Massacre de Srebrenica
Predefinição:Info/Batalha (3 Lados) Massacre de Srebrenica foi o assassinato, de 11 a 25 de julho de 1995 de até 8.373 bósnios muçulmanos, variando em idade de adolescentes a idosos, na região de Srebrenica, pelo Exército Bósnio da Sérvia, sob o comando do General Ratko Mladić e com a participação de uma unidade paramilitar sérvia conhecida como "Escorpiões".
Considerado um dos eventos mais terríveis da história recente, o massacre de Srebrenica é o maior assassinato em massa da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Foi o primeiro caso legalmente reconhecido de genocídio na Europa depois do Holocausto.
Tudo começou quando tropas sérvias invadiram Srebrenica, e a população local buscou abrigo em um complexo da ONU. Porém, dois dias depois, as forças neerlandesas da missão de paz da ONU, que estavam em menor número e não tiveram resposta quando pediram reforço a ONU, em Genebra,[1] cederam às pressões das tropas de Mladic e forçaram milhares de famílias muçulmanas a deixar o local. Os invasores sérvios, então, organizaram os muçulmanos por gênero, enviando os homens para a execução. Cerca de 8 mil homens e meninos muçulmanos foram mortos. Também houve denúncias de estupros, seguidos de assassinatos, de mulheres e crianças. Nas palavras do juiz Fouad Riad, em novembro de 1995, ao indiciar Ratko Mladić in absentia, por genocídio em Srebrenica, no tribunal de crimes de guerra de Haia, havia evidências de uma "inimaginável selvageria: milhares de homens executados e enterrados em valas comuns, centenas de homens enterrados vivos, homens e mulheres mutilados e massacrados, crianças mortas diante das mães, um avô obrigado a comer o fígado de seu próprio neto".[2][3]Os corpos eram jogados em valas comuns feitas às pressas. [4]
De acordo com o Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (International Criminal Tribunal for the former Yugoslavia - ICTY), ao tentar eliminar uma parte da população bósnia, as forças sérvias cometeram genocídio. Pretendiam o extermínio dos 40 mil bósnios que viviam em Srebrenica, um grupo emblemático dos bósnios em geral. Os sérvios não aceitam a acusação de genocídio e afirmam que, no mesmo período, houve também, na região de Srebrenica, milhares de vítimas sérvias que são sistematicamente ignoradas pela comunidade internacional.[5]
Em 6 de setembro de 2013, dezoito anos depois do massacre, a Suprema Corte dos Países Baixos decidiu que o país era responsável pelas mortes de três muçulmanos bósnios durante o massacre de 1995, embora as forças neerlandesas fizessem parte de uma missão de paz da ONU. A advogada de direitos humanos Liesbeth Zegveld, que representou as famílias bósnias, considerou a decisão como histórica, por estabelecer que países envolvidos em missões da ONU podem ser legalmente responsáveis por crimes, ou seja, abriu-se um precedente notável, no longo histórico de imunidade da organização.[4]"[A decisão] estabelece que forças de paz (ou a ONU) não podem operar num vácuo legal, onde não existe prestação de contas ou reparação para as vítimas ", como tinha sido até agora. Zegveld declarou que tem havido demasiada ocultação pelas Nações Unidas, graças ao "muro da imunidade". Segundo ela, a sentença "diz claramente que países envolvidos em missões da ONU podem ser responsabilizados por crimes" que nem sempre estarão "acobertados pela bandeira ONU".[6]
Em 8 de julho de 2015, a Rússia vetou a resolução do Conselho de Segurança da ONU que classificava o massacre de Srebrenica como genocídio. Durante a votação, China, Nigéria, Angola e Venezuela abstiveram-se, enquanto os restantes dez membros do Conselho mostraram-se favoráveis ao reconhecimento do massacre de Srebrenica como genocídio.[7]
Referências
- ↑ MASSACRE IN BOSNIA;Srebrenica: The Days of Slaughter. NY Times, 29 de outubro de 1995.
- ↑ War crimes fugitive Mladic arrested in Serbia. Por Andrej Cukic e Dusan Stojanovic. Washington Times/Associated Press, 26 de maio de 2011
- ↑ Muslims regain Srebrenica - for one day. Former residents return to mark 10th anniversary of massacre as dignitaries repeat promises of justice. Por Ian Traynor. The Guardian, 12 de julho de 2005.
- ↑ a b Holanda é declarada responsável por três mortes em massacre de Srebrenica. iG, 6 de setembro de 2013.
- ↑ Srebrenica historical project. Serbian victims
- ↑ Dutch Peacekeepers Are Found Responsible for Deaths, por Marlise Simons. NY Times, 6 de setembro de 2013.
- ↑ «ONU quis reconhecer o massacre de Srebrenica como genocídio, mas a Rússia vetou»
Ver Também