Miracatu

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Miracatu
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Miracatu
Bandeira
Brasão de armas de Miracatu
Brasão de armas
Hino
Gentílico miracatuense
Localização
Localização de Miracatu em São Paulo
Localização de Miracatu em São Paulo
Localização de Miracatu em São Paulo
Miracatu está localizado em: Brasil
Miracatu
Localização de Miracatu no Brasil
Mapa
Mapa de Miracatu
Coordenadas 24° 16' 51" S 47° 27' 36" O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Municípios limítrofes Iguape, Pedro de Toledo, Ibiúna , Juquiá e Juquitiba
Distância até a capital 129 km
História
Fundação 6 de abril de 1872 (152 anos)
Emancipação 30 de novembro de 1938 (85 anos)
Administração
Prefeito(a) Vinícius Brandão de Queiroz (PL, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 1 000,736 km²
População total (estimativa IBGE/2018[2]) 19 919 hab.
Densidade 19,9 hab./km²
Clima Subtropical (Cfa)
Altitude 27 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000[3]) 0,748 alto
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 144 538,822 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 6 101,77

Miracatu é um município brasileiro do estado de São Paulo. O município é formado pela sede, pelos distritos de Oliveira Barros, Pedro Barros e Santa Rita do Ribeira, e pelos povoados de Biguá e Musácea.[5][6]

História[editar | editar código-fonte]

Pré-colonial[editar | editar código-fonte]

Os primeiros indícios de ocupação humana na atual região do município de Miracatu, remontam desde o início do período Holoceno, há mais de 9,000 anos AP. Possivelmente eram povos que viviam na região litorânea, construtores de sambaquis e que migraram ou expandiram em direção ao planalto, através do rio Ribeira de Iguape e seus afluentes. Seus vestígios podem ser encontrados nos inúmeros sítios concheiros (sambaquis fluviais) existentes por todo Vale do Ribeira e, seus construtores, ocuparam a região até meados do século VIII d.C.[7] Estes sítios arqueológicos representam a ocupação mais antiga que se conhece para o vale do Ribeira, representada por sítios caracterizados pela presença abundante de conchas de um gastrópode terrestre denominado Megalobulimus.[8]

Posteriormente, a região foi ocupada por grupos caçadores-coletores, cujos sítios, a céu-aberto ou em abrigos e grutas, são diagnosticados pela ocorrência de abundante material lítico (lascas, raspadores diversos e pontas-de-projétil bifaciais), produzido pela técnica de lascamento da pedra, sílex em especial. Mais de 70 sítios líticos foram registrados na região, geralmente ocupando as porções mais fundas dos vales intermontanos.[9]

Mais recentemente, a região foi ocupada por populações horticultoras, produtoras de cerâmica. Vários sítios arqueológicos foram encontrados na região, geralmente localizados em porções de relevo colinar, preferencialmente na média vertente. Associados às aldeias e acampamentos, ocorrem cemitérios constituídos por uma sucessão de montículos cônicos de terra e pedras, dispostas circularmente da base ao topo das elevações. As características gerais da cerâmica indígena, composta de vasilhas normalmente pequenas, de tipo em geral simples, feitas pela técnica do acordelamento e usando antiplástico de areia, permitem inseri-la na grande tradição ceramista meridional Itararé, associado aos grupos de língua Jê.[10] O único registro de grupos de língua tupi foi encontrado no município próximo de registro, com o seu material cerâmico associado à Tradição Tupiguarani.[11]

Pós-1500[editar | editar código-fonte]

O município de Miracatu foi fundado em 1872, nas terras do francês Pierre Laragnoit, quando em julho de 1847, por um milhão de réis, Laragnoit comprou uma sesmaria de Domingos Pereira de Oliveira e sua esposa. O vilarejo que se formou à margem do Rio São Lourenço, emancipou-se de Iguape em 1938, tendo seu nome original, Prainha, substituído em 1944. O nome original, que o povoado ostentava desde 1830, deve-se à situação do povoado junto ao rio São Lourenço, onde aportavam canoas para o transporte de café, principalmente para Iguape. Este transporte, que também era feito pelo rio Ribeira, perdurou até 1914, “quando os trilhos da Sorocabana chegaram à região”.[12]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Localiza-se a uma latitude 24º16'53" sul e a uma longitude 47º27'35" oeste, estando a uma altitude de 27 metros. Sua população estimada em 2018 era de 19 919[2] habitantes.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Dados do Censo - 2000

População total: 31.383

(Fonte: IPEADATA)

Ferrovias[editar | editar código-fonte]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Inauguração da central telefônica de Miracatu (1974).

Comunicações[editar | editar código-fonte]

No setor de telefonia a cidade era atendida pela Companhia de Telecomunicações do Estado de São Paulo (COTESP), que inaugurou em 1974 a central telefônica que é utilizada até os dias atuais[14].

Em 1975 passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP)[15], até que em 1998 esta empresa foi vendida para a Telefônica, que em 2012 adotou a marca Vivo para suas operações[16][17].

Referências

  1. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. a b «Estimativa populacional 2018 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de agosto de 2018. Consultado em 9 de setembro de 2018 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. «Municípios e Distritos do Estado de São Paulo» (PDF). IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico 
  6. «Divisão Territorial do Brasil». IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
  7. FIGUTI, L. et al. Investigações Arqueológicas e Geofísicas nos Sambaquis Fluviais do Vale do Ribeira de Iguape, Estado de São Paulo. São Paulo, MAE/USP, 2004.
  8. BARRETO, C.N.G.B. A Ocupação Pré-Colonial do Vale do Ribeira de Iguape, SP: os sítios concheiros do médio curso. Dissertação de Mestrado. São Paulo, FFLCH-USP, 1988.
  9. DE BLASIS, P. D. Indicadores da Transição do Arcaico para o Formativo na Região Montanhosa do Médio Vale do Ribeira. In: M.C.TENÓRIO (Org.), Pré-História da Terra Brasilis. Rio de Janeiro, UFRJ, 1991: 273-284.
  10. GONZÁLEZ, E. M. R. Diversidade Cultural entre os Grupos Ceramistas do Sul-Sudeste Brasileiro: o caso do Vale do Ribeira de Iguape. In: M.C.TENÓRIO (Org.), Pré-História da Terra Brasilis. Rio de Janeiro, UFRJ, 1991: 293-306.
  11. SCATAMACCHIA, M. C. M. A Ocupação Tupi-Guarani do Estado de São Paulo: fontes etno-históricas e arqueológicas. DÉDALO, 23:197-221. 1984.
  12. SQUEFF, E. (Org.) A origem dos nomes dos municípios paulistas. São Paulo, CEPAM/Imprensa Oficial, 2003.
  13. «Miracatu -- Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 23 de outubro de 2020 
  14. «Patrimônio da COTESP incorporado pela TELESP» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo 
  15. «Telesp vai servir mais 86 cidades do estado». Acervo Folha de S.Paulo 
  16. «Área de atuação da Telesp em São Paulo». Página Oficial da Telesp (arquivada) 
  17. «Nossa História». Telefônica / VIVO 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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