Hybodus acutus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaHybodus acutus
Ocorrência: 160–145 Ma

Jurassico Superior

'Hybodus acutus (holótipo)'
'Hybodus acutus (holótipo)'
Estado de conservação
Extinta
Extinta
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Chondrichthyes
Subclasse: Elasmobranchii
Superordem: Selachimorpha
Ordem: Hybodontiformes
Superfamília: Hybodontoidea
Família: Hybodontidae
Gênero: Hybodus
Agassiz, 1837
Espécie: acutus[nota 1]
Nome binomial
Hybodus acutus
Agassiz, 1837[nota 2]

A espécie Hybodus acutus [nota 1]foi originalmente erigida por Louis Agassiz a partir de um único fragmento de espinho dorsal pertencente, ao tempo, à colecção de Sir Phil. Egerton. O espécime foi recolhido nas argilas do Jurássico Superior de Kimmeridge, mais precisamente na colina de Shotover, perto de Oxford.

Caracterização e diagnose[editar | editar código-fonte]

Reprodução da gravura original do holótipo publicada em 1837[nota 2] incluindo o texto com a sua diagnose.

Segundo o autor, este fragmento de espinho tem forma um pouco comprimida em corte de secção, arestas bem salientes, isto para além dos distintos dentículos comprimidos no seu bordo posterior, os quais são arqueados e dispostos em duas fileiras que de tão aproximadas se confundem em vista lateral, os dentículos aparentam estar bastante mais juntos do que estão na verdade sendo o intervalo existente entre dois dentículos da mesma fileira correspondente à largura da base de cada um vezes três.[2]

O espécime sujeito a estudo fazia parte, aquando a sua publicação, do catálogo[3][4] da colecção de Lord Cole e Sir Philip Grey Egerton, sendo este Membro da prestigiada Royal Sociaty(MRS). Posteriormente esta colecção foi transferida para o British Museum of Natural History.


Espinhos com estas características foram também reportados, mas não figurados, no Jurássico superior de França em Buolonnais por H.E.Sauvage,[5] que os associou a dentes encontrados no mesmo local, estes não ilustrados, referindo-se a estes e no que toca aos das fileiras anteriores da boca ,como tendo uma cúspide central elevada, com estrias na base que quase atingem o seu ápice, já nos dentes posteriores assinal a presença de cúspides acessórias e até de uma "anterior", afirmando que a cúspide central seria menos esquia e mais romba.[6] Este mesmo autor refere no virar do século, mas agora no Jurássico superior de Fumel (Lot-et-Garonne), um espinho que atribuiu a Hybodus acutus, limitando-se a assinalar inicialmente a sua presença, [7] mas que num trabalho posterior, e voltando a esta ocorrência, o descreveu com maior detalhe, isto além de atribuir à mesma espécie dentes achados em associação que também caracterizou e ilustrou[8] Ainda em França Gustave Lennier, descreveu três outros exemplares recolhidos no Cap de la Héve (Le Havre) localidade Bléville. [9] Já na Alemanha, e ainda no sec.XIX, Karl Frikle descreveu e ilustrou um espinho dorsal de 15,5 cm do jurássico superior de Hannover que atribuiu a esta mesma espécie. [10]

Localização de ocorrências[editar | editar código-fonte]

Hybodus acutus tem uma distribuição restrita à Europa e aparentemente unicamente ao Período/Época Jurássico Superior

Período/Época Formação Localidade País Continente
Jurássico Superior Kimmeridge clay Kimmeridge  Inglaterra Europa
?Formation Fumel  França Europa
?Formation Boulonnais  França Europa
?Formation Bléville  França Europa
?Formation Hannover  Alemanha Europa
Geolocalização ocorrências de Hybodus acutus

Espécimes em Instituições[editar | editar código-fonte]

British Museum of Natural History e Museum national d'Histoire naturelle of France:

PV P 489

PV P 2157

PV P 2157a

PV P 6157a

PV P 6157d

PV OR 41400

PV OR 40460

PV OR 46461

F.JRE70

Status[editar | editar código-fonte]

A esta data e apesar da descrição estar unicamente apoiada em material escasso e fragmentário, sendo muito raramente citado na literatura mais actual, esta espécie é ainda considerada válida, aguardando-se no entanto uma profunda revisão de todo o género Hybodus que neste momento engloba inúmeras espécies nestas mesmas condições. [13] O espécime holótipo encontra-se actualmente no Natural History Museum, como o n.º de catálogo BM(NH) PVP 489 (Egerton Coll.). Mais recentemente, um exemplar assignado à mesma espécie, BM(NH) P6157, foi alvo de estudo comparativo, Rieppel (1982),[12] de secções transversais com outros espinhos de diversos outros géneros portadores de espinhos dorsais. Maisey(1978),[11] também estudou o espécime BM(NH) P41400 no seu trabalho sobre o crescimento e forma do espinhos dorsais dos Hibodontiformes

Notas

  1. a b do Latim acutus, "Agudo, aguçado"
  2. a b Na verdade o ano de baptismo desta espécie, tal como em outras na obra “Poissons Fossiles” de Louis Agassiz, não é claro, pois em Julho de 1936 foi publicada a prancha n.º 10 já com a ilustração da espécie assim como a sua citação no folheto provisório nº93 do mesmo ano, estes folhetos eram precários e seriam destruídos posteriormente aquando a publicação definitiva dos cadernos, o que aconteceu neste caso em Setembro 1937, em que a espécie é formalmente descrita.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Jeannet, Alph (1928). «Les poissons fossiles originaux conservés à l'institut de géologie de l'université de Neuchâtel». Bulletin de la Société Neuchâteloise des Sciences Naturelles. Band.52,p.102-124. 
  2. Agassiz,L. (1837–1844). «Recherches Sur Les Poissons Fossiles». 5 vols. Imprimerie de Petitpierre, Neuchâtel, 1420 pp. in T. III,(livr. 8-9),p.45, vol.3, tab.10, fig. 4-6 
  3. Egerton,P.G. (1837). «A systematic and stratigraphical catalogue of the fossil fish in the cabinets of Lord Cole and Sir Philip Grey Egerton». 1 vol. Printed By Richard and John E. Taylor: 1-24 , republicado mais tarde em Egerton (1841)
  4. Egerton,P.G. (1841). «A Catalogue of Fossil Fish inthe Collections of the Earl of Enniskillen,F.G.S., &c. and Sir Philip Grey Egerton, Bart., F.R.S., &c.». Annals of natural history. 7 (LII): 487-498 
  5. H.-E. Sauvage (1867). «Poissons fossiles des formations secondaires du Boulonnais». Mémoires de la Société Académique de l'Arrondissement de Boulogne–sur–Mer. 2: 53–152 
  6. H.-E. Sauvage (1901). «les poissons & Les reptiles du Jurassique Supérior do Boulonnais». Bulletin de la Société Géologique de Normandie. 21: 15-26 
  7. H.-E. Sauvage (1900). «Les Poissons et les Reptiles du Jurassique supérieur de Fumel (Lot-et-Garonne)». Bulletin de la Société Géologique de France, 3e série. 28: 471-511 
  8. a b H.-E. Sauvage (1902). «Recherches sur le Vertebrés du Kimméridgien de Fumel». Mémoires de la Société géologique de France. 25: 5-32 .
  9. Lennier,G. (1886). «Description des Fossiles do Cap de la Héve». Bulletin de la Société géologique de Normandie. 12: 31-41 
  10. a b Fricke, Karl (1876). «Die Fossilien aus den Oberen Juraschichten von Hannover». Palaeontographica. 22: 353-398 
  11. a b Maisey, G.J. (julho de 1978). «Growth and Form of finspines in Hybodont Sharks». Palaeontology. 21 (3): 657-666 
  12. a b Rieppel, O. (abril de 1982). «A new genus of shark from the Middle Triassic of Monte San Giorgio, Switzerland». Palaeontology. 25 (2): 399-412 
  13. Léa Leuzinger, Gilles Cuny, Evgeny Popov, Jean-Paul Billon-Bruyat (agosto de 2017). «A new chondrichthyan fauna from the Late Jurassic of the Swiss Jura (Kimmeridgian) dominated by hybodonts, chimaeroids and guitarfishes». Papers in Palaeontology. 3 (4): 471-511. doi:10.1002/spp2.1085