Bateria da Barra de Laguna

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Bateria da barra de Laguna
Construção (1839)
Aberto ao público Não

A Bateria da barra de Laguna, também referida como Forte de Laguna, Fortim do Atalaia e Fortaleza da Barra, localizava-se na barra norte da Lagoa de Santo Antônio, atual cidade de Laguna, no litoral sul do estado de Santa Catarina, no Brasil.

História[editar | editar código-fonte]

No contexto da Revolução Farroupilha (18351845), com os ancoradouros de Porto Alegre e de São José do Norte nas mãos das forças imperiais, os revolucionários republicanos decidiram a conquista de Laguna, no litoral sul da província de Santa Catarina. Davi Canabarro por via terrestre, apoiado pelo italiano Giuseppe Garibaldi (18071882) no lanchão Seival, conquistaram de surpresa aquele ancoradouro em 23 de julho de 1839, proclamando a República Juliana (ou República Catarinense), que teve a duração efêmera de apenas quatro meses. A 15 de novembro de 1839 um ataque imperial a Laguna, combinando tropas de infantaria, de cavalaria e da Marinha do Brasil, sob o comando do capitão-de-mar-e-guerra Frederico Mariath, resultou na destruição da esquadra farroupilha ali fundeada e na conseqüente reconquista da cidade.

Com a reconquista a bateria na barra, erguida pelos rebeldes, foi subsequentemente arrasada (SOUZA, 1885:126). SOARES (1978) refere esta estrutura como Forte de Laguna, informando que, após alguma resistência, foi abandonada pelos republicanos.

BOITEUX (1985), por outro lado, compreende que já existia à época um pequeno forte no local, "(…) do lado oposto à vila e fronteiro à barra, forte este construído pouco antes de 1800, à sua custa, pelo então capitão-mór da Laguna, Jerônimo Francisco Coelho, para defesa daquele porto (…)". Complementa ainda informando que o Coronel Villas Boas, comandante geral das forças imperiais em Laguna, receando que esse forte fosse tomado pelos invasores, "(…) ordenou recolher a bordo da canhoneira Itaparica, todos os objetos nele existentes, do que deu conta à presidência em 16 do mesmo mês [julho de 1839] (…)" (op. cit., p. 113).

Em 1992, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) cadastrou os remanescentes desta fortificação como sítio arqueológico-histórico, denominando-o de Fortim do Atalaia. A área do sítio foi registrada como sendo de 140 m2, localizada em terreno de propriedade privada, à margem direita (sul) do canal da Barra da Lagoa Santo Antônio. Apresentava-se então em situação de abandono, com integridade classificada como menor que 25%, notando-se, à época, vestígios de edificação a céu aberto. Mais recentemente, em março de 2008, uma vistoria realizada pelo IPHAN constatou "(…) evidências de uma edificação, em pedra, que supostamente pertenceriam à edificação do Fortim em epígrafe (…)".

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
  • BOITEUX, Henrique. A República Catharinense: notas para sua história (ed. fac-similada do original editado no Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1927.). Rio de Janeiro: Xerox do Brasil, 1985. 324p.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • LAYTANO, Dante de. Corografia de Santa Catarina. RIHGB. Rio de Janeiro: 245, out-dez/1959.
  • SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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