Patricia Goldman-Rakic

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Patricia Goldman-Rakic
Patricia Goldman-Rakic
Doutora Goldman em 2003
Nascimento 22 de abril de 1937
Salem (Massachusetts), Estados Unidos
Morte 31 de julho de 2003 (66 anos)
Hamden, Connecticut, Estados Unidos
Causa da morte Atropelamento
Residência Estados Unidos
Nacionalidade norte-americana
Alma mater Vassar, UCLA
Prêmios


Bolsa da National Institute of Mental Health (1980–2000)
W. Alden Spencer Award, Columbia University (1982)
Krieg Cortical Discoverer Award, Cajal Club (1989)
National Academy of Sciences (1990)
Fyssen Foundation Prize in Neuroscience (1990)
Lieber Prize, National Alliance for Research
on Schizophrenia and Depression (1991)
American Academy of Arts and Sciences (1991)
Robert J. and Claire Pasarow Foundation Award (1993)
Karl Lashley Award, American Philosophical Society (1996)
Ariëns Kappers Medal,
Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences (1996)
Doctorali honoraris causa, Utrecht University (2000)
Gerard Prize, Society for Neuroscience (2002)

Orientador(es)(as) Wendell Jeffrey
Orientado(a)(s)
Instituições Yale University
Campo(s) Neurobiologia

Patricia Goldman-Rakic (22 de abril de 1937 - 31 de julho de 2003) foi uma neurocientista norte-americana reconhecida por seu estudo pioneiro do funcionamento do lobo frontal e da memória de trabalho. Antes de seus estudos o funcionamento de atividades cognitivas superiores era considerado inacessível para uma análise metodológica rigorosa.[1]

Descobertas[editar | editar código-fonte]

Goldman-Rakic foi pioneira ao descobrir e descrever os circuitos do córtex pré-frontal e sua relação com a memória de trabalho. Antes de Goldman-Rakic, os cientistas pensavam que as funções cognitivas superiores do córtex pré-frontal estavam além do escopo do estudo científico. A pesquisa de Goldman-Rakic mostrou que os métodos empregados para estudar os córtices sensoriais poderiam ser adaptados às áreas corticais pré-frontais de maior ordem, revelando a base do circuito para uma função cognitiva superior.[2]

Foi pioneira nos estudos sobre as influências da dopamina na função do córtex pré-frontal, pesquisa que é essencial para a nossa compreensão da esquizofrenia, TDAH, vícios e doença de Parkinson. Em Oxford foi uma das fundadoras da revista científica "Cerebral Cortex Journal".

Educação e carreira[editar | editar código-fonte]

Nascida em Salem, Massachusetts, Goldman-Rakic obteve seu diploma de bacharel em neurobiologia na Vassar College em 1959 e seu doutorado na Universidade da Califórnia em Los Angeles em Psicologia do desenvolvimento em 1963. Fez pós-doutorado na Universidade da Califórnia e na Universidade de Nova York, trabalhou no Instituto Nacional de Saúde Mental em neuropsicologia e como chefe do departamento de neurobiologia do desenvolvimento.[3] Se mudou para a Yale School of Medicine em 1979, onde permaneceu até sua morte. Era professora de neurociência no departamento de psiquiatria, neurologia e psicologia.[4]

No início de sua carreira, Goldman-Rakic estudou a capacidade do cérebro para reparar-se e foi um dos primeiros a usar marcadores radioativos para examinar este fenômeno. Publicou mais de cem artigos de alta qualidade (peer-reviewed) nas áreas de neurologia, psiquiatria, farmacologia, psicologia e biologia. [1]

Dr Herbert Pardes, presidente do Hospital presbiteriano de Nova York e ex-reitor da faculdade de medicina na Universidade de Columbia declarou que "Pat Goldman-Rakic foi uma das mais formidáveis neurocientistas. Ela uniu questões importantes do comportamento e clínica psiquiátrica às ciências básicas. Ela foi verdadeiramente uma pioneira e líder do nosso tempo"[1]

Paul Greengard, seu colega neurocientista e prêmio Nobel de medicina, declarou que "Patricia Goldman-Rakic elevou a qualidade da pesquisa multidisciplinar do cérebro a um novo nível. Utilizando técnicas bioquímicas, eletrofisiológicas, farmacológicas, anatômicas e comportamentais para elucidar muito do que sabemos sobre a memória, o comportamento e as ações dos antipsicóticos."[1]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Goldman-Rakic tinha uma irmã gêmea Ruth Rappaport e uma irmã mais nova, Linda Shoer, ambas com doutorado em ciências. Goldman-Rakic se casou em 1979 com Pasko Rakic, também neurocientista, formado em Havard, com quem trabalhou em equipe constantemente por três décadas.[1]

Morte[editar | editar código-fonte]

Em 29 de julho de 2003, Goldman-Rakic foi atropelada por um carro enquanto atravessava uma rua em Hamden, Connecticut. Morreu dois dias depois, em 31 de julho no Yale-New Haven Hospital. Goldman-Rakic tinha 66 anos. Diversos de seus colegas cientistas lamentaram publicamente a perda.[5]

Referências

  1. a b c d e George Aghajanian, Benjamin S Bunney e Philip S Holzman. Obituary Patricia Goldman-Rakic, 1937–2003. Neuropsychopharmacology (2003) 28, 2218–2220. doi:10.1038/sj.npp.1300325 http://www.nature.com/npp/journal/v28/n12/full/1300325a.html
  2. "In Memoriam: Patricia Goldman-Rakic, Preeminent Yale Neuroscientist who Made Groundbreaking Discoveries in Working Memory and Explored the Brain's Frontal Lobe". Yale News. August 1, 2003.
  3. "Patricia Goldman-Rakic." Newsmakers, Issue 4. Gale Group, 2002. Reproduced in Biography Resource Center. Farmington Hills, Mich.: Thomson Gale. 2007. http://galenet.galegroup.com/servlet/BioRC
  4. Dawson, M (2003). "Patricia Goldman-Rakic dies: Sudden death of multidisciplinary trailblazer in frontal lobe studies shocks the world of neuroscience".
  5. http://www.thelancet.com/pdfs/journals/lancet/PIIS0140673603145813.pdf