Afogamento

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Afogamento
Afogamento
Vasily Perov: O Afogado, pintura de 1867
Especialidade medicina de urgência
Sintomas Evento: geralmente ocorre de forma silenciosa com a pessoa inconsciente[1][2]
Após salvamento: problemas respiratórios, vómitos, confusão, perda de consciência[2][3]
Complicações Hipotermia, aspiração do vómito, síndrome do desconforto respiratório do adulto[4]
Início habitual Rápido[3]
Fatores de risco Consumo de álcool, epilepsia, baixa condição sócio-económica, facilidade de acesso à água[5]
Método de diagnóstico Baseado nos sintomas[3]
Condições semelhantes Suicídio, crise epiléptica, hipoglicemia, arritmia cardíaca[2]
Prevenção Vedar as piscinas, ensinar as crianças a nadar, segurança marítima[5][6]
Tratamento Respiração boca-a-boca, reanimação cardiorrespiratória, ventilação mecânica[7]
Medicação Oxigenoterapia, terapia intravenosa, anti-hipotensivos[7]
Frequência 4,5 milhões (2015)[8]
Mortes 324,000 (2015)[9]
Classificação e recursos externos
CID-11 1369717987
DiseasesDB 3957
MedlinePlus 000046
eMedicine 772753
MeSH D004332
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Afogamento é a paragem respiratória resultante da imersão em líquido.[7][10] O afogamento geralmente ocorre de forma silenciosa, sendo poucas as pessoas que conseguem acenar com a mão ou gritar por socorro.[1] Após o salvamento, os sintomas incluem problemas respiratórios, vómitos, confusão ou perda de consciência.[2][3] Em alguns casos os sintomas podem só se manifestar após seis horas.[3] Entre as complicações mais comuns estão a diminuição da temperatura do corpo, aspiração do vómito e síndrome do desconforto respiratório do adulto.[4][11]

O afogamento é mais comum em locais em que a água é mais quente e entre pessoas com acesso frequente à água.[4][5] Entre os fatores de risco estão o consumo de álcool, epilepsia e baixa condição sócio-económica.[5] Entre os locais de afogamento mais comuns estão as piscinas públicas, banheiras, corpos de água como mares e rios e baldes.[3][7] Durante um afogamento, a pessoa inicialmente sustém a respiração, seguida por espasmo da laringe e posterior diminuição dos níveis de oxigénio.[4] Geralmente só mais tarde é que entra água nos pulmões em grande quantidade.[4] O afogamento pode resultar em morte, causar problemas respiratórios ou não ter quaisquer sequelas.[10]

Entre as medidas de prevenção de afogamento estão ensinar as crianças a nadar, cumprir as medidas de segurança a bordo de embarcações e dificultar ou impedir o acesso a massas de água, como por exemplo vedar as piscinas.[5][6] O tratamento de afogados em paragem respiratória começa pela abertura das vias respiratórias e realização de cinco exalações.[7] Nas vítimas em paragem cardíaca e que tenham estado debaixo de água durante menos de uma hora, é recomendada reanimação cardiorrespiratória.[7] As taxas de sobrevivência são superiores em pessoas que tenham estado pouco tempo debaixo de água.[7] Entre as crianças sobreviventes, cerca de 7,5% dos casos estão associados a mau prognóstico.[7]

Estima-se que em 2015 tenham ocorrido cerca de 4,5 milhões de casos de afogamento não intencional.[8] No mesmo ano, o afogamento foi a causa de 324 000 mortes, sendo a terceira principal causa de morte por acidentes, atrás das quedas e acidentes rodoviários.[9] Destas mortes, cerca de 56 000 ocorreram em crianças com menos de cinco anos de idade.[9] O afogamento é responsável por 7% de todas as mortes por acidentes. Mais de 90% das mortes ocorrem em países em vias de desenvolvimento.[5][9] O afogamento é mais comum entre homens e entre os jovens.[5]

Referências

  1. a b «Drowning». CDC (em inglês). 15 de setembro de 2017. Consultado em 9 de agosto de 2018 
  2. a b c d Ferri, Fred F. (2017). Ferri's Clinical Advisor 2018 E-Book: 5 Books in 1 (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 404. ISBN 9780323529570 
  3. a b c d e f «Drowning - Injuries; Poisoning - Merck Manuals Professional Edition». Merck Manuals Professional Edition. Setembro de 2017. Consultado em 9 de agosto de 2018 
  4. a b c d e Handley, AJ (16 de abril de 2014). «Drowning». BMJ (Clinical Research Ed.). 348: g1734. PMID 24740929. doi:10.1136/bmj.g1734 
  5. a b c d e f g «Drowning». World Health Organization. 15 de janeiro de 2018. Consultado em 9 de agosto de 2018 
  6. a b Preventing drowning: an implementation guide (PDF). [S.l.]: WHO. 2015. p. 2. ISBN 978-92-4-151193-3. Consultado em 9 de agosto de 2018 
  7. a b c d e f g h Mott, TF; Latimer, KM (1 de abril de 2016). «Prevention and Treatment of Drowning». American Family Physician. 93 (7): 576–82. PMID 27035042 
  8. a b GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMC 5055577Acessível livremente. PMID 27733282. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6 
  9. a b c d GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMC 5388903Acessível livremente. PMID 27733281. doi:10.1016/s0140-6736(16)31012-1 
  10. a b van Beeck, EF; Branche, CM; Szpilman, D; Modell, JH; Bierens, JJ (novembro de 2005). «A new definition of drowning: towards documentation and prevention of a global public health problem.». Bulletin of the World Health Organization. 83 (11): 853–6. PMC 2626470Acessível livremente. PMID 16302042 
  11. Wall, Ron (2017). Rosen's Emergency Medicine: Concepts and Clinical Practice 9 ed. [S.l.]: Elsevier. p. 1802. ISBN 978-0323354790 
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