Painel de Roberto Burle Marx no edifício Aureliano Hoffman

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Painel de Roberto Burle Marx
Painel de Roberto Burle Marx no edifício Aureliano Hoffman
Técnica têmpera a ovo
Localização Vitória/ES

O painel de Roberto Burle Marx no edifício Aureliano Hoffman é uma obra de arte que está localizada no hall de entrada do edifício Aureliano Hoffmann, no município brasileiro de Vitória. O edifício foi projetado pelo arquiteto Ary Garcia Roza. Atualmente, no local, funciona o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES), ligado à Secretaria de Justiça do Espírito Santo.[1][2]

Características[editar | editar código-fonte]

O painel mede 3 x 8 metros e é composto de formas e cores abstratas, com influências do Expressionismo e do Cubismo. As cores foram empregadas com liberdade em tons suaves e diáfanos de azul, verde e cinza. Para a confecção, foi usada a técnica de têmpera a ovo, que consiste em aplicar pigmento à gema de ovo. A pintura foi realizada sobre concreto.

O painel mostra a transição da pintura de Burle Marx que, até o início dos anos 50, sob influência do modernismo, tinha mote de figuras humanas, natureza-morta e paisagens, e, posteriormente, passa a figuras abstratas e cores não fidedignas ao mundo real, sendo um dos pioneiros do concretismo e do construtivismo no Brasil. No entanto, o painel ainda possui algumas formas relacionadas com o mundo objetivo.

Em 1985, em razão da deterioração do painel, Burle Marx é convidado a restaurá-lo e opta por repintá-lo, modificando algumas formas e cores. Utilizou cores mais vivas e intensas e introduziu tons ocres e castanhos-avermelhados.[1]

História[editar | editar código-fonte]

O painel foi projetado em 1954 e executado no ano seguinte. O pintor Aldo Garcia Roza, irmão do arquiteto do edifício, auxiliou Burle Marx na obra.

Ary Garcia Rosa à esq. e Burle Marx ao centro em pintura do painel - 1954
Ary Garcia Rosa à esq. e Burle Marx ao centro em pintura do painel - 1954
Burle Marx e Aldo Garcia Roza em pintura do painel - 1954
Burle Marx e Aldo Garcia Roza em pintura do painel - 1954

A construção de uma parede para instalação de rede elétrica e hidráulica ocasionou a obstrução de parte do afresco e infiltrações nele. Além disso, ela dificultou a localização dessas infiltrações.

O painel chegou ao início dos anos 80 bastante danificado. Em 3 de maio de 1985, o Conselho Estadual de Cultura aprovou o tombamento do painel, através da Resolução nº 1/85, estando inscrita no Livro de Tombo de Belas Artes, às páginas 1, verso e 2 sob o número 1.[3]

Por solicitação da Secretária de Estado da Educação e Cultura, Anna Bernardes da Silveira Rocha, em 1985, Burle Marx veio para restaurar a obra, mas optou por repintá-lo. Foi auxiliado por Orlando Faria (Lando), Ivanilde Brunow e Aldo Garcia Roza.[1]

Burle Marx - restauração 1985
Burle Marx - restauração 1985
Orlando Faria (Lando), Burle Marx, Ivanilde Brunow e Aldo Garcia Roza em restauração - 1985
Orlando Faria (Lando), Burle Marx, Ivanilde Brunow e Aldo Garcia Roza em restauração - 1985

Em 1997, o painel encontrava-se novamente arruinado por infiltrações, fungos e salinização. Estava com a tinta pulverizada e com algumas partes do reboco fragilizadas e faltantes. Em novembro de 1998, iniciou-se a restauração, sob coordenação de Lídia Vasconcelos, restauradora pós-graduada pela Escola de Belas-Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Aplicou-se um adesivo para preservação do painel para que houvesse reparação e nivelamento do reboco. Na fase de reintegração, a pintura foi realizada com técnicas de pontilhismo e de tracejado para preservar as áreas de pintura original. Por fim, foi aplicado verniz protetivo. Compunham a equipe técnica de artistas: Lídia Vasconcelos, Mariana Brotto e Larissa Felipe, além das estagiárias Heloísa Aparecida Fiorini Galvão, Jucimara das Chagas Gomes e Solange Nascimento.

Da esquerda para direita: Mariana, Lídia e Larissa
Da esquerda para direita: Mariana, Lídia e Larissa

Referências

  1. a b c SEFA. «Site SEFA». Consultado em 23 de abril de 2022 
  2. de Lima, Jayme Wesley (13 de novembro de 2012). «Ary Garcia Roza, um arquiteto moderno brasileiro». vitruvius. Consultado em 23 de abril de 2022 
  3. SECUL. «Resolução nº 1/85 - Conselho Estadual de Cultura» (PDF). Secretaria da Cultura do Espírito Santo. Consultado em 23 de abril de 2022