TUE Série 2005 (Supervia)

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TUE Hyundai Rotem Série - 2005
Trem Coreano

Trem Unidade Elétrico Série 2005 na Estação Saracuruna.
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Fabricante Hyundai Rotem
Fábrica Coreia do Sul Seul, Coréia do Sul
Período de construção 2005-2007
Entrada em serviço 2006
Total construídos 20
Total em serviço 20
Total desmanchados 0
Formação 4 carros (operando com gangway acoplados cada)
Capacidade 1.316 passageiros
Operador SuperVia
Linhas Ramal Deodoro
Ramal Belford Roxo
Serviço Circular Honório - Deodoro
Ramal Santa Cruz
Ramal Japeri
Ramal Saracuruna
Especificações
Corpo Aço Inox
Comprimento Total 22.000 mm
Comprimento do veículo 22.180 mm
Largura 2,97 m
Altura 4,0 m
Portas 8 por carro (4 de cada lado)
Velocidade máxima 120 km/h
Peso 185,5 t
Aceleração 0,9 m/s2
Desaceleração Serviço: 1,10 m/s2
Emergência: 1,20 m/s2
Tipo de tração inversor VVVF IGBT (Toshiba)
Motor 210 kW motores assíncronos AC
Toshiba SEA-408
Potência 2.520 kW
Tipo de transmissão Manual / ATO - Automático
Tipo de climatização HVAC (Ar condicionado)
Alimentação 3000 Vcc
Captação de energia Catenária
Freios Elétricos regenerativos
Acoplamento engate Janney tipo E (padrão AAR)
Bitola 1.600 mm

O TUE Hyundai Rotem Série - 2005 é um Trem unidade elétrico pertencente à frota da SuperVia, fabricados pela Hyundai Rotem entre os anos de 2005 e 2006. Cada composição é constituída de 4 carros com salão contínuo, formando um único salão.

História[editar | editar código-fonte]

Em 1995 o governador do Rio de Janeiro Marcelo Alencar lançou o Programa Estadual de Transportes (PET-RJ), que entre seus objetivos, visava recuperar o sistema de Trens Urbanos do Rio de Janeiro, então transferido do governo federal (CBTU) para o governo do Rio (Flumitrens). Foram iniciadas negociações entre o governo do estado do Rio de Janeiro e os bancos Bird e Mundial visando a obtenção de um financiamento de 1,5 bilhão de dólares para financiar o programa.[1] Após três anos, o Banco Mundial concedeu ao Rio de Janeiro um empréstimo inicial de 186 milhões de dólares para reformar sua malha de trens urbanos.[2] Em 2000 o governo do Rio decidiu comprar 20 novos trens.[3][4] Em 11 de julho de 2001 o governo do estado do Rio de Janeiro lançou edital de licitação para o fornecimento de 20 trens-unidade elétricos para operação nas linhas da concessionária SuperVia como parte das contrapartidas estaduais do contrato de concessão assinado em 1998. A um custo de R$ 332,5 milhões (sendo 74% financiados pelo Banco Mundial), a concorrência previa o fornecimento dos primeiros trens para o segundo semestre de 2003.[5]

Durante esse primeiro processo de licitação, as seguintes empresas apresentaram propostas:[6]

  • Consórcio Marubeni/Mitsui (Japão)
  • Consórcio Changchui/Lorie
  • Consórcio Bombardier/T’Trans
  • Alstom
  • Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles
  • Siemens

Posteriormente o governo do Rio proibiu a participação da Marubeni, levando a Mitsui tentar incorporar a empresa Hitachi ao seu consórcio no lugar da empresa vetada.[7] O processo de licitação acabou cancelado pelo governador Garotinho.[8] O cancelamento da licitação e o atraso no fornecimento dos trens foram contestados pela SuperVia que chegou a apresentar um pedido de indenização de R$ 150 milhões junto a Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Rio.[9]

Contratação[editar | editar código-fonte]

A gestão estadual seguinte, de Rosinha Garotinho, fez um acordo com a SuperVia e o processo de licitação dos 20 trens foi relançado em 16 de fevereiro de 2004.[10] Três empresas participaram da licitação:[11][12]

  • Alstom, com proposta de R$ 385,7 milhões
  • Siemens , R$ 420, 7 milhões
  • Hyundai-Rotem/Mitsui, R$ 238, 3 milhões

O consórcio Hyundai-Rotem/Mitsui foi o vencedor após oferecer um valor bem mais baixo que seus concorrentes.[13][14]

Os valores do consórcio foram contestados pela indústria brasileira, que insinuou uma prática de dumping pela Hyundai-Rotem.[15][16]

Operação[editar | editar código-fonte]

Os trens começaram a ser entregues em 2006. Na época foram apelidados pelos passageiros de "modernões", devido ao alto grau de tecnologia embarcada, muito diferente das composições antigas existentes que a empresa operava até então.[17]

Especificações[editar | editar código-fonte]

  • Painéis eletrônicos: foi o primeiro a contar com painéis eletrônicos informativos, além de outras características marcantes como as TVs adaptadas no teto do carro.
  • Assentos: diferentemente dos existente na Supervia, foi o primeiro equipado com um assento semi-transversal. O material do assento é FRP
  • Tração: primeiro veículo elétrico a adotar o inversor VVVF IGBT.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «RJ pede US$ 1,5 bi ao BID e ao Bird». Jornal do Commércio (RJ), ano 168, edição 167, página A13/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 25 de abril de 1995. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  2. «CAE aprova crédito para o Rio junto ao Bird». Tribuna da Imprensa, ano L, edição 14963, página 3/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 29 de janeiro de 1999. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  3. Luciana Nunes Leal (27 de março de 2000). «Informe JB: Caixa». Jornal do Brasil, ano CIX, edição 352, página 6/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  4. Flumitrens, Relatório da Administração de 2000 (12 de junho de 2001). «3.2. Programa Estadual de Transportes». Jornal do Commércio (RJ) ano CLXXIV, edição 208, página A4/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  5. Maria Fernanda de Freitas (30 de julho de 2001). «Crise faz Supervia sair dos trilhos». Jornal do Brasil, ano CXI, edição 112, página 13/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  6. «Oito grupos interessados na licitação dos trens». Jornal do Commércio (RJ), ano CLXXV, edição 43, página A15/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 23 de novembro de 2001. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  7. Sônia Racy (10 de setembro de 2002). «Direto da Fonte: Cachorro grande». Jornal do Commércio (RJ) ano CLXXIV, edição 283, página A8/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  8. Editorial (19 de maio de 2001). «Origem do atraso». Jornal do Brasil, ano CXI, edição 41, página 10/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  9. Fred Suter (19 de março de 2002). «Indenização». ano CLXXV, edição 137, página A7/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  10. «Transportes:governo abre licitação dos trens». Jornal do Brasil, ano 113, edição 314, página 16/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 16 de fevereiro de 2004. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  11. Márcio Beck (9 de fevereiro de 2004). «Bilhetagem eletrônica e mais rapidez na SuperVia». Jornal do Commércio (RJ), ano CLXXVII, edição 108, página A24/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  12. «Três grupos disputam venda de 20 trens». Jornal do Commércio (RJ), ano CLXXVII, edição 115, página A12/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 17 de fevereiro de 2004. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  13. Yan Boechat (3 de outubro de 2007). «Alstom mantém aposta no Brasil». Valor Econômico, página, empresas, B1/republicado pelo Senado Federal. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  14. «Estado programa investir R$ 735 milhões em transporte». Jornal do Commércio (RJ), ano CLXXVIII, edição 76, página A12/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 5 de janeiro de 2005. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  15. «Estado tem isenção de ICMS na compra de trens». Jornal do Commércio (RJ), ano CLXXIX, edição 63, página A17/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 18 de dezembro de 2005. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  16. Renata Stuani/Agência Estado (8 de novembro de 2004). «Em busca de luz no fim do túnel». Jornal do Commércio (RJ), ano CLXXVIII, edição 31, página A7/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 23 de setembro de 2023 
  17. G1/Tv Globo (8 de novembro de 2006). «Mais um trem coreano começa a funcionar na Baixada». g1. Consultado em 23 de setembro de 2023 
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