Alateu

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alateu
Morte 386
Danúbio
Etnia Grutunga/Tervíngia
Soldo de Valente (r. 364–378)
Soldo de Graciano (r. 367–383)

Alateu ou Odateu (em latim: Alatheus/Odathaeus; m. 386)[1] foi um nobre e líder militar gótico do final do século IV, ativo durante as migrações góticas do período.

Vida[editar | editar código-fonte]

As origens de Alateu são incertas. Segundo Garcia Moreno, provavelmente foi um membro da dinastia dos Amalos e era pai do rei Ataulfo (r. 410–415).[2] Alateu aparece pela primeira vez em 376, quando, segundo Amiano Marcelino, recebeu o missão de proteger junto com Safrax o jovem herdeiro grutungo Viderico, que à época ascendera devido a morte em combate de seu pai Vitimiro (r. 375–376).[3] Nessa época, segundo o relato, possuía um estatuto equivalente ao do duque romano.[2] Em vista da pressão huna, os três decidiram marchar com os godos por eles liderados rumo ao Dniestre.[4]

Nesse mesmo ano, Alateu e Safrax lideraram, ao lado de outro oficial gótico chamado Farnóbio, os grutungos em direção ao Danúbio,[5] momento esse que os tervíngios de Fritigerno acabaram de cruzar o rio sob permissão imperial do imperador Valente (r. 364–378).[6][7] Durante a Guerra Gótica de 376–382, Alateu e Safrax participaram na Batalha de Adrianópolis de 378[8] e mais tarde partiram para a Panônia, onde saquearam o país.[9][10]

Eles conseguiram negociar a paz em 380 com o imperador ocidental Graciano (r. 367–383),[9][10] que firmou um tratado no qual seus godos poderiam se assentar na Panônia.[2] Alateu e Safrax permaneceram quietos por alguns anos até reaparecem em 386, quando tentaram atravessar o Danúbio para invadir o Império Romano. Na tentativa, Alateu foi morto pelos soldados romanos.[1]

Referências

  1. a b Smith 1870, p. 90.
  2. a b c Moreno 2007, p. 339.
  3. Kulikowski 2007, p. 126.
  4. Christensen 2002, p. 142.
  5. Heather 2003, p. 46.
  6. Frassetto 2003, p. 46.
  7. Wolfram 1990, p. 72.
  8. MacDowall 2001, p. 36.
  9. a b Martindale 1971, p. 802.
  10. a b Heather 2003, p. 50.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Christensen, Arne Søby (2002). Cassiodorus, Jordanes and the History of the Goths: Studies in a Migration Myth. Copenhague: Museum Tusculanum Press. ISBN 8772897104 
  • Frassetto, Michael (2003). Encyclopedia of barbarian Europe: society in transformation. Santa Barbara, Califórnia: ABC-CLIO. ISBN 9781576072639 
  • Heather, Peter (2003). The Visigoths from the Migration Period to the Seventh Century: An Ethnographic Perspective. Woodbridge, Suffolk: Boydell & Brewer Ltd. ISBN 1843830337 
  • Kulikowski, Michael (2007). Rome´s Gothic Wars: from the third century to Alaric. Cambridge: [s.n.] 
  • MacDowall, Simon (2001). Adrianople AD 378: The Goths Crush Rome's Legions. Londres: Osprey Publishing. ISBN 1841761478 
  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press 
  • Moreno, Luis A. Garcia (2007). «Prosopography and Onomastics: the Case of the Goths». In: K. S. B., Keats-Rohan. Prosopography Approaches and Applications: A Handbook. Oxford: Linacre College, Universidade de Oxford. ISBN 1900934124 
  • Smith, William (1870). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. I. Boston: Little, Brown and Company