Hank Levine

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Hank Levine
Hank Levine
Nascimento Hans-Werner Maria Levy
29 de junho de 1965
Bona
Cidadania Alemanha
Alma mater
Ocupação diretor de cinema, roteirista

Hank Levine, ou Hank Levy, nascido como Hans-Werner Maria Stumpf (Bonn, 29 de junho de 1965) é um alemão fotógrafo, DJ, produtor, diretor e autor de documentários e longas-metragens.

Hank Levine

Vida e trabalho[editar | editar código-fonte]

Hank Levine passou os primeiros anos da sua vida na cidade de Hennef (Sieg). Quando tinha 11 anos, seu o pai cometeu suicídio. Um importante mentor na vida de Hank foi Otto Bodnar Büchler, um amigo da família com raízes húngaras e judaicas, que encontrou refúgio na Alemanha Ocidental em 1956. Ele era editor e jornalista da revista de ciências políticas Komet[1], com sede em Düsseldorf.

Hank viveu com os avós durante vários anos, em 1985 concluiu o ensino secundário e estudou Direito em Marburg durante alguns semestres. Em 1988, transferiu seu curso para Ciências Econômicas em Bonn e, a partir de 1990, na Freien Universität Berlin, concluindo seu mestrado como economista com foco em Jornalismo e Indústria Cinematográfica Européia.

Ainda estudante, começou a rodar curtas-metragens experimentais e  trabalhou como ator em Teatros-Off (por exemplo, ACUD) em Berlim. Nessa altura, actuou pela primeira vez com o nome artístico "Hank Levine".

Em 1994, frequentou cursos de Publicidade e Produção de longas-metragens no Programa de Extensão da UCLA em Los Angeles. Entre 1996 e 1999, viveu em Nova York para filmar o documentário War Zone. Em 1999, converteu-se ao judaísmo. Em 2000 foi para o Brasil e casou-se com a produtora Andrea Barata Ribeiro, com quem tem duas filhas.

De 2000 a 2012 viveu no Brasil, trabalhando com diretores como Fernando Meirelles, com quem produziu e co-produziu documentários indicados ao Óscar, como Lixo Extraordinário e longa-metragens, como Cidade de Deus, e para sua produtora o2filmes criou um Departamento Internacional em 2002, que dirigiu até 2009. De 2008 a 2011 foi sócio da produtora Ginga Eleven Filmes, também em São Paulo.

Em 1995, Levine fundou sua produtora alemã Hank Levine Film GmbH( desde 2019 Hank Levine Film & Music GmbH (HLFM))[2], que produziu seus maiores sucessos audiovisuais, inclusive as trilhas sonoras e remixes de Cidade de Deus, desde 2018 disponíveis em plataforma digital, e também é a dona dos direitos de desenvolvimento do musical Cidade de Deus, adaptação do filme para os teatros. Atualmente vive com a sua esposa Paola Barbieri Pasquali na Espanha.

Foco artístico[editar | editar código-fonte]

Os documentários e longas-metragens de Levine focam em questões contemporâneas, como conflitos ambientais, sociopolíticos e sociais[3].

Em 1998 obteve pela primeira vez sucesso internacional como produtor com o documentário War Zone, dirigido por Maggie Hadleigh-West. Produzido ao longo de vários anos, o filme documenta agressões sexuais contra mulheres nas ruas de metrópoles americanas como Nova York e São Francisco[4]. Este documentário teve sua estréia mundial na Berlinale 1998 (seção Fórum)[5].

O sucesso internacional do filme Cidade de Deus (2003), com quatro nominações ao Óscar e mais de 40 premiações[6], foi seguido pelos documentários Ginga - A alma do futebol brasileiro (2005) e Lixo Extraordinário (2010), este último também com indicação ao Oscar de melhor documentário[7]. No mesmo ano, paralelo com a produtora Ginga Eleven, Hank Levine produziu o longa de ficcão Rosa Morena (2010), dirigido por Carlos Augusto de Oliveira, que recebeu o Prêmio Itamaraty de Melhor Filme do Brasil[8].

Para a direção de seu primeiro documentário Abandonados (2011), Hank acompanhou durante quatro anos a meninos de rua e registrou as tragédias diárias vividas pelos menores abandonados tentando sobreviver pelas ruas de São Paulo. O documentário Barcelona o Barsakh (2011) mostra um grupo de senegaleses que tentam atravessar o mar Mediterrâneo em botes e chegar na costa da Espanha[9].

Outro documentário Exodus, de onde eu vim não existe mais, com narração de Wagner Moura, foi  concluído em 2017 e também trata de questões de migração e refúgio, mas aqui a nível global com personagens de cinco continentes[10]. Hank Levine conta histórias de novos começos e grandes mudanças vitais e existenciais.

Em 2019 Hank completou o documentário Dialogue Earth, a biografia da artista Ulrike Arnold e o processo de criação da obra "One World Painting", que é uma monumental pintura de dupla face e foi pintada com terra de todos os continentes[11]. Este trabalho representa um grande ponto de exclamação e nos faz refletir sobre o problema ambiental global[12].

Filmografia (Seleção)[editar | editar código-fonte]

Como produtor[editar | editar código-fonte]

  • 1995: Ocean Blue, curta-metragem.
  • 1998: The Original Sin, curta-metragem.
  • 1998: War Zone, documentário.
  • 1999: Hidden Agenda (co-produtor executivo).
  • 2000: Waterproof.
  • 2000: Deus Jr. (co-produtor).
  • 2001: Dog Days.
  • 2001: Xeretas (co-produtor).
  • 2002: Cidade de Deus (co-produtor).
  • 2005: Ginga - A alma do futebol brasileiro, documentário.
  • 2010: Pesadelo, curta-metragem.
  • 2010: Rosa Morena, longa-metragem de ficção.
  • 2010: Futebol Brasileiro, documentário.
  • 2010: Lixo Extraordinário, documentário.
  • 2011: Abandonados, documentário.
  • 2011: Independent Lens, documentário.
  • 2011: Barcelona or Barsakh, documentário.
  • 2012: DES, curta-metragem.
  • 2014: Praia do Futuro.
  • 2017: Exodus - de onde eu vim não existe mais, documentário.
  • 2019: Dialogue Earth, documentário.

Como diretor[editar | editar código-fonte]

  • 1993: The Flying Dutchmen
  • 2003: Batucada Remix
  • 2004: DJ Mau Mau: Space Funk
  • 2005: Ginga - A alma do futebol brasileiro
  • 2010: Pesadelo
  • 2011: Abandonados
  • 2011: Barcelona or Barsakh
  • 2017: Exodus - de onde eu vim não existe mais
  • 2019: Dialogue Earth

Referências[editar | editar código-fonte]