Lolita Díaz Baliño

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Lolita Díaz Baliño
Lolita Díaz Baliño
Lolita Díaz Baliño, em 1929.
Nascimento María Dolores Díaz Baliño
6 de janeiro de 1905
Corunha, Galiza
Morte 3 de novembro de 1963 (58 anos)
Corunha, Galiza
Nacionalidade espanhola
Ocupação Pintora, professora

María Dolores Díaz Baliño (Corunha, 6 de janeiro de 1905 — Corunha, 3 de novembro de 1963), mais conhecida pelo hipocorístico Lolita Díaz Baliño, foi uma pintora e professora galega, primeira mulher membro da Real Academia Galega de Belas Artes, junto a Carmen Corredoyra.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Lolita Díaz Baliño era filha de Germán Díaz Teijeiro, funcionário público natural de Ortigueira[1], e de Camila Melitona Baliño López, natural de Ferrol. Seu primeiro contato com as artes não foi através da pintura, mas por meio da fotografia. Sua participação em um concurso organizado pela “Sociedad Fotográfica de la Coruña” foi condecorada com uma medalha de prata.[2][3] Em 1925, começou a colaborar com a edição 21 da revista Mariñana.[4] No entanto, esta colaboração foi casual, publicando somente alguns desenhos mais, repartidos entre os números 22 e 23 da publicação. Eram desenhos de influencia folclorista e que retratavam o universo feminino, apesar de contar com um reconhecível estilo comum com outros artistas de sua época.

Em 1926, participou coletivamente com a Exposição de Arte Galega, também como pintora[5]. A data inicialmente prevista para dar início ao evento era de 15 de julho de 1926.[6] No entanto, só aconteceu em 21 de julho, no Colégio de São Clemente, que em 1909 ja havia sido sede da seção arqueológica da Exposição Regional do mesmo ano. O evento aconteceu até 15 de agosto.

Sua paulatina aproximação com os movimentos regionalistas, apesar de sua educação e pensamento conservadores, materializou-se na participação em manifestações de homenagem ao coral “Cántigas de la Tierra”, que ocorreu no antigo Teatro Linares Rivas, na Corunha, em 3 de fevereiro de 1927. Pouco depois, o Cesuras encarregou-lhe a confecção de um pergaminho caligráfico para a visita do rei Afonso XIII, que aconteceu no mês de setembro daquele ano. Estes trabalhos foram motivo da crescente consideração publica em sua carreira artística.[7]

Em 30 de maio de 1929, o governo da província da Corunha concedeu-lhe uma pensão de pouco mais de 1.250 pesetas «para que pudesse aperfeiçoar seus estudos na pintura, em conformidade ao proposto pela Real Academia de Belas Artes da Corunha, cujo informe passou-se à solicitação da interessada».[8] Esta ajuda resultou decisiva para o desenvolvimento de sua carreira, com um reconhecimento de seu valor como artista pelo campo institucional.

Em 13 de fevereiro de 1938, ingressou como acadêmica da Real Academia Galega de Belas Artes de Nossa Senhora do Rosario, com o numero de ordem 102, sob a presidência do arquiteto Rafael González Villar.[9] Sendo assim, juntamente com Carme Corredoyra, foi a primeira mulher a ingressar nesta instituição.[10] Carme Corredoyra tomou posse no dia seguinte, 14 de fevereiro, não constando a data da posse de Lolita Díaz.[11]

Foi professora de desenho na Escola de Artes e Oficios de A Corunha, e também mantinha uma oficina em sua própria casa. Dentre seus alunos, a maioria mulheres[10], as de maior prestigio na cena artística nacional espanhola foram María Antonia Dans[12] e María Elena Gago.[10]

Notas

Referências

  1. ↑ «Los que mueren». El Progreso (em espanhol). Pontevedra. 28 de março de 1929. p. 3 
  2. ↑ Izquierdo y Vivas. «Notas de Arte. La Exposición de Fotografías del Circo» (em espanhol). Corunha 
  3. ↑ «En la Reunión de Artesanos. Una exposición de fotografías». Corunha 
  4. ↑ «Nuevos colaboradores». Mariñana. Sada. 1 de novembro de 1925 
  5. ↑ El Compostelano (22 de junho de 1926). «Grandes fiestas en Santiago de Compostela en honor del Apóstol Patrón de las Españas, que se celebrarán en la segunda quincena del mes de Julio del Año Santo de 1926, organizadas por el excelentísimo Ayuntamiento» (em espanhol). Santiago de Compostela. p. 2 
  6. ↑ El Compostelano (26 de julho de 1926). «Crónicas femeninas. Pequeñas cosas por L. Olozaga» (em espanhol). Santiago de Compostela. p. 5 
  7. ↑ «Pergamino para el Rey». El Eco de Santiago (em espanhol). Santiago de Compostela. 6 de setembro de 1927. p. 1 
  8. ↑ «Comisión Provincial. La sesión de ayer». El Eco de Santiago (em espanhol). Santiago de Compostela. 31 de maio de 1929. p. 1 
  9. ↑ LÓPEZ NAYA, Juan Raúl; TORRES CASAL, José (31 de maio de 1929). «Síntesis histórica y relación de presidentes numerarios de la Real Academia Gallega de Bellas Artes de Nuestra Señora del Rosario, desde 1850 hasta el presente» (pdf). Revista Abrente - Real Academia Galega de Belas Artes (em espanhol) 38-39 ed. Santiago de Compostela. p. 339 
  10. ↑ a b c BUGALLAL, Isabel (24 de outubro de 2016). «La escuela de Lolita Díaz Baliño». La Opinión. Consultado em 31 de outubro de 2019 
  11. ↑ ORTEGA,1993, pág. 373
  12. ↑ CUÍÑAS, Teresa (9 de outubro de 2007). «Las miradas de una mujer». El País. Consultado em 31 de outubro de 2019 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • VV.AA. (1926). Exposición de Arte Gallego. Catálogo (em espanhol). Santiago de Compostela: Concello de Santiago de Compostela. 53 páginas 
  • Couselo Bouzas, José (1950). La pintura gallega (em espanhol). A Coruña: Porto y Cía Editores. 173 páginas 
  • Martínez-Barbeito Morás, Isabel (1957). Catálogo del Museo Provincial de Bellas Artes de La Coruña (em espanhol). A Coruña: Moret. 212 páginas 
  • Mon Rodríguez, Fernando (1967). La pintura actual en Galicia (notas para un ensayo) (em espanhol). Vigo: Faro de Vigo. 205 páginas 
  • García Iglesias, José Manuel; Costa Clavell, Xavier; Chamoso Lamas, Manuel; Filgueira Valverde, José; Otero Núñez, Ramón; Paz Andrade, Valentín; Alonso Montero, Xesús; González Garcés, Miguel; Fernández del Riego, Francisco; Pablos Holgado, Francisco; Castro Arines, José de; Mon Rodríguez, Fernando (1981). Plástica gallega (em espanhol). Roberto Quinteiro / Arquiu MAS (fotografías). Vigo: Caja de Ahorros Municipal de Vigo. 551 páginas. ISBN 84-7231-603-3 
  • Chamoso Lamas, Manuel; González Garcés, Miguel; Mon Rodríguez, Fernando; Naya Pérez, Juan; Álvarez Martínez, Laureano; Sandomingo García, Teodoro; Urgorri Casado, Fernando (1983). Exposiciones. Homenaje a pintores coruñeses (em espanhol). A Coruña: Deputación da Coruña. 112 páginas 
  • Mon Rodríguez, Fernando (1987). Pintura Contemporánea en Galicia. VV.AA. (fotografías). A Coruña: Caixa Galicia. 148 páginas. ISBN 84-85858-28-X 
  • Filgueira Valverde, José; Acuña Rodríguez, José Enrique (1990). Portadas: los artistas gallegos y el libro, 1900-1936 (em espanhol). Corunha: Fundación Pedro Barrié de la Maza. 32 páginas 
  • Álvarez Martínez, Laureano; Naya Pérez, Juan; Martínez-Barbeito Morás, Carlos; García-Sabell Rivas, Domingo; Otero Núñez, Ramón; Fernández Gago, Carlos; López Calo, José; Goicoa Fernández, Mercedes (1990). Exposición antológica de la Real Academia Gallega de Bellas Artes Nuestra Señora del Rosario (em espanhol). Laureano Álvarez Martínez (comissário). A Coruña: Concello da Coruña. 80 páginas 
  • Sobrino Manzanares, María Luisa; Liaño Pedreira, María Dolores (1991). Catálogo del patrimonio artístico de la Diputación de A Coruña I. Pintura y escultura (Tomo 1) (em espanhol). Antonio Garrido Moreno (fotografias). A Coruña: Deputación provincial da Coruña. 344 páginas. ISBN 84-86040-51-5 
  • Ortega, M.ª del Socorro (1993). Dos pintoras miembros de la "Real Academia Gallega de Bellas Artes de Nuestra Señora del Rosario" (PDF). Simpósio Internacional Muller e Cultura. Compostela, 27-29 de febreiro de 1992 (em espanhol). Aurora Marco (coord.). Santiago de Compostela: Universidade de Santiago de Compostela, Servizo de Publicacións e Intercambio Científico. pp. 373–382. ISBN 84-8121-041-2 
  • Graña Pérez, Beatriz (2003). Voces da memoria: Galegas exiliadas, emigradas e resistentes durante o réxime franquista. Col: Premio Xohana Torres de Investigación (em galego). Santiago de Compostela: Universidade de Santiago de Compostela, Servizo de Publicacións e Intercambio Científico. 175 páginas. ISBN 84-9750-267-1 
  • Vilanova Rodríguez, Alberto (2003). «Díaz Baliño, María Dolores». Gran Enciclopedia Galega Silverio Cañada. 14 (dias-eme). Lugo: Grupo El Progreso. pp. 6–7. ISBN 84-87804-15-2 
  • «Díaz Baliño, María Dolores». Diccionario enciclopédico galego universal. 21 (depre-dies). La Voz de Galicia. 2003. 106 páginas. ISBN 84-7680-450-4 
  • Pereira Bueno, Fernando (2004). A presenza das mulleres pintoras na arte galega, 1858-1936. A Coruña: Ediciós do Castro. 196 páginas. ISBN 84-8485-154-0 
  • Acuña Rodríguez, Xosé Henrique (2005). Os Artistas de Ánxel Casal: arte e edición nunha Galiza entusiasmada. Xulio Gil et alt. (ilustradores). Santiago de Compostela: Concello de Santiago / Auditorio de Galicia. 391 páginas. ISBN 84-88484-47-X 
  • «Díaz Baliño, María Dolores». Diciopedia do século 21. 1. Edicións do Cumio, Editorial Galaxia e Ediciós do Castro. 2006. p. 699 
  • Marco López, Aurora (2007). Dicionario de mulleres galegas: (das orixes a 1975). Santiago de Compostela: Junta da Galiza, Consellería de Cultura e Turismo]]. 566 páginas 
  • Fernández Castiñeiras, Enrique; García Iglesias, José Manuel; Garrido Moreno, Antonio; Liaño Pedreira, María Dolores; Senén López-Gómez, Felipe; López Vázquez, José Manuel B.; Monterroso Montero, Juan M.; Rodríguez Fernández, Luis Jaime; Rodríguez Martínez-Retortillo, Rosa María; Valle Pérez, José Carlos (2011). Catálogo del patrimonio artístico de la Diputación de A Coruña II. Artes Plásticas (1990-2010) (Tomo 1) (em espanhol). Luis López "Gabú" (fotografías). A Coruña: Deputación provincial da Coruña. 356 páginas. ISBN 978-84-9812-149-0 
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