Leopoldo de Bulhões (político)

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Leopoldo de Bulhões
Leopoldo de Bulhões (político)
Leopoldo de Bulhões
Senador por Alagoas
Período 1.º 1909
2.º 1912 a 1917
Senador por Goiás
Período 1894 a 1902
(3 mandatos consecutivos)
Deputado federal por Goiás
Período 1891 a 1893
Legislatura Constituinte de 1891
Deputado geral pela Província de Goiás
Período 1881 a 1889 [a]
91.º e 93.º Ministro da Fazenda do Brasil
Período 1.º 15 de novembro de 1902 a 15 de novembro de 1906
2.º 14 de junho de 1909 a 15 de novembro de 1910
Presidente do Brasil Rodrigues Alves
Nilo Peçanha
Antecessor(a) 1.º Sabino Alves Barroso Júnior
2.ºDavid Morethson Campista
Sucessor(a) 1.º David Morethson Campista
2.º Francisco Antônio de Sales
Presidente de Goiás
Período Renuncia ao mandato após eleição, para permanecer no Parlamento, em 1892.
Sucessor(a) Antônio José Caiado
Dados pessoais
Nascimento 28 de setembro de 1856
Cidade de Goiás, Goiás, Brasil
Morte 15 de dezembro de 1928 (72 anos)
Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil
Partido PL (1881-1888)
PRG (1888-1909)
PD (1909-1912) [b]
Constituição brasileira de 1891, página da assinatura de José Leopoldo de Bulhões Jardim (décima primeira assinatura). Acervo Arquivo Nacional

José Leopoldo de Bulhões Jardim (Cidade de Goiás, 28 de setembro de 1856Petrópolis, 15 de dezembro de 1928[1]) foi um político e financista brasileiro. Foi advogado formado na Faculdade de Direito de São Paulo.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Leopoldo de Bulhões nasceu em Goiás, a capital estadual, no dia 28 de setembro de 1856, seu avô foi José Rodrigues Jardim senador e presidente daquela província. Estudou direito na Faculdade do Largo de São Francisco, bacharelando-se.

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Participou ativamente da política durante o Segundo Reinado, tendo se filiado em 1880, ao Partido Liberal. Tornou-se republicano e pró-federalismo, se tornando deputado geral; fundou ao lado de Joaquim Xavier Guimarães Natal fundou o Partido Republicano de Goiás. Com a Proclamação da República do Brasil, voltou a ser deputado da Constituinte de 1891, sempre se opondo às políticas de Rui Barbosa.

Organizou estudos sobre a reestruturação do Banco da República em conjunto à uma comissão. Foi eleito presidente estadual em 1892, porém preferiu continuar o exercício no Legislativo. Embora apoiasse Prudente de Morais, defendeu os revoltosos da Revolução Federalista, por vias de seus discursos. Assumiu uma vaga no Senado Federal do Brasil, por Goiás, exercendo a liderança do Governo na Casa e atingindo o apogeu de sua influência política no estado. Exerceu o mandato de senador pelo seu estado natal de 1894 a 1902, Foi por duas vezes, Ministro da Fazenda e também diretor do Banco do Brasil.

Eleições de 1905 e 1906[editar | editar código-fonte]

Apoiou Urbano Coelho de Gouveia e José Xavier de Almeida, porém o último começou cada vez mais a se afastar dos Bulhões e seu grupo, o que fez Leopoldo conspirar na capital. Em 1904, ocorre as eleições legislativas que elegem a maioria dos grupos situacionistas. Tal fato foi importante pois, esses grupos iriam se aliar ao grupo de Leopoldo de Bulhões, em especial a família Caiado, encabeçada por Totó Caiado.

Em 2 de março de 1905, ocorre o pleito eleitoral, vencendo o candidato apoiado por Xavier de Almeida, Miguel da Rocha Lima.[3][4] O grupo de Bulhões, que foi derrotado por Brás Abrantes na disputa senatorial em 1906, homologou a vitória de seu candidato, José Joaquim de Sousa, criando uma duplicidade na presidência, uma crise de dois presidentes. A crise que se sucedeu foi sanada em 1906, quando enfim o deputado federal mineiro Estevão Lobo Leite Pereira, ao chefiar a Relatoria da Comissão Julgadora do Congresso Nacional, declarou a vitória à Miguel da Rocha Lima.[3] A questão levaria à uma rechaça futura dos grupos de Oposição, a Revolução de 1909.[5]

Revolução de 1909[editar | editar código-fonte]

A conspiração tomou força em março de 1909, quando pela segunda vez vencia um candidato xavierista, Hermenegildo Lopes de Morais. Leopoldo, une forças com a oposição ao lado do deputado federal, Antônio Ramos Caiado, também oligarca, depondo Miguel da Rocha Lima, desestabilizaram o governo de Francisco Bertoldo de Sousa e seu vice, acabando por nomear um presidente, Urbano de Gouveia. Tudo isso, dava-se à sustentação politica do governo federal.[6]

O Partido Democrata nomeou Urbano Coelho de Gouveia para reassumir o governo. Os Bulhões e os Caiado retornam ao poder, porém em 1912, o presidente da República, Hermes da Fonseca intervém no estado, mas, remove apenas Leopoldo, que perdeu totalmente sua influência política local. Totó Caiado e sua estrutura de influência política foram mantidas, o que justifica o fato deste ter ascendido à presidência do PD.[7]

Política das Salvações e ostracismo político[editar | editar código-fonte]

Com as Política das Salvações, liderada pelo presidente do Brasil e marechal Hermes da Fonseca, Leopoldo de Bulhões e seu grupo foram afastados do poder, centralizado na figura de Antônio Ramos Caiado, que se tornou presidente partidário do PD. Ao lado de Gonzaga Jaime, Leopoldo refundou o Partido Republicano em 1913.Exerceu nesse período, o mandato de senador pelo Estado de Alagoas em 1909 e de 1911 a 1918, após perder sua influência política em Goiás.

As rivalidades políticas de Bulhões com a eminência parda, o senador Pinheiro Machado, resultaram cada vez mais no afastamento da política de Goiás, ele acabou transferindo seu domicílio eleitoral para Alagoas. O Partido perdeu a disputa senatorial de 1917, quando Leopoldo fora “degolado” pela Comissão de Verificação de Poderes. Bulhões foi rapidamente transferido para um comissariado público e o Partido desfez-se em 1921.[8]

Foi presidente da Câmara Municipal, sendo vereador por diversas vezes e prefeito de Petrópolis. Em seu breve mandato em 1917, regulamentou as escolas subvencionadas pela Prefeitura Municipal, determinando requisitos em relação ao tamanho e às instalações da escola e ao número de alunos.[9]

Morte[editar | editar código-fonte]

Faleceu em Petrópolis, no dia 15 de dezembro de 1928. Seu nome foi atribuído a um município de Goiás, Leopoldo de Bulhões. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista, zona sul da cidade do Rio de Janeiro.[10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Mandato interrompido pela Proclamação da República do Brasil
  2. 1.º Presidente do partido

Referências

  1. «Assembleia Federal». Consultado em 8 de maio de 2009. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  2. «BULHÕES, Leopoldo de» (PDF). Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 7 de dezembro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 2023 
  3. a b «ALMEIDA, José Xavier de» (PDF). Fundação Getúlio Vargas (FGV). Consultado em 7 de dezembro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 2023 
  4. «Assembleia Legislativa do Estado de Goiás». web.archive.org. 13 de julho de 2018. Consultado em 19 de abril de 2024 
  5. «Memorial Legislativo de Goiás- Publicações». Memorial Legislativo de Goiás- Publicações. Consultado em 6 de dezembro de 2023. Cópia arquivada em 2023 
  6. «O CORONELISMO NO ESTADO DE GOIÁS. - 1 A REPÚBLICA E O CORONELISMO». 1library.org. Consultado em 7 de dezembro de 2023 
  7. «História do Legislativo de Goiás» (PDF). web.archive.org. Consultado em 6 de dezembro de 2023 
  8. «Senador Leopoldo Bulhões - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 29 de dezembro de 2023 
  9. «Algumas Considerações sobre o Ensino Municipal em Petrópolis». Instituto Histórico de Petrópolis. Consultado em 6 de maio de 2009. Arquivado do original em 15 de abril de 2009 
  10. «Cemitério São João Batista». Concessionária Rio Pax. Consultado em 21 de fevereiro de 2023 

Precedido por
Sabino Alves Barroso Júnior
Ministro da Fazenda do Brasil
1902 — 1906
Sucedido por
David Morethson Campista
Precedido por
David Morethson Campista
Ministro da Fazenda do Brasil
1909 — 1910
Sucedido por
Francisco Antônio de Sales
Precedido por
Oswaldo Gonçalves Cruz
Prefeito de Petrópolis
1 de fevereiro de 1917 — 1 de maio de 1917
Sucedido por
Domingos de Souza Nogueira
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