Quaker

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 Nota: Para a empresa americana de alimentos, veja Quaker Oats.
George Fox teve um importante papel na fundação da Sociedade Religiosa dos Amigos.

Quaker (também denominado quacre em português) é o nome dado a vários grupos religiosos, com origem comum num movimento protestante britânico do século XVII. A denominação quaker é chamada de quakerismo, Sociedade Religiosa dos Amigos (em inglês: Religious Society of Friends), ou simplesmente Sociedade dos Amigos ou Amigos. Eles são conhecidos pela defesa do pacifismo e da simplicidade. Estima-se que haja 360.000 quakers no mundo, sendo o Quênia na África o local que possui a maior comunidade quaker.[1]

Criado em 1652, pelo inglês George Fox, o Movimento Quaker pretendeu ser a restauração da fé cristã original, após séculos de apostasia; eles se chamavam de "Santos", "Filhos da Luz" e "Amigos da Verdade" – donde surge, no século XVIII, o nome "Sociedade dos Amigos". A Sociedade dos Amigos reagiu contra o que considerava abusos da Igreja Anglicana, colocando-se como "sob a inspiração directa do Espírito Santo". Os membros desta sociedade, ridicularizados no século XVII com o nome de quakers (inglês para "tremedores"), que a maioria adota até hoje, rejeitam qualquer organização clerical, para viver no recolhimento, na pureza moral e na prática activa do pacifismo, da solidariedade e da filantropia. Perseguidos na Inglaterra por Carlos II, os quakers emigraram em massa para os Estados Unidos, onde, em 1681, criaram, sob a égide de William Penn, a colónia da Pensilvânia. Em 1947, os comités ingleses e americanos do Auxílio Quaker Internacional receberam o Prêmio Nobel da Paz.

Crenças

Igreja dos Amigos em Pleasant Plain, nos Estados Unidos.

Os quakers, apesar de rejeitarem um credo formal, crêem em:

  • Sentir Deus – todo indivíduo é capaz de sentir Deus directamente, sem intermediário algum. Todos têm uma Luz Interior: o Espírito Santo, que guia o indivíduo quando este se converte e aceita essa voz.
  • Bíblia – tradicionalmente os quakers aceitaram Cristo como a Palavra (Logos) Divina e a Bíblia seria o testemunho dessa Palavra. Alguns quakers têm-na como única influência.
  • Simplicidade – os quakers adoptam modos de vidas simples: sem valorizar roupas caras, distinção de classe social, títulos honoríficos ou gastos desnecessários.
  • Igualdade – existe um forte senso de igualitarismo, evitando discriminação baseada em sexo ou raça. (Os quakers foram notáveis abolicionistas e feministas). As mulheres tiveram direitos iguais e participação dos cultos quakers desde o século XVIII.
  • Honestidade – recusam jurar, conduzir negócios obscuros, actividades antiéticas.
  • Ação Social – organizações como o Greenpeace e a Amnistia Internacional foram fundadas pelos quakers e são influenciadas pela ideologia da Sociedade dos Amigos;
  • Pacificismo – os quakers se recusam a usar armas e violência, mesmo em defesa alheia.

Culto

Encontro quaker em York, na Grã-Bretanha.

Existem duas formas de culto nas Reuniões da Sociedade Religiosa dos Amigos:

O Culto Programado, que se assemelha a qualquer outro culto protestante tradicional: conduzido por um ministro, com hinos, orações e leituras da Bíblia.

A outra forma é o tradicional Culto Silencioso ou não-programado, em que os quakers se reúnem e esperam que alguém se sinta guiado pelo Espírito Santo para exortar, ler a Bíblia, dar um testemunho, orar ou cantar. Às vezes um culto não-programado pode passar sem ter manifestação alguma, sendo uma hora de silêncio e meditação.

Rejeitando qualquer forma exterior de religião, os quakers não praticam o batismo com águas nem a Ceia do Senhor, diferentemente da maioria das denominações cristãs. Creem que o indivíduo seja batizado "com fogo" (pelo Espírito Santo), falando na consciência; e relembram a obra de Cristo dando graças em toda refeição.

Personalidades históricas

William Penn foi um dos quakers deportados da Grã-Bretanha por perseguição religiosa.

Referências

  1. «FWCC's map of quaker meetings and churches». Fwccworld.org. Consultado em 2 de maio de 2010 

Precedido por
John Raleigh Mott
Nobel da Paz
1947
Sucedido por
John Boyd Orr (Premiado em 1949. Em 1948 não houve premiação)