Mastodonte: diferenças entre revisões
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Os '''mastodontes''' (do grego ''Mastodon'') são [[Proboscidea|proboscídeos]] pré-históricos da família [[mammutidae]] membros do gênero ''mammut'', distantemente relacionados com os [[elefante]]s, que habitavam a [[América do Norte]] e [[América Central|central]] do [[mioceno]] até a sua extinção no final do [[pleistoceno]] entre 10 mil e 11 mil anos atrás. Os mastodontes viviam em manadas e eram predominantemente animais de floresta, e possuíam um comportamento de forrageamento semelhante aos do elefantes atuais. |
Os '''mastodontes''' (do grego ''Mastodon'') são [[Proboscidea|proboscídeos]] pré-históricos da família [[mammutidae]] membros do gênero ''mammut'', distantemente relacionados com os [[elefante]]s, que habitavam a [[América do Norte]] e [[América Central|central]] do [[mioceno]] até a sua extinção no final do [[pleistoceno]] entre 10 mil e 11 mil anos atrás. Os mastodontes viviam em manadas e eram predominantemente animais de floresta, e possuíam um comportamento de forrageamento semelhante aos do elefantes atuais.<ref name = "Fiedal">{{Cite book |
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O ''M. americanum'', conhecido como mastodonte americano, é a espécie mais nova e conhecida gênero. Desapareceram da [[América do Norte]] como parte de uma [[Extinção em massa do Holoceno|extinção em massa]] que afetou a maioria dos animais da [[Megafauna|megafauna do Pleistoceno]], amplamente acreditado por estar relacionada com a caça excessiva por parte dos humanos primitivos, e possivelmente também devido as [[Mudança do clima|mudanças climáticas]]. |
O ''M. americanum'', conhecido como mastodonte americano, é a espécie mais nova e conhecida gênero. Desapareceram da [[América do Norte]] como parte de uma [[Extinção em massa do Holoceno|extinção em massa]] que afetou a maioria dos animais da [[Megafauna|megafauna do Pleistoceno]], amplamente acreditado por estar relacionada com a caça excessiva por parte dos humanos primitivos, e possivelmente também devido as [[Mudança do clima|mudanças climáticas]]. |
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== Evolução == |
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[[Ficheiro:MammothVsMastodon.jpg|miniaturadaimagem|Comparação entre um [[Mamute-lanoso|mamute lanoso]] (esquerda) e um mastodonte americano (direita).]] |
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O ''mammut'' é um gênero extinto da família [[Mammutidae]], relacionado com os proboscídeos da família [[elephantidae]] (mamutes e elefantes), a partir do qual originalmente se divergiram a aproximadamente 27 milhões de anos atrás. |
O ''mammut'' é um gênero extinto da família [[Mammutidae]], relacionado com os proboscídeos da família [[elephantidae]] (mamutes e elefantes), a partir do qual originalmente se divergiram a aproximadamente 27 milhões de anos atrás.<ref name=Smithsonian>{{cite magazine|last= Conniff|first= Richard|title= Mammoths and Mastodons: All American Monsters|url= http://www.smithsonianmag.com/science-nature/Mammoths-and-Mastodons-All-American-Monsters.html|magazine= Smithsonian Magazine|access-date =5 de dezembro de 2019|date= Abril de 2010 }}</ref> |
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Ao longo de muitos anos, diversos fósseis foram recuperados de localidades norte americanas, da [[África]] e [[Ásia]], e foram atribuídos ao gênero ''mammut'', mas apenas os restos da America do norte foram nomeados e descritos, um deles sendo o ''M.furlongi'', descrito a partir de fósseis encontrados na formação Juntura de [[Óregon|oregon]], que datam do [[mioceno]]. No entanto, não é mais considerado válido, e deixando apenas quatro espécies válidas. Uma sequência completa do [[DNA mitocondrial]] foi obtida a partir do molar de um esqueleto de um mastodonte americano encontrado no [[Pergelissolo|permafrost]] do [[Alasca]]. Estima-se que os restos fósseis datam de 50.000 e 130.000 anos atrás. Esta sequência foi usada como um grupo a parte para ajustar as datas de divergência na evolução da família [[elephantidae]]. |
Ao longo de muitos anos, diversos fósseis foram recuperados de localidades norte americanas, da [[África]] e [[Ásia]], e foram atribuídos ao gênero ''mammut'', mas apenas os restos da America do norte foram nomeados e descritos, um deles sendo o ''M.furlongi'', descrito a partir de fósseis encontrados na formação Juntura de [[Óregon|oregon]], que datam do [[mioceno]]. No entanto, não é mais considerado válido, e deixando apenas quatro espécies válidas. Uma sequência completa do [[DNA mitocondrial]] foi obtida a partir do molar de um esqueleto de um mastodonte americano encontrado no [[Pergelissolo|permafrost]] do [[Alasca]]. Estima-se que os restos fósseis datam de 50.000 e 130.000 anos atrás. Esta sequência foi usada como um grupo a parte para ajustar as datas de divergência na evolução da família [[elephantidae]].<ref name=Smithsonian/> |
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== Descrição == |
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[[Ficheiro:Mammut americanum Sergiodlarosa.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Restauração de um mastodonte americano.]] |
[[Ficheiro:Mammut americanum Sergiodlarosa.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Restauração de um mastodonte americano.]] |
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As reconstruções modernas baseadas em restos parciais recuperados revelam que os mastodontes eram muito semelhantes em aparência aos [[elefante]]s modernos, e em menor grau, com os mamutes, embora não estejam intimamente relacionados com nenhum dos dois. Em comparação com os mamutes, os mastodontes eram mais baixos, tinham pernas mais curtas e musculosas e um corpo mais alongado, e portanto eram semelhantes aos [[Elefante-asiático|elefantes asiáticos]] atuais. O mastodonte americano tinha em torno de 2,30 m de altura no ombro, correspondente em tamanho a uma fêmea de elefante africano atual ou um macho pequeno, mas é provável que os machos grandes atingissem até 2,80 m de altura. No entanto, o espécime AMNH 9950 que provavelmente tinha 35 anos quando morreu, atingiu 2,89 m de altura e supostamente pesou 7,8 toneladas. Outro indivíduo macho excepcionalmente grande encontrado tinha 3,25 m de altura e provavelmente 11 t de peso. |
As reconstruções modernas baseadas em restos parciais recuperados revelam que os mastodontes eram muito semelhantes em aparência aos [[elefante]]s modernos, e em menor grau, com os mamutes, embora não estejam intimamente relacionados com nenhum dos dois. Em comparação com os mamutes, os mastodontes eram mais baixos, tinham pernas mais curtas e musculosas e um corpo mais alongado, e portanto eram semelhantes aos [[Elefante-asiático|elefantes asiáticos]] atuais. O mastodonte americano tinha em torno de 2,30 m de altura no ombro, correspondente em tamanho a uma fêmea de elefante africano atual ou um macho pequeno, mas é provável que os machos grandes atingissem até 2,80 m de altura. No entanto, o espécime AMNH 9950 que provavelmente tinha 35 anos quando morreu, atingiu 2,89 m de altura e supostamente pesou 7,8 toneladas. Outro indivíduo macho excepcionalmente grande encontrado tinha 3,25 m de altura e provavelmente 11 t de peso.<ref>{{cite book |author1=Agusti, Jordi |author2=Mauricio Anton |year=2002 |title=Mammoths, Sabretooths, and Hominids |publisher=Columbia University Press |location=New York |pages=106 |isbn=0-231-11640-3}}</ref> |
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[[Ficheiro:Mastodon teeth.jpg|miniaturadaimagem|molar de um mastodonte em um museu americano.]] |
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Como nos elefantes modernos, as fêmeas eram menores que os machos. Eles tinham um crânio baixo e longo com longas presas curvadas feitas de marfim. Os mastodontes possuíam dentes em forma de cúspide, muito diferente dos dentes dos mamutes e elefantes (que possuem uma série de placas de esmalte), bem adaptados para mastigar folhas, ramos de árvores e arbustos. |
Como nos elefantes modernos, as fêmeas eram menores que os machos. Eles tinham um crânio baixo e longo com longas presas curvadas feitas de marfim. Os mastodontes possuíam dentes em forma de cúspide, muito diferente dos dentes dos mamutes e elefantes (que possuem uma série de placas de esmalte), bem adaptados para mastigar folhas, ramos de árvores e arbustos. |
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=== Comportamento social === |
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[[Ficheiro:La Brea Mastodons.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Esqueleto de um mastodonte americano fêmea e seu filhote.]] |
[[Ficheiro:La Brea Mastodons.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Esqueleto de um mastodonte americano fêmea e seu filhote.]] |
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Com base no fato de que nos sítios arqueológicos sempre foram encontrados mais de um fóssil de mastodonte que pertenciam a animais de várias idades, pode se concluir que assim como os proboscídeos atuais, os mastodontes eram sociáveis, e viviam grupos compostos por fêmeas adultas e jovens. Os machos abandonavam a manada uma vez que atingiam a maturidade sexual e então passavam a viver sozinhos ou em pequenos grupos de machos jovens. Como nos elefantes modernos, provavelmente não houve sincronia sazonal nas atividades reprodutivas, com os machos e fêmeas procurando parceiros quando sexualmente ativos. |
Com base no fato de que nos sítios arqueológicos sempre foram encontrados mais de um fóssil de mastodonte que pertenciam a animais de várias idades, pode se concluir que assim como os proboscídeos atuais, os mastodontes eram sociáveis, e viviam grupos compostos por fêmeas adultas e jovens. Os machos abandonavam a manada uma vez que atingiam a maturidade sexual e então passavam a viver sozinhos ou em pequenos grupos de machos jovens. Como nos elefantes modernos, provavelmente não houve sincronia sazonal nas atividades reprodutivas, com os machos e fêmeas procurando parceiros quando sexualmente ativos.<ref name=Haynes>{{cite journal|last=Haynes|first=G.|author2=Klimowicz, J.|title=Mammoth (''Mammuthus'' spp.) and American mastodont (''Mammut americanum'') bonesites: what do the differences mean?|journal=Advances in Mammoth Research|year=2003|volume=9|pages=185–204 |url= http://natuurtijdschriften.nl/record/538680}}</ref> |
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==== Dieta ==== |
==== Dieta ==== |
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Os mastodontes foram caracterizados como sendo animais predominantemente pastadores. A maioria dos vestígios intestinais identificou os ramos de coníferas como o alimento predominante em sua dieta. Porém outros mastodontes encontrados não possuíam conteúdo de coníferas em seus estômago e sugerindo também uma alimentação seletiva de vegetação herbácea baixa, o que sugere que o mastodonte era provavelmente um pastador-podador. Um estudo nos padrões do formato dos dentes dos mastodontes, indica que eles poderiam ajustar sua dieta de acordo com o ecossistema em que viviam, com padrões de alimentação regionalmente correspondente à florestas boreais, enquanto que algumas populações em um determinado local às vezes eram capazes de ajustar o seu nicho dietético de acordo com as mudanças no clima e com a disponibilidade de espécies de plantas. |
Os mastodontes foram caracterizados como sendo animais predominantemente pastadores. A maioria dos vestígios intestinais identificou os ramos de coníferas como o alimento predominante em sua dieta. Porém outros mastodontes encontrados não possuíam conteúdo de coníferas em seus estômago e sugerindo também uma alimentação seletiva de vegetação herbácea baixa, o que sugere que o mastodonte era provavelmente um pastador-podador. Um estudo nos padrões do formato dos dentes dos mastodontes, indica que eles poderiam ajustar sua dieta de acordo com o ecossistema em que viviam, com padrões de alimentação regionalmente correspondente à florestas boreais, enquanto que algumas populações em um determinado local às vezes eram capazes de ajustar o seu nicho dietético de acordo com as mudanças no clima e com a disponibilidade de espécies de plantas.<ref>{{Cite web |date=2015-11-23 |title=Smithsonian Insider – Study reveals ancient link between mammoth dung and pumpkin pie {{!}} Smithsonian Insider |url=https://insider.si.edu/2015/11/dull-mastadon-taste-buds-once-helped-pumpkins-wild-ancestor-thrive/ |access-date=25 de outubro de 2023 |language=en-US}}</ref><ref>{{Cite web |title=Loss of mastodons aided domestication of pumpkins, squash {{!}} Penn State University |url=https://www.psu.edu/news/research/story/loss-mastodons-aided-domestication-pumpkins-squash/ |access-date=2023-10-25 |website=www.psu.edu |language=en}}</ref> |
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== Distribuição e habitat == |
== Distribuição e habitat == |
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[[Ficheiro:Mammut distribution.svg|miniaturadaimagem|Distribuição geográfica do gênero ''mammut'' na [[América do Norte|América do norte]], e na [[Eurásia]] do ''zygolophodon borsoni'' cuja classificação é incerta. ]] |
[[Ficheiro:Mammut distribution.svg|miniaturadaimagem|Distribuição geográfica do gênero ''mammut'' na [[América do Norte|América do norte]], e na [[Eurásia]] do ''zygolophodon borsoni'' cuja classificação é incerta. ]] |
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O intervalo na ocorrência das espécies do gênero ''mammut'' é desconhecido, pois suas distribuições eram restritas a poucas localidades, sendo a exceção o mastodonte americano, que é um dos proboscídeos pleistocênicos mais amplamente distribuído na América do norte. Os locais onde os fósseis de mastodontes americanos foram encontrados variam, vestígios foram achados no [[Alasca]], bem como o leste da [[Flórida|florida]], e ao sul do estado de Puebla, no [[México]] central, com um registro isolado de [[Honduras]], provavelmente refletindo do resultado da expansão máxima alcançada pelo mastodonte americano durante o final do [[Pleistoceno Superior|pleistoceno]]. Alguns relatos isolados dizem que os mastodonte também eram encontrados ao longo da costa leste do [[Estados Unidos|EUA]] até a região da [[Nova Inglaterra]], com altas concentrações na região do Atlântico. Há evidências que indicam que os mastodontes também viviam em florestas, predominando neste tipo de habitat, e se alimentando principalmente de folhas e arbustos. Eles aparentemente não migraram para a [[América do Sul|América do sul]], sendo que a provável razão disso foi por causa de uma especialização dietética da espécie em um tipo particular de vegetação que não era encontrada nesta parte do continente. |
O intervalo na ocorrência das espécies do gênero ''mammut'' é desconhecido, pois suas distribuições eram restritas a poucas localidades, sendo a exceção o mastodonte americano, que é um dos proboscídeos pleistocênicos mais amplamente distribuído na América do norte. Os locais onde os fósseis de mastodontes americanos foram encontrados variam, vestígios foram achados no [[Alasca]], bem como o leste da [[Flórida|florida]], e ao sul do estado de Puebla, no [[México]] central, com um registro isolado de [[Honduras]], provavelmente refletindo do resultado da expansão máxima alcançada pelo mastodonte americano durante o final do [[Pleistoceno Superior|pleistoceno]]. Alguns relatos isolados dizem que os mastodonte também eram encontrados ao longo da costa leste do [[Estados Unidos|EUA]] até a região da [[Nova Inglaterra]], com altas concentrações na região do Atlântico. Há evidências que indicam que os mastodontes também viviam em florestas, predominando neste tipo de habitat, e se alimentando principalmente de folhas e arbustos. Eles aparentemente não migraram para a [[América do Sul|América do sul]], sendo que a provável razão disso foi por causa de uma especialização dietética da espécie em um tipo particular de vegetação que não era encontrada nesta parte do continente.<ref name=lange>{{cite book|last=Lange|first=I.M.|title=Ice Age Mammals of North America: A Guide to the Big, the Hairy, and the Bizarre|year=2002|publisher=Mountain Press Publishing|isbn=0878424032|pages=[https://archive.org/details/isbn_9780878424030/page/166 166]–168|url=https://archive.org/details/isbn_9780878424030|edition=illustrated}}</ref><ref name="Larramendi2015">{{cite journal |last1=Larramendi |first1=A. |year=2015 |title=Shoulder Height, Body Mass, and Shape of Proboscideans |url=https://www.app.pan.pl/archive/published/app61/app001362014.pdf |journal=Acta Palaeontologica Polonica |doi=10.4202/app.00136.2014 |s2cid=2092950}}</ref> |
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== Extinção == |
== Extinção == |
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[[Ficheiro:Mastodon color.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Desenho de um mastodonte.]] |
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As evidências fósseis indicam que o mastodonte provavelmente desapareceu da América do norte há cerca de 10.500 anos, como parte de uma extinção em massa que eliminou a maior parte da megafauna do pleistoceno e cuja causa é especulada como sendo resultado da caça intensiva por parte dos humanos pré-históricos. Os primeiros Paleo-índios entraram na América e se expandiram rapidamente para números muito grandes há cerca 13.000 anos e sua caça pode ter causado uma redução gradual na população de mastodontes. Análise de presas de mastodontes coletadas na região americana dos [[Grandes Lagos da América do Norte|Grandes lagos]] muito tempo antes da extinção da espécie na região, mostrou uma tendência de amadurecimento precoce; isso é contrario ao que poderia se esperar se a espécie estivesse sob um estresse de um ambiente desfavorável, mas é consistente com a redução da concorrência intraespecífica que resultaria na diminuição de uma população por consequência da caça humana. |
As evidências fósseis indicam que o mastodonte provavelmente desapareceu da América do norte há cerca de 10.500 anos, como parte de uma extinção em massa que eliminou a maior parte da megafauna do pleistoceno e cuja causa é especulada como sendo resultado da caça intensiva por parte dos humanos pré-históricos. Os primeiros Paleo-índios entraram na América e se expandiram rapidamente para números muito grandes há cerca 13.000 anos e sua caça pode ter causado uma redução gradual na população de mastodontes. Análise de presas de mastodontes coletadas na região americana dos [[Grandes Lagos da América do Norte|Grandes lagos]] muito tempo antes da extinção da espécie na região, mostrou uma tendência de amadurecimento precoce; isso é contrario ao que poderia se esperar se a espécie estivesse sob um estresse de um ambiente desfavorável, mas é consistente com a redução da concorrência intraespecífica que resultaria na diminuição de uma população por consequência da caça humana.<ref name = "Martin">{{cite book |
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| last = Martin | first = P. S. | author-link = Paul Schultz Martin |
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| title = Twilight of the Mammoths: Ice Age Extinctions and the Rewilding of America |
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| publisher = [[University of California Press]] | year = 2005 |
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| chapter = Chapter 6. Deadly Syncopation | pages = 118–128 |
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| chapter-url = https://books.google.com/books?id=gfpla1OY268C&pg=PA118 |
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| isbn = 0-520-23141-4 |oclc= 58055404 | access-date= 1 de fevereiro de 2016}}</ref><ref name="Burney">{{cite journal |
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|last=Burney |
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|author2=Flannery, T. F. |
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|title=Fifty millennia of catastrophic extinctions after human contact |
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|journal=Trends in Ecology & Evolution |
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|volume=20 |
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|issue=7 |
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|pages=395–401 |
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|publisher=[[Elsevier]] |
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|date=Julho de 2005 |
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|archive-url=https://web.archive.org/web/20100610061434/http://www.anthropology.hawaii.edu/Fieldschools/Kauai/Publications/Publication%204.pdf |
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|archive-date=10 de junho de 2010 |
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}}</ref><ref>{{cite journal |vauthors= Cantalapiedra JL, Sanisdro O, Zhang H, Alberdi MT, Prado JL, Blanco F, Saarinen J|date= Julho de 2021 |title= The rise and fall of proboscidean ecological diversity |journal= Nature Ecology and Evolution |volume= 5 |issue= 2021 |pages= 1266–1272 }}</ref> |
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==Ver também== |
==Ver também== |
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Revisão das 15h33min de 13 de novembro de 2023
| Mammut | |||||||||||||
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| Estado de conservação | |||||||||||||
| Extinta Extinta | |||||||||||||
| Classificação científica | |||||||||||||
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| Espécies | |||||||||||||
M. giganteus | |||||||||||||
| Sinónimos | |||||||||||||
(Koch, 1841) | |||||||||||||
Os mastodontes (do grego Mastodon) são proboscídeos pré-históricos da família mammutidae membros do gênero mammut, distantemente relacionados com os elefantes, que habitavam a América do Norte e central do mioceno até a sua extinção no final do pleistoceno entre 10 mil e 11 mil anos atrás. Os mastodontes viviam em manadas e eram predominantemente animais de floresta, e possuíam um comportamento de forrageamento semelhante aos do elefantes atuais.[1]
O M. americanum, conhecido como mastodonte americano, é a espécie mais nova e conhecida gênero. Desapareceram da América do Norte como parte de uma extinção em massa que afetou a maioria dos animais da megafauna do Pleistoceno, amplamente acreditado por estar relacionada com a caça excessiva por parte dos humanos primitivos, e possivelmente também devido as mudanças climáticas.
Evolução
O mammut é um gênero extinto da família Mammutidae, relacionado com os proboscídeos da família elephantidae (mamutes e elefantes), a partir do qual originalmente se divergiram a aproximadamente 27 milhões de anos atrás.[2]
Ao longo de muitos anos, diversos fósseis foram recuperados de localidades norte americanas, da África e Ásia, e foram atribuídos ao gênero mammut, mas apenas os restos da America do norte foram nomeados e descritos, um deles sendo o M.furlongi, descrito a partir de fósseis encontrados na formação Juntura de oregon, que datam do mioceno. No entanto, não é mais considerado válido, e deixando apenas quatro espécies válidas. Uma sequência completa do DNA mitocondrial foi obtida a partir do molar de um esqueleto de um mastodonte americano encontrado no permafrost do Alasca. Estima-se que os restos fósseis datam de 50.000 e 130.000 anos atrás. Esta sequência foi usada como um grupo a parte para ajustar as datas de divergência na evolução da família elephantidae.[2]
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Descrição
As reconstruções modernas baseadas em restos parciais recuperados revelam que os mastodontes eram muito semelhantes em aparência aos elefantes modernos, e em menor grau, com os mamutes, embora não estejam intimamente relacionados com nenhum dos dois. Em comparação com os mamutes, os mastodontes eram mais baixos, tinham pernas mais curtas e musculosas e um corpo mais alongado, e portanto eram semelhantes aos elefantes asiáticos atuais. O mastodonte americano tinha em torno de 2,30 m de altura no ombro, correspondente em tamanho a uma fêmea de elefante africano atual ou um macho pequeno, mas é provável que os machos grandes atingissem até 2,80 m de altura. No entanto, o espécime AMNH 9950 que provavelmente tinha 35 anos quando morreu, atingiu 2,89 m de altura e supostamente pesou 7,8 toneladas. Outro indivíduo macho excepcionalmente grande encontrado tinha 3,25 m de altura e provavelmente 11 t de peso.[3]
Como nos elefantes modernos, as fêmeas eram menores que os machos. Eles tinham um crânio baixo e longo com longas presas curvadas feitas de marfim. Os mastodontes possuíam dentes em forma de cúspide, muito diferente dos dentes dos mamutes e elefantes (que possuem uma série de placas de esmalte), bem adaptados para mastigar folhas, ramos de árvores e arbustos.
Paleobiologia
Comportamento social
Com base no fato de que nos sítios arqueológicos sempre foram encontrados mais de um fóssil de mastodonte que pertenciam a animais de várias idades, pode se concluir que assim como os proboscídeos atuais, os mastodontes eram sociáveis, e viviam grupos compostos por fêmeas adultas e jovens. Os machos abandonavam a manada uma vez que atingiam a maturidade sexual e então passavam a viver sozinhos ou em pequenos grupos de machos jovens. Como nos elefantes modernos, provavelmente não houve sincronia sazonal nas atividades reprodutivas, com os machos e fêmeas procurando parceiros quando sexualmente ativos.[4]
Dieta
Os mastodontes foram caracterizados como sendo animais predominantemente pastadores. A maioria dos vestígios intestinais identificou os ramos de coníferas como o alimento predominante em sua dieta. Porém outros mastodontes encontrados não possuíam conteúdo de coníferas em seus estômago e sugerindo também uma alimentação seletiva de vegetação herbácea baixa, o que sugere que o mastodonte era provavelmente um pastador-podador. Um estudo nos padrões do formato dos dentes dos mastodontes, indica que eles poderiam ajustar sua dieta de acordo com o ecossistema em que viviam, com padrões de alimentação regionalmente correspondente à florestas boreais, enquanto que algumas populações em um determinado local às vezes eram capazes de ajustar o seu nicho dietético de acordo com as mudanças no clima e com a disponibilidade de espécies de plantas.[5][6]
Distribuição e habitat
O intervalo na ocorrência das espécies do gênero mammut é desconhecido, pois suas distribuições eram restritas a poucas localidades, sendo a exceção o mastodonte americano, que é um dos proboscídeos pleistocênicos mais amplamente distribuído na América do norte. Os locais onde os fósseis de mastodontes americanos foram encontrados variam, vestígios foram achados no Alasca, bem como o leste da florida, e ao sul do estado de Puebla, no México central, com um registro isolado de Honduras, provavelmente refletindo do resultado da expansão máxima alcançada pelo mastodonte americano durante o final do pleistoceno. Alguns relatos isolados dizem que os mastodonte também eram encontrados ao longo da costa leste do EUA até a região da Nova Inglaterra, com altas concentrações na região do Atlântico. Há evidências que indicam que os mastodontes também viviam em florestas, predominando neste tipo de habitat, e se alimentando principalmente de folhas e arbustos. Eles aparentemente não migraram para a América do sul, sendo que a provável razão disso foi por causa de uma especialização dietética da espécie em um tipo particular de vegetação que não era encontrada nesta parte do continente.[7][8]
Extinção
As evidências fósseis indicam que o mastodonte provavelmente desapareceu da América do norte há cerca de 10.500 anos, como parte de uma extinção em massa que eliminou a maior parte da megafauna do pleistoceno e cuja causa é especulada como sendo resultado da caça intensiva por parte dos humanos pré-históricos. Os primeiros Paleo-índios entraram na América e se expandiram rapidamente para números muito grandes há cerca 13.000 anos e sua caça pode ter causado uma redução gradual na população de mastodontes. Análise de presas de mastodontes coletadas na região americana dos Grandes lagos muito tempo antes da extinção da espécie na região, mostrou uma tendência de amadurecimento precoce; isso é contrario ao que poderia se esperar se a espécie estivesse sob um estresse de um ambiente desfavorável, mas é consistente com a redução da concorrência intraespecífica que resultaria na diminuição de uma população por consequência da caça humana.[9][10][11]
Ver também
Referências
- ↑ Fiedal, Stuart (2009). «Sudden Deaths: The Chronology of Terminal Pleistocene Megafaunal Extinction» (PDF). In: Haynes, Gary. American Megafaunal Extinctions at the End of the Pleistocene. [S.l.]: Springer. pp. 21–37. ISBN 978-1-4020-8792-9. doi:10.1007/978-1-4020-8793-6_2
- ↑ a b Conniff, Richard (Abril de 2010). «Mammoths and Mastodons: All American Monsters». Smithsonian Magazine. Consultado em 5 de dezembro de 2019
- ↑ Agusti, Jordi; Mauricio Anton (2002). Mammoths, Sabretooths, and Hominids. New York: Columbia University Press. 106 páginas. ISBN 0-231-11640-3
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