François Silvestre

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François Silvestre
Nascimento Portalegre
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação escritor, romancista

François Silvestre de Alencar (Portalegre, 17 de março de 1947) é um escritor brasileiro. Formado em Direito, foi também jornalista, repórter, professor e líder estudantil. Participou ativamente da militância política nos anos de chumbo. Sua obra é composta por romances, poesias, crônicas, contos e ensaios.

Sobre ele, escreveu o jornalista Aílton Medeiros[1]:

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Silvestre Gomes de Souza e Mariana Suassuna de Alencar, François nasceu na Fazenda Cajuais, no sopé da Serra do Martins, interior do Rio Grande do Norte. A infância foi passada entre a terra natal e o sítio da Lagoa Nova que pertencia ao seu tio e pai adotivo, o padre Alexandrino Suassuna de Alencar. Entre seus oito e dez anos de idade, duas mortes o marcaram: a do padre e de seu pai, assassinado por questões políticas.[2] O curso primário foi feito no Grupo Escolar Almino Afonso, em Martins, e o secundário no Colégio Diocesano Seridoense, em Caicó. Já em Natal, François Silvestre faz o colegial no Instituto Padre Miguelino e o curso superior na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Trajetória Política[editar | editar código-fonte]

Durante o período da faculdade – que duraria 10 anos, entre aulas, prisões e clandestinidade – François Silvestre inicia sua trajetória de líder estudantil e militante político de esquerda. Foi diretor cultural da Casa do Estudante de Natal, preso diversas vezes acusado de subversão, e durante todo o ano de 1974 esteve preso na Colônia Penal João Chaves condenado pela Auditoria Militar do Recife.

De formação marxista, filiou-se ao PCR (Partido Comunista Revolucionário) e esteve por longos períodos na cladestinidade sob o pseudônimo de Paulo. Está inscrito no BNM 420 do Projeto Brasil Nunca Mais - Perfil dos Atingidos.[3] Em 1982 foi candidato a deputado federal e em 1986 a deputado estadual, ambas as candidaturas sem sucesso.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Foi repórter da Tribuna do Norte (Natal), chefe de redação do Boletim Cambial (sucursal de São Paulo), colaborador da Revista Visão (São Paulo), articulista do jornal Dois Pontos (Natal) e fundador da Gazeta do Braz (São Paulo) em parceria com Marília Krieger Borges. Atuou na advocacia criminal no Fórum do Rio Grande do Norte e no Fórum Clóvis Beviláqua (São Paulo); e na advocacia civil no Fórum João Mendes (São Paulo). Estreou na literatura em 1979 com o livro de poemas Luz da Noite ao Vento Norte. No começo da década seguinte publica um livro de contos, Rio de Sangue (1981), e a novela Dormentes – A Serra da Festa Encantada (1983). Em 1985 foi Secretário de Cultura de Natal. Durante a década de 1990 publicou poemas e artigos no Diário de Natal e no Poty, e crônicas no Jornal de Hoje (Natal). Algumas delas podem ser encontradas na coletânea O Mel de Benquerê (2003).

Em 1999 publica o Dicionário Político do Rio Grande do Norte e em 2002 o aclamado romance A Pátria não é Ninguém, sucesso de crítica. Em 2003 assume a presidência da Fundação José Augusto (autarquia do governo do Estado do RN) e institui o mais arrojado projeto de gerência cultural da história da instituição. Foi o idealizador do programa Casas de Cultura (que consolidou o projeto de interiorização das ações culturais pelo estado) e fundador da Revista Preá, referência de publicação cultural: “A mais bem feita e criativa revista da história do jornalismo do Estado” (Ney Leandro de Castro).[4]

Em 2008 publica As alças de Agave,[5] um livro de difícil definição literária, mas que se aproxima da memória e da crônica. A obra culmina com um ‘Manifesto Neoanarquista’ que expõe o pensamento político atual do escritor e parte da premissa de que “nenhuma ideologia sobreviveu ao exercício do poder”.[6] Em 2009, mais um romance: Remanso da Piracema. E, no ano seguinte, estréia na seara da novela policial com Esmeralda – crime no santuário do Lima (2010).

As obras de ficção de François revelam uma identidade literária instigante, de ritmo intenso e devorador, sinestesicamente carregada de cor e de música, que submete o leitor à escravidão voraz da curiosidade. Roteiros cinematográficos por excelência.

Em 2009, o poeta espanhol Alfredo Pérez Alencart, catedrático de Salamanca, conheceu a obra de Silvestre e escreveu em sua homenagem o livro de poemas Aquí hago justicia (2010).[7]

Atualmente François Silvestre vem trabalhando num projeto historiográfico sobre as Repúblicas do Brasil, na peça de teatro O Roubo do Fole, e no segundo volume de A Pátria não é Ninguém. É Procurador do Estado do Rio Grande do Norte, comanda a coluna Plural aos domingos no Novo Jornal (Natal) e tem um blog no Portal no Ar.

Obra[editar | editar código-fonte]

  • Luz da Noite ao Vento Norte (1979).
  • Rio de Sangue (1981).
  • Dormentes – A Serra da Festa Encantada (1983).
  • Dicionário Político do Rio Grande do Norte (1999).
  • A Pátria não é Ninguém (2002).
  • O Mel de Benquerê (2003).
  • As alças de Agave (2008).
  • Remanso da Piracema (2009).
  • Esmeralda – crime no santuário do Lima (2010).

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. http://www.ailtonmedeiros.com.br/quem-e-francois-silvestre/2009/06/22/
  2. BRASIL, Assis. A Poesia Norte-Rio-Grandense no Século XX. Rio de Janeiro: Imago, 1998, p. 203
  3. Mitra Arquidiocesana de São Paulo. Perfil dos Atingidos - Projeto Brasil Nunca Mais. Rio de Janeiro: Vozes, 1987, p. 201
  4. http://www.tribunadonorte.com.br/print.php?not_id=28300
  5. http://www.nominuto.com/vida/cultura/francois-silvestre-lanca-suas-memorias-em-as-alcas-de-agave/12504/
  6. ALENCAR, François Silvestre de. As Alças de Agave. Natal: Sebo Vermelho, 2008.
  7. http://diariodotempo.com.br/2011/02/francois-silvestre-e-noticia-na-espanha/
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