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Programa de Contrainteligência: diferenças entre revisões

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'''COINTELPRO''' (Programa de Contrainteligência, [[acrónimo]] da denominação em [[língua inglesa|inglês]] '''Co'''unter '''Intel'''ligence '''Pro'''gram) foi um programa<ref name="church-final-report">{{citar livro|título=Intelligence Activities and the Rights of Americans – Church Committee final report |títulolink=Church Committee |data=1976-04-26 |publicado=United States Senate |series=II |página=10 |capítulo=I. Introduction and Summary |acessodata=2014-07-15 |capítulourl=https://www.intelligence.senate.gov/sites/default/files/94755_III.pdf |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140418092233/http://www.intelligence.senate.gov/pdfs94th/94755_II.pdf |arquivodata=2014-04-18 |urlmorta= não}}</ref><ref>{{citar conferência|último=Wolf |primeiro=Paul |data=1 de setembro de 2001 |título=COINTELPRO: The Untold American Story |url=https://archive.org/details/CointelproTheUntoldAmericanStory |conferencia=World Conference Against Racism |local=Durbin, South Africa |página=[https://archive.org/stream/CointelproTheUntoldAmericanStory/COINTELPRO#page/n11/mode/2up 11] |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160309125741/https://archive.org/details/CointelproTheUntoldAmericanStory |arquivodata=9 de março de 2016 |acessodata=14 de fevereiro de 2018 |urlmorta= não|df=dmy-all}}</ref> conduzido pelo [[Federal Bureau of Investigation]] (FBI) dos Estados Unidos com o objetivo de vigiar, infiltrar, desacreditar e perturbar ativistas e críticos do governo.<ref name="Citizens">{{citar jornal|url=https://articles.latimes.com/2006/mar/08/opinion/oe-jalon8 |título=A break-in to end all break-ins |último=Jalon |primeiro=Allan M. |data=8 de março de 2006 |obra=The Los Angeles Times |acessodata=2014-07-15 |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131203035850/http://articles.latimes.com/2006/mar/08/opinion/oe-jalon8 |arquivodata=2013-12-03}}</ref><ref name="The-Dangers-of-Domestic-Spying-by-Federal-Law-Enforcement">{{citar relatório|url=https://www.aclu.org/files/FilesPDFs/mlkreport.pdf |título=The Dangers of Domestic Spying by Federal Law Enforcement |data=2002 |publicado=[[American Civil Liberties Union]] |acessodata=2017-11-14 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20180205173958/https://www.aclu.org/files/FilesPDFs/mlkreport.pdf |arquivodata=2018-02-05 |urlmorta= não}}</ref> Os registros do FBI mostram que os recursos da COINTELPRO tiveram como alvo grupos e indivíduos que o FBI considerou subversivos,<ref name="Jeffreys-Jones">{{citar livro|título=The FBI: A History |último=Jeffreys-Jones |primeiro=Rhodri |data=2008 |publicado=Yale University Press |isbn=978-0-300-14284-6 |local=New Haven, Connecticut |página=189 |oclc=223872966 |anooriginal=2007}}</ref> incluindo organizações [[feministas]],<ref>{{citar web|url=https://www.freedomarchives.org/Documents/Curr%20C101/Cointelpro%20and%20Women's%20Liberation.pdf |título=The Women's Liberation Movement and COINTELPRO |website=www.freedomarchives.org |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150724013050/http://www.freedomarchives.org/Documents/Curr%20C101/Cointelpro%20and%20Women's%20Liberation.pdf |arquivodata=2015-07-24}}</ref><ref>{{citar periódico|último=Salper |primeiro=Roberta |ano=2008 |título=U.S. Government Surveillance and the Women's Liberation Movement, 1968–1973: A Case Study |url=https://www.jstor.org/stable/20459215 |periódico=Feminist Studies |volume=34 |número=3 |páginas=431–455 |doi= |acessodata=2022-07-12 |via=JSTOR}}</ref> o [[Partido Comunista dos Estados Unidos|Partido Comunista]],<ref name="Weiner 2012 195">{{harvnb|Weiner|2012|p=195}}.</ref> opositores da [[Guerra do Vietnã]], ativistas dos [[movimento dos direitos civis|direitos civis]] e dos negros (por exemplo [[Martin Luther King Jr.]] e o [[Partido dos Panteras Negras]]), [[ambientalistas]] e protetores dos [[direitos dos animais]], movimentos de independência (incluindo [[Independência de Porto Rico]]), uma variedade de organizações que faziam parte da [[Nova Esquerda]], grupos de supremacia branca como a [[Ku Klux Klan]]<ref>{{citar livro|editor-last1=Bosi |editor-first1=Lorenzo |editor-last2=Giugni|editor-first2=Marco|editor-last3=Uba |editor-first3=Katrin|data=2016 |título=The Consequences of Social Movements|url=https://books.google.com/books?id=AM89CwAAQBAJ&pg=PA66|local= |publicado= [[Cambridge University Press]]|página=66 |isbn=978-1107539211}}</ref><ref>{{citar livro|título=White Robes and Burning Crosses: A History of the Ku Klux Klan from 1866 |último=Newton |primeiro=Michael |publicado=McFarland |ano=2014 |isbn=978-0-7864-7774-6 |local=Jefferson, North Carolina |páginas=146 |oclc=877370955}}</ref> e o grupo de extrema-direita [[Partido dos Direitos dos Estados Nacionais]].<ref>{{citar web|url = http://www.icdc.com/~paulwolf/cointelpro/cointel.htm |título= Groups targeted by COINTELPRO |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120910071729/http://www.icdc.com/~paulwolf/cointelpro/cointel.htm |arquivodata=10 de setembro de 2012 |urlmorta= sim}}</ref>


Em 1971, em [[San Diego]], o FBI financiou, armou e controlou um grupo de [[extrema-direita]] de ex-membros da organização paramilitar anticomunista [[Minutemen]], que visava grupos, ativistas e líderes envolvidos no movimento anti-guerra, usando intimidação e atos violentos.<ref name="Newton 143–145">{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=74beCQAAQBAJ&q=judi+bari,+assassination,+cointelpro&pg=PA144 |título=The FBI Encyclopedia |último=Newton |primeiro=Michael |data=2012 |publicado=McFarland |isbn=978-1476604176 |páginas=143–145 |língua=en |acessodata=2018-06-13 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20190405124652/https://books.google.com/books?id=74beCQAAQBAJ&pg=PA144&dq=judi+bari,+assassination,+cointelpro#v=onepage&q=judi%20bari,%20assassination,%20cointelpro&f=false |arquivodata=2019-04-05 |urlmorta= não}}</ref><ref name="chomsky.info">{{citar web|url=https://chomsky.info/responsibility01/ |título=Triumphs of Democracy |tipo=excerpt from ''Language and Responsibility'' |último=Chomsky |primeiro=Noam |website=chomsky.info |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090105231319/http://www.chomsky.info/books/responsibility01.htm |arquivodata=2009-01-05 |acessodata=2020-01-19}}</ref><ref>{{citar web|url=http://crca.ucsd.edu/~esisco/friendlyfire/A1972.html |título=The San Diego Coup |publicado=Ramparts |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20050308071956/http://crca.ucsd.edu/~esisco/friendlyfire/A1972.html |arquivodata=2005-03-08}}</ref>
'''COINTELPRO''' (Programa de Contrainteligência, [[acrónimo]] da denominação em [[língua inglesa|inglês]] '''Co'''unter '''Intel'''ligence '''Pro'''gram<ref> RS9[http://harvardmodelcongress.org/sf/wp-content/uploads/2013/11/FBI-Surveillance.pdf FBI-Surveillance.pdf]</ref>) foi um programa secreto criado por [[J. Edgar Hoover]], constituído por uma série de operações [[ilegalidade|ilegais]] e [[clandestinidade|clandestinas]] conduzidas pelo [[FBI]] que foi implantado e executado entre os anos de [[1956]] até após [[1971]]. Entre seus objetivos estavam os de desestabilizar grupos de protestos, de [[esquerda]], ativistas e dissidentes políticos dentro dos [[Estados Unidos]].


O FBI realizou operações secretas contra grupos políticos desde a sua criação; no entanto, operações sob o rótulo "COINTELPRO" ocorreram entre 1956 e 1971. Muitas das táticas usadas no COINTELPRO supostamente tiveram uso contínuo, incluindo: desacreditar alvos através de [[guerra psicológica]], difamando indivíduos e grupos usando documentos forjados e plantando relatórios falsos na mídia, assédio, prisão injusta, violência e assassinato.<ref>{{citar livro|título=Rethinking Society in the 21st Century |último1=Walby |primeiro1=Kevin |último2=Monaghan |primeiro2=Jeffery |data=2016 |publicado=Canadian Scholars |isbn=978-1-55130-936-1 |editor-sobrenome=Bezanson |editor-nome=Kate |edição=4th |local=Toronto |página=[{{google books|oWO_DAAAQBAJ|page=148|plainurl=yes}} 148], note 1 |capítulo=Private Eyes and Public Order: Policing and Surveillance in the Suppression of Animal Rights Activists in Canada |oclc=1002804017 |editor-last2=Webber |editor-first2=Michelle}}</ref><ref>{{citar livro|título=Globalization in the 21st Century: Labor, Capital, and the State on a World Scale |último=Orr |primeiro=Martin |data=2010 |publicado=Springer |isbn=978-0-230-10639-0 |editor-sobrenome=Berberoglu |editor-nome=Berch |página=[{{google books|xU3FAAAAQBAJ|page=182|plainurl=yes}} 182] |capítulo=The Failure of Neoliberal Globalization and the End of Empire |oclc=700167013}}</ref><ref name="FBI Secrets 1995">{{citar livro|título=FBI Secrets: An Agent's Expose |último=Swearingen |primeiro=M. Wesley |data=1995 |publicado=South End Press |isbn=978-0-89608-502-2 |local=Boston |oclc=31330305 |citação=[Special Agent Gregg York:] We expected about twenty Panthers to be in the apartment when the police raided the place. Only two of those black nigger fuckers were killed, Fred Hampton and Mark Clark. }}</ref><ref name="itsabouttimebpp.com">{{citar web|url=http://www.itsabouttimebpp.com/Chapter_History/pdf/Chicago/Murder_of_Fred_Hampton_1969.pdf |título=Murder of Fred Hampton |website=It's About Time – Black Panther Party Legacy & Alumni |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100215210352/http://www.itsabouttimebpp.com/Chapter_History/pdf/Chicago/Murder_of_Fred_Hampton_1969.pdf |arquivodata=2010-02-15 |acessodata=2009-07-19}}</ref> De acordo com um relatório do Senado, a motivação declarada pelo FBI era "proteger a segurança nacional, prevenir a violência e manter a ordem social e política existente".<ref>{{citar relatório|url=https://www.intelligence.senate.gov/sites/default/files/94755_III.pdf |título=Final Report of the Select Committee to Study Governmental Operations With Respect to Intelligence Activities, Book III: Supplementary Detailed Staff Reports on Intelligence Activities and the Rights of Americans |data=1976 |docket=S. Rep. No. 94-755 |acessodata=2017-11-17 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140418092233/http://www.intelligence.senate.gov/pdfs94th/94755_II.pdf |tipo=Final Report |arquivodata=2014-04-18 |urlmorta= não}}</ref>
Dentre as atividades ilegais realizadas pelo FBI estavam interceptação de [[correspondência]] e comunicações, [[incêndio]]s provocados, [[Grampo telefônico|escutas telefônicas]] ilegais e assassinatos. COINTELPRO constituiu-se como um [[terrorismo]] de Estado conduzido em nome da "Segurança Nacional".


A partir de 1969, os líderes do Partido dos Panteras Negras foram alvo do COINTELPRO e "neutralizados" ao serem assassinados, presos, humilhados publicamente ou falsamente acusados ​​de crimes. Alguns dos Panteras Negras alvejados incluem [[Fred Hampton]], [[Mark Clark]], [[Assata Shakur|Zayd Shakur]], [[Geronimo Pratt]], [[Mumia Abu-Jamal]],<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=MdQ3DQAAQBAJ&q=mumia.+cointelpro |título=Prison Power: How Prison Influenced the Movement for Black Liberation |último=Corrigan |primeiro=Lisa M. |data=2016 |publicado=Univ. Press of Mississippi |isbn=978-1496809100 |páginas=86–88}}</ref> e [[Marshall Conway]]. Táticas comuns usadas pela COINTELPRO foram perjúrio, assédio a testemunhas, intimidação e retenção de evidências ilibatórias.<ref name="cleaver">{{citar periódico|último=Neal |primeiro=Cleaver, Kathleen |data=1998 |título=Mobilizing for Mumia Abu-Jamal in Paris |url=http://digitalcommons.law.yale.edu/yjlh/vol10/iss2/2/ |urlmorta= não|periódico=Yale Journal of Law & the Humanities |língua=en |volume=10 |número=2 |issn=1041-6374 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20190406125116/https://digitalcommons.law.yale.edu/yjlh/vol10/iss2/2/ |arquivodata=2019-04-06 |acessodata=2018-02-25}}</ref><ref>{{citar comunicado de imprensa|título=25th Ann. of Panther 21 Acquittal: Program in NYC |data=22 de abril de 1996 |url=http://www.hartford-hwp.com/archives/45a/088.html |último1=On' |primeiro1=Shaba |acessodata=5 de fevereiro de 2018 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20171228131859/http://www.hartford-hwp.com/archives/45a/088.html |arquivodata=28 de dezembro de 2017 |via=Hartford Web Publishing |urlmorta= não|df=dmy-all}}</ref><ref>{{citar jornal|citação=Hundreds of Panthers were stopped, harassed and arrested by the police across the country. Hoover explained the 'purpose of counterintelligence action is to disrupt the BPP and it is immaterial whether facts exist to substantiate the charge'. The effectiveness of COINTELPRO was overwhelming. Many organizations were destabilized with arrests, raids, break-ins, and killings. |url=https://www.thedailybeast.com/the-fbis-war-on-civil-rights-leaders |título=The FBI's War on Civil Rights Leaders |último=Ogbar |primeiro=Jeffrey O. G. |data=2017-01-16 |obra=The Daily Beast |acessodata=2018-02-25 |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180212011752/https://www.thedailybeast.com/the-fbis-war-on-civil-rights-leaders |arquivodata=2018-02-12}}</ref>
As diretrizes dadas pelo Diretor do FBI [[J. Edgar Hoover]], eram de que os agentes do FBI tinham a missão "expor", "enganar", "provocar desentendimentos", "destruir a credibilidade", como também "neutralizar" as atividades e os líderes de quaisquer movimentos que ele listasse como ameaças a segurança nacional Americana.
[[Ficheiro:Mlk-uncovered-letter.png|miniaturadaimagem|Carta enviada por agente do COINTELPRO recomendando a Martin Luther King, Jr. o suicídio]]


O Diretor do FBI [[J. Edgar Hoover]] emitiu diretivas que regem o COINTELPRO, ordenando aos agentes do FBI que "exponham, interrompam, desordenem, desacreditem ou neutralizem de outra forma" as atividades desses movimentos.<ref name="WRH">{{citar web|url=http://www.whatreallyhappened.com/RANCHO/POLITICS/COINTELPRO/COINTELPRO-FBI.docs.html |título=COINTELPRO Revisited – Spying & Disruption – In Black & White: The F.B.I. Papers |website=What Really Happened |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080516220059/http://www.whatreallyhappened.com/RANCHO/POLITICS/COINTELPRO/COINTELPRO-FBI.docs.html |arquivodata=2008-05-16 |acessodata=2008-06-23}}</ref><ref name="pbsco">{{citar web|url=https://www.pbs.org/hueypnewton/actions/actions_cointelpro.html |título=A Huey P. Newton Story – Actions – COINTELPRO |website=PBS |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110515150914/http://www.pbs.org/hueypnewton/actions/actions_cointelpro.html |arquivodata=2011-05-15 |acessodata=2008-06-23}}</ref><ref>{{harvnb|Weiner|2012|p=196|ps=: "Sullivan would become Hoover's field marshal in matters of national security, chief of FBI intelligence, and commandant of COINTELPRO. In that top secret and tightly compartmentalized world, an FBI inside of the FBI, Sullivan served as the executor of Hoover's most clandestine and recondite demands."}}.</ref> O procurador-geral [[Robert F. Kennedy]] autorizou pessoalmente alguns dos programas,<ref>{{harvnb|Weiner|2012|p=233|ps=: "RFK knew much more about this surveillance than he ever admitted. He personally renewed his authorization for the taps on Levison's office, and he approved Hoover's request to tap Levison's home telephone, where King called late at night several times a week."}}</ref> dando aprovação por escrito para escutas telefônicas de Martin Luther King "em caráter experimental, por um mês ou mais".<ref>{{harvnb|Hersh|2007|p=372}}.</ref> Hoover estendeu a autorização para que seus homens fossem "libertos" para procurar evidências em qualquer área da vida de King.<ref>{{harvnb|Hersh|2007|pp=372–374}}.</ref>
== História do programa COINTELPRO ==
Em 1956 [[John Edgar Hoover|Edgar Hoover]], chefe do FBI, ficou extremamente frustrado com empecilhos criados pela Justiça americana em condenar pessoas por razões políticas, ativismo ou atividades que ele via como ameaça.<ref>http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,879566,00.html</ref> Foi então que Hoover criou formalmente um programa [[Clandestinidade|clandestino]] de "jogos sujos", chamados "dirty tricks", o Programa COINTELPRO.<ref>[http://www.democracynow.org/es/blog/2014/1/10/el_fbi_la_nsa_y_la El FBI, la NSA y la revelación de un viejo secreto |Democracy Now!]</ref><ref name="">: [http://harvardmodelcongress.org/sf/wp-content/uploads/2013/11/FBI-Surveillance.pdf FBI-Surveillance.pdf]</ref><ref>{{citar livro|autor = Cox, John Stuart and Theoharis, Athan G. |ano= 1988 |título= The Boss: J. Edgar Hoover and the Great American Inquisition |publicado= Temple University Press |página= 312 |isbn = 0-87722-532-X}}</ref>


==História==
O programa clandestino era realizado pelo próprio FBI e seus agentes e era um programa de sabotagem, intimidação e perseguição de indivíduos e grupos escolhidos por Hoover como alvo das atividades destrutivas do programa. Este programa permaneceu secreto até 1971, tendo sido exposto apenas depois do roubo de documentos secretos sobre o programa.<ref>Democracy Now!: [http://www.democracynow.org/es/blog/2014/1/8/se_conocio_la_identidad_de_las Se conoció la identidad de las personas que en 1971 revelaron la existencia del programa COINTELPRO del FBI | Democracy Now!]</ref>
[[Ficheiro:Lennon FBI Files after hq11p1.jpg|miniaturadaimagem|Documentos do Programa COINTELPRO do FBI relativos à Investigação de John Lennon]]
COINTELPRO foi usado para inciar investigações intimidadoras e perseguir pessoas notórias como [[John Lennon]], por seu protesto contra a [[Guerra do Vietnã]], [[Martin Luther King]], [[Ernest Hemingway]], [[Charlie Chaplin]] e inúmeros outros.<ref>{{citar livro|último = Sbardellati |primeiro = John |coautor= Tony Shaw |título= Booting a Tramp: Charlie Chaplin, the FBI, and the Construction of the Subversive Image in Red Scare America}}</ref>


As operações sob termo "COINTELPRO" começaram oficialmente em agosto de 1956 com um programa destinado a "causar perturbações e ganhar deserções" dentro do [[Partido Comunista dos Estados Unidos]]. As táticas incluíam telefonemas anônimos, auditorias do [[Internal Revenue Service]] (IRS) e a criação de documentos que dividiriam a organização comunista internamente.<ref name="Weiner 2012 195"/> Um memorando de outubro de 1956 de Hoover reclassificou a vigilância contínua do FBI sobre líderes negros, incluindo-a dentro do COINTELPRO, com a justificativa de que o movimento foi infiltrado por [[comunistas]].<ref>{{harvnb|Weiner|2012|p=198|ps=: "On October 2, 1956, Hoover stepped up the FBI's long-standing surveillance of black civil rights activists. He sent a COINTELPRO memo to the field, warning that the Communist Party was seeking to infiltrate the movement." }}</ref> Em 1956, Hoover escreveu uma carta denunciando [[T. R. M. Howard]], um líder dos direitos civis e empresário de [[Mississippi]] que criticou a inação do FBI na resolução dos recentes assassinatos de afro-americanos no sul.<ref>{{citar livro|título=Black Maverick: T. R. M. Howard's Fight for Civil Rights and Economic Power |último1=Beito |primeiro1=David T. |último2=Beito |primeiro2=Linda Royster |data=2009 |publicado=University of Illinois Press |isbn=978-0-252-03420-6 |local=Urbana |páginas=148, 154–159 |oclc=690465801}}</ref> Quando o SCLC, uma organização afro-americana de direitos civis, foi fundada em 1957, o FBI começou a monitorar e visar o grupo quase imediatamente, focando particularmente em [[Bayard Rustin]], [[Stanley Levison]] e, eventualmente, [[Martin Luther King Jr.]]<ref>{{harvnb|Weiner|2012|p=200}}.</ref>
Os métodos incluíam, infiltração de movimentos pacifistas, roubos, [[Grampo telefônico|escutas telefônicas]], [[Violação de domicílio|invasão domiciliar]], e uma serie de [[Clandestinidade|operações clandestinas]] ofensivas e ilegais e historiadores e pesquisadores afirmam que o programa incluía a incitacao de violência e assassinatos.<ref> Ver por exemplo{{citar livro|último = James |primeiro = Joy |título= States of Confinement: Policing, Detention, and Prisons |publicado= Palgrave Macmillan |ano= 2000 |página= 335 |isbn = 0-312-21777-3}}{{citar livro|último = Williams |primeiro = Kristian |título= Our Enemies In Blue: Police And Power In America |publicado= Soft Skull Press |ano= 2004 |página= 183 |isbn = 1-887128-85-9}}</ref>


[[File:Mlk-uncovered-letter.png|thumb|Ccarta de suicídio<ref name="suicide letter">{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/2014/11/16/magazine/what-an-uncensored-letter-to-mlk-reveals.html |título=What an Uncensored Letter to M. L. K. Reveals |último=Gage |primeiro=Beverly |data=2014-11-11 |obra=The New York Times |acessodata=2015-01-09 |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150107190622/http://www.nytimes.com/2014/11/16/magazine/what-an-uncensored-letter-to-mlk-reveals.html |arquivodata=2015-01-07}}</ref> que o FBI enviou anonimamente para Martin Luther King Jr. em um esforço para persuadi-lo a cometer [[suicídio]] ]]
Em 1975 as atividades do COINTELPRO foram investigadas pelo [[Church Committee]] e suas atividades foram consideradas ilegais.<ref>
Após a [[marcha sobre Washington]] de 1963, Hoover destacou King como um dos principais alvos da COINTELPRO.<ref>{{harvnb|Weiner|2012|p=235}}.</ref>
{{citar web|título= Intelligence Activities And The Rights Of Americans |obra= |publicado= |ano= 1976 |url = http://www.icdc.com/~paulwolf/cointelpro/churchfinalreportIIa.htm |acessodata= 25 de outubro de 2006|datali=fevereiro de 2013}}</ref>

Logo depois, o FBI estava sistematicamente grampeando a casa de King e seus quartos de hotel, pois agora eles sabiam que King estava crescendo em notoriedade diariamente como o líder mais proeminente do movimento pelos direitos civis.<ref>{{harvnb|Weiner|2012|p=236|ps=: "The bugs got quick results. When King traveled, as he did constantly in the ensuing weeks, to Washington, Milwaukee, Los Angeles, and Honolulu, the Bureau planted hidden microphones in his hotel rooms. The FBI placed a total of eight wiretaps and sixteen bugs on King." }}.</ref>

Em meados da década de 1960, King começou a criticar publicamente o FBI por dar atenção insuficiente ao uso de [[terrorismo]] por supremacistas brancos. Hoover respondeu publicamente chamando King de o "mentiroso mais notório" dos Estados Unidos.<ref name="Branch_1999">{{citar livro|url={{google books|CUI6tY9RJUYC|plainurl=yes}} |título=Pillar of Fire: America in the King Years 1963–1965 |último=Branch |primeiro=Taylor |data=1999 |publicado=Simon & Schuster |isbn=978-1-4165-5870-5 |páginas=524–529 |oclc=933467815 |autorlink=Taylor Branch |via=Google Books}}</ref> Em suas memórias de 1991, o jornalista [[Carl Rowan]] do ''[[The Washington Post]]'' afirmou que o FBI havia enviado pelo menos uma carta anônima a King encorajando-o a cometer suicídio.<ref>{{citar livro|url=https://archive.org/details/breakingbarriers00rowa/page/260 |título=Breaking Barriers: A Memoir |último=Rowan |primeiro=Carl T. |data=1991 |publicado=Little, Brown |isbn=978-0-316-75977-9 |edição=1st |local=Boston |página=[https://archive.org/details/breakingbarriers00rowa/page/260 260] |oclc=22110131 |autorlink=Carl Rowan }}</ref> O historiador [[Taylor Branch]] também documentou uma "carta de suicídio" anônima enviada pelo FBI em 21 de novembro de 1964, que continham gravações de áudio obtidas através de grampos no telefone de King e de escutas em vários quartos de hotel nos últimos dois anos,<ref name="Churchill_2002">{{citar livro|título=The COINTELPRO Papers: Documents from the FBI's Secret Wars Against Dissent in the United States |último1=Churchill |primeiro1=Ward |último2=Vander Wall |primeiro2=Jim |data=2002 |publicado=South End Press |isbn=978-0-89608-648-7 |autorlink=Ward Churchill |anooriginal=1990}}</ref> isso dois dias após o anúncio de vitória do [[Prêmio Nobel da Paz]].<ref name="Churchill_2002" /> A fita, que foi preparada pelo técnico de áudio do FBI, John Matter,<ref name="Churchill_2002" /> documentou uma série de indiscrições sexuais de King combinadas com uma carta dizendo a ele: "Só há uma saída para você. É melhor você aceitar antes que seu eu imundo, anormal e fraudulento seja descoberto para a nação".<ref name="Branch_1999-527_9">{{harvnb|Branch|1999|pp=527–529}}.</ref> King foi posteriormente informado de que o áudio seria divulgado à mídia se ele não cometesse suicídio antes de aceitar seu Prêmio Nobel da Paz.<ref name="Churchill_2002" /> Quando King se recusou a aceitar a intimidação, o integrante do FBI, Cartha D. DeLoach, iniciou uma mensagem na mídia oferecendo a transcrição do áudio a várias organizações de notícias, incluindo ''[[Newsweek]]'' e ''[[Newsday]]''.<ref name="Churchill_2002" /> Mesmo em 1969, o FBI "forneceu munição aos oponentes que permitiram ataques à memória de King e ... tentaram bloquear os esforços para homenagear o líder morto."<ref name="Branch_1999-527_9"/>

Durante o mesmo período, o programa também visava [[Malcolm X]]. Enquanto um porta-voz do FBI negou que o FBI estivesse "diretamente" envolvido no assassinato de Malcolm em 1965, está documentado que o FBI trabalhou para "ampliar o conflito" entre Malcolm e [[Elijah Muhammad]] por meio de infiltração e "despertar de debates acirrados dentro da organização", boatos e outras táticas destinadas a promover disputas internas, que acabaram levando ao assassinato de Malcolm.<ref>{{harvnb|Branch|1999|p=243}}.</ref><ref>{{citar jornal|url=http://articles.baltimoresun.com/2000-05-14/news/0005140182_1_malcolm-x-kill-malcolm-muhammad |título=FBI should acknowledge complicity in the assassination of Malcolm X |último=Kane |primeiro=Gregory |data=14 de maio de 2000 |obra=Baltimore Sun |acessodata=26 de maio de 2015 |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150524001225/http://articles.baltimoresun.com/2000-05-14/news/0005140182_1_malcolm-x-kill-malcolm-muhammad |arquivodata=24 de maio de 2015 |df=dmy-all}}</ref> O FBI se infiltrou fortemente na organização de Malcolm nos últimos meses de sua vida. O biógrafo de Malcolm X, Manning Marable, afirma que a maioria dos homens que planejaram o assassinato de Malcolm nunca foram presos e que a extensão total do envolvimento do FBI em sua morte não pode ser conhecida.<ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/2011/06/19/books/review/book-review-malcolm-x-by-manning-marable.html?pagewanted=all&_r=0 |título=Malcolm X: Criminal, Minister, Humanist, Martyr |último=Touré |data=17 de junho de 2011 |obra=The New York Times |acessodata=26 de fevereiro de 2017 |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170829123552/http://www.nytimes.com/2011/06/19/books/review/book-review-malcolm-x-by-manning-marable.html?pagewanted=all&_r=0 |arquivodata=29 de agosto de 2017 |departamento=Sunday Book Review |página=BR18 |df=dmy-all}}</ref><ref>{{citar conferência|último=Douglass |primeiro=James W. |data=29 de março de 2006 |título=The Converging Martyrdom of Malcolm and Martin |url=http://www.ratical.org/ratville/JFK/Unspeakable/ConvMartyrdom.html#fn3 |conferencia=Dr. Martin Luther King Jr. Lecture |local=Princeton Theological Seminary |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150125055454/http://www.ratical.org/ratville/JFK/Unspeakable/ConvMartyrdom.html#fn3 |arquivodata=25 de janeiro de 2015 |acessodata=17 de outubro de 2014 |urlmorta= não|df=dmy-all}}</ref>

Em meio à agitação urbana de julho a agosto de 1967, o FBI iniciou o "COINTELPRO – BLACK HATE", que se concentrou em King e na SCLC, bem como na [[Nação do Islã]].<ref>{{citar web|url=http://cisupa.proquest.com/ksc_assets/catalog/101095_FBIBlackExtrOrgsPt1COINTELPRO.pdf |título=Guide to the Microfilm Edition of FBI Surveillance Files: Black Extremist Organizations, Part 1 |website=Lexis-Nexis |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130603094342/http://cisupa.proquest.com/ksc_assets/catalog/101095_FBIBlackExtrOrgsPt1COINTELPRO.pdf |arquivodata=2013-06-03 |acessodata=2014-10-07}}</ref> BLACK HATE instruiu 23 escritórios do FBI a "interromper, desorientar, desacreditar, ou de outra forma neutralizar as atividades de organizações" dos direitos dos negros.<ref>{{harvnb|Weiner|2012|p=271}}.</ref>

Um memorando de março de 1968 afirmava que o objetivo do programa era "identificar potenciais criadores de problemas e neutralizá-los antes que exerçam seu potencial", "evitar que grupos e líderes nacionalistas negros militantes ganhem respectabilidade, desacreditando-os" e "impedir o crescimento de longo alcance de organizações negras militantes, especialmente entre os jovens". Dizia-se que King tinha potencial para ser a figura do "[[messias]]"<ref>{{citar web|url=http://herb.ashp.cuny.edu/items/show/814 |título=The FBI Sets Goals for COINTELPRO |último=Hoover |primeiro=J. Edgar |website=HERB: Resources for Teachers |publicado=City University of New York |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141012143108/http://herb.ashp.cuny.edu/items/show/814 |arquivodata=2014-10-12 |acessodata=2014-10-07}}</ref> e [[Kwame Ture]] foi notado por ter "o carisma necessário para ser uma ameaça real", já que foi retratado como alguém que defendia a cultura "[[black power]]".<ref>{{citar jornal|url=http://jfk.hood.edu/Collection/Weisberg%20Subject%20Index%20Files/F%20Disk/FBI/FBI%20Hampton%20Case%20ONeil%20William%20Jr/Item%2005.pdf |título=Hoover Rated Carmichael As 'Black Messiah' |último=Warden |primeiro=Rob |data=10 de fevereiro de 1976 |obra=Chicago Daily News |acessodata=8 de outubro de 2014 |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160304043005/http://jfk.hood.edu/Collection/Weisberg%20Subject%20Index%20Files/F%20Disk/FBI/FBI%20Hampton%20Case%20ONeil%20William%20Jr/Item%2005.pdf |arquivodata=4 de março de 2016 |via=Harold Weisberg Archive, Hood College |df=mdy-all}}</ref> Embora o FBI estivesse particularmente preocupado com líderes e organizadores, eles não limitaram seu escopo de alvo aos chefes das organizações. Indivíduos como escritores também foram listados entre os alvos das operações.<ref name="Churchill_1990">{{citar livro|título=The COINTELPRO Papers: Documents from the FBI's Secret Wars Against Domestic Dissent |último1=Churchill |primeiro1=Ward |último2=Vander Wall |primeiro2=Jim |data=1990 |publicado=South End Press |isbn=978-0896083608 |local=Boston |oclc=21908953 |autorlink=Ward Churchill}}</ref>

Este programa coincidiu com um esforço federal mais amplo para preparar respostas militares para distúrbios urbanos e iniciou uma maior colaboração entre o FBI, [[Agência Central de Inteligência]], [[Agência de Segurança Nacional]] e o [[Departamento de Defesa dos Estados Unidos|Departamento de Defesa]]. A CIA lançou seu próprio projeto de espionagem doméstica em 1967.<ref>{{harvnb|Weiner|2012|p=272|ps=: "Some 1,500 army intelligence officers in civilian clothing undertook the surveillance of some 100,000 American citizens. Army intelligence shared all their reports over the next three years. The CIA tracked antiwar leaders and black militants who traveled overseas, and it reported back to the FBI. The FBI, in turn, shared thousands of selected files on Americans with army intelligence and the CIA. All three intelligence services sent the names of Americans to the National Security Agency for inclusion on a global watch list; the NSA relayed back to the FBI hundreds of transcripts of intercepted telephone calls to and from suspect Americans."}}</ref> Um alvo específico foi a [[Campanha dos Pobres]], um esforço organizado por King e o SCLC para ocupar Washington, DC. O FBI monitorou e interrompeu a campanha em nível nacional, enquanto usava táticas de difamação direcionadas localmente para minar o apoio à marcha.<ref>{{harvnb|McKnight|1998|pp=26–28|ps=: "By March the Hoover Bureau's campaign against King was virtually on a total war footing. In a March 21 'urgent' teletype, Hoover urged all field offices involved in the POCAM project to exploit every tactic in the bureau's arsenal of covert political warfare to bring down King and the SCLC."}}</ref> O [[Partido dos Panteras Negras]] foi outra organização visada, na qual o FBI colaborou para destruir o partido.<ref name="Churchill_1990" />

No geral, COINTELPRO abrangeu a ruptura e sabotagem do [[Partido Socialista dos Trabalhadores (Estados Unidos)|Partido Socialista dos Trabalhadores]] (1961), [[Ku Klux Klan]] (1964), [[Nação do Islã]], o [[Partido dos Panteras Negras]] (1967) e todo o movimento social/político da [[Nova Esquerda]], que incluía grupos antiguerra. Uma investigação posterior do Senado afirmou que "o COINTELPRO começou em 1956, em parte por causa da frustração com as decisões da Suprema Corte que limitam o poder do governo de proceder abertamente contra grupos dissidentes."<ref name="cfr3a">{{citar web|url=https://www.muckrock.com/news/archives/2017/dec/08/fbi-kkk/ |título=FBI leadership claimed Bureau was 'almost powerless' against KKK, despite making up one-fifth of its membership |publicado=Muckrock |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190124203613/https://www.muckrock.com/news/archives/2017/dec/08/fbi-kkk/ |arquivodata=2019-01-24 |acessodata=2018-12-08}}</ref> Comitês oficiais do Congresso e vários processos judiciais<ref>''[http://www.leagle.com/decision/1984738737F2d1_1738/HOBSON%20v.%20WILSON Hobson v. Wilson]'', {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170410213857/http://www.leagle.com/decision/1984738737F2d1_1738/HOBSON%20v.%20WILSON |date=2017-04-10 }}, 737&nbsp;F.2d 1 (1984); ''[https://www.leagle.com/decision/2001791257F3d534_1744/RUGIERO%20v.%20U.S.%20DEPT.%20OF%20JUSTICE Rugiero v. U.S. Department of Justice]'', {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170410213803/https://www.leagle.com/decision/2001791257F3d534_1744/RUGIERO%20v.%20U.S.%20DEPT.%20OF%20JUSTICE |date=2017-04-10 }}, 257&nbsp;F.3d 534, 546 (2001).</ref> concluíram que as operações da COINTELPRO contra grupos comunistas e socialistas excederam os limites estatutários da atividade do FBI e violaram as garantias constitucionais de [[liberdade de expressão]].<ref name="church-final-report" />

===Programa revelado ===
[[Imagem:One Vets Sq Media Delco PA.JPG|thumb|upright=1.1|O prédio invadido para investigar o FBI, na Pensilvânia]]
O programa foi secreto até 8 de março de 1971, quando um escritório do FBI em Media, [[Pensilvânia]], foi invadido e o material enviado para as agências de notícias.<ref name="church-final-report" /><ref>{{citar web|url=https://www.pbs.org/independentlens/1971/ |título=1971: Citizens Who Exposed COINTELPRO |último=Hamilton |primeiro=Johanna |data=18 de maio de 2015 |website=PBS: Independent Lens |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150924131425/http://www.pbs.org/independentlens/1971/ |arquivodata=24 de setembro de 2015 |acessodata=25 de agosto de 2017 |df=dmy-all}}</ref> A luta de boxe entre [[Muhammad Ali]] e [[Joe Frazier]] em março de 1971 forneceu cobertura para o grupo ativista conseguir o roubo. Muhammad Ali era um alvo da COINTELPRO porque havia se juntado à Nação do Islã e ao movimento antiguerra.<ref name="Intercept">{{citar web|url=https://theintercept.com/2016/06/06/in-1971-muhammad-ali-helped-undermine-the-fbis-illegal-spying-on-americans/ |título=In 1971, Muhammad Ali Helped Undermine the FBI's Illegal Spying on Americans |último=Medsger |primeiro=Betty |data=6 de junho de 2016 |website=[[The Intercept]] |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170427235216/https://theintercept.com/2016/06/06/in-1971-muhammad-ali-helped-undermine-the-fbis-illegal-spying-on-americans/ |arquivodata=27 de abril de 2017 |acessodata=17 de abril de 2017 |df=mdy-all}}</ref>

Muitas organizações de notícias inicialmente se recusaram a publicar imediatamente as informações, com a notável exceção de ''[[The Washington Post]]''. Depois de afirmar a veracidade dos documentos, publicou-os na primeira página (desrespeitando o pedido do Procurador-Geral da República), levando outras organizações a seguir o exemplo. No mesmo ano, o diretor J. Edgar Hoover declarou que o COINTELPRO havia acabado e que todas as futuras operações de [[contra-espionagem]] seriam tratadas caso a caso.<ref>{{citar web|url=http://www.albionmonitor.net/9905a/jbcointelpro.html |título=A Short History of FBI COINTELPRO |último1=Cassidy |primeiro1=Mike |último2=Miller |primeiro2=Will |data=26 de maio de 1999 |website=Albion Monitor |publicado=Wayward Press |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070928104133/http://www.albionmonitor.net/9905a/jbcointelpro.html |arquivodata=28 de setembro de 2007 |acessodata=13 de julho de 2007}}</ref><ref>{{harvnb|Weiner|2012|p=293}}.</ref>

Documentos adicionais foram revelados no decorrer de processos separados movidos contra o FBI pelo correspondente da [[NBC]], Carl Stern, e o [[Partido Socialista dos Trabalhadores (Estados Unidos)|Partido Socialista dos Trabalhadores]]. Em 1976, um comitê do Senado dos Estados Unidos iniciou uma grande investigação conta o FBI e a COINTELPRO. O relatório final do comitê criticou a conduta:

{{cquote|O Comitê considera que as atividades domésticas da comunidade de inteligência às vezes violaram proibições estatutárias específicas e infringiram os direitos constitucionais dos cidadãos americanos. As questões legais envolvidas nos programas de inteligência muitas vezes não eram consideradas. Em outras ocasiões, eles foram intencionalmente desrespeitados na crença de que porque os programas serviam à "segurança nacional" a lei não se aplicava. […] o Comitê considera que as violações mais graves foram as de altos funcionários, que eram responsáveis ​​pelo controle das atividades de inteligência e geralmente falhavam em garantir o cumprimento das leis.<ref name="church-final-report" />

Muitas das técnicas utilizadas seriam intoleráveis ​​em uma sociedade democrática, mesmo que todos os alvos estivessem envolvidos em atividades violentas, mas a COINTELPRO foi muito além disso ….<ref name=cfr3a/></quote>}}

==Pessoas afetadas==
[[Ficheiro:Lennon FBI Files after hq11p1.jpg|miniaturadaimagem|Documentos do Programa COINTELPRO do FBI relativos à Investigação de John Lennon]]
COINTELPRO foi usado para inciar investigações intimidadoras e perseguir pessoas notórias como [[John Lennon]], por seu protesto contra a [[Guerra do Vietnã]], [[Martin Luther King]], [[Ernest Hemingway]], [[Charlie Chaplin]] e inúmeros outros.<ref>{{citar livro|último = Sbardellati |primeiro = John |coautor= Tony Shaw |título= Booting a Tramp: Charlie Chaplin, the FBI, and the Construction of the Subversive Image in Red Scare America}}</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==
*[[Vigilância em massa]]
*[[USA PATRIOT Act]]
*[[USA PATRIOT Act]]
*[[Vigilância]]
*[[Terrorismo de Estado]]
*[[Church Committee]]
*[[Church Committee]]
*[[MAINWAY (programa de vigilância)]]
*[[PRISM (programa de vigilância)]]
*[[PRISM (programa de vigilância)]]


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== Ligações externas ==
== Ligações externas ==
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* {{Link||2=http://www.noi.org/cointelpro/default.html |3=Nation of Islam website's section on COINTELPRO, includes an assortment of documents, links and references}}.
* {{Link||2=http://www.noi.org/cointelpro/default.html |3=Nation of Islam website's section on COINTELPRO, includes an assortment of documents, links and references}}.
* {{Link||2=http://www.whatreallyhappened.com/RANCHO/POLITICS/COINTELPRO/cointelpro.html |3=COINTELPRO:the Sabotage of Legitimate Dissent}},''What Really Happened'', Junho 5 1998.
* {{Link||2=http://www.whatreallyhappened.com/RANCHO/POLITICS/COINTELPRO/cointelpro.html |3=COINTELPRO:the Sabotage of Legitimate Dissent}},''What Really Happened'', Junho 5 1998.



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[[Categoria:Programas secretos de governo]]
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[[Categoria:Polícia dos Estados Unidos]]
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[[Categoria:Terrorismo de Estado]]
[[Categoria:Repressão política]]
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[[Categoria:Violações dos direitos humanos]]
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Revisão das 21h48min de 2 de fevereiro de 2023

COINTELPRO (Programa de Contrainteligência, acrónimo da denominação em inglês Counter Intelligence Program) foi um programa[1][2] conduzido pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) dos Estados Unidos com o objetivo de vigiar, infiltrar, desacreditar e perturbar ativistas e críticos do governo.[3][4] Os registros do FBI mostram que os recursos da COINTELPRO tiveram como alvo grupos e indivíduos que o FBI considerou subversivos,[5] incluindo organizações feministas,[6][7] o Partido Comunista,[8] opositores da Guerra do Vietnã, ativistas dos direitos civis e dos negros (por exemplo Martin Luther King Jr. e o Partido dos Panteras Negras), ambientalistas e protetores dos direitos dos animais, movimentos de independência (incluindo Independência de Porto Rico), uma variedade de organizações que faziam parte da Nova Esquerda, grupos de supremacia branca como a Ku Klux Klan[9][10] e o grupo de extrema-direita Partido dos Direitos dos Estados Nacionais.[11]

Em 1971, em San Diego, o FBI financiou, armou e controlou um grupo de extrema-direita de ex-membros da organização paramilitar anticomunista Minutemen, que visava grupos, ativistas e líderes envolvidos no movimento anti-guerra, usando intimidação e atos violentos.[12][13][14]

O FBI realizou operações secretas contra grupos políticos desde a sua criação; no entanto, operações sob o rótulo "COINTELPRO" ocorreram entre 1956 e 1971. Muitas das táticas usadas no COINTELPRO supostamente tiveram uso contínuo, incluindo: desacreditar alvos através de guerra psicológica, difamando indivíduos e grupos usando documentos forjados e plantando relatórios falsos na mídia, assédio, prisão injusta, violência e assassinato.[15][16][17][18] De acordo com um relatório do Senado, a motivação declarada pelo FBI era "proteger a segurança nacional, prevenir a violência e manter a ordem social e política existente".[19]

A partir de 1969, os líderes do Partido dos Panteras Negras foram alvo do COINTELPRO e "neutralizados" ao serem assassinados, presos, humilhados publicamente ou falsamente acusados ​​de crimes. Alguns dos Panteras Negras alvejados incluem Fred Hampton, Mark Clark, Zayd Shakur, Geronimo Pratt, Mumia Abu-Jamal,[20] e Marshall Conway. Táticas comuns usadas pela COINTELPRO foram perjúrio, assédio a testemunhas, intimidação e retenção de evidências ilibatórias.[21][22][23]

O Diretor do FBI J. Edgar Hoover emitiu diretivas que regem o COINTELPRO, ordenando aos agentes do FBI que "exponham, interrompam, desordenem, desacreditem ou neutralizem de outra forma" as atividades desses movimentos.[24][25][26] O procurador-geral Robert F. Kennedy autorizou pessoalmente alguns dos programas,[27] dando aprovação por escrito para escutas telefônicas de Martin Luther King "em caráter experimental, por um mês ou mais".[28] Hoover estendeu a autorização para que seus homens fossem "libertos" para procurar evidências em qualquer área da vida de King.[29]

História

As operações sob termo "COINTELPRO" começaram oficialmente em agosto de 1956 com um programa destinado a "causar perturbações e ganhar deserções" dentro do Partido Comunista dos Estados Unidos. As táticas incluíam telefonemas anônimos, auditorias do Internal Revenue Service (IRS) e a criação de documentos que dividiriam a organização comunista internamente.[8] Um memorando de outubro de 1956 de Hoover reclassificou a vigilância contínua do FBI sobre líderes negros, incluindo-a dentro do COINTELPRO, com a justificativa de que o movimento foi infiltrado por comunistas.[30] Em 1956, Hoover escreveu uma carta denunciando T. R. M. Howard, um líder dos direitos civis e empresário de Mississippi que criticou a inação do FBI na resolução dos recentes assassinatos de afro-americanos no sul.[31] Quando o SCLC, uma organização afro-americana de direitos civis, foi fundada em 1957, o FBI começou a monitorar e visar o grupo quase imediatamente, focando particularmente em Bayard Rustin, Stanley Levison e, eventualmente, Martin Luther King Jr.[32]

Ccarta de suicídio[33] que o FBI enviou anonimamente para Martin Luther King Jr. em um esforço para persuadi-lo a cometer suicídio

Após a marcha sobre Washington de 1963, Hoover destacou King como um dos principais alvos da COINTELPRO.[34]

Logo depois, o FBI estava sistematicamente grampeando a casa de King e seus quartos de hotel, pois agora eles sabiam que King estava crescendo em notoriedade diariamente como o líder mais proeminente do movimento pelos direitos civis.[35]

Em meados da década de 1960, King começou a criticar publicamente o FBI por dar atenção insuficiente ao uso de terrorismo por supremacistas brancos. Hoover respondeu publicamente chamando King de o "mentiroso mais notório" dos Estados Unidos.[36] Em suas memórias de 1991, o jornalista Carl Rowan do The Washington Post afirmou que o FBI havia enviado pelo menos uma carta anônima a King encorajando-o a cometer suicídio.[37] O historiador Taylor Branch também documentou uma "carta de suicídio" anônima enviada pelo FBI em 21 de novembro de 1964, que continham gravações de áudio obtidas através de grampos no telefone de King e de escutas em vários quartos de hotel nos últimos dois anos,[38] isso dois dias após o anúncio de vitória do Prêmio Nobel da Paz.[38] A fita, que foi preparada pelo técnico de áudio do FBI, John Matter,[38] documentou uma série de indiscrições sexuais de King combinadas com uma carta dizendo a ele: "Só há uma saída para você. É melhor você aceitar antes que seu eu imundo, anormal e fraudulento seja descoberto para a nação".[39] King foi posteriormente informado de que o áudio seria divulgado à mídia se ele não cometesse suicídio antes de aceitar seu Prêmio Nobel da Paz.[38] Quando King se recusou a aceitar a intimidação, o integrante do FBI, Cartha D. DeLoach, iniciou uma mensagem na mídia oferecendo a transcrição do áudio a várias organizações de notícias, incluindo Newsweek e Newsday.[38] Mesmo em 1969, o FBI "forneceu munição aos oponentes que permitiram ataques à memória de King e ... tentaram bloquear os esforços para homenagear o líder morto."[39]

Durante o mesmo período, o programa também visava Malcolm X. Enquanto um porta-voz do FBI negou que o FBI estivesse "diretamente" envolvido no assassinato de Malcolm em 1965, está documentado que o FBI trabalhou para "ampliar o conflito" entre Malcolm e Elijah Muhammad por meio de infiltração e "despertar de debates acirrados dentro da organização", boatos e outras táticas destinadas a promover disputas internas, que acabaram levando ao assassinato de Malcolm.[40][41] O FBI se infiltrou fortemente na organização de Malcolm nos últimos meses de sua vida. O biógrafo de Malcolm X, Manning Marable, afirma que a maioria dos homens que planejaram o assassinato de Malcolm nunca foram presos e que a extensão total do envolvimento do FBI em sua morte não pode ser conhecida.[42][43]

Em meio à agitação urbana de julho a agosto de 1967, o FBI iniciou o "COINTELPRO – BLACK HATE", que se concentrou em King e na SCLC, bem como na Nação do Islã.[44] BLACK HATE instruiu 23 escritórios do FBI a "interromper, desorientar, desacreditar, ou de outra forma neutralizar as atividades de organizações" dos direitos dos negros.[45]

Um memorando de março de 1968 afirmava que o objetivo do programa era "identificar potenciais criadores de problemas e neutralizá-los antes que exerçam seu potencial", "evitar que grupos e líderes nacionalistas negros militantes ganhem respectabilidade, desacreditando-os" e "impedir o crescimento de longo alcance de organizações negras militantes, especialmente entre os jovens". Dizia-se que King tinha potencial para ser a figura do "messias"[46] e Kwame Ture foi notado por ter "o carisma necessário para ser uma ameaça real", já que foi retratado como alguém que defendia a cultura "black power".[47] Embora o FBI estivesse particularmente preocupado com líderes e organizadores, eles não limitaram seu escopo de alvo aos chefes das organizações. Indivíduos como escritores também foram listados entre os alvos das operações.[48]

Este programa coincidiu com um esforço federal mais amplo para preparar respostas militares para distúrbios urbanos e iniciou uma maior colaboração entre o FBI, Agência Central de Inteligência, Agência de Segurança Nacional e o Departamento de Defesa. A CIA lançou seu próprio projeto de espionagem doméstica em 1967.[49] Um alvo específico foi a Campanha dos Pobres, um esforço organizado por King e o SCLC para ocupar Washington, DC. O FBI monitorou e interrompeu a campanha em nível nacional, enquanto usava táticas de difamação direcionadas localmente para minar o apoio à marcha.[50] O Partido dos Panteras Negras foi outra organização visada, na qual o FBI colaborou para destruir o partido.[48]

No geral, COINTELPRO abrangeu a ruptura e sabotagem do Partido Socialista dos Trabalhadores (1961), Ku Klux Klan (1964), Nação do Islã, o Partido dos Panteras Negras (1967) e todo o movimento social/político da Nova Esquerda, que incluía grupos antiguerra. Uma investigação posterior do Senado afirmou que "o COINTELPRO começou em 1956, em parte por causa da frustração com as decisões da Suprema Corte que limitam o poder do governo de proceder abertamente contra grupos dissidentes."[51] Comitês oficiais do Congresso e vários processos judiciais[52] concluíram que as operações da COINTELPRO contra grupos comunistas e socialistas excederam os limites estatutários da atividade do FBI e violaram as garantias constitucionais de liberdade de expressão.[1]

Programa revelado

O prédio invadido para investigar o FBI, na Pensilvânia

O programa foi secreto até 8 de março de 1971, quando um escritório do FBI em Media, Pensilvânia, foi invadido e o material enviado para as agências de notícias.[1][53] A luta de boxe entre Muhammad Ali e Joe Frazier em março de 1971 forneceu cobertura para o grupo ativista conseguir o roubo. Muhammad Ali era um alvo da COINTELPRO porque havia se juntado à Nação do Islã e ao movimento antiguerra.[54]

Muitas organizações de notícias inicialmente se recusaram a publicar imediatamente as informações, com a notável exceção de The Washington Post. Depois de afirmar a veracidade dos documentos, publicou-os na primeira página (desrespeitando o pedido do Procurador-Geral da República), levando outras organizações a seguir o exemplo. No mesmo ano, o diretor J. Edgar Hoover declarou que o COINTELPRO havia acabado e que todas as futuras operações de contra-espionagem seriam tratadas caso a caso.[55][56]

Documentos adicionais foram revelados no decorrer de processos separados movidos contra o FBI pelo correspondente da NBC, Carl Stern, e o Partido Socialista dos Trabalhadores. Em 1976, um comitê do Senado dos Estados Unidos iniciou uma grande investigação conta o FBI e a COINTELPRO. O relatório final do comitê criticou a conduta:

Pessoas afetadas

Documentos do Programa COINTELPRO do FBI relativos à Investigação de John Lennon

COINTELPRO foi usado para inciar investigações intimidadoras e perseguir pessoas notórias como John Lennon, por seu protesto contra a Guerra do Vietnã, Martin Luther King, Ernest Hemingway, Charlie Chaplin e inúmeros outros.[57]

Ver também

Referências

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Ligações externas