Ciclone Ivan

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 Nota: Se procura o furacão que atingiu o Caribe e os Estados Unidos em 2004, veja Furacão Ivan.

Ciclone tropical intenso Ivan
imagem ilustrativa de artigo Ciclone Ivan
O ciclone Ivan em 16 de fevereiro de 2008, rumando para Madagascar
História meteorológica
Formação 7 de Fevereiro de 2008
Dissipação 24 de Fevereiro de 2008
Ciclone tropical intenso
10-minutos sustentados (MFR)
Ventos mais fortes 185 km/h (115 mph)
Rajadas mais fortes 260 km/h (160 mph)
Pressão mais baixa 930 hPa (mbar); 27.46 inHg
Ciclone tropical equivalente categoria 4
1-minuto sustentado (SSHWS/JTWC)
Ventos mais fortes 230 km/h (145 mph)
Pressão mais baixa 929 hPa (mbar); 27.43 inHg
Efeitos gerais
Fatalidades 93
Desaparecidos 176
Danos $30 milhão (2008 USD)
Áreas afetadas Madagáscar
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Parte da Temporada de ciclones no Índico Sudoeste de 2007-2008


O ciclone Ivan (designação do JTWC: 18S; ciclone tropical intenso Ivan, segundo o CMRE de Reunião) foi o nono sistema nomeado da temporada de ciclones no Oceano Índico sudoeste de 2007-08. Ivan também foi o sistema mais intenso a fazer landfall na temporada de 2007-08.

Ivan formou-se a nordeste de Madagascar, embora tenha seguido para sudoeste antes de mudar sua trajetória para oeste, e alcançou o pico de intensidade com ventos constantes por 1 minuto estimados em 230 km/h segundo o Joint Typhoon Warning Center, ou 185 km/h, segundo a Météo-France. Em 17 de Fevereiro, Ivan atingiu a costa nordeste de Madagascar, na Província de Toamasina.[1] Em 28 de Fevereiro, pelo menos 83 pessoas morreram como conseqüência da passagem do ciclone.[2]

História meteorológica[editar | editar código-fonte]

O caminho de Ivan

Em 3 de Fevereiro, uma área de distúrbios meteorológicos situado ao norte de Madagascar em associação à Zona de Convergência Intertropical começou a apresentar uma circulação ciclônica, sendo monitorado pelo JTWC. Não houve mudanças significativas quanto a intensidade no sistema, até que em 7 de Fevereiro, o sistema começou a apresentar sinais de intensificação. O JTWC emitiu um alerta de formação de ciclone tropical sobre o sistema em desenvolvendo na madrugada (UTC) daquele dia.[3] Horas depois, o Centro Meteorológico Regional Especializado (CMRE) de Reunião, controlada pela Météo-France, classificou o sistema, designando-o como a depressão tropical 11-20072008.[4] Três horas depois, o JTWC começou a emitir avisos regulares sobre o sistema, designado-o como o ciclone tropical 18S.[5] A partir deste momento, em 7 de Fevereiro, o sistema começou a se intensificar continuamente. por volta de meio-dia do mesmo dia, o CMRE de Reunião classificou a depressão como a tempestade tropical moderada Ivan, o nono sistema nomeado da temporada de ciclones no Oceano Índico sudoeste de 2007-08.[6] 6 Horas depois, o CMRE de Reunião classificou Ivan como uma tempestade tropical intensa.[7] A partir deste momento, o desenvolvimento de Ivan tornou-se mais lento assim que seu deslocamento tornou-se quase estacionário. Por volta das 12:00 UTC de 11 de Fevereiro, o CMRE de Reunião classificou Ivan como um ciclone tropical.[8]

O ciclone rumando para Madagascar

No entanto, ventos de cisalhamento começaram a afetar o ciclone e Ivan começou a se enfraquecer sobre o Oceano Índico central. No começo da manhã de 12 de Fevereiro, Ivan enfraqueceu-se para uma tempestade tropical severa.[9] Uma alta subtropical formou-se a sudoeste do ciclone e Ivan foi forçado a seguir para nordeste e depois para oeste, passando sobre águas mais frias. Estas águas estavam frias devido à propria passagem de Ivan. Estas águas frias combinada com o aumento na intensidade dos ventos de cisalhamento enfraqueceram Ivan para uma tempestade tropical moderada.[10] Ivan continuou a seguir para oeste, seguindo pela periferia norte da alta subtropical e deixando a região de águas frias. Assim que encontrou águas mais quentes e condições atmosféricas mais favoráveis, Ivan intensificou-se numa tempestade tropical intensa novamente em 14 de Fevereiro.[11] Ivan continuou a seguir para oeste e oeste-sudoeste encontrando melhores condições para seu desenvolvimento. Ivan tornou-se novamente um ciclone tropical. Um olho começou a se desenvolver, tornando-se bem definido em 16 de Fevereiro. Neste momento, a Météo-France classificou Ivan como um ciclone tropical intenso, o segundo da temporada.[12] Pouco depois, Ivan alcançou o pico de intensidade, com ventos constantes em 1 minuto sustentado de 230 km/h, segundo o Joint Typhoon Warning Center (JTWC), ou 185 km/h em 10 minutos sustentados, segundo o CMRE de Reunião. O ciclone também atingiu uma pressão atmosférica central mínima de 930 mbar. Em 17 de Fevereiro, Ivan fez landfall em Madagascar, com ventos constantes de 195 km/h, na Província de Toamasina, mais precisamente em Fenoarivao.[1] Após o landfall, Ivan começou a se enfraquecer rapidamente. A Météo-France declassificou Ivan como uma depressão tropical sobre terra no momento do landfall. em 18 de Fevereiro, o JTWC emitiu seu último aviso sobre o ciclone tropical 18S e no dia seguinte, o CMRE de Reunião também emitiu seu último aviso sobre o sistema. No entanto, a Météo-France recomeçou a emitir avisos regulares sobre a depressão em degeneração ex-Ivan, notando a regeneração do sistema no Canal de Moçambique. Logo depois, os avisos foram descontinuados, mas em 22 de Fevereiro, a Météo-France voltou a emitir avisos regulares sobre a zona perturbada ex-Ivan. No dia seguinte, a Météo-France novamente descontinuou os avisos sobre Ivan.

Preparativos e impactos[editar | editar código-fonte]

O Serviço de Meteorologia de Madagascar disse aos habitantes da porção norte e nordeste do país a se prepararem para a chegada do ciclone. A destruição causada por Ivan em madagascar foi grande. Segundo o governo de Madagascar, Ivan foi um dos piores ciclones a atingir a ilha nos últimos anos. A ilha de Saint Marie, a 60 km da costa nordeste da ilha, cerca de 80 % das casas foram completamente destruídas.[13] As regiões norte e nordeste de Madagascar foram praticamente isoladas do resto do país, principalmente devido às enchentes, que bloquearam estradas e levaram pontes. A ajuda para aquela região foi dificultada por estas estradas bloqueadas. Apenas aeronaves conseguiam chegar na região. O ciclone afetou 12 das 22 regiões de Madagascar.[14]

O Escritório Nacional de Desastres Naturais de Madagascar começou a avaliar os danos causados por Ivan no país. Segundo a agência, além dos ventos fortes terem destruído muitas casas, as enchentes persistiram por vários dias. A infra-estrutura da região foi seriamente afetada; os serviços de eletricidade e água potável foram interrompidos. Cerca de 190.000 pessoas estão desabrigadas.[2] 45.000 acres de plantações de arroz de Madagascar, que ficam na região, foram afetadas.[14] Foram confirmadas 83 mortes e 177 pessoas ainda estão desaparecidas,[2] sendo que nove destas estão consideradas mortas depois que um hotel desabou sobre elas; o socorro não chegou ao local devido às inundações.[13][15]

Após a tempestade[editar | editar código-fonte]

O governo de madagascar lançou um apelo para a comunidade internacional.[14] 320.000 pessoas foram afetadas pelo ciclone.[2] Como houve muita inundação, estas pessoas perderam sua agricultura de subsistência. Várias organizações mundiais, inclusive as Nações Unidas por meio da UNICEF chegaram à província de Toamasina para distribuir itens para sobrevivência, como cobertores, lonas e material para a construção de abrigos de emergência. O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas também ajudou no socorro às pessoas afetas. A agência humanitária distribuiu alimentos energéticos, como biscoitos para as pessoas afetadas.[16] Outras organizações enviaram alimentos, como biscoitos energéticos, para as áreas acessíveis. A avaliação de dados foi dificultada pelas extensas inundações; muitas áreas estavam completamente isoladas, até mesmo helicópteros não podiam pousar em segurança devido às enchentes.[15]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. a b ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/Seychelles/2008021712-FMEE[ligação inativa]
  2. a b c d Indepedent Online. «Dozens remain missing after cyclone» (em inglês). Consultado em 28 de fevereiro de 2008 
  3. «Cópia arquivada». Consultado em 7 de fevereiro de 2008. Cópia arquivada em 7 de fevereiro de 2008 
  4. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/Seychelles/2008020706-FMEE[ligação inativa]
  5. «Cópia arquivada». Consultado em 7 de fevereiro de 2008. Arquivado do original em 7 de fevereiro de 2008 
  6. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/Seychelles/2008020712-FMEE[ligação inativa]
  7. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/Seychelles/2008020718-FMEE[ligação inativa]
  8. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/Seychelles/2008021112-FMEE[ligação inativa]
  9. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/Seychelles/2008021206-FMEE
  10. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/Seychelles/2008021218-FMEE[ligação inativa]
  11. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/Seychelles/2008021406-FMEE[ligação inativa]
  12. ftp://ftp.met.fsu.edu/pub/weather/tropical/Seychelles/2008021612-FMEE
  13. a b «Madagascar officials confirm 26 deaths from Cyclone Ivan». International Herald Tribune (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2008 
  14. a b c Indepedent Online. «Madagascar assesses damage caused by cyclone» (em inglês). Consultado em 24 de fevereiro de 2008 
  15. a b All Africa. «Madagascar: Violence of Cyclone Ivan Overwhelms Careful Preparations» (em inglês). Consultado em 20 de agosto de 2008 
  16. «Madagascar: UN Food Agency Begins Providing Aid to Cyclone Victims» (em inglês). Consultado em 27 de fevereiro de 2008