Partido Conservador (Venezuela)

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Partido Conservador
Partido Conservador (Venezuela)
Líder José Antonio Páez
Fundação 1830
Dissolução c.1899
Sede Caracas
Ideologia Conservadorismo
Liberalismo económico
Centralismo
Militarismo
Espectro político Direita
País Venezuela
Cores      Vermelho
Bandeira do partido
Política da Venezuela

Partidos políticos

Eleições

O Partido Conservador foi um partido político de direita que existiu na Venezuela durante a maior parte do século XIX. Foi o partido no poder entre 1830 e 1848.

O nome "conservador" foi dada pelos liberais venezuelanos, a aqueles que apoiaram o seu mandato para o segundo governo de Jose Antonio Paez.[1][2] Os liberais se também referiam aos conservadores como os "oligarcas" ou "godos".

Outras denominações recebidas pelo Partido Conservador foram de "constitucional", "legalista", "civil" e "ministerial".[3]

História[editar | editar código-fonte]

Governos conservadores foram os de Páez (1830 -1835; 1839 – 1843), José María Vargas (1835 - 1836), Andrés Narvarte (1836 – 1837) e Carlos Soublette (1837 – 1839; 1843 – 1847). Em 1847 Páez apoiou como candidato presidencial José Tadeo Monagas. Monagas é eleito presidente da Venezuela pelo Congresso (dominado pelos conservadores), no entanto, acaba rompendo com o grupo conservador junto de José María Vargas e Carlos Soublette que eram conservadores governamentais.

Após a Revolução de Março de 1858 composta por liberais e conservadores, Julián Castro é nomeado presidente. Mas a união de conservadores e liberais brevemente se rompe. Após a derrubada de Castro, os conservadores colocam no governo Pedro Gual (1859), Manuel Felipe de Tovar (1859-1861) e José Antonio Páez (1861-1863). Durante esses anos, os conservadores e os liberais se enfrentavam na Guerra Federal.

Em 1868, os conservadores, incluindo Soublette, apoiaram junto com vários membros do Partido Liberal, a Revolução Azul de José Tadeo Monagas. O próximo presidente, José Ruperto Monagas foi se cercando de membros do Partido Conservador, o que acarretaria na Revolução de Abril do liberal Guzmán Blanco em 1870. Após a vitória liberal, os conservadores não conseguiram colocar de volta um dos seus na Presidência. No entanto, eles continuaram a estarem presentes na cena política venezuelana, seja participando com funcionários civis ou governamentais de diversas guerras (como foi o caso de Ramón Guerra) até o final do século XIX.

No final, os partidos conservadores e liberais foram gradualmente desaparecendo como forças políticas durante as ditaduras de Cipriano Castro e Juan Vicente Gómez.

Ideologia[editar | editar código-fonte]

Os conservadores eram a favor de uma política econômica do tipo liberal manchesteriano. Em um de seus governos que se promulgou a Lei de Liberdade de Contratos de 1834 (que autoriza os credores a cobrar a taxa de juros que eles queriam e cobrança de juros sobre juros) e a lei sobre a isenção e quitação (declarando que o devedor deve ter com a aprovação de todos os credores para ser decretado o estado de padrão). Também reduziu a carga tributária (como foi o caso das taxas de exportação) e garantiu a liberdade de trânsito e de comércio.[4]

Em relação aos conservadores questão religiosa foi criada a Lei de Liberdade Religiosa de 1834 eliminando o dízimo como tributo obrigatório e removeu a jurisdição dos padres. Estas medidas os colocaram em confronto com a Igreja Católica.

Politicamente defendeu o centralismo em detrimento do federalismo. No livro Unidad de la patria o conservador Juan Vicente González disse que a defesa do sistema federal era um "escândalo" e um "crime" e afrimava que a Venezuela devia "sua independência, sua liberdade e seu progresso" a união; e assim deveria "combater patrioticamente" a federação que para Gonzalez significava "os interesses privados e o espírito de anarquia."[5]

Base social e tendências[editar | editar código-fonte]

A base social de los conservadores era composta por militares, latifundiários, altos funcionários públicos, prestamistas e comerciantes exportadores e importadores.[3] Vários deles pertenciam ao que sobrou da aristocracia mantuana.[3]

Existia dentro deos conservadores duas tendências: os civilistas que apoiaram governos presididos por civis, como os de Manuel Felipe de Tovar e Pedro Gual, e os militaristas que promoveram os governos do General Páez e de Carlos Soublette.[3]

Desempenho eleitoral[editar | editar código-fonte]

Presidentes da República[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Presidentes da Venezuela
Nome Retrato Origem Período dos mandatos
José Antonio Páez
(1790–1873)
Portuguesa 13 de janeiro de 1830 - 20 de janeiro de 1835
Andrés Narvarte
(1781–1853)
Vargas 20 de janeiro de 1835 - 9 de fevereiro de 1835
José María Vargas
(1786–1854)
Vargas 9 de fevereiro de 1835 - 9 de julho de 1835
José María Carreño
(1792–1849)
Miranda 27 de julho de 1835 - 20 de augusto de 1835
José María Vargas
(1786–1854)
Vargas 20 de agosto de 1835 - 24 de abril de 1836
Andrés Narvarte
(1781–1853)
Vargas 24 de abril de 1836 - 20 de janeiro de 1837
José María Carreño
(1792–1849)
Miranda 27 de janeiro de 1837 - 11 de março de 1837
Carlos Soublette
(1789–1870)
Miranda 11 de março de 1837 - 1° de fevereiro de 1839
José Antonio Páez
(1790–1873)
Portuguesa 1° de fevereiro de 1839 - 28 de janeiro de 1843
Carlos Soublette
(1789–1870)
Vargas 28 de janeiro de 1843 - 20 de janeiro de 1847
José Tadeo Monagas
(1784–1868)
Monagas 20 de janeiro de 1847 - 5 de fevereiro de 1851

Referências

  1. Hurtado Leña, Miguel (2008). Manuel Felipe de Tovar. Caracas, Venezuela: C.A. Editorial El Nacional/Biblioteca Biográfica Venezolana. p. 27 
  2. Raynero, Lucia (2006). Juan Vicente González. Caracas, Venezuela: C.A. Editorial El Nacional/Biblioteca Biográfica Venezolana. p. 43 
  3. a b c d «Partidos políticos». Historia de Venezuela para nosotros. Fundación Empresas Polar. Consultado em 22 de abril de 2016. Arquivado do original em 27 de janeiro de 2008 
  4. Zambrano Sequín, Luis (2002). Reformas económicas liberales en el gobierno conservador: 1830 – 1836. Caracas, Venezuela: MONTALBÁN, No. 35 UCAB. p. 76 
  5. González, Juan Vicente. (1858). Unidad de la patria.