Djalma Bom

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Djalma Bom
Djalma Bom
Deputado Federal por São Paulo
Período 1 de fevereiro de 1983
a 31 de janeiro de 1987
Deputado Estadual de São Paulo
Período
  • 1ª - 1995 a 1999
  • 2ª - 1999 a 2003
Vice-prefeito de São Bernardo do Campo
Período 1 de janeiro de 1989
a 31 de dezembro de 1992
Antecessor(a) Walter José Demarchi
Sucessor(a) Antônio Tito Costa
Dados pessoais
Nome completo Djalma de Souza Bom
Nascimento 29 de março de 1929 (95 anos)
Medinas, Minas Gerais
Nacionalidade brasileiro
Partido PT (1983-presente)
Profissão metalúrgico

Djalma de Souza Bom (Medina, 29 de março de 1929) é um sindicalista e político brasileiro. Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (do qual foi presidente estadual da sigla em São Paulo), Djalma Bom foi deputado estadual[1], federal[2] e vice-prefeito de São Bernardo do Campo.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Nascido em Minas Gerais, Djalma de Souza Bom migrou com sua família para São Bernardo do Campo no final dos anos 1940. Ali, formou-se operário em um curso profissionalizante e ingressou na recém-aberta unidade da Mercedes-Benz. Após exercer diversas funções na fábrica, foi promovido a inspetor de qualidade na seção de blocos de motores.[4]

Sindicalismo[editar | editar código-fonte]

Djalma Bom ingressou no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em 1963, tornando-se ativo naquela organização apenas no início dos anos 1970, quando concluiu seus estudos em uma turma de educação para adultos promovida pelo sindicato.[4] Em 1975 foi eleito tesoureiro do sindicato na gestão de Luiz Inácio da Silva (Lula) [4] e participou da organização das Greves de 1978-1980 no ABC Paulista[5], tendo sido o negociador do acordo de reajuste salarial entre a Mercedes-Benz e o sindicato.[6][7]

Cláudio Roberto, Djalma Bom e Devanir Ribeiro representaram o sindicato no congresso mundial da Federação Internacional dos Trabalhadores Metalúrgicos onde denunciaram a repressão das indústrias ao movimento sindical no ABC Paulista.[8]

Posteriormente, em julho de 1979, durante um ato das greves ocorridas no ABC, chefes de seção da Termomecanica São Paulo agrediram diante da imprensa os diretores do Sindicato dos Metalúrgicos Djalma Bom, Expedito Soares Batista, Manoel Anísio e Severino Soares Batista.[9] Por sua participação nas greves, foi detido pela primeira vez em 1980 pelo Departamento de Ordem Política e Social.[10]

Por sua atuação sindical, foi enquadrado pela Ditadura militar brasileira na Lei de Segurança Nacional junto a outros doze dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (incluindo Lula), presidente do sindicato) e condenado a três anos e seis meses de prisão.[11]

Política[editar | editar código-fonte]

Após a promulgação da Lei da Anistia e da reabertura política, dirigentes sindicais do ABC participaram das discussões com políticos, intelectuais, artistas e católicos do movimento de Teologia da Libertação para a fundação de um partido político que os representasse na política brasileira. Em 10 de fevereiro de 1980 foi fundado o Partido dos Trabalhadores (PT).[12] Um dos fundadores do novo partido, Djalma Bom juntou-se a Devanir Ribeiro na coordenação e montagem do diretório paulista do PT.[13]

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Referências

  1. «Djalma Bom». Assembléia Legislativa de São Paulo. Consultado em 13 de março de 2022 
  2. «Djalma Bom». Câmara dos Deputados do Brasil. Consultado em 13 de março de 2022 
  3. Luís Otávio de Souza e Marcelo Costa. «Djalma de Souza Bom». Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 13 de março de 2022 
  4. a b c José Nêumanne Pinto, Maria Inês Caravaggio e Edson Motta (15 de fevereiro de 1980). «A consciência da atividade sindical». Jornal do Brasil, ano LXXXIX, edição 311, Caderno B, página 5/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 13 de março de 2022 
  5. «Oito oradores dão força para a greve». Jornal do Brasil ,ano LXXXIX, edição 340, página 16/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 17 de março de 1980. Consultado em 13 de março de 2022 
  6. «Operários exercem pressão para ser readmitidos». Diário de Pernambuco, ano 154, edição 98, página 18/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 11 de abril de 1979. Consultado em 13 de março de 2022 
  7. «Ford não negocia e TRT julga greves hoje em São Paulo:Acordo na Mercedes». Jornal do Brasil, ano LXXXVIII, edição 40, página 21/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 18 de maio de 1978. Consultado em 13 de março de 2022 
  8. «A Alemanha descobre São Bernardo». Movimento, edição 209, página 13/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 7 de julho de 1979. Consultado em 13 de março de 2022 
  9. «Líderes sindicais e operários apanham». Tribuna da Imprensa, ano XXIX, edição 9112, página 9/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 18 de julho de 1979. Consultado em 13 de março de 2022 
  10. Lia Ribeiro Dias (25 de maio de 1980). «As mulheresse revelam no ABC: "Nem sabia onde era o DOPS"». Movimento, edição 255, página 14/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 13 de março de 2022 
  11. «3 anos e meio para Lula». A Tribuna (Santos), ano LIIIVII, edição 336, página 3/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 26 de fevereiro de 1981. Consultado em 25 de junho de 2022 
  12. «Divergências na fundação do PT». Movimento, edição 242, página 8/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 24 de fevereiro de 1980. Consultado em 13 de março de 2022 
  13. Margaret E. Keck (2010). «PT - A lógica da diferença» (PDF). Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, páginas 148 e 213/ ISBN: 978-85-7982-029-8. Consultado em 13 de março de 2022