Hans Rohrbach

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Hans Rohrbach
Nascimento Hans Joachim Albert Rohrbach
27 de fevereiro de 1903
Berlim
Morte 19 de dezembro de 1993 (90 anos)
Bischofsheim an der Rhön
Sepultamento Hauptfriedhof Mainz
Cidadania Alemanha
Progenitores
  • Paul Rohrbach
Alma mater
  • Universidade de Frederico-Guilherme
  • Johann-Peter-Hebel-Grundschule
Ocupação matemático, professor universitário
Prêmios
  • Cruz da Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha (1974)
  • Order of Merit of Rhineland-Palatinate (1983)
Empregador(a) Universidade Carolina, Universidade de Frederico-Guilherme, Universidade de Göttingen, Universidade de Mainz

Hans Rohrbach (Berlim, 27 de fevereiro de 1903Bischofsheim an der Rhön, 19 de dezembro de 1993) foi um matemático alemão.[1] Trabalhou como algebrista e teórico dos números e mais tarde trabalhou como criptoanalista no Pers Z S, o escritório de cifras do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial. Ficou conhecido como a pessoa que quebrou a cifra O-2 diplomática dos Estados Unidos, uma variante da cifra de tira M-138-A durante 1943.[2] Rohrbach escreveu um relatório sobre a quebra da cifra de tira quando foi capturado na TICOM (Target Intelligence Committee), o esforço aliado para cercar e apreender pessoas e materiais da inteligência alemã.[3]

Formação e trabalho[editar | editar código-fonte]

Hans Rohrbach era filho do jornalista Paul Rohrbach e de sua mulher Clara (nascida Müller), que se casaram em Berlim em 1897. Sempre houve confusão em torno do nome de Rohrbach; uma fonte fornece seu nome completo como Hans Joachim Albert Rohrbach, enquanto o matemático Bernhard Neumann acreditava que seu nome completo era Hans Wolfgang Rohrbach, e tinha certeza de que sua inicial do meio era 'W'.

Rohrbach entrou no ginásio (escola) em Friedenau, Berlim, no outono de 1909, e permaneceu lá até o outono de 1917. Entrou então entrou no Fichte Gymnasium em Wilmersdorf. Depois de ter passado com sucesso no exame final da escola em 1921, entrou na Universidade de Berlim, onde estudou matemática, física e filosofia por dois anos. Em 1923, como chefe da organização estudantil Mathematisch-Physikalische Arbeitsgemeinschaft (Grupo de Trabalho de Matemática e Física) de Berlim, foi com seu pai para os Estados Unidos. A visita, que Rohrbach chamou de sua visita de propaganda, foi um tour pelas universidades para arrecadar dinheiro para estudantes empobrecidos de Berlim. A economia da Alemanha, que passava por um período de hiperinflação, tornava a vida extremamente difícil para os estudantes, que tinham que trabalhar para complementar sua renda.

No outono de 1924 Rohrbach retomou seus estudos na Universidade de Berlim e estudou lá até 1929. No final da década de 1920 começou a trabalhar em sua tese de doutorado, intituladaDie Charaktere der binären Kongruenzgruppen mod p2, orientado por Issai Schur.[4] Ele a defendeu e concluiu seu doutorado em 25 de julho de 1932.[1]

Enquanto estudava na Universidade de Berlim, Rohrbach conheceu a colega Rose Gadebusch (nascida em 1905),[1] que estudou matemática a partir de 1925. Gadebusch teve um papel importante na Mathematisch-Physikalische Arbeitsgemeinschaft. Após a formatura ela assumiu um cargo no Ginásio Feminino. Rohrbach casou com ela por volta de 1932.[1]

Em 1936 Rohrbach foi nomeado assistente sênior na Universidade de Göttingen, onde obteve em 1937 a habilitação com um artigo intitulado Ein Beitrag zur additiven Zahlentheorie nebst einer Anwendung auf eine Gruppentheoretische Frage.[5]

Em 1 de abril de 1938 foi nomeado assistente sênior do Instituto de Matemática da Universidade Carolina. Em 1941 foi promovido a professor extraordinário e em 1942 tornou-se professor ordinário, e também atuou como Diretor do Instituto de Matemática.[1][6]

Rohrbach era membro do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães e da SA (a ala paramilitar original do partido, posteriormente substituída pela SS), mas não foi considerado totalmente confiável devido à sua amizade com colegas judeus.[7]

Após o fim da guerra Rohrbach não teve permissão para lecionar por uma série de razões. No entanto, foi nomeado professor visitante no Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade de Mainz, 1946–1951. De 1951 a 1957 foi professor extraordinário na Faculdade de Ciências de Mainz e, mais tarde, decano da Faculdade de Ciências Naturais de 1954–1958. Foi então professor associado no Departamento de Matemática entre 1957 e 1969. Enquanto desempenhava todas essas funções, foi nomeado diretor do Departamento de Matemática de Mainz, cargo que ocupou de 1958 a 1970.[5]

Entre 24 de novembro de 1966 e 1967 foi Reitor da Universidade de Mainz.[5] Entre julho de 1967 - 1977 foi diretor do centro consultivo para questões da vida estudantil na Universidade de Mainz. Também foi editor do Journal für die reine und angewandte Mathematik no período 1952–1977, auxiliando Helmut Hasse.[1]

Sepultura de Rohrback no Hauptfriedhof Mainz

Publicações[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e f John J. O’Connor, Edmund F. RobertsonHans Rohrbach. In: MacTutor History of Mathematics archive.
  2. «Volume 6- Foreign Office Cryptanalytic Section» (PDF). NSA. p. 55. Consultado em 31 de dezembro de 2021 
  3. «I-89 Report by Dr H. Rohrbach on Pers. ZS on American Strip Cypher [0–2 Cypher](PDF)». Google Drive. 6 de agosto de 1945. p. 1. Consultado em 31 de dezembro de 2021 
  4. Hans Rohrbach (em inglês) no Mathematics Genealogy Project
  5. a b c «Hans Rohrbach». Verzeichnis der Professorinnen und Professoren der Universität Mainz 1946 – 1973 (Em inglês: Directory of Professors of the University of Mainz 1946 – 1973). Gutenberg Biographics, Johannes Gutenberg-Universität Mainz. Consultado em 31 de dezembro de 2021 
  6. Sanford L. Segal (23 de novembro de 2014). Mathematicians under the Nazis. [S.l.]: Princeton University Press. p. 470. ISBN 978-1-4008-6538-3 
  7. Brüning, Jochen; Ferus, Dirk; Siegmund-Schultze, Reinhard (1998), Terror and exile: persecution and expulsion of mathematicians from Berlin between 1933 and 1945 (An Exhibition on the Occasion of the International Congress of Mathematicians, Technische Universität Berlin, August 19 to 27, 1998), Berlin: Deutsche Mathematiker-Vereinigung, p. 45