Igreja de Santa Maria do Castelo (Lourinhã)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Igreja do Castelo da Lourinhã
Igreja de Santa Maria do Castelo (Lourinhã)
Fachada principal da igreja
Nomes alternativos Igreja de Santa Maria; Antiga Igreja Paroquial da Lourinhã
Tipo
Estilo dominante Gótico
Início da construção século XIV
Restauro século XX
Função inicial Igreja paroquial
Proprietário atual Estado Português
Função atual Religiosa (igreja paroquial)
Religião Igreja Católica Romana
Diocese Arquidiocese de Lisboa
Património Nacional
Classificação  Monumento Nacional
Ano 1922
DGPC 70821
SIPA 6326
Geografia
País Portugal
Cidade Lourinhã
Coordenadas 39° 14' 35" N 9° 18' 56" O

A Igreja de Santa Maria do Castelo (ou Igreja do Castelo ou ainda Antiga Igreja Matriz da Lourinhã) situa-se na freguesia de Lourinhã e Atalaia, no município da Lourinhã, no litoral da região Oeste, encontrando-se a 63 km de Lisboa e a 2,9 km da orla costeira.

O edifício actual foi construído nos finais do século XIV, em estilo gótico. Foi classificada Monumento Nacional no dia de 29 de junho de 1922.[1]

História[editar | editar código-fonte]

A Lourinhã localiza-se na Estremadura, território retomado aos mouros por D. Afonso Henriques em 1147.[2] A vila foi doada pelo rei a D. Jordão, um cavaleiro francês que provavelmente havia tomado parte da Conquista de Lisboa. Em 1160, D. Jordão construiu um castelo e povoou a vila com cristãos, havendo também construído uma primeira igreja na povoação, em estilo românico e precursora da actual, da qual porém não restam vestígios.[2][1]

Quanto ao actual edifício da igreja, em estilo gótico, acredita-se que tenha sido levantado por D. Lourenço Vicente, arcebispo de Braga e natural da Lourinhã. Lourenço Vicente era amigo de D. João I e recebeu do rei o senhorio da vila em 1384. Assim, a igreja teria sido erigida entre esta data e 1397, ano da morte do donatário.[2][1]

A igreja foi muito alterada em finais do século XVII, quando as fachadas foram emparedadas com pedras retiradas do antigo Castelo da localidade. Também foi modificada a rosácea da fachada principal e o interior foi rebocado, causando a perda de algumas janelas góticas. Uma torre sineira foi construída na fachada lateral sul da igreja, substituindo uma anterior.[1] Entre 1931 e 1935 o edifício foi restaurado, liberando as fachadas góticas das paredes acrescentadas no século XVII. Foram também restaurados os portais, a rosácea e o reboco das paredes interiores foi retirado.[1]

Arquitetura e arte[editar | editar código-fonte]

Vista geral do interior, com os capitéis góticos esculpidos.

A Igreja de Santa Maria encontra-se numa posição elevada, próximo ao antigo castelo da Lourinhã. O edifício é um típico representante dos templos paroquiais portugueses dos séculos XIII e XIV, como a Igreja de Santo André de Mafra e a Igreja de Santa Maria de Sintra.[2] A planta é de três naves, com a central mais alta que as laterais e dotada de um clerestório. As naves estão separadas por arcos ogivais apoiados em colunas com capitéis esculpidos e estão cobertas por tectos de madeira. A abside possui uma capela-mor poligonal, com três janelões, coberta por uma abóbada pétrea de arcos ogivais com grossas nervuras, reforçada exteriormente por contrafortes.[1]

A fachada principal exibe um portal inserido em um alfiz saliente, dotado de cinco arquivoltas com arcos apontados. Os capitéis do portal mostram personagens e cenas do Antigo e do Novo Testamento, como anjos, a Crucifixão e as Santas Mulheres. A empena triangular da fachada possui uma rosácea rendilhada, semelhante a uma localizada no transepto da Sé de Évora.[1] Na fachada sul acha-se outro portal inserido em alfiz, de três arquivoltas com capitéis decorados com motivos vegetalistas e figuras humanas. No lado norte há outro portal gótico, mais simples.[1]

Do ponto de vista artístico, destacam-se os capitéis vegetalistas das oito colunas dos arcos das naves, todos diferentes entre si e de grande naturalismo, uma característica que se acentua ao longo do século XIV em Portugal.[2] Mário Chicó considerava que estes capitéis representavam a etapa de "maior perfeição" do naturalismo no gótico português.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h Igreja do Castelo da Lourinhã na base de dados SIPA
  2. a b c d e f Antiga Igreja matriz da Lourinhã na base de dados da DGPC
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Igreja de Santa Maria do Castelo (Lourinhã)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]