Cisticercose: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de Raflly para a última revisão de FSogumo, de 16h39min de 20 de outubro de 2020 (UTC)
Etiqueta: Reversão
AlfaTerion (discussão | contribs)
Etiqueta: Inserção de predefinição obsoleta
Linha 11: Linha 11:
| prevenção = Melhoria sanitária, tratamento contra [[teníase]]<ref name=WHO2013/>
| prevenção = Melhoria sanitária, tratamento contra [[teníase]]<ref name=WHO2013/>
| tratamento = Nenhum, medicamentos<ref name=Garcia03/>
| tratamento = Nenhum, medicamentos<ref name=Garcia03/>
| medicação = [[Praziquantel]], [[albendazole]], [[corticosteróide]], [[medicação anti apreensão]]<ref name=WHO2013/>
| medicação = [[Praziquantel]], [[albendazol]], [[corticosteróide]], [[niclosamida]] (fora dos EUA)<ref name=WHO2013/>
| frequência = 1.9 milhões<ref name=GBD2015Pre>{{citar periódico|ultimo1=GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence|primeiro1=Collaborators.|titulo=Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.|jornal=Lancet|date=8/10/2016|volume=388|número=10053|páginas=1545–1602|pmid=27733282}}</ref>
| frequência = 1.9 milhões<ref name=GBD2015Pre>{{citar periódico|ultimo1=GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence|primeiro1=Collaborators.|titulo=Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.|jornal=Lancet|date=8/10/2016|volume=388|número=10053|páginas=1545–1602|pmid=27733282}}</ref>
| mortes = 400<ref name=GBD2015De>{{citar periódico|ultimo1=GBD 2015 Mortality and Causes of Death|primeiro1=Collaborators.|titulo=Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.|jornal=Lancet|date=8/10/2016|volume=388|número=10053|páginas=1459–1544|pmid=27733281}}</ref>
| mortes = 400<ref name=GBD2015De>{{citar periódico|ultimo1=GBD 2015 Mortality and Causes of Death|primeiro1=Collaborators.|titulo=Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.|jornal=Lancet|date=8/10/2016|volume=388|número=10053|páginas=1459–1544|pmid=27733281}}</ref>
Linha 17: Linha 17:
| CID10 =
| CID10 =
}}
}}
A '''cisticercose''' é uma [[infecção]] do tecido causada pela forma jovem da tênia de carne de porco.<ref>{{citar livro|ultimo1=Roberts|primeiro1=Larry S.|ultimo2=Janovy Jr.|primeiro2=John|titulo=Gerald D. Schmidt & Larry S. Roberts' Foundations of Parasitology|date=2009|publicado=McGraw-Hill Higher Education|location=Boston|isbn=978-0-07-302827-9|páginas=348–351|edição=8th}}</ref><ref name="WHO2013">{{citar web|titulo=Taeniasis/Cysticercosis Fact sheet N°376|url=http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs376/en/|trabalho=World Health Organization|acessodata=18/3/2014|date=Fevereiro de 2013|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20140315052600/http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs376/en/|archivedate=15/3/2014|df=}}</ref> Indivíduos contaminados podem ter poucos ou nenhum sintoma durante anos.<ref name=Gar2002/><ref name=Garcia03/> Em alguns casos, particularmente na Ásia, pedaços sólidos entre um e dois centímetros podem desenvolver-se sob a pele.<ref name=WHO2013/> Depois de meses ou anos, esses nódulos podem se tornar dolorosos e inchados e, em seguida, sumirem.<ref name="Gar2002">{{citar periódico|vauthors=García HH, Evans CA, Nash TE, et al.|titulo=Current consensus guidelines for treatment of neurocysticercosis|jornal=Clin. Microbiol. Rev.|volume=15|número=4|páginas=747–56|date=Outubro de 2002|pmid=12364377|pmc=126865|doi=10.1128/CMR.15.4.747-756.2002|url=http://cmr.asm.org/cgi/pmidlookup?view=long&pmid=12364377}}</ref> Uma forma específica chamada [[neurocisticercose]], que afeta o [[Cérebro humano|cérebro]], pode causar sintomas [[Neurologia|neurológicos]]. Nos [[País em desenvolvimento|países em desenvolvimento]] esta é uma das causas mais comuns de crises.<ref name=Garcia03/>
A '''cisticercose''' é uma [[infecção]] do tecido causada pela forma jovem da tênia de carne de porco.<ref>{{citar livro|ultimo1=Roberts|primeiro1=Larry S.|ultimo2=Janovy Jr.|primeiro2=John|titulo=Gerald D. Schmidt & Larry S. Roberts' Foundations of Parasitology|date=2009|publicado=McGraw-Hill Higher Education|location=Boston|isbn=978-0-07-302827-9|páginas=348–351|edição=8th}}</ref><ref name="WHO2013">{{citar web|titulo=Taeniasis/Cysticercosis Fact sheet N°376|url=http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs376/en/|trabalho=World Health Organization|acessodata=18/3/2014|date=Fevereiro de 2013|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20140315052600/http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs376/en/|archivedate=15/3/2014|df=}}</ref> Indivíduos contaminados podem ter poucos ou nenhum sintoma durante anos.<ref name=Gar2002/><ref name=Garcia03/> Em alguns casos, particularmente na Ásia, pedaços sólidos entre um e dois centímetros podem desenvolver-se sob a pele.<ref name=WHO2013/> Depois de meses ou anos, esses nódulos podem se tornar dolorosos e inchados e, em seguida, sumirem.<ref name="Gar2002">{{citar periódico|vauthors=García HH, Evans CA, Nash TE, et al.|titulo=Current consensus guidelines for treatment of neurocysticercosis|jornal=Clin. Microbiol. Rev.|volume=15|número=4|páginas=747–56|date=Outubro de 2002|pmid=12364377|pmc=126865|doi=10.1128/CMR.15.4.747-756.2002|url=http://cmr.asm.org/cgi/pmidlookup?view=long&pmid=12364377}}</ref> Uma forma específica chamada [[neurocisticercose]], que afeta o [[Cérebro humano|cérebro]], pode causar sintomas [[Neurologia|neurológicos]]. Em [[países em desenvolvimento|países em desenvolvimento]] esta é uma das causas mais comuns de [[convulsão|convulsões]].<ref name=Garcia03/>


Geralmente, a cisticercose é adquirida pela ingestão de alimentos ou água contaminada por ovos de tênia de fezes humanas. Entre os alimentos, vegetais crus são a principal fonte.<ref name=WHO2013/> Os ovos de tênia estão presentes nas [[fezes]] de uma pessoa infectada com os vermes adultos, uma condição conhecida como [[teníase]].<ref name="CDC">{{citar web|url=https://www.cdc.gov/parasites/cysticercosis/|titulo=CDC - Cysticercosis|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20140710171827/http://www.cdc.gov/parasites/cysticercosis/|archivedate=2014-07-10|df=}}</ref> A teníase, em sentido estrito, é uma doença provocada devido a ingestão de [[Quisto|cistos]] em carne de porco mal cozida.<ref name=WHO2013/> As pessoas que vivem com alguém contaminado têm um maior risco de contrair a cisticercose.<ref name=CDC/> O diagnóstico pode ser feito por [[Punção aspirativa por agulha fina|aspiração]] de um cisto. Tirar fotografias do cérebro com [[tomografia computadorizada]] (TC) ou [[Imagem por ressonância magnética|ressonância magnética]] (RM) são mais úteis para o diagnóstico de doenças no cérebro. Um aumento do número de um tipo de [[Leucócito|células brancas do sangue]], chamadas [[Granulócito eosinófilo|eosinófilos]], no [[líquido cefalorraquidiano]] e no sangue também é um indicador.<ref name=Garcia03/>
Geralmente, a cisticercose é adquirida pela ingestão de alimentos ou água contaminada por ovos de tênia de fezes humanas. Entre os alimentos, vegetais crus são a principal fonte.<ref name=WHO2013/> Os ovos de tênia estão presentes nas [[fezes]] de uma pessoa infectada com os vermes adultos, uma condição conhecida como [[teníase]].<ref name="CDC">{{citar web|url=https://www.cdc.gov/parasites/cysticercosis/|titulo=CDC - Cysticercosis|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20140710171827/http://www.cdc.gov/parasites/cysticercosis/|archivedate=2014-07-10|df=}}</ref> A teníase, em sentido estrito, é uma doença provocada devido a ingestão de [[Quisto|cistos]] em carne de porco mal cozida.<ref name=WHO2013/> As pessoas que vivem com alguém contaminado têm um maior risco de contrair a cisticercose.<ref name=CDC/> O diagnóstico pode ser feito por [[Punção aspirativa por agulha fina|aspiração]] de um cisto. Tirar fotografias do cérebro com [[tomografia computadorizada]] (TC) ou [[Imagem por ressonância magnética|ressonância magnética]] (RM) são mais úteis para o diagnóstico de doenças no cérebro. Um aumento do número de um tipo de [[Leucócito|células brancas do sangue]], chamadas [[Granulócito eosinófilo|eosinófilos]], no [[líquido cefalorraquidiano]] e no sangue também é um indicador.<ref name=Garcia03/>
Linha 24: Linha 24:


A tênia de carne de porco é particularmente comum na Ásia, África Subsaariana e América latina.<ref name="Garcia03">{{citar periódico|vauthors=García HH, Gonzalez AE, Evans CA, Gilman RH|titulo=''Taenia solium'' cysticercosis|jornal=Lancet|volume=362|número=9383|páginas=547–56|date=Agosto de 2003|pmid=12932389|pmc=3103219|doi=10.1016/S0140-6736(03)14117-7|url=http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0140-6736(03)14117-7}}</ref> Em algumas áreas, acredita-se que até 25% das pessoas são afetadas.<ref name=Garcia03/> Nos países desenvolvidos é muito rara.<ref name=Bob2014/> Em todo o mundo, em 2015, causou cerca de 400 mortes.<ref name=GBD2015De/> A cisticercose também afeta porcos e vacas, mas raramente causa sintomas pois a maioria não vive o suficiente.<ref name=WHO2013/> A doença ocorreu em seres humanos ao longo da história.<ref name="Bob2014">{{citar periódico|vauthors=Bobes RJ, Fragoso G, Fleury A, et al.|titulo=Evolution, molecular epidemiology and perspectives on the research of taeniid parasites with special emphasis on ''Taenia solium''|jornal=Infect. Genet. Evol.|volume=23|páginas=150–60|date=Abril de 2014|pmid=24560729|doi=10.1016/j.meegid.2014.02.005|url=http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1567-1348(14)00053-7}}</ref> É uma das [[Doença negligenciada|doenças tropicais negligenciadas]].<ref>{{citar web|titulo=Neglected Tropical Diseases|url=https://www.cdc.gov/globalhealth/ntd/diseases/index.html|website=cdc.gov|acessodata=28/11/2014|date=6/6/2011|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20141204084219/http://www.cdc.gov/globalhealth/ntd/diseases/index.html|archivedate=4/12/2014|df=}}</ref>
A tênia de carne de porco é particularmente comum na Ásia, África Subsaariana e América latina.<ref name="Garcia03">{{citar periódico|vauthors=García HH, Gonzalez AE, Evans CA, Gilman RH|titulo=''Taenia solium'' cysticercosis|jornal=Lancet|volume=362|número=9383|páginas=547–56|date=Agosto de 2003|pmid=12932389|pmc=3103219|doi=10.1016/S0140-6736(03)14117-7|url=http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0140-6736(03)14117-7}}</ref> Em algumas áreas, acredita-se que até 25% das pessoas são afetadas.<ref name=Garcia03/> Nos países desenvolvidos é muito rara.<ref name=Bob2014/> Em todo o mundo, em 2015, causou cerca de 400 mortes.<ref name=GBD2015De/> A cisticercose também afeta porcos e vacas, mas raramente causa sintomas pois a maioria não vive o suficiente.<ref name=WHO2013/> A doença ocorreu em seres humanos ao longo da história.<ref name="Bob2014">{{citar periódico|vauthors=Bobes RJ, Fragoso G, Fleury A, et al.|titulo=Evolution, molecular epidemiology and perspectives on the research of taeniid parasites with special emphasis on ''Taenia solium''|jornal=Infect. Genet. Evol.|volume=23|páginas=150–60|date=Abril de 2014|pmid=24560729|doi=10.1016/j.meegid.2014.02.005|url=http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1567-1348(14)00053-7}}</ref> É uma das [[Doença negligenciada|doenças tropicais negligenciadas]].<ref>{{citar web|titulo=Neglected Tropical Diseases|url=https://www.cdc.gov/globalhealth/ntd/diseases/index.html|website=cdc.gov|acessodata=28/11/2014|date=6/6/2011|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20141204084219/http://www.cdc.gov/globalhealth/ntd/diseases/index.html|archivedate=4/12/2014|df=}}</ref>

==Sinais e sintomas==
===Músculos===
Os cisticercos podem se desenvolver em qualquer [[músculo voluntário]]. A invasão do músculo pode causar [[miosite|inflamação do músculo]], com [[febre]], [[eosinofilia]] e [[hipertrofia muscular|aumento do tamanho]], que inicia com inchaço muscular e depois progride para [[atrofia]] e [[fibrose|cicatrização]]. Na maioria dos casos, é assintomático, pois os cisticercos morrem e tornam-se [[calcificação|calcificações]].<ref name="test">{{citar livro |first1=E.K. |last1=Markell |first2=D.T. |last2=John |first3=W.A. |last3=Krotoski |title=Parasitologia médica de Markell e Voge |url=https://archive.org/details/markellvogesmedi0000mark_8thed |url-access=registration |year=1999 |publisher=Saunders |isbn=978-0-7216-7634 -0 |edição=8ª }}</ref>

===Sistema nervoso===
O termo [[neurocisticercose]] é geralmente aceito para se referir a cistos no [[parênquima]] do cérebro. Apresenta-se com convulsões e, menos comumente, dores de cabeça.<ref>{{cite journal |last1=Kerstein |first1=Andrew H |last2=Massey |first2=Andrew D |title=Neurocysticercosis |journal=Kansas Journal of Medicine |date=24 August 2010 |volume=3 |issue=4 |pages=52–54 |doi=10.17161/kjm.v3i4.11320 |doi-access=free |citeseerx=10.1.1.666.2119 }}</ref> Os cisticercos no parênquima cerebral geralmente têm de 5 a 20 mm de diâmetro. No espaço subaracnóideo e nas fissuras, as lesões podem ter até 6 cm de diâmetro e serem lobuladas. Eles podem ser numerosos e potencialmente fatais.<ref>{{cite journal |last1=Fleury |first1=Agnès |last2=Dessein |first2=Alain |last3=Preux |first3=PierreMarie |last4=Dumas |first4=Michel |last5=Tapia |first5=Graciela |last6=Larralde |first6=Carlos |last7=Sciutto |first7=Edda |title=Symptomatic human neurocysticercosis: Age, sex and exposure factors relating with disease heterogeneity |journal=Journal of Neurology |date=July 2004 |volume=251 |issue=7 |pages=830–837 |doi=10.1007/s00415-004-0437-9 |pmid=15258785 |s2cid=30854700 }}</ref>

Cistos localizados dentro dos ventrículos do cérebro podem bloquear a saída de [[líquido cefalorraquidiano]] e apresentar sintomas de aumento da [[pressão intracraniana]].<ref>{{cite journal |vauthors=Suri A, Goel RK, Ahmad FU, Vellimana AK, Sharma BS, Mahapatra AK |s2cid=207604470 |title=Transventricular, transaqueductal scope-in-scope endoscopic excision of fourth ventricular neurocysticercosis: a series of 13 cases and a review |journal=J Neurosurg Pediatr |volume=1 |issue=1 |pages=35–9 |date=janeiro de 2008 |pmid=18352801 |doi=10.3171/PED-08/01/035 }}</ref>

A neurocisticercose racemosa refere-se a cistos no [[espaço subaracnóideo]]. Estes podem ocasionalmente crescer em grandes massas lobuladas, causando pressão nas estruturas circundantes.<ref>{{cite journal |vauthors=Hauptman JS, Hinrichs C, Mele C, Lee HJ |s2cid=21535283 |title=Radiologic manifestations of intraventricular and subarachnoid racemose neurocysticercosis |journal=Emerg Radiol |volume=11 |issue=3 |pages=153–7 |date=Abril de 2005 |pmid=16028320 |doi=10.1007/s10140-004-0383-y}}</ref>

A neurocisticercose da medula espinhal apresenta mais comumente sintomas como dor nas costas e [[radiculopatia]].<ref>{{cite journal|vauthors=Jang JW, Lee JK, Lee JH, Seo BR, Kim SH | s2cid=1951568 | title=Recurrent primary spinal subarachnoid neurocysticercosis. | journal=Spine | date=Março de 2010 | volume=35 | issue=5 | pages=E172–5|doi=10.1097/BRS.0b013e3181b9d8b6| pmid=20118838 }}</ref>

===Olhos===
Em alguns casos, os cisticercos podem ser encontrados no [[globo ocular]], [[músculos extraoculares]] e sob a [[conjuntiva]] (''subconjuntiva''). Dependendo da localização, podem causar dificuldades visuais que variam com a posição dos olhos, edema retiniano, hemorragia, diminuição da visão ou mesmo perda visual.<ref name="test" />

===Pele===
Os cistos subcutâneos apresentam-se na forma de nódulos firmes e móveis, ocorrendo principalmente no tronco e nas extremidades.<ref name="eight">{{cite journal |author=Wortman PD |title=Subcutaneous cysticercosis |journal=J. Am. Acad. Dermatol. |volume=25 |issue=2 Pt 2 |pages=409–14 |date=August 1991 |pmid=1894783 | doi=10.1016/0190-9622(91)70217-p }}</ref> Os nódulos subcutâneos às vezes são dolorosos.<ref>{{cite web | url=https://www.cdc.gov/parasites/cysticercosis/gen_info/faqs.html | title=CDC - Cysticercosis - General Information - FAQs | date=17 September 2020 }}</ref><ref name="WHO Taeniasis/cysticercosis fact sheet"/><ref>{{cite book |title=WHO/FAO/OIE guidelines for the surveillance, prevention and control of taeniosis/cysticercosis |date=2005 |publisher=World Organisation for Animal Health |isbn=92-9044-656-0 |hdl=10665/43291 }}</ref>

==Causa==
A causa da cisticercose humana são os ovos da ''[[Taenia solium]]'' que são transmitidos por via oral-fecal. Os ovos vão para o intestino onde se desenvolvem em [[larva]]s. As larvas entram na corrente sanguínea e invadem os tecidos do hospedeiro, onde se desenvolvem em larvas chamadas cisticercos. A larva do cisticerco completa o desenvolvimento em cerca de 2 meses. É semitransparente, branco opalescente, de forma oval alongada e pode atingir um comprimento de 0,6 a 1,8cm.<ref name="test" />

==Epidemiologia==

=== Regiões ===
A ''Taenia solium'' é encontrada em todo o mundo, mas é mais comum onde a carne de porco faz parte da dieta da população. A cisticercose é comum onde os humanos vivem em contato próximo com porcos. Portanto, altas prevalências são relatadas no México, América Latina, África Ocidental, Rússia, Índia, Paquistão, Nordeste da China e Sudeste Asiático.<ref>{{cite book|last1=Reeder|first1=P.E.S. Palmer, M.M.|title=Imaging of Tropical Diseases : With Epidemiological, Pathological, and Clinical Correlation|year=2001|publisher=Springer-Verlag|location=Heidelberg, Germany|isbn=978-3-540-56028-9|pages=641–642|edition=2 (revised)|url=https://books.google.com/books?id=W9hMKQ2AKLEC|url-status=live|archive-url=https://web.archive.org/web/20160519014843/https://books.google.com/books?id=W9hMKQ2AKLEC&pg|archive-date=2016-05-19}}</ref> Na Europa, é comum entre o [[povo eslavo]].<ref name="gut" /><ref>{{cite journal|last=Hansen|first=NJ|author2=Hagelskjaer, LH |author3=Christensen, T |title=Neurocysticercosis: a short review and presentation of a Scandinavian case.|journal=Scandinavian Journal of Infectious Diseases|volume=24|issue=3|pages=255–62|pmid=1509231|year=1992|doi=10.3109/00365549209061330}}</ref> No entanto, análises epidemiológicas na Europa Ocidental e Oriental mostram que ainda existem lacunas consideráveis em nossa compreensão da doença também nessas regiões.<ref name=west_europe>{{cite journal | last1 = Laranjo-González | first1 = M| last2 = Devleesschauwer | first2 =B| last3 = Trevisan | first3 =C| last4 = Allepuz | first4 =A| last5 = Sotiraki | first5 =S| last6 = Abraham | first6 =A| last7 = Afonso | first7 =MB| last8 = Blocher | first8 =J| last9 = Cardoso | first9 =L| last10 = Correia da Costa | first10 =JM| last11 = Dorny | first11 =P| last12 = Gabriël | first12 =S| last13 = Gomes | first13 =J| last14 = Gómez-Morales | first14 =MÁ| last15 = Jokelainen | first15 =P| last16 = Kaminski | first16 =M| last17 = Krt | first17 =B| last18 = Magnussen | first18 =P| last19 = Robertson | first19 =LJ| last20 = Schmidt | first20 =V| last21 = Schmutzhard | first21 =E| last22 = Smit | first22 =GSA| last23 = Šoba | first23 =B| last24 = Stensvold | first24 =CR| last25 = Starič | first25 =J| last26 = Troell | first26 =K| last27 = Rataj | first27 =AV| last28 = Vieira-Pinto | first28 =M| last29 = Vilhena | first29 =M| last30 = Wardrop | first30 =NA| last31 = Winkler | first31 =AS| last32 = Dermauw | first32 =V | title = Epidemiology of taeniosis/cysticercosis in Europe, a systematic review: Western Europe | doi = 10.1186/s13071-017-2280-8 | year = 2017 | journal = Parasit Vectors| volume = 10 | issue = 1 | pages =349 | pmid = 28732550| pmc = 5521153}}</ref><ref name=east_europe>{{cite journal | last1 = Trevisan | first1 = C. | last2 = Sotiraki| first2 = S. | last3 = Laranjo-González| first3 = M. | last4 = Dermauw | first4 = V. | last5 = Wang | first5 = Z. | last6 = Kärssin | first6 = A. | last7 = Cvetkovikj | first7 = A. | last8 = Winkler | first8 = A.S. | last9 = Abraham | first9 = A. | last10 = Bobić | first10 = B. | last11 = Lassen | first11 = B. | last12 = Cretu | first12 = C.M. | last13 = Vasile | first13 = C. | last14 = Arvanitis | first14 = D. | last15 = Deksne | first15 = G. | last16 = Boro | first16 = I. | last17 = Kucsera | first17 = I. | last18 = Karamon | first18 = J. | last19 = Stefanovska | first19 = J. | last20 = Koudela | first20 = B. | last21 = Pavlova | first21 = M.J. | last22 = Varady | first22 = V. | last23 = Pavlak | first23 = M. | last24 = Šarkūnas | first24 = M. | last25 = Kaminski | first25 = M. | last26 = Djurković-Djaković | first26 = O. | last27 = Jokelainen | first27 = P. | last28 = Jan | first28 = D.S. | last29 = Schmidt | first29 = V. | last30 = Dakić | first30 = Z. | last31 = Gabriël | first31 = S. | last32 = Dorny| first32 = P. | last33 = Devleesschauwer | first33 = B. | title = Epidemiology of taeniosis/cysticercosis in Europe, a systematic review: eastern Europe | doi = 10.1186/s13071-018-3153-5 | year = 2018 | journal = Parasit Vectors | volume = 11 | issue = 1 | pages =569 | pmid = 30376899| pmc = 6208121 }}</ref>

===Brasil===
Estima-se que no Brasil cerca de 140 mil pessoas sejam afetadas por essa doença, é possível que o número de pessoas afetadas seja ainda maior.<ref>{{Citar web|url=https://revistapesquisa.fapesp.br/descobrindo-o-inimigo/|titulo=Descobrindo o inimigo|acessodata=2023-05-02|website=Revista FAPESP}}</ref>

No Brasil, a neurocisticercose é encontrada com elevada frequência nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás, a prevalência populacional, contudo, não é conhecida pela ausência de notificação da doença.<ref>{{Citar web|url=https://rsbmt.org.br/2019/07/09/neurocisticercose/|titulo=Neurocisticercose|publicado=Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.|doi=10.1590/S0037-86822001000300010}}</ref>

Segundo estudo apresentado no 54º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, de 2015 a 2017, o Brasil registrou 254 óbitos pela doença, mas estima-se que os casos são subnotificados; endêmica na região Sudeste, a baixa ocorrência da doença em algumas áreas do Brasil, como por exemplo Norte e Nordeste, pode ser explicada pela falta de notificação ou porque o tratamento é realizado em grandes centros, como São Paulo, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro, o que dificulta a identificação da procedência do local da infecção.<ref>{{Citar web|url=https://www.cnabrasil.org.br/noticias/prevencao-da-teniase-e-cisticercose-no-homem-e-no-animal|titulo=Prevenção da teníase e cisticercose no homem e no animal|acessodata=2023-05-02|website=Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil}}</ref>

Em 2008, foi publicado um estudo na revista ''Cadernos de Saúde Pública'' da [[Fundação Oswaldo Cruz|Fiocruz]] que examinou a mortalidade relacionada à cisticercose, o médico Augusto Hasiak Santo, da Universidade de São Paulo (USP), identificou 1.570 mortes relacionadas à doença no Estado de São Paulo entre 1985 e 2004. Em 72% dessas mortes, a cisticercose foi a causa básica do óbito, e em 28% foi uma causa associada. Durante o período estudado, o pesquisador constatou uma queda significativa na mortalidade por cisticercose como causa básica. No entanto, a mesma diminuição não foi observada na taxa de mortes em que a infecção foi identificada como causa associada.<ref>{{Citar web|url=https://agencia.fiocruz.br/mortalidade-relacionada-%C3%A0-cisticercose-cai-em-sp-mas-ainda-requer-mais-aten%C3%A7%C3%A3o|titulo=Mortalidade relacionada à cisticercose cai em SP, mas ainda requer mais atenção|acessodata=2023-05-02|website=Agência Fiocruz}}</ref>

Em muitas regiões brasileiras, principalmente rurais e no interior, a exemplo do Pantanal, é comum comer carne de roedores como capivara, cutia, preá e até mesmo jacaré, em 2017, um estudo realizado pela UFAC (Universidade Federal do Acre) com 550 entrevistados constatou que 78% deles já haviam consumido ou consumiam carne de animais selvagens, sendo a paca e o tatu as espécies mais procuradas, de acordo com a pesquisa, os proprietários de boxes em mercados (91%) e restaurantes locais (85%) demonstraram interesse em comercializar carnes exóticas legalizadas, e essas "iguarias" foram consideradas aceitáveis por 100% dos entrevistados, o consumo dessas carnes, de animais que não foram criados, abatidos e processados legalmente, é responsável pela transmissão de zoonoses.<ref>{{Citar web|url=https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/01/11/carnes-de-bichos-exoticos-podem-transmitir-parasitas-virus-e-ate-matar.htm|titulo=Carnes de bichos selvagens podem transmitir parasitas, vírus e até matar|acessodata=2023-05-02|website=UOL}}</ref>



{{Referências}}
{{Referências}}

Revisão das 23h39min de 2 de maio de 2023

Cisticercose
Especialidade Infectologia
Sintomas caroços com 1–2 cm sob a pele[1]
Complicações Neurocisticercoses[2]
Duração Longa[3]
Causas Ingestão dos ovos da tênia (transmissão oral fecal)[1]
Método de diagnóstico Aspiração de um cisto[2]
Prevenção Melhoria sanitária, tratamento contra teníase[1]
Tratamento Nenhum, medicamentos[2]
Medicação Praziquantel, albendazol, corticosteróide, niclosamida (fora dos EUA)[1]
Frequência 1.9 milhões[4]
Mortes 400[5]
Classificação e recursos externos
CID-10 B69.9, B69, B69.1, B69.8, B69.0
CID-9 123.1
CID-11 1324863907
DiseasesDB 3341
MedlinePlus 000627
eMedicine 781845, 215589, 997096
MeSH D003551
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

A cisticercose é uma infecção do tecido causada pela forma jovem da tênia de carne de porco.[6][1] Indivíduos contaminados podem ter poucos ou nenhum sintoma durante anos.[3][2] Em alguns casos, particularmente na Ásia, pedaços sólidos entre um e dois centímetros podem desenvolver-se sob a pele.[1] Depois de meses ou anos, esses nódulos podem se tornar dolorosos e inchados e, em seguida, sumirem.[3] Uma forma específica chamada neurocisticercose, que afeta o cérebro, pode causar sintomas neurológicos. Em países em desenvolvimento esta é uma das causas mais comuns de convulsões.[2]

Geralmente, a cisticercose é adquirida pela ingestão de alimentos ou água contaminada por ovos de tênia de fezes humanas. Entre os alimentos, vegetais crus são a principal fonte.[1] Os ovos de tênia estão presentes nas fezes de uma pessoa infectada com os vermes adultos, uma condição conhecida como teníase.[7] A teníase, em sentido estrito, é uma doença provocada devido a ingestão de cistos em carne de porco mal cozida.[1] As pessoas que vivem com alguém contaminado têm um maior risco de contrair a cisticercose.[7] O diagnóstico pode ser feito por aspiração de um cisto. Tirar fotografias do cérebro com tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) são mais úteis para o diagnóstico de doenças no cérebro. Um aumento do número de um tipo de células brancas do sangue, chamadas eosinófilos, no líquido cefalorraquidiano e no sangue também é um indicador.[2]

A infecção pode ser prevenida com eficácia pela higiene pessoal e saneamento: isto inclui cozinhar bem a carne de porco, banheiros adequados e práticas sanitárias, melhoria do acesso à água limpa. O tratamento da teníase é importante para evitar o contágio.[1] O tratamento da doença quando não envolve o sistema nervoso pode não ser necessário.[2] O tratamento das pessoas com neurocisticercose pode ser com os medicamentos praziquantel ou albendazol. Estes podem ser requeridos por longos períodos de tempo. Esteróides, para anti-inflamação durante o tratamento, e medicamentos anticonvulsivos também podem ser necessários. A cirurgia, por vezes, é feita para eliminar os cistos.[1]

A tênia de carne de porco é particularmente comum na Ásia, África Subsaariana e América latina.[2] Em algumas áreas, acredita-se que até 25% das pessoas são afetadas.[2] Nos países desenvolvidos é muito rara.[8] Em todo o mundo, em 2015, causou cerca de 400 mortes.[5] A cisticercose também afeta porcos e vacas, mas raramente causa sintomas pois a maioria não vive o suficiente.[1] A doença ocorreu em seres humanos ao longo da história.[8] É uma das doenças tropicais negligenciadas.[9]

Sinais e sintomas

Músculos

Os cisticercos podem se desenvolver em qualquer músculo voluntário. A invasão do músculo pode causar inflamação do músculo, com febre, eosinofilia e aumento do tamanho, que inicia com inchaço muscular e depois progride para atrofia e cicatrização. Na maioria dos casos, é assintomático, pois os cisticercos morrem e tornam-se calcificações.[10]

Sistema nervoso

O termo neurocisticercose é geralmente aceito para se referir a cistos no parênquima do cérebro. Apresenta-se com convulsões e, menos comumente, dores de cabeça.[11] Os cisticercos no parênquima cerebral geralmente têm de 5 a 20 mm de diâmetro. No espaço subaracnóideo e nas fissuras, as lesões podem ter até 6 cm de diâmetro e serem lobuladas. Eles podem ser numerosos e potencialmente fatais.[12]

Cistos localizados dentro dos ventrículos do cérebro podem bloquear a saída de líquido cefalorraquidiano e apresentar sintomas de aumento da pressão intracraniana.[13]

A neurocisticercose racemosa refere-se a cistos no espaço subaracnóideo. Estes podem ocasionalmente crescer em grandes massas lobuladas, causando pressão nas estruturas circundantes.[14]

A neurocisticercose da medula espinhal apresenta mais comumente sintomas como dor nas costas e radiculopatia.[15]

Olhos

Em alguns casos, os cisticercos podem ser encontrados no globo ocular, músculos extraoculares e sob a conjuntiva (subconjuntiva). Dependendo da localização, podem causar dificuldades visuais que variam com a posição dos olhos, edema retiniano, hemorragia, diminuição da visão ou mesmo perda visual.[10]

Pele

Os cistos subcutâneos apresentam-se na forma de nódulos firmes e móveis, ocorrendo principalmente no tronco e nas extremidades.[16] Os nódulos subcutâneos às vezes são dolorosos.[17][18][19]

Causa

A causa da cisticercose humana são os ovos da Taenia solium que são transmitidos por via oral-fecal. Os ovos vão para o intestino onde se desenvolvem em larvas. As larvas entram na corrente sanguínea e invadem os tecidos do hospedeiro, onde se desenvolvem em larvas chamadas cisticercos. A larva do cisticerco completa o desenvolvimento em cerca de 2 meses. É semitransparente, branco opalescente, de forma oval alongada e pode atingir um comprimento de 0,6 a 1,8cm.[10]

Epidemiologia

Regiões

A Taenia solium é encontrada em todo o mundo, mas é mais comum onde a carne de porco faz parte da dieta da população. A cisticercose é comum onde os humanos vivem em contato próximo com porcos. Portanto, altas prevalências são relatadas no México, América Latina, África Ocidental, Rússia, Índia, Paquistão, Nordeste da China e Sudeste Asiático.[20] Na Europa, é comum entre o povo eslavo.[21][22] No entanto, análises epidemiológicas na Europa Ocidental e Oriental mostram que ainda existem lacunas consideráveis em nossa compreensão da doença também nessas regiões.[23][24]

Brasil

Estima-se que no Brasil cerca de 140 mil pessoas sejam afetadas por essa doença, é possível que o número de pessoas afetadas seja ainda maior.[25]

No Brasil, a neurocisticercose é encontrada com elevada frequência nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás, a prevalência populacional, contudo, não é conhecida pela ausência de notificação da doença.[26]

Segundo estudo apresentado no 54º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, de 2015 a 2017, o Brasil registrou 254 óbitos pela doença, mas estima-se que os casos são subnotificados; endêmica na região Sudeste, a baixa ocorrência da doença em algumas áreas do Brasil, como por exemplo Norte e Nordeste, pode ser explicada pela falta de notificação ou porque o tratamento é realizado em grandes centros, como São Paulo, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro, o que dificulta a identificação da procedência do local da infecção.[27]

Em 2008, foi publicado um estudo na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz que examinou a mortalidade relacionada à cisticercose, o médico Augusto Hasiak Santo, da Universidade de São Paulo (USP), identificou 1.570 mortes relacionadas à doença no Estado de São Paulo entre 1985 e 2004. Em 72% dessas mortes, a cisticercose foi a causa básica do óbito, e em 28% foi uma causa associada. Durante o período estudado, o pesquisador constatou uma queda significativa na mortalidade por cisticercose como causa básica. No entanto, a mesma diminuição não foi observada na taxa de mortes em que a infecção foi identificada como causa associada.[28]

Em muitas regiões brasileiras, principalmente rurais e no interior, a exemplo do Pantanal, é comum comer carne de roedores como capivara, cutia, preá e até mesmo jacaré, em 2017, um estudo realizado pela UFAC (Universidade Federal do Acre) com 550 entrevistados constatou que 78% deles já haviam consumido ou consumiam carne de animais selvagens, sendo a paca e o tatu as espécies mais procuradas, de acordo com a pesquisa, os proprietários de boxes em mercados (91%) e restaurantes locais (85%) demonstraram interesse em comercializar carnes exóticas legalizadas, e essas "iguarias" foram consideradas aceitáveis por 100% dos entrevistados, o consumo dessas carnes, de animais que não foram criados, abatidos e processados legalmente, é responsável pela transmissão de zoonoses.[29]


Referências

  1. a b c d e f g h i j k «Taeniasis/Cysticercosis Fact sheet N°376». World Health Organization. Fevereiro de 2013. Consultado em 18 de março de 2014. Cópia arquivada em 15 de março de 2014 
  2. a b c d e f g h i García HH, Gonzalez AE, Evans CA, Gilman RH (Agosto de 2003). «Taenia solium cysticercosis». Lancet. 362 (9383): 547–56. PMC 3103219Acessível livremente. PMID 12932389. doi:10.1016/S0140-6736(03)14117-7 
  3. a b c García HH, Evans CA, Nash TE, et al. (Outubro de 2002). «Current consensus guidelines for treatment of neurocysticercosis». Clin. Microbiol. Rev. 15 (4): 747–56. PMC 126865Acessível livremente. PMID 12364377. doi:10.1128/CMR.15.4.747-756.2002 
  4. GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMID 27733282 
  5. a b GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMID 27733281 
  6. Roberts, Larry S.; Janovy Jr., John (2009). Gerald D. Schmidt & Larry S. Roberts' Foundations of Parasitology 8th ed. Boston: McGraw-Hill Higher Education. pp. 348–351. ISBN 978-0-07-302827-9 
  7. a b «CDC - Cysticercosis». Cópia arquivada em 10 de julho de 2014 
  8. a b Bobes RJ, Fragoso G, Fleury A, et al. (Abril de 2014). «Evolution, molecular epidemiology and perspectives on the research of taeniid parasites with special emphasis on Taenia solium». Infect. Genet. Evol. 23: 150–60. PMID 24560729. doi:10.1016/j.meegid.2014.02.005 
  9. «Neglected Tropical Diseases». cdc.gov. 6 de junho de 2011. Consultado em 28 de novembro de 2014. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2014 
  10. a b c Markell, E.K.; John, D.T.; Krotoski, W.A. (1999). Parasitologia médica de Markell e Voge 8ª ed. [S.l.]: Saunders. ISBN 978-0-7216-7634 -0  Verifique o valor de |url-access=registration (ajuda)
  11. Kerstein, Andrew H; Massey, Andrew D (24 August 2010). «Neurocysticercosis». Kansas Journal of Medicine. 3 (4): 52–54. CiteSeerX 10.1.1.666.2119Acessível livremente. doi:10.17161/kjm.v3i4.11320Acessível livremente  Verifique data em: |data= (ajuda)
  12. Fleury, Agnès; Dessein, Alain; Preux, PierreMarie; Dumas, Michel; Tapia, Graciela; Larralde, Carlos; Sciutto, Edda (July 2004). «Symptomatic human neurocysticercosis: Age, sex and exposure factors relating with disease heterogeneity». Journal of Neurology. 251 (7): 830–837. PMID 15258785. doi:10.1007/s00415-004-0437-9  Verifique data em: |data= (ajuda)
  13. Suri A, Goel RK, Ahmad FU, Vellimana AK, Sharma BS, Mahapatra AK (janeiro de 2008). «Transventricular, transaqueductal scope-in-scope endoscopic excision of fourth ventricular neurocysticercosis: a series of 13 cases and a review». J Neurosurg Pediatr. 1 (1): 35–9. PMID 18352801. doi:10.3171/PED-08/01/035 
  14. Hauptman JS, Hinrichs C, Mele C, Lee HJ (Abril de 2005). «Radiologic manifestations of intraventricular and subarachnoid racemose neurocysticercosis». Emerg Radiol. 11 (3): 153–7. PMID 16028320. doi:10.1007/s10140-004-0383-y 
  15. Jang JW, Lee JK, Lee JH, Seo BR, Kim SH (Março de 2010). «Recurrent primary spinal subarachnoid neurocysticercosis.». Spine. 35 (5): E172–5. PMID 20118838. doi:10.1097/BRS.0b013e3181b9d8b6 
  16. Wortman PD (August 1991). «Subcutaneous cysticercosis». J. Am. Acad. Dermatol. 25 (2 Pt 2): 409–14. PMID 1894783. doi:10.1016/0190-9622(91)70217-p  Verifique data em: |data= (ajuda)
  17. «CDC - Cysticercosis - General Information - FAQs». 17 September 2020  Verifique data em: |data= (ajuda)
  18. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome WHO Taeniasis/cysticercosis fact sheet
  19. WHO/FAO/OIE guidelines for the surveillance, prevention and control of taeniosis/cysticercosis. [S.l.]: World Organisation for Animal Health. 2005. ISBN 92-9044-656-0. hdl:10665/43291 
  20. Reeder, P.E.S. Palmer, M.M. (2001). Imaging of Tropical Diseases : With Epidemiological, Pathological, and Clinical Correlation 2 (revised) ed. Heidelberg, Germany: Springer-Verlag. pp. 641–642. ISBN 978-3-540-56028-9. Cópia arquivada em 19 de maio de 2016 
  21. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome gut
  22. Hansen, NJ; Hagelskjaer, LH; Christensen, T (1992). «Neurocysticercosis: a short review and presentation of a Scandinavian case.». Scandinavian Journal of Infectious Diseases. 24 (3): 255–62. PMID 1509231. doi:10.3109/00365549209061330 
  23. Laranjo-González, M; Devleesschauwer, B; Trevisan, C; Allepuz, A; Sotiraki, S; Abraham, A; Afonso, MB; Blocher, J; Cardoso, L; Correia da Costa, JM; Dorny, P; Gabriël, S; Gomes, J; Gómez-Morales, MÁ; Jokelainen, P; Kaminski, M; Krt, B; Magnussen, P; Robertson, LJ; Schmidt, V; Schmutzhard, E; Smit, GSA; Šoba, B; Stensvold, CR; Starič, J; Troell, K; Rataj, AV; Vieira-Pinto, M; Vilhena, M; Wardrop, NA; Winkler, AS; Dermauw, V (2017). «Epidemiology of taeniosis/cysticercosis in Europe, a systematic review: Western Europe». Parasit Vectors. 10 (1). 349 páginas. PMC 5521153Acessível livremente. PMID 28732550. doi:10.1186/s13071-017-2280-8 
  24. Trevisan, C.; Sotiraki, S.; Laranjo-González, M.; Dermauw, V.; Wang, Z.; Kärssin, A.; Cvetkovikj, A.; Winkler, A.S.; Abraham, A.; Bobić, B.; Lassen, B.; Cretu, C.M.; Vasile, C.; Arvanitis, D.; Deksne, G.; Boro, I.; Kucsera, I.; Karamon, J.; Stefanovska, J.; Koudela, B.; Pavlova, M.J.; Varady, V.; Pavlak, M.; Šarkūnas, M.; Kaminski, M.; Djurković-Djaković, O.; Jokelainen, P.; Jan, D.S.; Schmidt, V.; Dakić, Z.; Gabriël, S.; Dorny, P.; Devleesschauwer, B. (2018). «Epidemiology of taeniosis/cysticercosis in Europe, a systematic review: eastern Europe». Parasit Vectors. 11 (1). 569 páginas. PMC 6208121Acessível livremente. PMID 30376899. doi:10.1186/s13071-018-3153-5 
  25. «Descobrindo o inimigo». Revista FAPESP. Consultado em 2 de maio de 2023 
  26. «Neurocisticercose». Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. doi:10.1590/S0037-86822001000300010 
  27. «Prevenção da teníase e cisticercose no homem e no animal». Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Consultado em 2 de maio de 2023 
  28. «Mortalidade relacionada à cisticercose cai em SP, mas ainda requer mais atenção». Agência Fiocruz. Consultado em 2 de maio de 2023 
  29. «Carnes de bichos selvagens podem transmitir parasitas, vírus e até matar». UOL. Consultado em 2 de maio de 2023