Dichotomius schiffleri

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Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Superclasse: Hexapoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Superfamília: Scarabaeoidea
Família: Scarabaeidae
Subfamília: Scarabaeinae
Tribo: Coprini
Género: Dichotomius
Espécie: D. schiffleri
Nome binomial
Dichotomius schiffleri
(Vaz-de-Mello, Louzada & Gavino, 2001)[2]

Dichotomius schiffleri, popularmente chamado besouro-rola-bosta, é um inseto coleóptero da família dos escarabeídeos (Scarabaeidae), ou seja, dos escaravelhos.

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

Dichotomius schiffleri é endêmica do sudeste do Brasil, onde ocorre no Espírito Santo (ilha de Guriri, Linhares e Regência), Bahia (Mucuri, Alcobaça, Prado, Santa Cruz de Cabrália, Porto Seguro e Mata de São João), Sergipe (Santa Luzia do Itanhi) e Pernambuco (Ipojuca). Estima-se que sua área de ocupação seja de menos de 500 quilômetros quadrados. É típico da restinga. Foram feitos raros avistamentos em floresta úmida de várzea. Uma vez que é pouco frequente a descoberta de espécimes nos fragmentos de habitat onde é nativo, assume-se que sua população é pequena e está declinando. Uma das causas prováveis é que o Dichotomius schiffleri demanda áreas de habitat maiores do que as que estão disponíveis atualmente, o que compromete sua sobrevivência.[1]

Conservação[editar | editar código-fonte]

Em 2005, foi listado como criticamente em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[3] Em 2014, como em perigo na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014;[4] e em 2018, como em perigo no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[2][5] Em 2020, numa entrada produzida em 2013, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) classificou como em perigo a espécie em sua Lista Vermelha tendo em vista a pequena área onde ocorrem seus avistamentos e a fragmentação e degradação da mesma por ação antrópica (desenvolvimento urbano, práticas de turismo). Atualmente apenas 10% da vegetação original da restinga perdura. A proteção inadequada dos fragmentos de habitat remanescentes acentuam o provável declínio populacional da espécie.[1]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O Dichotomius schiffleri não possui armadura cefálica e é mais alongado e achatado dorso-ventralmente do que, por exemplo, o gênero Dichotomius sericeus. Apresenta hábito alimentar coprófago e estratégia paracoprídea. Estudos citogenéticos apontam num número diploide 2n = 18 e morfologia cromossômica meta-submetacêntrica, o cariótipo comum nas espécies do gênero Dichotomius. Em relação aos cromossomos sexuais, apresenta mecanismo sexual Xy na configuração em bastão (Xyr), semelhante ao do D. sericeus.[6]

Referências

  1. a b c Vaz-de-Mello, F., Larsen, T., Silva, F., Favila, M., Spector, S. & Gill, B. (2020). «Dichotomius schiffleri». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2020: e.T137111A176235411. doi:10.2305/IUCN.UK.2020-3.RLTS.T137111A176235411.enAcessível livremente. Consultado em 17 de abril de 2022 
  2. a b «Dichotomius (Luederwaldtinia) schiffleri Vaz-de-Mello, Louzada & Gavino, 2001». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 17 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022 
  3. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  4. «PORTARIA N.º 444, de 17 de dezembro de 2014» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 24 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 12 de julho de 2022 
  5. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  6. Costa, Moara Rodrigues (2018). Caracterização e dinâmica evolutiva do satelitoma de Dichotomius schiffleti (Coleoptera: Scarabaeidae) e mapeamento cromossômico de DNAsat em espécies do grupo D. sericeus. Recife: Departamento de Genética do Centro de Biociências da Universidade Federal de Pernambuco. p. 24-26