Partido Republicano de Goiás
Partido Republicano de Goiás | |
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Presidente | Leopoldo de Bulhões (1890-1909) |
Fundação | 1890 (fundação original como Centro Republicano de Goiás) 1913 (refundação) 1927 (2.ª reorganização) |
Dissolução | 1909 (1.º dissolução) 1921 (2.ª dissolução) 1928 (3.ª e definitiva dissolução) |
Sede | Goiás, Goiás, Brasil |
Ideologia | Republicanismo Federalismo |
Antecessor | CRG (Em 1890) PD (em 1912 e 1927) |
Sucessor | PD (alas dissidentes em 1909) |
País | Brasil |
Sigla | PRG |
O Partido Republicano de Goiás foi um partido político que foi fundado e reorganizado 3 vezes. A agremiação surgiu inicialmente, na dissidência de clubes estaduais de Goiás do Partido Republicano Federal em 1890, refundado pelo afastamento de lideranças do Partido Democrata, em 1913. O partido deixou de existir em 1921.[1]Ao longo das 11 legislaturas do Congresso Legislativo de Goiás, o PRG elegeu vários deputados e senadores, além de ter eleito 27 dos 30 constituintes estaduais de 1891.[1][2] O partido era ligado a Leopoldo de Bulhões e à Gonzaga Jaime, e ao coronelismo das famílias destes.[1] Ele foi reorganizado pela última vez em 1927, em oposição às novas forças políticas do estado, porém, não obteve êxito nas eleições estaduais de 1928, se desfazendo naquele mesmo ano.[1][2]
História do partido[editar | editar código-fonte]
Primeira fundação- Cisão do Centro Republicano[editar | editar código-fonte]
Realizada no ano de 1890, o partido advinha do Centro Republicano de Goiás, criado por José Leopoldo Bulhões Jardim e Joaquim Xavier Guimarães Natal, com apoio da família Ramos Caiado, no ano de 1889, anteriormente à Proclamação da República do Brasil.[3] O Centro separou-se devido divergências em 1892, ocorrendo a Cisão e surgindo o Partido Católico, liderado pelo cônego Inácio Xavier da Silva e o Partido Republicano de Goiás. A primeira participação foi na legislatura constituinte de Goiás, onde elegeu 27 dos 30 deputados constituintes e na legislatura seguinte elegeu 17 deputados estaduais dos 30. A hegemonia que o partido exercia, se dava à influência política de Bulhões, parlamentar e ministro da Fazenda, que articulava os processos de fraude eleitoral e coronelismo. Mesmo com oligarquias rivais presentes no local, Leopoldo e o PRG detinham forte autoridade a ponto de organizar os vencedores das eleições ao governo.[4] Esse poder se deu quando Floriano Peixoto, então presidente do Brasil, destitui o marechal Rodolfo Gustavo da Paixão e instaurou o coronel Constâncio Ribeiro da Maia, figura mais simpática à oligarquia Bulhões e aos Caiado. Esta destituição se deu, após 24 deputados estaduais terem sido processados e cassados por Paixão, após aprovarem em sessão secreta e ilegal, a Constituição Estadual de Goiás e convocar novas eleições. Com a mudança de presidentes da República, o marechal Paixão acabou sendo removido do comando estadual. Nas eleições de 1892, foi eleito como presidente estadual, o próprio José Leopoldo Bulhões, que preferiu continuar como deputado federal.[3][5] A maioria dos presidentes de Goiás, após a queda de Paixão, integravam ao PRG.[6]
Crise e primeira dissolução[editar | editar código-fonte]
Em 1900, o então secretário do Interior e da Justiça do estado, José Xavier de Almeida, foi eleito presidente do Estado com apoio da ala bulhonista do PRG. Entretanto, Xavier de Almeida aproximou-se de rivais de José Leopoldo Bulhões Jardim, como Hermenegildo Lopes de Morais, e casou-se com a filha deste. Suas políticas tornaram-se cada vez mais próprias, criando órgãos jornalísticos (O Semanário Oficial e A Imprensa) em seu favor, para rivalizar com o jornal O Goiás da família Bulhões. O “xavierismo” começou a predominar o comando do Partido Republicano, chegando a homologar a candidatura de Miguel da Rocha Lima, em desfavor de Luís Gonzaga Jaime em 1905. Lima foi eleito com 23.404 votos, porém os Bulhões não aceitaram pacificamente o desfecho eleitoral. Uma crise se instaurou quando os Bulhões homologaram o candidato deles, o senador José Joaquim de Sousa, criando uma Crise dos 2 presidentes. O Congresso Nacional do Brasil, encabeçado pelo deputado federal Estevão Lobo, que concluiu numa comissão contadora, que a vitória era de Miguel da Rocha.[7] Leopoldo de Bulhões, então ministro da Fazenda e senador, decidiu juntar forças na capital federal. No entanto, Bulhões é derrotado pelo aliado de Xavier de Almeida, Brás Abrantes na disputa de uma vaga no Senado Federal do Brasil. Em 1909, o candidato vencedor para a presidência do estado foi o xavierista e sogro de José, Hermenegildo Lopes de Morais, porém, o grupo e Bulhões, unindo-se ao situacionismo da família Ramos Caiado, desfaz o Partido Republicano e lidera uma revolta política, a Revolução de 1909, que ocasionou na queda de 3 presidentes de Estado e na criação do Partido Democrata.[1][8]
Segunda fundação[editar | editar código-fonte]
Com as Política das Salvações, liderada pelo presidente do Brasil e marechal Hermes da Fonseca, Leopoldo de Bulhões e seu grupo foram afastados do poder, centralizado na figura de Antônio Ramos Caiado, que se tornou presidente partidário do PD. Ao lado de Gonzaga Jaime, Leopoldo refundou o Partido Republicano em 1913.[9][1] As rivalidades políticas de Bulhões com a eminência parda, o senador Pinheiro Machado, resultaram cada vez mais no afastamento da política de Goiás, ele acabou transferindo seu domicílio eleitoral para Alagoas. O Partido perdeu a disputa senatorial de 1917, quando Leopoldo fora “degolado” pela Comissão de Verificação de Poderes. Bulhões foi rapidamente transferido para um comissariado público e o Partido desfez-se em 1921.[3][10]
Terceira fundação e dissolução definitiva[editar | editar código-fonte]
Em 1927, Bulhões e o senador estadual Antônio Martins Borges, até então filiado do PD, se uniram para reformular o PRG, que perdeu nas eleições de 1928. Borges sofreu ostracismo político e não se reelegeu para o Senado, acabando assim, a oposição formal à família Ramos Caiado.[1]
Curiosidades[editar | editar código-fonte]
- A Imagem do partido da página é apenas uma versão ilustrativa criada pelo principal editor e criador dessa página, Emerson Júnior GSF.
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ a b c d e f g «História do Legislativo de Goiás» (PDF). web.archive.org. Consultado em 6 de dezembro de 2023
- ↑ a b «Memorial Legislativo de Goiás- Publicações». Memorial Legislativo de Goiás- Publicações. Consultado em 6 de dezembro de 2023. Cópia arquivada em 2023
- ↑ a b c «BULHÕES, Leopoldo de» (PDF). Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 7 de dezembro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 2023
- ↑ «Tipos, causas e a geografia da fraude eleitoral na Primeira República (1889-1930)». Tribunal Superior Eleitoral. Consultado em 6 de dezembro de 2023
- ↑ «PAIXÃO, Rodolfo Gustavo da» (PDF). CPDOC-FGV. Consultado em 28 de dezembro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 28 de dezembro de 2023
- ↑ «CAIADO, Antônio José» (PDF). CPDOC. Consultado em 28 de fevereiro de 2021
- ↑ «ALMEIDA, José Xavier de» (PDF). Fundação Getúlio Vargas (FGV). Consultado em 7 de dezembro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 2023
- ↑ «SOUSA, José Joaquim de» (PDF). Consultado em 28 de fevereiro de 2021
- ↑ «O CORONELISMO NO ESTADO DE GOIÁS. - 1 A REPÚBLICA E O CORONELISMO». 1library.org. Consultado em 7 de dezembro de 2023
- ↑ «Senador Leopoldo Bulhões - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 29 de dezembro de 2023