TUE Série 100 (Trensurb)

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Nippon Sharyo / Hitachi Heavy Industries / Kawasaki Series 100
Trensurb

Trem da Série 100
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Vista do interior
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Fabricante Nippon Sharyo / Hitachi / Kawasaki
Fábrica Hitachi/Kawasaki
Entrada em serviço 1985 - presente
Período de renovação 2008-2012
Total construídos 25 (100 carros)
Total em serviço 24 (96 carros)
Formação 4 carros (MB+RB+RA+MA) / 8 carros
Capacidade 1.228 passageiros
Operador Metrô de Porto Alegre
Depósitos Pátio da Trensurb
Linhas 1 - Azul
Especificações
Corpo Aço inox
Comprimento Total 88 metros
Comprimento do veículo 22 metros
Largura 2,99 m
Altura 4,11 m
Altura do Piso 1,44 m
Altura da plataforma 1,5 m
Portas 8 por carro / 32 por TUE

Acionamento pneumático

Velocidade máxima 90 km/h (operacional, limitado pelo ATC/ATO)

120km/h (em testes)

Peso 203,1 Toneladas
Aceleração 0,8 m/s²
Desaceleração Serviço: 0,77 m/s²
Emergência: 1,1 m/s²
Tipo de tração Elétrica, sistema de tração Hitachi HS-360-AR de CC 15 920 kgf de esforço trator
Motor Hitachi
Potência 2.520 kW
Tipo de transmissão eixo de cames
Tipo de climatização Ventilação forçada (salão de passageiros)

Ar condicionado (Cabine)

Alimentação 3.000 VCC
Captação de energia Pantógrafo
Truque ferroviário Chapas soldadas em estrutura H, suporte de mola helicoidal , método de almofada oscilante
Freios Frenagem reostática (combinada com freio eletromagnético)
Acoplamento Engate padrão BSI
Bitola 1.600 mm

O TUE Nippon Sharyo / Hitachi Rail / Kawasaki Heavy Industries - Series 100 é um Trem unidade elétrico pertencente à frota do Metrô de Porto Alegre (Trensurb). Ele foi fornecido em em 1984 pela empresa Mitsui & Co. e foi produzido em consórcio formado pelas empresas japonês Nippon Sharyo, LTD., Hitachi e Kawasaki Heavy Industries.

História[editar | editar código-fonte]

Projeto e fabricação[editar | editar código-fonte]

Em 1980 a recém criada Trensurb (ainda subsidiária da RFFSA) lançou a concorrência internacional nº 4/80, objetivando a aquisição de 25 trens unidade elétricos de 4 carros-totalizando 100 carros, num valor de mais de US$ 77 milhões financiado pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Seis empresas apresentaram propostas: Cobrasma, Mafersa, Santa Matilde, Sorefame, Nissho Iwai/Sumitomo e Mitsui/Nippon Sharyo. Após as propostas serem tornadas públicas, o resultado foi[1]:

  • Mafersa - US$ 2,963 milhões por trem unidade
  • Nissho Iwai/Sumitomo - Não informado
  • Mitsui/Nippon Sharyo - US$ 3,116 milhões por trem unidade

Após deliberações entre Trensurb e BIRD, a Mitsui foi declarada vencedora (apesar do seu custo por trem unidade ser maior que o da Mafersa). A vitória da empresa japonesa desencadeou protestos da Mafersa, metalúrgicos paulistas e gaúchos e de políticos paulistas, que acusaram a Mitsui da prática de dumping. [2] A Trensurb alegou que a proposta da Mafersa, apesar de alcançar menor preço, previa apenas 1 ano de garantia para cada trem unidade enquanto que a Mitsui previa 2 anos.[3]. Além disso, o BIRD cancelou algumas das taxas tornando a vitória da Mitsui ainda mais vantajosa.[4][5] Dessa forma, foi confirmada a vitória da Mitusi em 1982. Os trens foram fabricados entre 1982 e 1984. [6]Durante uma viagem de testes dos trens, realizada em outubro de 1984, dois menores trabalhando como ambulantes conseguiram embarcar clandestinamente no trem que conduzia o ministro dos transportes Cloraldino Soares Severo e sua comitiva. Apesar dos funcionários da Trensurb tentarem expulsar os "penetras", o ministro permitiu que eles viajassem e conhecessem o novo trem, incluindo a cabine de comando. Ao final da viagem, os menores perguntaram se o ministro era o "dono do trem". [7]

A viagem inaugural dos trens ocorreu em 2 de março de 1985, durante a inauguração da Linha 1 do Metrô de Porto Alegre. Ao final do contrato, a encomenda de 25 trens de 4 carros da Mitsui custou US$ 67 milhões[8]

Construção da linha[editar | editar código-fonte]

Entre os anos de 1982 e 1984, era construída a primeira extensão da Linha 1 da Trensurb, com 27 quilômetros de distância distribuindo com as estações de Mercado a Sapucaia, passando por quatro cidades: Porto Alegre, Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul. No dia 2 de março de 1985, ocorreu a abertura ao público e cerimônia de inauguração da linha, possibilitando os passageiros a visitá-la. Alguns anos depois, aproximadamente durante 8 meses, em 1997, é construído uma segunda extensão a linha, dando uma nova estação, a estação Unisinos, que foi feita para ser uma estação para facilitar o transporte de universitários até a Unisinos, em São Leopoldo. A linha contava com 30,5 quilômetros de extensão e 16 estações. No dia 20 de novembro de 2000, foi criada a estação São Leopoldo, dando uma conexão melhor entre a região metropolitana e integrada com a integração com o ônibus até as cidades de Parobé, Nova Hartz, Campo Bom, Sapiranga e Ivoti. A linha já tinha 33 quilômetros de extensão e possibilitou muitas novas integrações com o taxi e até mesmo os ônibus. A última extensão foi ligada até a cidade de Novo Hamburgo, trazendo as estações Santo Afonso, Industrial, FENAC e Novo Hamburgo. A linha tem cerca de 41,5 km de extensão e pode ser completada em 53 minutos na média de velocidades entre 70 e 90 km/h. Com essa rápida transição, é possível integrar com o centro da cidade, taxi e serviços ao redor.

Características[editar | editar código-fonte]

A composição básica é formada por 4 carros, sendo os dois centrais reboques (RA e RB) e em cada ponta, dois motores (MA e MB). Eles podem operar em unidade simples (4 carros) ou até 3 unidades acopladas (12 carros), embora nos horários de pico é possibilitado que alguns operem em 2 unidades acopladas (8 carros).

Para o funcionamento do sistema, existem 04 subestações (uma em Porto Alegre, uma em Sapucaia do Sul e outras duas em Canoas), cada uma com potência de 10 MVA, fornecendo os 3,0 kV necessários para operação dos trens, e 6,0 kV para operação dos diversos equipamentos ao longo da linha ferroviária.

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Referências

  1. «O Sr. Almir Pazzianotto Pinto (PMDB)» 🔗 (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo. 13 de maio de 1982. Consultado em 26 de abril de 2019 
  2. «Mafersa acusa BIRD de beneficiar a Mitsui ao mudar seus critérios». Jornal do Brasil, Ano XCII, edição 13, Seção Economia/Negócios, página 20/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. 21 de abril de 1982. Consultado em 26 de abril de 2019 
  3. Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.-TRENSURB (25 de abril de 1982). «Comunicado». Jornal do Brasil, Ano XCII, edição 17,Seção Economia/Negócios, página 37/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 26 de abril de 2019 
  4. «Governo estuda caso Mafersa». Jornal do Brasil, Ano XCII, edição 21,Seção Economia/Negócios, página 27/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. 29 de abril de 1982. Consultado em 26 de abril de 2019 
  5. «Cloraldino acha legal caso Mitsui» 🔗. Jornal do Brasil, Ano XCII, edição 52,Seção Economia/Negócios, página 36. 30 de maio de 1982. Consultado em 26 de abril de 2019 
  6. «Sul fará esse ano teste do Trensurb». Jornal do Brasil, Ano XCIII, edição 273,Seção Nacional, página 19/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. 8 de janeiro de 1984. Consultado em 26 de abril de 2019 
  7. Informe JB (14 de outubro de 1984). «Estado de alerta». Jornal do Brasil, Ano XCIV, edição 189,Seção Cidade, página 6/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 26 de abril de 2019 
  8. Informe Especial (3 de março de 1985). «Porto Alegre ganha metrô para 330 mil passageiros». Jornal do Brasil, Ano XCIV, edição 325, página 30/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 26 de abril de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]