José Bento Ferreira de Almeida

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José Bento Ferreira de Almeida
José Bento Ferreira de Almeida
José Bento Ferreira de Almeida
Dados pessoais
Nascimento 7 de maio de 1847
Faro, Algarve
Morte 4 de setembro de 1902 (55 anos)
Livorno, Itália
Nacionalidade Portuguesa
Alma mater Universidade de Coimbra
Universidade de Paris
Ocupação Militar e político
Serviço militar
Serviço/ramo Marinha
Graduação Capitão de Mar e Guerra
Condecorações Medalha de Bons Serviços
Medalha de Comportamento Exemplar
Ordem de São Bento de Avis
Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo

José Bento Ferreira de Almeida MPBSMPCE (Faro, 7 de Maio de 1847 - Livorno, Itália, 4 de Setembro de 1902), foi um militar e político português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascimento e formação[editar | editar código-fonte]

Ferreira de Almeida nasceu na cidade de Faro, em 7 de Maio de 1847, filho de Manoel Joaquim d'Almeida.[1] Frequentou a Universidade de Coimbra, onde se formou em direito, e a Universidade de Paris, onde estudou direito internacional.[2]

Carreira militar e política[editar | editar código-fonte]

Iniciou a sua carreira militar em 20 de Maio de 1867, quando assentou praça como aspirante extraordinário na marinha.[3] Foi promovido a guarda marinha em 2 de Outubro[3] ou 23 de Outubro de 1869,[1] segundo tenente em 18 de Julho de 1873, primeiro tenente em 23 de Dezembro de 1879, capitão tenente em 7 de Junho de 1888, capitão de fragata em 26 de Junho de 1891, e a capitão de mar e guerra em 28 de Março de 1901.[3] Esteve ao comando das corvetas Duque de Palmela e Estephania, e do couraçado Vasco da Gama.[1] Também esteve no comando das escolas de alunos marinheiros no Algarve e no Porto, e foi imediato e instrutor na Escola Prática de Artilharia Naval.[1] Foi o fundador da Escola de Alunos Marinheiros do Sul, na cidade de Faro, no Algarve.[4] Destacou-se igualmente pelo seu comando da corveta Bartolomeu Dias, que fez uma arriscada viagem pelo Mediterrâneo para assistir à inauguração do Canal do Suez, em 1869.[3]

Entre Janeiro e Setembro de 1880 exerceu como governador de Moçâmedes, tendo sido louvado pelo governador de Angola.[1] Em 1880 escreveu a obra Mossamedes: Apreciações sobre as colonias portuguezas em geral e sua organisação politica - O districto de Mossamedes em special: colonos, serviçaes e indigenas; administração durante o periodo de 15 de janeiro a 16 de setembro de 1880.

Gravura de Ferreira de Almeida, publicada no jornal Diário Illustrado de 8 de Março de 1888.

Desempenhou um importante papel na política portuguesa, como parlamentar, deputado e ministro.[1] Foi deputado pelo círculo de Faro e Loulé,[2] tendo participado nas sessões legislativas entre 1884 e 1901 como par do reino, principalmente sobre as questões que envolviam a administração pública.[1] Ficou conhecido pelo seu temperamento exaltado para com os seus opositores políticos, tendo chegado a agredir o ministro da Marinha, Henrique de Macedo em plena câmara, em 1887.[1] Em resposta, o ministro ordenou que Ferreira de Almeida fosse preso, que foi depois conduzido ao navio Vasco da Gama.[1] Em 18 de Agosto daquele ano, a câmara alta condenou-o a quatro meses de prisão.[1] Devido a este incidente, Ferreira de Almeida abandonou o Partido Progressista e integrou-se no Partido Regenerador, como independente.[1] Em 10 de Junho de 1891 apresentou uma polémica proposta nas Cortes para vender as colónias portuguesas, excepto Angola e São Tomé e Príncipe, de forma a financiar o desenvolvimento do país e pagar a dívida externa.[4] Em 1895 foi nomeado como Ministro da marinha, durante o governo de Hintze Ribeiro.[1] Durante o seu mandato, Ferreira de Almeida conseguiu reorganizar de forma eficaz a administração da marinha,[1] tendo sido responsável pela abolição dos castigos corporais na armada.[4] Ainda em 1895, foi durante o seu mandato que foi feita a primeira expedição militar a África.[1]

Também fez serviços diplomáticos em vários países.[2] Participou igualmente em várias conferências, tendo sido uma das principais figuras de Faro na política monárquica.[2] Trabalhou igualmente como tradutor, tendo adaptado livros portugueses para vários idiomas.[2]

Foi iniciado na Maçonaria, com o nome simbólico de Kant e regularizado em 1892, tendo atingido o 7º Grau do Rito Francês.[5]

Falecimento[editar | editar código-fonte]

Ferreira de Almeida faleceu às 22 horas do dia 4 Setembro de 1902, em Livorno, na Itália,[3] onde estava a dirigir as obras de reconstrução do couraçado Vasco da Gama nos estaleiros Orlando.[1] A causa da morte foi carbúnculo, provocada por diabetes.[1]

Obelisco de homenagem a Ferreira de Almeida, em Faro.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Ferreira de Almeida foi homenageado com uma comenda nas ordens de São Bento de Avis e Nosso Senhor Jesus Cristo, e medalhas de prata de Bons Serviços e Comportamento Exemplar[3]

O nome de Ferreira de Almeida foi colocado na praça onde nasceu, na cidade de Faro.[2] O edificio onde nasceu foi classificado como de Interesse Público em 1977.[2]

Em 1910, foi inaugurado um obelisco em homenagem a Ferreira de Almeida, na cidade de Faro.[6]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p «Necrologia» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. O Occidente. Volume XXV (853). Lisboa. 10 de Setembro de 1902. p. 200. Consultado em 31 de Março de 2019 
  2. a b c d e f g «Praças» (PDF). Baseado na obra Estudo Toponímico do Concelho de Faro, de Conceição Pires. União das Freguesias de Faro. p. 3. 7 páginas. Consultado em 31 de Março de 2019 
  3. a b c d e f «Conselheiro Ferreira D'Almeida» (PDF). Biblioteca Nacional Digital. Diario Illustrado. Ano 31 (10599). Lisboa. 5 de Setembro de 1902. p. 1. Consultado em 31 de Março de 2019 
  4. a b c «José Bento Ferreira de Almeida (1847-1902)». Fundação Mário Soares. Consultado em 31 de Março de 2019 
  5. Oliveira Marques, A. H. de (1985). Dicionário de Maçonaria Portuguesa. Lisboa: Delta. p. 49 
  6. «"Obelisco de Faro" já está a ser restaurado». Sul Informação. 13 de Setembro de 2016. Consultado em 31 de Março de 2019 



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