Rafael Coelho Machado

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Rafael Coelho Machado
Nascimento 1814
Praia da Vitória
Morte 15 de agosto de 1887
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil, Reino de Portugal
Ocupação compositor, pianista

Rafael Coelho Machado (Praia, Terceira, 1814Rio de Janeiro, 15 de agosto de 1887) foi um compositor, professor, musicólogo, editor e multiinstrumentista radicado no Brasil. Tocava piano, órgão e flauta.[1][2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido na então vila da Praia, na ilha Terceira. Destinado a seguir a carreira eclesiástica, fixou-se em Angra, onde estudou latinidade e música. Sobrevindo a Guerra Civil e as convulsões sociais que se seguiram à implantação do regime liberal em Portugal, desistiu dos estudos e fixou-se em Lisboa, no ano de 1835, onde continuou os estudos musicais.

De Lisboa partiu para a cidade do Rio de Janeiro onde fundou, em 1842, o periódico musical e poético Ramalhete das Damas. Fixando residência no Brasil, conquistou prestígio como intérprete, professor de vários instrumentos e como editor e compositor de música sacra.

Viajou pela Europa na colheita de conhecimentos musicais, demonstrando-se na Inglaterra, França, Espanha e Portugal. Escreveu e publicou grande número de artigos, poesias e peças musicais que o notabilizaram,[1] sendo autor do Dicionário musical, o primeiro editado no Brasil, em 1842, e do Breve tratado d'harmonia. Os jornais brasileiros da época o distinguiram e honraram com as suas referências ao notável compositor açoriano que soube conquistar um nome glorioso para legar à sua terra. Recebeu o título de cavaleiro da Ordem da Rosa.

Lista de alguns dos seus trabalhos[editar | editar código-fonte]

Além de muitas outras peças musicais, incluindo diversas missas, Te Deum's e ladainhas, com composição em latim e português, é autor de:

  • Melodias originais;
  • Cantos religiosos e colegiais para casas de educação;
  • A ausência (poesia de Gonçalves de Magalhães).
  • À borda do mar (poesia de Gonçalves de Magalhães).
  • A flor saudade (poesia de Gonçalves de Magalhães).
  • A tristeza (poesia de Gonçalves de Magalhães).
  • Cantemos um sim.
  • Como a rosa, o amor dura um dia (poesia de autor desconhecido).
  • Conselho às moças (poesia de Joaquim Manuel de Macedo).
  • Ninguém (poesia de Gonçalves de Magalhães).
  • O amor perfeito (poesia de Gonçalves de Magalhães).
  • O canto do sabiá (poesia de Gonçalves de Magalhães).
  • O dia nupcial (poesia de Gonçalves de Magalhães).
  • Os olhos de Urânia.
  • Os olhos chorosos.
  • Queixas.
  • Retém os lábios ingratos (poesia de Pereira de Souza).
  • Um mistério (poesia de Albano Cordeiro).
  • Último gemido (poesia de Albano Cordeiro).

Obras no campo da musicologia:

  • Princípios de música prática para o uso de principiantes, 1842;
  • Dicionário musical, 1842 (com edições até ao presente);
  • Método de afinar pianos, 1845;
  • A B C Musical, 1845;
  • Princípios de arte poética ou medição de versos usados na língua portuguesa, 1844;
  • Método de órgão expressivo (vulgarmente harmónio), 1854;
  • Breve tratado de harmonia, 1852;
  • Método de piano forte, 1843, adotado no Conservatório do Rio de Janeiro;
  • Grande método de flauta, 1843;
  • Chirogymnasta dos pianistas ou ginástica dos dedos;
  • Método completo de violão, 1853;
  • Escola de violino.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 37. Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.
  2. Alfredo Luís Campos, Memória da Visita Régia à Ilha Terceira. Imprensa Municipal, Angra do Heroísmo, 1903.
  3. Marcos Antônio Marcondes (editor), Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular (2.ª ed.). São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]