Caramboxina

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Fruta carambola.

Caramboxina (CBX) é uma toxina encontrada na carambola (Averrhoa carambola).[1][2] Indivíduos com alguns tipos de doença renal são suscetíveis a efeitos neurológicos adversos, incluindo intoxicação, convulsões e até morte após comer carambola.[3] A caramboxina foi identificada como a neurotoxina responsável por esses efeitos. A caramboxina é um aminoácido não proteinogênico que estimula os receptores de glutamato nos neurônios. Sua estrutura química é semelhante ao aminoácido fenilalanina. A caramboxina é um agonista dos receptores ionotrópicos glutamatérgicos NMDA e AMPA com potentes propriedades excitatórias, convulsivas e neurodegenerativas..[2]

Uma possível interação entre a caramboxina e o ácido oxálico na carambola pode levar a efeitos neurotóxicos e nefrotóxicos. Consumir grandes quantidades de carambola ou seu suco com o estômago vazio não é recomendado, mesmo para indivíduos com função renal normal.[4]

Toxina[editar | editar código-fonte]

A caramboxina pode levar ao óbito pacientes que sofrem de insuficiência renal crônica. A toxina da carambola foi testada em animais de laboratório, os quais apresentaram sintomas como: soluço, vômitos, confusão mental, agitação psicomotora, coma, convulsões e até mesmo morte. Tais sintomas já tinham sido observados em pacientes diabéticos ou que sofriam de insuficiência renal após a ingestão do suco concentrado da fruta.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, que fizeram os testes, alertam que mesmo pessoas que não tenham problemas renais devem evitar o consumo em excesso da carambola porque o teor de ácido oxálico pode produzir cálculos renais em pessoas mais sensíveis. Com isso, o problema renal se instalaria e, posteriormente a caramboxina teria um efeito bem mais grave, podendo levar o paciente à morte.[5][6][7]

Referências

  1. «Star fruit's chemical curse». Chemical & Engineering News. 28 páginas. 2 de dezembro de 2013 
  2. a b Garcia-Cairasco, Norberto; Moyses-Neto, Miguel; Del Vecchio, Flavio; Oliveira, José A. C; Dos Santos, Francisco L; Castro, Olagide W; Arisi, Gabriel M; Dantas, Márcio; Carolino, Ruither O. G; Coutinho-Netto, Joaquim; Dagostin, Andre L. A; Rodrigues, Marcelo C. A; Leão, Ricardo M; Quintiliano, Samir A. P; Silva, Luiz F; Gobbo-Neto, Leonardo; Lopes, Norberto P (2013). «Elucidating the Neurotoxicity of the Star Fruit». Angewandte Chemie International Edition. 52 (49): 13067–70. PMID 24281890. doi:10.1002/anie.201305382 
  3. Caetano, Camille Pereira; De Sá, Cinara Barros; Faleiros, Bruno Antônio Paixão; Gomes, Marcelo Fonseca Coutinho Fernandes; Pereira, Edna Regina Silva (2017). «Neurotoxicity following the Ingestion of Bilimbi Fruit (Averrhoa bilimbi) in an End-Stage Renal Disease Patient on Hemodialysis». Case Reports in Nephrology and Dialysis. 7 (1): 6–12. PMC 5301110Acessível livremente. PMID 28203564. doi:10.1159/000454945 
  4. Neto, M. M; Silva, G. E; Costa, R. S; Vieira Neto, O. M; Garcia-Cairasco, N; Lopes, N. P; Haendchen, P. F; Silveira, C; Mendes, A. R; Filho, R. R; Dantas, M (2009). «Star fruit: Simultaneous neurotoxic and nephrotoxic effects in people with previously normal renal function». Clinical Kidney Journal. 2 (6): 485–488. PMC 4421323Acessível livremente. PMID 25949386. doi:10.1093/ndtplus/sfp108 
  5. «Revista Pesquisa Fapesp». revistapesquisa.fapesp.br. Consultado em 22 de junho de 2023 
  6. Moysés Neto, Miguel (2014). «Carambola como causa de lesão renal aguda». Brazilian Journal of Nephrology: 118–120. ISSN 0101-2800. doi:10.5935/0101-2800.20140019. Consultado em 22 de junho de 2023 
  7. Franca, Do G1 Ribeirão e (26 de dezembro de 2013). «Substância tóxica da carambola pode causar insuficiência renal, diz USP». Ribeirão e Franca. Consultado em 22 de junho de 2023