Martiniano Cavalcante

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Martiniano Cavalcante
Dados pessoais
Nome completo Martiniano Cavalcante Pereira Neto
Nascimento 27 de janeiro de 1959 (65 anos)
Ivolândia, Goiás, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Maria dos Santos Cavalcante
Partido PCB (1976-1980)
PLP (1989-1992)
PFS (1992)
PSTU (1993-2003)
PSOL (2005-2015)
PSB (2013-2015)
REDE (2015-2020)
PSB (2020-presente)

Martiniano Cavalcante Pereira Neto (Ivolândia, 27 de janeiro de 1959) é um engenheiro civil, ex-sindicalista e político goiano, filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Biografia[editar | editar código-fonte]

Martiniano Cavalcante começou sua militância política no movimento secundarista, na década de 1970, contra a ditadura militar no Brasil. Em 1976, já na Universidade de Brasília, onde seria dirigente do DCE e do centro acadêmico do seu curso, ingressa no Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Com a abertura política proporcionada com a Lei da Anistia de 1979, lideranças políticas voltam do exílio e o PCB vê suas diferenças internas potencializadas. Martiniano rejeita as teses da revolução por etapas e alianças com a burguesia nacional defendidas pela maioria do Comitê Central do PCB. Nesta crítica alinha-se com Luis Carlos Prestes na defesa de uma mesma estratégia para o Brasil. Neste momento, uma outra tese coexistia no interior do PCB, a dos eurocomunistas, dentre os quais se destacava Carlos Nelson Coutinho.

A ruptura com o PCB foi inevitável. Prestes divergia da maioria do PCB, no entanto discordava da ideia de construir outra organização partidária. Saiu do PCB, mas não seguiu Martiniano e seu grupo, que não abriam mão da construção de um novo partido de esquerda e socialista no Brasil. Foi assim que surgiu o CGB. Martiniano e outros dirigentes e militantes fundam o Coletivo Gregório Bezerra. Em 1989, o CGB é convertido em PLP – Partido da Libertação Proletária, e em 1991, para atender às exigências de legalização da legenda, passa a ser denominado PFS, Partido da Frente Socialista, que em 1992 iniciaria com a Convergência Socialista, grupo recém-expulso do PT, a fundação do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), consolidada em 1994. Em 2000, por divergências profundas acumuladas no PSTU, rompe com este partido e participa em 2003 da organização da Esquerda Socialista e Democrática, que deu origem ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), sendo seu fundador, primeiro Secretário Geral e indiscutivelmente um de seus principais dirigentes.

Liderou em Goiânia, ao lado de Jorge Kajuru, uma verdadeira revolução nas comunicações da região, através da Rádio K. Os programas e comentários na rádio mobilizaram a cidade e esta foi fechada pelo governador de plantão, Marconi Perillo, num processo que envolveu duros enfrentamentos com as forças policiais e lhe rendeu um duro processo de criminalização.

Em 1996, construiu em Goiânia uma frente eleitoral de esquerda formada por PSTU, PSB e PV para disputar a prefeitura, então governada pelo PT. Em 2000, liderou a campanha que elegeria o primeiro vereador do PSTU em uma capital; Elias Vaz foi o vereador mais votado da história de Goiânia.[carece de fontes?]

Dentre as muitas eleições que participou, destaque para o senado em 2002 pelo estado de Goiás, quando obteve cerca de 300 mil votos. Em 2006 foi coordenador-geral da campanha de Heloísa Helena à presidência da República. Em 2008, se candidatou à prefeitura de Goiânia,[1] quando obteve quase 5% do total de votos.

Foi fundador da Central Única dos Trabalhadores em 1983 e o primeiro membro da Executiva Nacional da CUT que não era filiado ao PT. Neste período liderou a luta contra o Pacto Social defendido por Jair Meneguelli e Gilmar Carneiro, os dois principais dirigentes da maioria da CUT. Em 1991, Martiniano foi o principal organizador da derrota da Articulação Sindical no Congresso da CUT realizado naquele ano. A chapa organizada por ele, encabeçada por Durval Carvalho, candidato a presidente da CUT, obteve a maioria necessária para assumir a direção da CUT. A vitória não se consolidou por que a Articulação, grupo da então maioria, rachou o congresso e não reconheceu a derrota, exigindo inclusive a intermediação de Lula, hoje presidente da República, para disciplinar os petistas que estavam divididos.

Foi por esta razão que Martiniano abandonou a intervenção direta no movimento sindical e passou a dedicar-se majoritariamente à luta partidária e a construir uma nova concepção de movimento sindical, que se articule organicamente com o movimento popular, e que se expressa hoje no movimento social fundado por ele em 2002, o Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL).

Martiniano Cavalcante foi pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL em 2010,[2] quando disputou a vaga com Babá e Plínio de Arruda Sampaio na III Conferência Eleitoral, palco de um enorme racha na direção do PSOL.[3] Derrotado, Martiniano foi candidato a deputado estadual e, apesar de expressiva votação 18.348 votos , não conseguiu se eleger devido ao baixo coeficiente eleitoral atingido por sua coligação.

No ano de 2013 foi um dos fundadores da Rede Sustentabilidade,[4][5] partido no qual permaneceu até 2020, ano em que migrou para o PSB e foi candidato a vereador na eleição municipal de Goiânia.[6]

Referências

  1. Uol (5 de outubro de 2008). «Votação termina com duas horas de atraso em Goiânia». Consultado em 8 de novembro de 2017 
  2. PSOL. «Heloísa Helena lança Martiniano Cavalcante como pré-candidato a presidente pelo PSOL». Consultado em 8 de novembro de 2017 
  3. Folha. «Escolha de Plínio provoca racha no PSOL». Consultado em 8 de novembro de 2017 
  4. Martiniano Cavalcante (16 de abril de 2014). «Agora, enquanto é tempo». redesustentabilidade.org.br. Consultado em 13 de março de 2021. Arquivado do original em 9 de novembro de 2017 
  5. «Martiniano Cavalcante: "A decisão de estar com a Rede é de Vanderlan"». Diário de Goiás. 9 de fevereiro de 2014. Consultado em 13 de março de 2021 
  6. «Martiniano Cavalcante PSB 40000 | Candidato a vereador | Goiânia - GO | Eleições 2020». Estadão. Consultado em 13 de março de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]