Galeria Wildenstein

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Fachada da antiga sede da Galeria Wildenstein, na Quinta Avenida de Nova Iorque, em 1907.

A Galeria Wildenstein, oficialmente denominada Wildenstein & Company, é uma tradicional galeria de arte privada, fundada em Paris por Nathan Wildenstein em meados do século XIX e administrada por sua família desde então. Sua sede hoje se encontra em Nova Iorque, possuindo ainda uma filial em Tóquio e um instituto de pesquisas na capital francesa.[1] O Instituto Wildenstein, criado por Georges, filho de Nathan, mantém uma das maiores bibliotecas de referência em história da arte do mundo.[2] A galeria também administra a PaceWildenstein, voltada exclusivamente à arte contemporânea.

Histórico[editar | editar código-fonte]

A Galeria Wildenstein foi fundada em Paris durante a década de 1870 pelo empresário judeu alsaciano Nathan Wildenstein, reunindo pinturas, esculturas e desenhos franceses dos séculos XVIII e XIX, e obras mais antigas de mestres italianos, holandeses, flamengos e espanhóis. Na virada do século, a galeria já era uma das mais proeminentes da capital francesa. Apesar disso, Wildenstein considerava que o emergente mercado norte-americano era mais promissor. Associou-se aos marchands Ernest e René Gimpel, com os quais abriu a Gimpel & Wildenstein em Nova Iorque, em 1903. Trinta anos depois, a galeria mudou-se da Quinta Avenida para um edifício encomendado ao arquiteto Horace Trumbauer, que lhe serve de sede até hoje.[1] Em 1925, a galeria abriu uma filial em Londres e, em 1929, outra em Buenos Aires.[3]

Com a morte de Nathan em 1934, seu filho, Georges Wildenstein, assumiu o controle da galeria. Como seu pai, Georges era conhecido pela grande habilidade nos negócios, mas também era fortemente devotado ao estudo da história da arte e à pesquisa acadêmica. Agregou um grande lote de obras do Impressionismo ao acervo da galeria e foi representante comercial de Pablo Picasso. Também logrou reuniur uma expressiva biblioteca de referência e uma vasta fototeca, hoje pertencentes ao Instituto Wildenstein, uma organização sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento de estudos e pesquisas em história da arte. Georges dirigiu a Gazette des Beaux-Arts e publicou inúmeros trabalhos relacionados à arte francesa do século XIX.[1][2] Foi postumamente homenageado dando seu nome à pinacoteca do Museu de Arte de São Paulo, a quem repassou inúmeras obras em condições especiais de pagamento.[4]

Daniel Wildenstein assumiu a direção da galeria após a morte do pai, em 1963. Como Georges, Daniel também se dedicou ao estudo da história da arte, especializando-se em pintura do Impressionismo e escreveu catálogos raisonée e obras de referência neste campo. Foi também redator da Gazette des Beaux-Arts e membro do Institut de France. No comando da galeria, abriu uma filial da Wildenstein em Tóquio, e buscou diversificar o acervo. Em 1993, estabeleceu um empreendimento conjunto com a Pace Gallery, uma das principais galerias de arte voltadas à produção contemporânea norte-americana, criando a PaceWildenstein.[1]

Em 1995, o jornalista porto-riquenho Hector Feliciano publicou The Lost Museum: The Nazi Conspiracy to Steal the World's Greatest Works of Art ("o museu perdido: a conspiração nazista para roubar as maiores obras-primas do mundo"), em que acusa o antigo diretor da galeria, Georges Wildenstein, de recepcionar e revender obras pilhadas durante a ocupação nazista na França.[5] Em 2001, a Wildenstein foi formalmente acusada de vender oito manuscritos dos séculos XV, XVI e XVII que não pertenceriam à galeria, mas a um colecionador judeu.[6]

Obras comercializadas[editar | editar código-fonte]

Ao longo do século XX, a Wildenstein converteu-se em uma das maiores e mais bem sucedidas galerias de arte do mundo, vendendo ou revendendo a um grande número de museus, instituições e colecionadores particulares dos Estados Unidos, Europa, Japão e América do Sul uma expressiva quantia de obras-primas universais. As boas relações mantidas pelos titulares da família Wildenstein no mercado internacional de arte ajudaram a galeria a conquistar clientes de peso, como Calouste Gulbenkian, Edmond de Rothschild, John Pierpont Morgan, Assis Chateaubriand, Henry Ford II e Jean Paul Getty, entre outros.[1] Abaixo, uma seleção de obras-primas comercializadas pela Wildenstein.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e «Gallery History». Wildenstein & Co. Consultado em 2 de novembro de 2009. Arquivado do original em 18 de julho de 2011 
  2. a b «Wildenstein, Georges». Dictionary of Art Historians. Consultado em 7 de junho de 2009. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2008 
  3. Smith, Alex Duval. «Billionaire family feud may unveil hidden Masters». The Guardian. Consultado em 2 de novembro de 2009 
  4. Bardi, P.M., 1992, pp. 19-23.
  5. Riding, Alan. «French Close Case on Art Dealer and Nazis». The New York Times. Consultado em 2 de novembro de 2009 
  6. «Art dealer Wildenstein dies». The New York Times. Consultado em 2 de novembro de 2009 
  7. «Important Museum Sales». Wildenstein & Co. Consultado em 2 de novembro de 2009. Arquivado do original em 18 de julho de 2011 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bardi, Pietro Maria (1992). História do MASP. São Paulo: Instituto Quadrante 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]