miose, hipotensão ortostática, retenção urinária, euforia e disforia. Efeitos adversos raros incluem anafilaxia, convulsão, pancreatite aguda e depressão respiratória.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/b0-44-451005-2/00174-1 |titulo=Codeine |data=2006 |acessodata=2022-09-06 |publicado=Elsevier |paginas=880–883}}</ref> Tal como acontece com todos os opiáceos, os efeitos a longo prazo podem variar, mas podem incluir diminuição da libido, apatia e perda de memória. Algumas pessoas podem ter reações alérgicas à codeína, como inchaço da pele e erupções cutâneas.<ref name=":1" />
* Náuseas, vómitos;

* [[Obstipação]];
A tolerância a muitos dos efeitos da codeína, incluindo seus efeitos terapêuticos, desenvolve-se com o uso prolongado. Isso ocorre em taxas diferentes para efeitos diferentes, com tolerância aos efeitos indutores de constipação desenvolvendo-se particularmente lentamente, por exemplo.
* Sonolência;<ref name=":0">{{Citar periódico|titulo=Codeina-ffup2017|jornal=Codeina-ffup2017|url=http://codeina-ffup2017.webnode.pt/}}</ref>

* [[Miose]];
Uma reação adversa potencialmente grave, como com outros opióides, é a depressão respiratória. Esta depressão está relacionada com a dose e é um mecanismo para as consequências potencialmente fatais da sobredosagem. Como a codeína é metabolizada em morfina, a morfina pode ser passada pelo leite materno em quantidades potencialmente letais, deprimindo fatalmente a respiração de um bebê amamentado.<ref>{{Citar web|url=http://dx.doi.org/10.1037/e613142011-001|titulo=Attention Demands May Explain Why Texting While Driving Is So Dangerous|data=2009|acessodata=2022-09-06|website=PsycEXTRA Dataset}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/s0140-6736(06)69255-6 |titulo=Pharmacogenetics of morphine poisoning in a breastfed neonate of a codeine-prescribed mother |data=2006-08 |acessodata=2022-09-06 |jornal=The Lancet |número=9536 |ultimo=Koren |primeiro=Gideon |ultimo2=Cairns |primeiro2=James |paginas=704 |doi=10.1016/s0140-6736(06)69255-6 |issn=0140-6736 |ultimo3=Chitayat |primeiro3=David |ultimo4=Gaedigk |primeiro4=Andrea |ultimo5=Leeder |primeiro5=Steven J}}</ref> Em agosto de 2012, a Administração Federal de Medicamentos dos Estados Unidos emitiu um alerta sobre mortes em pacientes pediátricos com menos de 6 anos de idade após a ingestão de doses "normais" de paracetamol com codeína após amigdalectomia; este aviso foi atualizado para um aviso de caixa preta em fevereiro de 2013.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/s40278-013-1598-z |titulo=Post-op codeine use in children, new Boxed Warning |data=2013-03 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Reactions Weekly |número=1 |paginas=2–2 |doi=10.1007/s40278-013-1598-z |issn=0114-9954}}</ref>
* [[Xerostomia|Secura da boca]];

* Prurido;
Alguns pacientes são conversores muito eficazes de codeína em sua forma ativa, a morfina, resultando em níveis sanguíneos letais. A FDA está atualmente recomendando o uso muito cauteloso de codeína em pacientes jovens de amigdalectomia; o medicamento deve ser usado na menor quantidade que possa controlar a dor, "conforme a necessidade" e não "ininterruptamente", sendo necessário atendimento médico imediato caso o usuário responda negativamente.
* Confusão e sedação;

* Tonturas;
=== Retirada e dependência ===
* Alucinações;<ref name=":0" />
Tal como acontece com outros opiáceos, o uso crônico de codeína pode causar dependência física que pode levar a sintomas graves de abstinência se uma pessoa interromper repentinamente a medicação. Os sintomas de abstinência incluem desejo por drogas, coriza, bocejos, sudorese, insônia, fraqueza, cólicas estomacais, náuseas, vômitos, diarreia, espasmos musculares, calafrios, irritabilidade e dor. Esses efeitos colaterais também ocorrem em combinações de acetaminofeno/aspirina, embora em menor grau. Para minimizar os sintomas de abstinência, os usuários de longo prazo devem reduzir gradualmente a medicação com codeína sob a supervisão de um profissional de saúde.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.4135/9781412971942.n16 |titulo=Allied Health Professionals |data=2009 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Encyclopedia of Health Services Research |publicado=SAGE Publications, Inc. |local=2455 Teller Road, Thousand Oaks California 91320 United States}}</ref>
* Depressão respiratória/Respiração dificultada;

* A codeína pode criar habituação e ser usada como droga de abuso, embora muito menos frequentemente que outros opioides;
Além disso, nenhuma evidência indica que a inibição do CYP2D6 seja útil no tratamento da dependência de codeína,<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1097/00004714-200206000-00014 |titulo=Treatment of Codeine Dependence With Inhibitors of Cytochrome P450 2D6 |data=2002-06 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Journal of Clinical Psychopharmacology |número=3 |ultimo=Fernandes |primeiro=Leona C. |ultimo2=Kilicarslan |primeiro2=Tansel |paginas=326–329 |doi=10.1097/00004714-200206000-00014 |issn=0271-0749 |ultimo3=Kaplan |primeiro3=Howard L. |ultimo4=Tyndale |primeiro4=Rachel F. |ultimo5=Sellers |primeiro5=Edward M. |ultimo6=Romach |primeiro6=Myroslava K.}}</ref> embora o metabolismo de codeína em morfina (e, portanto, metabolismo adicional em conjugados de morfina glicuronídeo) tenha um efeito sobre o potencial de abuso de codeína.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1097/00004714-200008000-00008 |titulo=Inhibition of Cytochrome P450 2D6 Modifies Codeine Abuse Liability |data=2000-08 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Journal of Clinical Psychopharmacology |número=4 |ultimo=Kathiramalainathan |primeiro=Kalyani |ultimo2=Kaplan |primeiro2=Howard L. |paginas=435–444 |doi=10.1097/00004714-200008000-00008 |issn=0271-0749 |ultimo3=Romach |primeiro3=Myroslava K. |ultimo4=Busto |primeiro4=Usoa E. |ultimo5=Li |primeiro5=Ning-Yuan |ultimo6=Säwe |primeiro6=Juliette |ultimo7=Tyndale |primeiro7=Rachel F. |ultimo8=Sellers |primeiro8=Edward M.}}</ref> No entanto, o CYP2D6 tem sido implicado na toxicidade e morte de neonatos quando a codeína é administrada a mães lactantes, particularmente aquelas com atividade enzimática aumentada (metabolizadores "ultra-rápidos").<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/s0140-6736(06)69255-6 |titulo=Pharmacogenetics of morphine poisoning in a breastfed neonate of a codeine-prescribed mother |data=2006-08 |acessodata=2022-09-06 |jornal=The Lancet |número=9536 |ultimo=Koren |primeiro=Gideon |ultimo2=Cairns |primeiro2=James |paginas=704 |doi=10.1016/s0140-6736(06)69255-6 |issn=0140-6736 |ultimo3=Chitayat |primeiro3=David |ultimo4=Gaedigk |primeiro4=Andrea |ultimo5=Leeder |primeiro5=Steven J}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1038/clpt.2009.151 |titulo=Risk to the Breast-Fed Neonate From Codeine Treatment to the Mother: A Quantitative Mechanistic Modeling Study |data=2009-08-26 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Clinical Pharmacology &amp; Therapeutics |número=6 |ultimo=Willmann |primeiro=S |ultimo2=Edginton |primeiro2=A N |paginas=634–643 |doi=10.1038/clpt.2009.151 |issn=0009-9236 |ultimo3=Coboeken |primeiro3=K |ultimo4=Ahr |primeiro4=G |ultimo5=Lippert |primeiro5=J}}</ref>
* A retirada abrupta da codeína pode causar reações relativamente fortes no organismo, como dores abdominais e cãimbras seguidas de vómito e prisão de ventre.

== Farmacologia ==

=== Farmacodinâmica ===
A codeína é um opióide não sintético.<ref name=":3">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/978-1-4419-1651-8 |titulo=Handbook of Pain and Palliative Care |data=2013 |acessodata=2022-09-06 |editor-sobrenome=Moore |editor-nome=Rhonda J. |doi=10.1007/978-1-4419-1651-8}}</ref> É um agonista seletivo do receptor μ-opióide (MOR).<ref name=":3" /> A própria codeína tem afinidade relativamente fraca para o MOR.<ref name=":3" /><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/0167-0115(94)90213-5 |titulo=Molecular biology of kappa and delta opioid receptors |data=1994-02 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Regulatory Peptides |ultimo=Reisine |primeiro=T. |ultimo2=Kong |primeiro2=H. |paginas=S5–S6 |doi=10.1016/0167-0115(94)90213-5 |issn=0167-0115 |ultimo3=Yasuda |primeiro3=K. |ultimo4=Raynor |primeiro4=K. |ultimo5=Tallent |primeiro5=M. |ultimo6=Bell |primeiro6=GI.}}</ref> Em vez de agir diretamente no MOR, a codeína funciona como uma pró-droga de seus principais metabólitos ativos morfina e codeína-6-glicuronídeo, que são agonistas de MOR muito mais potentes em comparação.<ref name=":3" /><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/978-3-642-77460-7_26 |titulo=Selectivity of Ligands for Opioid Receptors |data=1993 |acessodata=2022-09-06 |publicado=Springer Berlin Heidelberg |ultimo=Corbett |primeiro=A. D. |ultimo2=Paterson |primeiro2=S. J. |local=Berlin, Heidelberg |paginas=645–679 |isbn=978-3-642-77462-1 |ultimo3=Kosterlitz |primeiro3=H. W.}}</ref>

A codeína foi encontrada como um composto endógeno, juntamente com a morfina, no cérebro de primatas não humanos com neurônios despolarizados, indicando que a codeína pode funcionar como um neurotransmissor ou neuromodulador no sistema nervoso central.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1111/j.1600-0773.1964.tb01803.x |titulo=Analgesic Action and Brain and Plasma Levels of Morphine and Codeine in Morphine Tolerant, Codeine Tolerant and Non-Tolerant Rats |data=2009-03-13 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Acta Pharmacologica et Toxicologica |número=4 |ultimo=Jóhannesson |primeiro=Torkell |ultimo2=Woods |primeiro2=L. A. |paginas=381–396 |doi=10.1111/j.1600-0773.1964.tb01803.x |issn=0001-6683}}</ref> Assim como a morfina, a codeína causa sinalização de TLR4, que causa alodinia e hiperalgesia.<ref name=":4">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1038/tp.2014.121 |titulo=Codeine-induced hyperalgesia and allodynia: investigating the role of glial activation |data=2014-11 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Translational Psychiatry |número=11 |ultimo=Johnson |primeiro=J L |ultimo2=Rolan |primeiro2=P E |paginas=e482–e482 |doi=10.1038/tp.2014.121 |issn=2158-3188 |ultimo3=Johnson |primeiro3=M E |ultimo4=Bobrovskaya |primeiro4=L |ultimo5=Williams |primeiro5=D B |ultimo6=Johnson |primeiro6=K |ultimo7=Tuke |primeiro7=J |ultimo8=Hutchinson |primeiro8=M R}}</ref> Ele não precisa ser convertido em morfina para aumentar a sensibilidade à dor.<ref name=":4" />

=== Mecanismo de ação ===
A codeína é um opióide e um agonista do receptor opióide mu (MOR). Ele age no sistema nervoso central para ter um efeito analgésico.<ref name=":5">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/b978-0-323-24485-5.00175-3 |titulo=Codeine |data=2016 |acessodata=2022-09-06 |publicado=Elsevier |ultimo=Papich |primeiro=Mark G. |paginas=183–184}}</ref> É metabolizado no fígado para produzir morfina que é dez vezes mais potente contra o receptor mu. Os receptores opióides são receptores acoplados à proteína G que regulam positiva e negativamente a transmissão sináptica através da sinalização a jusante. A ligação de codeína ou morfina ao receptor opióide mu resulta na hiperpolarização do neurônio, levando à inibição da liberação de neurotransmissores nociceptivos, causando um efeito analgésico e aumento da tolerância à dor devido à redução da excitabilidade neuronal.<ref name=":5" /><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.3892/ijmm.20.6.837 |titulo=Endogenous morphine synthetic pathway preceded and gave rise to catecholamine synthesis in evolution (Review) |data=2007-12-01 |acessodata=2022-09-06 |jornal=International Journal of Molecular Medicine |ultimo=Stefano |primeiro=George |ultimo2=Kream |primeiro2=Richard |doi=10.3892/ijmm.20.6.837 |issn=1107-3756}}</ref>

=== Farmacocinética ===
A conversão de codeína em morfina ocorre no fígado e é catalisada pela enzima CYP2D6 do citocromo P450.[35] CYP3A4 produz norcodeína e UGT2B7 conjuga codeína, norcodeína e morfina aos 3 e 6-glicuronídeos correspondentes. Srinivasan, Wielbo e Tebbett especulam que a codeína-6-glicuronídeo é responsável por uma grande porcentagem da analgesia da codeína e, portanto, esses pacientes devem experimentar alguma analgesia.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/s1090-3801(97)90103-8 |titulo=Analgesic effects of codeine-6-glucuronide after intravenous administration |data=1997-09 |acessodata=2022-09-06 |jornal=European Journal of Pain |número=3 |ultimo=Srinivasan |primeiro=V. |ultimo2=Wielbo |primeiro2=D. |paginas=185–190 |doi=10.1016/s1090-3801(97)90103-8 |issn=1090-3801 |ultimo3=Tebbett |primeiro3=I.R.}}</ref> Muitos dos efeitos adversos ainda serão experimentados em metabolizadores fracos. Por outro lado, entre 0,5% e 2% da população são "metabolizadores extensivos"; múltiplas cópias do gene para 2D6 produzem altos níveis de CYP2D6 e metabolizam drogas por essa via mais rapidamente do que outras.

CYP2D6 converte codeína em morfina, que então sofre glucuronidação. A intoxicação com risco de vida, incluindo depressão respiratória que requer intubação, pode se desenvolver em questão de dias em pacientes que têm vários alelos funcionais de CYP2D6, resultando em metabolismo ultrarrápido de opioides, como codeína em morfina.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/j.pnpbp.2006.03.018 |titulo=Response to hydrocodone, codeine and oxycodone in a CYP2D6 poor metabolizer |data=2006-09 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry |número=7 |ultimo=Susce |primeiro=Margaret T. |ultimo2=Murray-Carmichael |primeiro2=Elaina |paginas=1356–1358 |doi=10.1016/j.pnpbp.2006.03.018 |issn=0278-5846 |ultimo3=de Leon |primeiro3=Jose}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1056/nejmoa041888 |titulo=Codeine Intoxication Associated with Ultrarapid CYP2D6 Metabolism |data=2004-12-30 |acessodata=2022-09-06 |jornal=New England Journal of Medicine |número=27 |ultimo=Gasche |primeiro=Yvan |ultimo2=Daali |primeiro2=Youssef |paginas=2827–2831 |doi=10.1056/nejmoa041888 |issn=0028-4793 |ultimo3=Fathi |primeiro3=Marc |ultimo4=Chiappe |primeiro4=Alberto |ultimo5=Cottini |primeiro5=Silvia |ultimo6=Dayer |primeiro6=Pierre |ultimo7=Desmeules |primeiro7=Jules}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1056/nejme048278 |titulo=Genes and the Response to Drugs |data=2004-12-30 |acessodata=2022-09-06 |jornal=New England Journal of Medicine |número=27 |ultimo=Caraco |primeiro=Yoseph |paginas=2867–2869 |doi=10.1056/nejme048278 |issn=0028-4793}}</ref>

Os estudos sobre o efeito analgésico da codeína são consistentes com a ideia de que o metabolismo pelo CYP2D6 em morfina é importante, mas alguns estudos não mostram grandes diferenças entre aqueles que são metabolizadores fracos e metabolizadores extensos. As evidências que sustentam a hipótese de que metabolizadores ultrarrápidos podem obter maior analgesia da codeína devido ao aumento da formação de morfina são limitadas a relatos de casos.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1124/pr.58.3.6 |titulo=Pharmacogenetics, Drug-Metabolizing Enzymes, and Clinical Practice |data=2006-09 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Pharmacological Reviews |número=3 |ultimo=Gardiner |primeiro=Sharon J. |ultimo2=Begg |primeiro2=Evan J. |paginas=521–590 |doi=10.1124/pr.58.3.6 |issn=0031-6997}}</ref>

Devido ao aumento do metabolismo da codeína em morfina, os metabolizadores ultrarrápidos (aqueles que possuem mais de duas cópias funcionais do alelo CYP2D6) apresentam risco aumentado de efeitos adversos relacionados à toxicidade da morfina.

A codeína e seus sais são prontamente absorvidos pelo trato gastrointestinal, e a ingestão de fosfato de codeína produz concentrações plasmáticas máximas em cerca de uma hora. A meia-vida plasmática é de 3 a 4 horas, e a relação de potência analgésica oral/intramuscular é aproximadamente igual a 1:1,5. A taxa de conversão mais comum, dada em gráficos de equianalgesia usados ​​nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, República da Irlanda, União Européia, Rússia e outros lugares, como 130 mg IM é igual a 200 mg PO - ambos equivalentes a 10 mg de sulfato de morfina IV e 60 mg de sulfato de morfina PO. A proporção sal:base livre dos sais de ambos os medicamentos em uso são aproximadamente equivalentes e geralmente não fazem diferença clínica.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/0002-8703(80)90751-6 |titulo=The Merck Manual—13th edition |data=1980-05 |acessodata=2022-09-06 |jornal=American Heart Journal |número=5 |paginas=681 |doi=10.1016/0002-8703(80)90751-6 |issn=0002-8703}}</ref>

A codeína é metabolizada por O- e N-desmetilação no fígado em morfina e norcodeína. A hidrocodona também é um metabólito da codeína em humanos.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1111/j.2042-7158.1979.tb13507.x |titulo=Comparative metabolism of codeine in man, rat, dog, guinea-pig and rabbit: identification of four new metabolites |data=1979-09 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Journal of Pharmacy and Pharmacology |número=1 |ultimo=Cone |primeiro=E J |ultimo2=Darwin |primeiro2=W D |paginas=314–317 |doi=10.1111/j.2042-7158.1979.tb13507.x |issn=2042-7158 |ultimo3=Gorodetzky |primeiro3=C W}}</ref> A codeína e seus metabólitos são excretados quase inteiramente pelos rins, principalmente como conjugados com ácido glicurônico.<ref>{{Citation|title=Codeine Phosphate Tablets|url=http://dx.doi.org/10.31003/uspnf_m19610_03_01|publisher=U.S. Pharmacopeial Convention|accessdate=2022-09-06}}</ref>

Os metabólitos ativos da codeína, principalmente a morfina, exercem seus efeitos ligando-se e ativando o receptor μ-opióide.

== Sociedade e cultura ==

=== Uso recreativo ===
Um viciado em heroína (diamorfina) ou outro opiáceo/opióide pode usar codeína para evitar os efeitos da abstinência durante os períodos em que sua droga preferida não está disponível ou é inacessível.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.3406/rfeco.1995.979 |titulo=Les déficits publics : enjeu central de la politique et de la théorie économiques des années quatre-vingt-dix |data=1995 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Revue française d'économie |número=2 |ultimo=Vasseur |primeiro=Daniel |paginas=95–146 |doi=10.3406/rfeco.1995.979 |issn=0769-0479}}</ref>

A codeína também está disponível em conjunto com o medicamento anti-náusea prometazina na forma de xarope. Marca nomeada como Fenergan com codeína ou em forma genérica como prometazina com codeína, começou a ser misturada com refrigerantes na década de 1990 como uma droga recreativa, chamada 'xarope', 'magro' ou 'bebida roxa'.<ref>{{Citar web|ultimo=Addy|primeiro=Peter H.|url=http://dx.doi.org/10.1037/e607012009-001|titulo=Why Would Anyone Drink a Bottle of Cough Syrup?|data=2009|acessodata=2022-09-06|website=PsycEXTRA Dataset}}</ref> O rapper Pimp C, do grupo UGK, morreu de overdose dessa combinação.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1093/oseo/instance.00140820 |titulo=From Francis Rivington |data=2006-09-28 |acessodata=2022-09-06 |publicado=Oxford University Press |editor-sobrenome=McGrath |editor-nome=Francis J. |paginas=23–23}}</ref>

A codeína é usada em laboratórios de drogas ilegais para produzir morfina.<ref>{{Citar web|ultimo=Keto Gummies|primeiro=Go|url=http://dx.doi.org/10.17504/protocols.io.j8nlkkpp5l5r/v1|titulo=[RETRACTED] Go Keto GummiesReviews: WEIGHT LOSS PILL DANGERS OR IS IT LEGIT ! SHOCKING USER COMPLAINTS What to Know Before Buying These Pills? v1|data=2022-07-06|acessodata=2022-09-06|website=dx.doi.org}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1134/s1061934808040096 |titulo=Chromatographic study of expert and biological samples containing desomorphine |data=2008-04 |acessodata=2022-09-06 |jornal=Journal of Analytical Chemistry |número=4 |ultimo=Savchuk |primeiro=S. A. |ultimo2=Barsegyan |primeiro2=S. S. |paginas=361–370 |doi=10.1134/s1061934808040096 |issn=1061-9348 |ultimo3=Barsegyan |primeiro3=I. B. |ultimo4=Kolesov |primeiro4=G. M.}}</ref>


== Contraindicações ==
== Contraindicações ==
Pacientes com:
Pacientes com:
* Alergia à codeína
* Alergia à codeína
* Crianças com idade inferior a 12 anos<ref name=":0" />
* Crianças com idade inferior a 12 anos<ref name=":0">{{Citar periódico |url=http://codeina-ffup2017.webnode.pt/ |titulo=Codeina-ffup2017 |jornal=Codeina-ffup2017}}</ref>
* Asma não tratada ou descontrolada
* Asma não tratada ou descontrolada
* Alterações respiratórias graves
* Alterações respiratórias graves

Revisão das 15h44min de 6 de setembro de 2022

Codeína
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC (5α,6α)-7,8-didehydro-4,5-epoxy-3-methoxy-17-methylmorphinan-6-ol
Identificadores
Número CAS 76-57-3
PubChem 5284371
DrugBank APRD00120
ChemSpider 4447447
Código ATC R05DA04,N02AA59
DCB n° 02545
Propriedades
Fórmula química C18H21NO3
Massa molar 299.35 g mol-1
Farmacologia
Biodisponibilidade ~90% (Oral é maior que a morfina)
Via(s) de administração oral, SC, IM
Metabolismo hepático, via CYP2D6 (Citocromo P450 2D6)[1]
Meia-vida biológica 2.5–3 h
Excreção via renal
Volume de distribuição 3,6[2] L/kg
Depuração 0,85 l/min.[2]
Classificação legal

Lista de substâncias sujeitas a controle especial - Lista A2 (BR)



Riscos associados
LD50 de 237 a 640 mg/kg em várias espécies, via oral[3]
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

A codeína é um fármaco alcaloide do grupo dos opioides, sendo ela um pró-fármaco da morfina que é utilizada no tratamento da dor de leve à moderada, diarréia e como antitússico.[4] A codeína é encontrada naturalmente na seiva da papoula do ópio, Papaver somniferum.[4][5] Grande parte da codeína utilizada com finalidades médicas é preparada através da metilação da morfina. De menor potência doze vezes que a morfina, utiliza-se também em combinação com outros analgésicos da classe dos não opioides, como ácido acetilsalicílico e paracetamol.[2][6] Maior benefício pode ocorrer quando combinado com paracetamol (acetaminofeno) ou um medicamento anti-inflamatório não esteroidal (AINE), como aspirina ou ibuprofeno.[4] As evidências não apoiam seu uso para supressão da tosse aguda em crianças ou adultos.[7][8] Geralmente começa a funcionar após meia hora, com efeito máximo em duas horas.[4] Seus efeitos duram cerca de quatro a seis horas. A codeína apresenta potencial de abuso semelhante a outros medicamentos opióides.[4]

Os efeitos adversos mais comuns incluem vômitos, constipação, coceira, tontura e sonolência.[4] Efeitos colaterais graves podem incluir dificuldades respiratórias e dependência.[4] Não está claro se seu uso na gravidez é seguro.[4] Seu uso a partir de 2016 não é recomendado em crianças.[9] A codeína funciona após ser decomposta pelo fígado em morfina; a rapidez com que isso ocorre depende da genética de uma pessoa.[4]

A codeína foi descoberta em 1832 por Pierre Jean Robiquet.[10] Em 2013, cerca de 361.000 kg (795.000 lb) de codeína foram produzidos enquanto 249.000 kg (549.000 lb) foram usados, o que o tornou o opiáceo mais comumente consumido.[11] Está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde.[12]

10% da população caucasoide não consegue converter a codeína em morfina no fígado, por defeitos genéticos.[13]

Ela é encontrada no ópio em concentrações de 0,9 a 3,0%.

Equivalência

200 mg de codeína por via oral e 130 mg de codeína por via intramuscular equivalem a 10 mg de morfina intravenosa.

História

Os opiáceos constituem um grupo de fármacos que se caracterizam por ter afinidade seletiva para os receptores opioides, induzindo analgesia sobre o sistema nervoso central e outros efeitos daí adjacentes. O principal representante deste grupo é a morfina, um alcaloide extraído da papoula "Papaver somniferum".

O ópio, extrato do suco desta papoula, contém ainda outros compostos tais como: codeína, tebaína, papaverina, noscapina... Este foi introduzido na Grã-Bretanha no final do séc. XVII com uma componente social já que causava estados eufóricos. Era habitualmente tomado por via oral na forma de tintura de láudano, sendo um símbolo aristocrático até metade do século XIX. Nesta altura a dependência tornou-se mais preocupante com a administração endovenosa. Contudo, foi utilizado, durante milhares de anos, para fins medicinais uma vez que provocava analgesia e sono, além de prevenir a diarreia.

A estrutura da morfina, foi determinada em 1902 e desde então foi possível a semissíntese e síntese de outros compostos análogos desta, dentre eles a codeína.

A codeína, também designada metilmorfina, é um alcaloide opiáceo que pode ser obtido de duas formas, diretamente da papoula ou sinteticamente por metilação da morfina.

Em 2001, 44% da codeína fabricada no mundo era feita nos Estados Unidos (29,6 toneladas) e Reino Unido (24,4 toneladas).[14]

Usos clínicos

Dor

A codeína é usada para tratar a dor leve a moderada.[4] É comumente usado para tratar a dor dental pós-cirúrgica.[15]

Evidências fracas indicam que é útil na dor do câncer, mas pode ter efeitos adversos aumentados, especialmente constipação, em comparação com outros opioides.[16] A Academia Americana de Pediatria não recomenda seu uso em crianças devido aos efeitos colaterais.[9] A FDA lista a idade inferior a 12 anos como uma contraindicação ao uso.[17]

Tosse

A codeína é usada para aliviar a tosse.[4] As evidências não apoiam seu uso para supressão da tosse aguda em crianças.[18] Na Europa, não é recomendado como remédio para tosse em menores de 12 anos.[4] Algumas evidências preliminares mostram que ele pode reduzir a tosse crônica em adultos.[19]

Diarreia

É usado para tratar diarreia e síndrome do intestino irritável com predominância de diarreia, embora loperamida (que está disponível sem receita médica para diarreia mais leve), difenoxilato, paregórico ou mesmo láudano sejam usados ​​com mais frequência para tratar diarreia grave.[20]

Mecanismo de ação

Ela é um agonista fraco dos receptores opioides, especialmente os de tipo MU que existem no cérebro e no plexo mioentérico. Acredita-se que a maior parte da eficácia de seu efeito analgésico é graças a sua conversão em Morfina (forte agonista do receptor MU opioide) que ocorre no fígado.[21]

O efeito antitússico é devido a seus efeitos agonistas no centro nervoso cerebral de controle da tosse, que fica deprimido.[22] O efeito analgésico ocorre por mimetismo nos receptores opioides da ação das endorfinas endógenas de controle da dor.

O efeito obstipante é devido à acção nos receptores opioides nas células do intestino.

Efeitos clinicamente úteis

É analgésico, reduzindo a percepção da dor. É obstipante porque as suas ações no sistema nervoso entérico reduzem a motilidade intestinal. Suprime a tosse (este efeito pode ser perigoso se os agentes irritantes forem perigosos, como bactérias ou produtos corrosivos).

Efeitos adversos

Os efeitos adversos comuns associados ao uso de codeína incluem sonolência e constipação. Menos comuns são coceira, náusea, vômito, boca seca, miose, hipotensão ortostática, retenção urinária, euforia e disforia. Efeitos adversos raros incluem anafilaxia, convulsão, pancreatite aguda e depressão respiratória.[23] Tal como acontece com todos os opiáceos, os efeitos a longo prazo podem variar, mas podem incluir diminuição da libido, apatia e perda de memória. Algumas pessoas podem ter reações alérgicas à codeína, como inchaço da pele e erupções cutâneas.[4]

A tolerância a muitos dos efeitos da codeína, incluindo seus efeitos terapêuticos, desenvolve-se com o uso prolongado. Isso ocorre em taxas diferentes para efeitos diferentes, com tolerância aos efeitos indutores de constipação desenvolvendo-se particularmente lentamente, por exemplo.

Uma reação adversa potencialmente grave, como com outros opióides, é a depressão respiratória. Esta depressão está relacionada com a dose e é um mecanismo para as consequências potencialmente fatais da sobredosagem. Como a codeína é metabolizada em morfina, a morfina pode ser passada pelo leite materno em quantidades potencialmente letais, deprimindo fatalmente a respiração de um bebê amamentado.[24][25] Em agosto de 2012, a Administração Federal de Medicamentos dos Estados Unidos emitiu um alerta sobre mortes em pacientes pediátricos com menos de 6 anos de idade após a ingestão de doses "normais" de paracetamol com codeína após amigdalectomia; este aviso foi atualizado para um aviso de caixa preta em fevereiro de 2013.[26]

Alguns pacientes são conversores muito eficazes de codeína em sua forma ativa, a morfina, resultando em níveis sanguíneos letais. A FDA está atualmente recomendando o uso muito cauteloso de codeína em pacientes jovens de amigdalectomia; o medicamento deve ser usado na menor quantidade que possa controlar a dor, "conforme a necessidade" e não "ininterruptamente", sendo necessário atendimento médico imediato caso o usuário responda negativamente.

Retirada e dependência

Tal como acontece com outros opiáceos, o uso crônico de codeína pode causar dependência física que pode levar a sintomas graves de abstinência se uma pessoa interromper repentinamente a medicação. Os sintomas de abstinência incluem desejo por drogas, coriza, bocejos, sudorese, insônia, fraqueza, cólicas estomacais, náuseas, vômitos, diarreia, espasmos musculares, calafrios, irritabilidade e dor. Esses efeitos colaterais também ocorrem em combinações de acetaminofeno/aspirina, embora em menor grau. Para minimizar os sintomas de abstinência, os usuários de longo prazo devem reduzir gradualmente a medicação com codeína sob a supervisão de um profissional de saúde.[27]

Além disso, nenhuma evidência indica que a inibição do CYP2D6 seja útil no tratamento da dependência de codeína,[28] embora o metabolismo de codeína em morfina (e, portanto, metabolismo adicional em conjugados de morfina glicuronídeo) tenha um efeito sobre o potencial de abuso de codeína.[29] No entanto, o CYP2D6 tem sido implicado na toxicidade e morte de neonatos quando a codeína é administrada a mães lactantes, particularmente aquelas com atividade enzimática aumentada (metabolizadores "ultra-rápidos").[30][31]

Farmacologia

Farmacodinâmica

A codeína é um opióide não sintético.[32] É um agonista seletivo do receptor μ-opióide (MOR).[32] A própria codeína tem afinidade relativamente fraca para o MOR.[32][33] Em vez de agir diretamente no MOR, a codeína funciona como uma pró-droga de seus principais metabólitos ativos morfina e codeína-6-glicuronídeo, que são agonistas de MOR muito mais potentes em comparação.[32][34]

A codeína foi encontrada como um composto endógeno, juntamente com a morfina, no cérebro de primatas não humanos com neurônios despolarizados, indicando que a codeína pode funcionar como um neurotransmissor ou neuromodulador no sistema nervoso central.[35] Assim como a morfina, a codeína causa sinalização de TLR4, que causa alodinia e hiperalgesia.[36] Ele não precisa ser convertido em morfina para aumentar a sensibilidade à dor.[36]

Mecanismo de ação

A codeína é um opióide e um agonista do receptor opióide mu (MOR). Ele age no sistema nervoso central para ter um efeito analgésico.[37] É metabolizado no fígado para produzir morfina que é dez vezes mais potente contra o receptor mu. Os receptores opióides são receptores acoplados à proteína G que regulam positiva e negativamente a transmissão sináptica através da sinalização a jusante. A ligação de codeína ou morfina ao receptor opióide mu resulta na hiperpolarização do neurônio, levando à inibição da liberação de neurotransmissores nociceptivos, causando um efeito analgésico e aumento da tolerância à dor devido à redução da excitabilidade neuronal.[37][38]

Farmacocinética

A conversão de codeína em morfina ocorre no fígado e é catalisada pela enzima CYP2D6 do citocromo P450.[35] CYP3A4 produz norcodeína e UGT2B7 conjuga codeína, norcodeína e morfina aos 3 e 6-glicuronídeos correspondentes. Srinivasan, Wielbo e Tebbett especulam que a codeína-6-glicuronídeo é responsável por uma grande porcentagem da analgesia da codeína e, portanto, esses pacientes devem experimentar alguma analgesia.[39] Muitos dos efeitos adversos ainda serão experimentados em metabolizadores fracos. Por outro lado, entre 0,5% e 2% da população são "metabolizadores extensivos"; múltiplas cópias do gene para 2D6 produzem altos níveis de CYP2D6 e metabolizam drogas por essa via mais rapidamente do que outras.

CYP2D6 converte codeína em morfina, que então sofre glucuronidação. A intoxicação com risco de vida, incluindo depressão respiratória que requer intubação, pode se desenvolver em questão de dias em pacientes que têm vários alelos funcionais de CYP2D6, resultando em metabolismo ultrarrápido de opioides, como codeína em morfina.[40][41][42]

Os estudos sobre o efeito analgésico da codeína são consistentes com a ideia de que o metabolismo pelo CYP2D6 em morfina é importante, mas alguns estudos não mostram grandes diferenças entre aqueles que são metabolizadores fracos e metabolizadores extensos. As evidências que sustentam a hipótese de que metabolizadores ultrarrápidos podem obter maior analgesia da codeína devido ao aumento da formação de morfina são limitadas a relatos de casos.[43]

Devido ao aumento do metabolismo da codeína em morfina, os metabolizadores ultrarrápidos (aqueles que possuem mais de duas cópias funcionais do alelo CYP2D6) apresentam risco aumentado de efeitos adversos relacionados à toxicidade da morfina.

A codeína e seus sais são prontamente absorvidos pelo trato gastrointestinal, e a ingestão de fosfato de codeína produz concentrações plasmáticas máximas em cerca de uma hora. A meia-vida plasmática é de 3 a 4 horas, e a relação de potência analgésica oral/intramuscular é aproximadamente igual a 1:1,5. A taxa de conversão mais comum, dada em gráficos de equianalgesia usados ​​nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, República da Irlanda, União Européia, Rússia e outros lugares, como 130 mg IM é igual a 200 mg PO - ambos equivalentes a 10 mg de sulfato de morfina IV e 60 mg de sulfato de morfina PO. A proporção sal:base livre dos sais de ambos os medicamentos em uso são aproximadamente equivalentes e geralmente não fazem diferença clínica.[44]

A codeína é metabolizada por O- e N-desmetilação no fígado em morfina e norcodeína. A hidrocodona também é um metabólito da codeína em humanos.[45] A codeína e seus metabólitos são excretados quase inteiramente pelos rins, principalmente como conjugados com ácido glicurônico.[46]

Os metabólitos ativos da codeína, principalmente a morfina, exercem seus efeitos ligando-se e ativando o receptor μ-opióide.

Sociedade e cultura

Uso recreativo

Um viciado em heroína (diamorfina) ou outro opiáceo/opióide pode usar codeína para evitar os efeitos da abstinência durante os períodos em que sua droga preferida não está disponível ou é inacessível.[47]

A codeína também está disponível em conjunto com o medicamento anti-náusea prometazina na forma de xarope. Marca nomeada como Fenergan com codeína ou em forma genérica como prometazina com codeína, começou a ser misturada com refrigerantes na década de 1990 como uma droga recreativa, chamada 'xarope', 'magro' ou 'bebida roxa'.[48] O rapper Pimp C, do grupo UGK, morreu de overdose dessa combinação.[49]

A codeína é usada em laboratórios de drogas ilegais para produzir morfina.[50][51]

Contraindicações

Pacientes com:

  • Alergia à codeína
  • Crianças com idade inferior a 12 anos[52]
  • Asma não tratada ou descontrolada
  • Alterações respiratórias graves
  • Obstrução intestinal
  • Ataques de asma frequentes ou hiperventilação[53]
  • Metabolizadores ultra-rápidos[52]

Ver também

Notas e referências

  1. Shen H, He MM, Liu H,; et al. (2007). «Comparative metabolic capabilities and inhibitory profiles of CYP2D6.1, CYP2D6.10, and CYP2D6.17». Drug Metab. Dispos. 35 (8): 1292–300. PMID 17470523. doi:10.1124/dmd.107.015354 
  2. a b c Tratamiento práctico del dolor. pag. 498
  3. Bula do Codaten
  4. a b c d e f g h i j k l m «Codeine Monograph for Professionals». Drugs.com (em inglês). Consultado em 6 de setembro de 2022 
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