Orlando da Rosa Farya

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Orlando da Rosa Farya
Nome completo Orlando da Rosa Farya
Nascimento 03 de agosto de 1957 (66 anos)
Vitória, ES
Nacionalidade Brasil Brasileiro
Ocupação Professor, Fotógrafo e Artista

Orlando da Rosa Farya (Vitória, 03 de agosto de 1957) é um professor, fotógrafo e artista capixaba. É autor de diversas obras em exposições pelo mundo.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Aryton Arnizant Ferraz Faria e Orlandina da Rosa Faria, Orlando é graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo, (UFES). Especialista em conservação de bens culturais móveis (UFRJ), Especialista em História da Arte e Arquitetura no Brasil Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro PUC-RIO e Mestre em História Social da Cultura, PUC-RIO. Participou nos anos 80 dos festivais de inverno da UFMG. Frequentou , nos anos 90, oficinas no Galpão do MAM-RIO e a escola de Artes Visuais do Parque Laje, RJ e os festivais de verão da UFES, em Nova Almeida. É professor adjunto do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo. Sua primeira exposição foi no Salão de Arte Universitário em 1979, onde ganhou o prêmio de pintura.  Atualmente faz doutorado na Escola de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Portugal.

Estilo/ Influências[editar | editar código-fonte]

O capixaba subverte a lógica mimética da fotografia desmontando o conceito de verdade. Tira partido de imagens borradas ou fora de foco, manchas obtidas às cegas, com o intuito de perturbar, de problematizar os hábitos visuais e polarizar o olhar. Não descarta igualmente certas incoerências ou imprevisibilidades na capitação da luz e outros artifícios que surpreendem e instigam o olhar. Rompe tanto com a lógica picturalista tradicional, como com a nitidez e transparência da praxe documentarista. 

Segundo o teórico francês, Rouillé, outro gênero de imagens de excelente qualidade técnica, apesar do tratamento pobre das provas, ao mesmo tempo em que as imagens fotográficas passam a ser combinadas com outros materiais como cartas, objetos e desenhos e são ampliadas em tamanho monumental. Esse caráter monumental permanece válido até hoje e é um dos vetores em que se apóia a produção de Orlando Farya. De modo especial as fotografias de obras de arte, captadas por ele dentro dos museus – um de seus principais campos de ação – são ampliadas em escala muito maior do que as próprias dimensões das obras fotografadas, o que cria por si só um estranhamento. Ao ampliar as fotografias em escala monumental, o artista parece mostrar que a fotografia lhe  interessa como algo que  se distingue muito bem do processo artístico. Ele não confunde o que é fotografia com o que é arte.      A atual geração de artistas fotógrafos propõe situações em que o público pode fazer com que algo aconteça, mas não mais como uma coisa específica, mas como uma relação transitória e processual, ou em constante devir. Esse aspecto é bem claro na obra do Orlando. Numa época de desmaterialização da arte, o artista torna opacas as provas de sua existência, lançando mão de intervenções manuais e passando a gerar grandes painéis fotográficos, maiores ainda do que as próprias obras da pintura ou da escultura. Isso significa de um lado que o trabalho artístico passa a situar-se em outro lugar, que não se confunde com os clichês apresentados. E de outro preceitua que não se trata simplesmente de substituir a pintura pela fotografia, mas se institui mais como processo artístico do que fotográfico.  A ideia não é demarcar qualquer fronteira entre os valores da arte e os da fotografia, mas pontuar o processo de assimilação e contaminação que existe entre eles, o que engendra um processo artístico que não é de maneira nenhuma fotográfico. A passagem das imagens analógicas à era das imagens digitais, com o advento das novas tecnologias, transforma paradoxalmente a figuração analógica, que satura o olhar contemporâneo, numa nova sensibilidade e num retorno ao conceito de mimese que caracterizou a arte desde suas origens. 

Curiosamente uma de suas mais notáveis séries de pinturas, elaborada pelo então jovem artista, ironizava as inaugurações das mostras de arte nas galerias de Vitória (convém ressaltar que na época não existia nenhum museu de arte em Vitória, ES). Recorrendo a uma linguagem que mesclava resquícios do expressionismo e da pop art, o artista soltava sua veia crítica representando os convidados em animadas confabulações sociais, posicionados de costas paras as obras suspensas nos muros, completamente indiferentes ao que motivou aquele encontro social. Na década de 1990 ocorreria uma mudança radical na produção do artista. Transita pelo mundo, é um fotógrafo viajante, passando então por várias capitais brasileiras e também por cidades do exterior, entre elas, Berlim, Londres, Paris, Budapeste, Roma, Veneza, Florença Madrid, Nova York. Sem abandonar a pintura, o artista transforma a fotografia no foco de sua produção. Intensifica a partir daí também a elaboração de vídeos, que resultam muitas vezes de descobertas que faz em suas andanças. Orlando da Rosa Farya atua como uma espécie de flanêur contemporâneo procurando e descobrindo, com olhar treinado e sensível, locais e aspectos inusitados do mundo que passam despercebidos à maioria dos transeuntes, apontando para eles a câmara digital. O resultado desses deslocamentos é um imenso acervo imagético, revelador de visões muito particulares e inusitadas da paisagem, da arquitetura, da vida cotidiana dos transeuntes nas grandes cidades.

Obras[editar | editar código-fonte]

Suas mais notórias obras são:

Fotografia[editar | editar código-fonte]

Título Dimensão Técnica
Escadaria Paris 150 x 200 cm Impressão à laser digital
Mar Ouro 90 x 169 cm Fotografia digital sobre canvas
Navio 90 x 169 cm Fotografia digital sobre canvas
Navio Preto 90 x 120 cm Impressão à laser digital
Penedo 90 x 184 cm Fotografia Digital sobre canvas
Grafites, Berlim 80 x 140 cm Fotografia
Por do Sol 90 x 165 cm Fotografia Digital sobre canvas

Exposições[editar | editar código-fonte]

Mostras Individuais[editar | editar código-fonte]

1978 – Centro de Artes da Barra da Jucu, Vila Velha- ES

1987 – Galeria de Artes e Pesquisa da UFES, Vitória- ES

1988- Itaugaleria – Vitória- ES

1989 – Pintura – "Objeto Xerox", Itaúgaleria, Vitória

1990 – Espaço Universitário da UFES

1992 – Galeria homero Massena, Vitória.

1993- Itaugaleria. Brasília-DF, Brasil

1998- Galeria Homero Massena. Vitória-ES, Brasil

1999- Galeria Espaço Universitário – UFES. Vitória-ES, Brasil

2000 - Galeria Arte e Pesquisa – UFES. Vitória-ES, Brasil

2002- Galeria Arte E Pesquisa –Ufes

2003- Galeria Espaço Universitário – UFES. Vitória-ES, Brasil

2006- Passagens e Itinerários da Arte - Museu Vale. Vila Velha-ES, Brasil

2008 Berlin-Brasilien – Weisser Elephant. Berlim, DE

2009: Gaeu – UFES. Vitória–ES, Brasil

2010 :O Mundo é Belo – Galeria Matias Brotas Arte Contemporânea. Vitória-ES, Brasil

Mostras Coletivas[editar | editar código-fonte]

1979 Galeria O. Goeld. Belém-PA, Brasil

1984 MNBA. Rio de Janeiro-RJ, Brasil

1985 MAB FAAP. São Paulo-SP, Brasil

1986 Itaugaleria. São Paulo-SP, Brasil

1987 Itaúgaleria. Vitória-ES, Brasil 1988

1989 Um Codigo 7 – GTB. Belém–PA, Brasil

1991 MCB. São Paulo-SP, Brasil

1994 EAV - Parque Laje. Rio de Janeiro–RJ, Brasil

1995 MAC. Campinas–SP, Brasil

1996 Galeria UFJF. Juiz De Fora-MG, Brasil

1999 Sedução – GAEU – UFES. Vitória-ES, Brasil

2001 Autorretrato - Fiesp/MAC. São Paulo-SP, Brasil

2004 Casa – Poética do Espaço na Arte Brasileira, Museu Vale. Vila Velha-ES, Brasil

2005 Arte Contemporânea Brasileira – Carreau Du Temple. Paris, França

2006 Nanoexposição – GAEU - UFES. Vitória–ES, Brasil

2008- BERLIN-BRASILIEN – TactileBosch Studios – Cardiff – UK

2014- “Cúando Tú For Mi Leva” –GAEU- UFES

Salões de Artes Plásticas[editar | editar código-fonte]

1979 III Salão Universitário do Espírito Santo. Vitória-ES, Brasil

1980 IV Salão Universitário do Espírito Santo. Vitória-ES, Brasil

1981 VI Salão Universitário Nacional do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS

1982 XXXV Salão Nacional de Pernambuco. Recife-PE, Brasil

1984 XXXVII Salão Nacional de Pernambuco. Recife-PE, Brasil

1986 Salão Capixaba de Arte Ano-1. Vitória-ES, Brasil

1990 Instalação Porto 90. Vitória-ES, Brasil

1991 Concorrência Fiat

1993 Iv Bienal Latino Americana. Santa Maria-RS, Brasil

1994 Xviii Salão Carioca – Rioarte. Rio de Janeiro-RJ, Brasil

1995 Novissimos 95 Galeria Ibeu. Rio de Janeiro–RJ, Brasil

1996 XXI Salão de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto-SP, Brasil

1999 I Salão do Mar. Vitória–ES, Brasil

2000 57º Salão de Arte Contemporânea do Paraná. Curitiba-PR, Brasil

2001 II Salão do Mar- Vitória-ES

2000 Mostra Mis de Video - SP

2001 Screening Califórnia – EUA

2002 13º Videobrasil – Mostra Itinerante Bahia

2003 10º Vitória Cine Vídeo – Vitória-ES

2005 Festival de Cine e Vídeo - Havana- Cuba

Referências

http://www.matiasbrotas.com.br/

http://www.dw.de/um-olhar-brasileiro-sobre-berlim/a-3139173